Senseis Visit escrita por Anny Taisho


Capítulo 8
Finish




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Cap.08 – Finish


Passou-se algum tempo e a papelada que comunicava a audiência do litígio chega para Roy. Ela realmente falava sério. Ela realmente queria distancia.


Sabia que o processo poderia levar anos e não se conformava, não queria deixá-la. Queria cuidar dela, curar cada ferida feita...


Olhou para um papel de coloração vibrante sobre sua mesa. Era o convite do baile anual filantrópico do exercito . Esse ano seria no Leste...


Não estava muito animado até perceber que Riza, como boa herdeira que era, estaria lá com o pai. Era sua chance de fazer alguma para ter de volta aquele coração sem receios.


 E sua mente já tinha uma idéia...


Sabia o que iria fazer e sonhava que daria certo.


Um largo sorriso brotou em seus lábios...


- Eu vou te reconquistar minha Riza.


-


-


Estava deitada em uma espreguiçadeira que ficava debaixo de um grande guarda sol. Estava de biquíni, mas nem chegava perto da piscina. Estava inerte, olhando para o nada. Seu olha perdido era coberto por grandes óculos escuros.


- Quer alguma coisa Riza-sama?


- Suco de laranja com wisk!


- Tão cedo?


- Sim!


A empregada entra preocupada. Nunca vira a jovem herdeira tão deprimida.


- O que foi, Corine?


- A Riza, Richard-sama. Ela já quer beber...


- Não leve. Eu vou falar com ela.


O homem se encaminha para a área da piscina. Não sabia mais o que fazer para tirar a filha daquela depressão. Estava ficando muito preocupado.


- Elizabeth...


- Se senta na espreguiçadeira e levanta os óculos – Pai...


- se senta na ponta da cadeira – Acho que se você quer pegar uma cor, deveria ir para o sol.


- Só estou tomando um ar...


- Filha... Eu estou ficando muito preocupado. Você não sai, não dorme direito, bebe...


- Não se preocupe comigo. Estou bem.


- Não, você não está. Eu vejo isso nos seus olhos... Quando olho para eles não consigo ver sinal de vida...


- Eu só não consigo mais agüentar as feridas... Eu preciso de um tempo.


- Te garanto que beber não vai ajudar.


- Cada um afoga as magoas como bem entende. – a loira falou em um tom quase infantil –


- Você não é assim. Você é forte, decidida, consciente.


- E o que isso me rendeu? Talvez se eu tivesse sido uma dessas herdeirinhas mimadas e fracas eu tivesse tido uma história diferente.


- Você acha que se tivesse sido quem não é sua vida poderia ter sido melhor?


- Muito. Eu não teria casado com o Roy, não teria sofrido horrores com julgamentos precipitados... Mas isso não muda o que aconteceu.


A loira olhava para longe.


- Não acredito que vai jogar sua vida fora por causa de uma experiência mal sucedida.


- Não vou. Eu vou voltar para o exercito, vou subir nessa carreira, vou casar de novo... E como primeiro passo, vou nesse baile.


- Eu ficaria feliz se não soubesse que o motivo para sua recuperação fosse o medo da solidão...


- Solidão... Eu não vou dar esse gostinho para o Roy. Ele vai ver que não preciso dele... Nunca precisei.


- Tão jovem e tão amargurada.


- Para o senhor ver...


-


-


Passaram-se alguns dias depois da conversa entre Riza e o pai. Finalmente, havia chegado o dia do baile.


Riza acabara de se arrumar. Usava um vestido vermelho de seda, tomara que caia com um pequeno corte em “v” que valorizava o busto farto, acinturado até o final do tronco para depois soltar levemente até chegar aos calcanhares. Sandálias prateadas, luvas vermelhas com um bracelete de diamantes por cima. Também usava um colar delicado e tinha os cabelos presos em uma trança raiz que deixava sua franja cair sobre o rosto.


- Eu não preciso de você...


Desceu as escadas e foi para o carro onde o pai já a esperava.


- Belíssima.


- Obrigada. – sorri –


-


-


O salão estava decorado de canto a canto. Ao entrar no salão havia uma escada bifurcada coberta por um tapete vermelho. No centro do salão havia um lustre de cristal que reluzia a luz que lançada sobre o mesmo.


Assim que entrou, a loira chamou muita atenção. Era de longe uma das mulheres mais bonitas da festa. Enquanto descia as escadas tinha um meio sorriso que não mostrava os dentes. Apenas salientava o batom vermelho dos lábios.


- Parece que sua Riza está muito bem. – Maes aponta –


- Ela está maravilhosa... E não me parece mal...


- Para mim não Roy-san. – era a voz de Gracie – Eu a conheço a vinte anos... Aqueles olhos não mentem, ela só não quer parecer fraca...


- Boa noite. – ela sorri –


- Riza...


- Sim?


- Eu...


- Não seja desagradável. Se você quer dificultar as coisas, se entenda com meu advogado. – se vira para o casal de amigos – Espero que aproveitem a festa. Com licença.


- Por que ela me trata assim?


- Desculpe a sinceridade, mas você só está colhendo o que plantou.


Roy permanecia sentado no bar a observar a loira que caminhava por todo recinto cumprimentando a maior parte das pessoas. Quando ela parou, foi para conversar com um homem que ele reconheceu como Lucas Wakabayash. Um general do sul que não deveria ter mais que 27 anos.


Os dois pareciam já se conhecer. E se bem se lembrava, era verdade.


A conversa estava animada e isso estava deixando-o inquieto. Ela parecia querer irritá-lo. Provocá-lo. Provar que podia ter uma vida sem ele. Provar que ele não era mais o centro de seu mundo.


- Se olhar matasse, você já teria matado o homem.


Maes se sentou ao lado do moreno.


- Se eu pudesse, realmente, o mataria.


- Mesmo se ele pudesse fazê-la feliz?


- Ele não pode...


- Olha Roy, eu apoio sua intenção de querer se redimir com ela e recomeçar, mas não force a barra. Se ele puder fazer o que vice não fez, deixe. Pois você já teve sua chance.


- Ninguém vai amá-la mais do que eu...


- Não duvido, mas isso não quer dizer que você seja o melhor para ela.


- De que lado você está?


- Do lado de ninguém até que se esclareça a melhor opção.


- Eu não vou desistir.


O moreno olhava o chão.


- Eu sei que não.


A festa continua e Riza continua acompanhada de Lucas para a irritação de Roy.


O moreno sabia que tinha que fazer alguma coisa rápido...


Ao olhar para o palco onde estavam os músicos ele tem uma idéia.


Rapidamente, ele caminha para o pequeno palco, subindo nele.


- pega o microfone – Desculpe por interromper a festa, mas eu queria falar uma coisa para uma pessoa que não quer me ouvir.


Os olhos da loira se arregalam ao olhar para o palco? O que ele pensava em fazer?


- Eu queria dizer mais uma vez o quanto a amo e queria que ela acreditasse sem receios. Sei que cometi muitos erros, mas não posso mudar o passado, pois se pudesse, faria muita coisa diferente. Nunca duvidaria de sua índole, estava cego pelo orgulho. Achava que ela seria capaz de mudar o que era somente por ciúmes de mim e isso não é e nunca foi verdade. Talvez eu esteja sendo egoísta ao tentar voltar a fazer parte do mundo dela quando fui expulso com bons motivos. Mas não consigo. Eu amo demais para não tentar fazer recorrer até o último segundo. E por isso estou aqui, na frente de todos, bancando o apaixonado para mais uma vez tentar voltar a fazer parte do seu mundo Riz.


Não foram todos que reconheceram o apelido, mas os que reconheceram passaram a olhar para a loira que não sabia o que fazer.


Não entendia a insistência dele para machucá-la.


Qual havia sido seu pecado para merecer ter tantas vezes seu coração destroçado?


Ele não via que já havia feito estragos demais?


A única coisa que conseguiu fazer foi correr, sendo seguida por ele.


A festa continuou, já que os convidados entenderam aquilo como um não.


-


-


Correu para o jardim que estava escuro, segurava com muito custo as lágrimas que queriam escorrer. Sentia a dor querer despedaçá-la como havia feito à anos atrás.


Tantas lembranças que havia suprimido voltavam com força.


Tropeçou e não teve forças para levantar.


- Riza...


- Sai daqui... – sua voz saiu num fio – Por favor...


- Não. – o moreno se abaixou atrás da loira –


- Eu juro que não queria te amar... Você foi meu pecado, minha perdição.


- Não fala isso.


- Eu já sofri demais. Chorei demais... Mas sempre acabava forte. Eu não quero mais isso, eu quero ser feliz...


- E eu quero te fazer feliz.


- Não. Você quer é alguém que nunca saia do seu lado.


- Não rebaixe meu amor dessa maneira.


- Você nunca me amou. Não do jeito que eu merecia... Eu acreditaria em você até o último momento, por mais que tudo indicasse que havia sido você, eu não sairia do seu lado até que me provassem, sem chance recursos, que havia sido você. Mas você não, você preferiu achar que eu seria capaz de matar uma criança que não tinha culpa de nada... Caramba, eu seria capaz de aceitar conviver com essa criança só porque ela seria seu filho, uma parte de você... E o que eu ganhei com isso? Acabei num hospital, sem minha única chance de ser feliz. Você não imagina o quanto eu estava feliz...


- Eu não posso mudar o passado, mas posso fazer um futuro melhor.


- Eu não vou te dar outra chance de me apunhalar pelas costas e acabar comigo de novo.


Ele via as lágrimas escorrendo e sentia a dor que irradiava dela.


- Se você não me aceitar, quem vai se acabar sou eu...


- E por que eu deveria me importar? Você não ligou a mínima na hora que me deixou aos pés daquela escada.


- Não deve, mas você é melhor que eu.


- Eu não melhor, eu sou burra.


- Uma chance. Só uma chance de te fazer feliz, de me fazer feliz. Eu quero curar todas as feridas, eu não espero que você me aceite totalmente de uma hora para outra, só quero uma chance.


- Uma chance? Você não tem noção do que te dar uma chance fez comigo...


- Por favor...


- Não...


O moreno a abraça, envolvendo o corpo frágil entre seus braços em uma tentativa de protegê-la de toda dor que ela sentia.


- Eu nunca mais vou te deixar.


-


-


Alguns meses haviam se passado depois do acontecido. E muita coisa havia mudado na vida daquelas duas pessoas que agora, novamente, formavam um casal.


Riza ainda tinha um certo receio de se deixar levar, coisa que estava difícil com um Roy tão apaixonado e empenhado em provar que merecia esse amor.


- É linda.


A loira estava maravilhada com a casa que o moreno havia comprado. Era grande, espaçosa, com um enorme quintal e jardim. Branca e bem iluminada. Parecia uma casinha de boneca.


- Mas é meio grande, am... Roy.


O moreno a guiava pela casa que já estava toda montada.


- E os filhos que nós vamos ter? – o moreno abraça a loira por trás e acomoda o queixo no ombro dela –


- Não força a barra, Roy. – ela sorri –


Não que a loira não quisesse ter filhos, mas não pensava nisso naquele momento. Tinha medo desse conto de fadas ruir a qualquer momento.


- Riza eu tenho mais de trinta.


- E eu vinte sete.


- Você não facilita. – faz um bico –


- dá um beijo nele – Vamos almoçar, estou com fome.


- olha as horas - Ainda são onze horas.


- Amor, eu não estou perguntando as horas. – a loira começa a sair – Se você não quer ir comer, eu vou sozinha.


Roy corre e alcança a esposa tomando a chave do carro dela.


- Qual o seu problema comigo no volante?


- Eu sei dirigir, você não precisa fazer isso comigo aqui para dirigir.


- abre a porta do carro para ela – Machista. – faz um bico –


- dá um selinho rápido na loira – Eu só gosto de te fazer um mimo. Onde você quer almoçar?


- Sei lá, desde que seja comida mexicana.


- Mexicana? – ergue a sobrancelha direita –


- Hoje você está muito implicante, sabia?


- Eu só estou estranhando esse comportamento.


- Então estranha calado porque estou seca de vontade de comer nachos.


- Como estamos agressivas hoje.


- Agressiva? Meu querido, se você não calar essa boca e me levar para almoçar agora e sem reclamar, você verá o que é estar agressiva.


- Eu estou assustado.


- E eu com fome. Pra você ver como a vida é injusta.


- Ok, você sabe onde tem um restaurante desse tipo?


- No centro.


- Que tal ser um pouquinho mais especifica?


- Vai indo que mostro o caminho.


- Tudo bem.


Apesar de estranhar o comportamento, o moreno resolve fazer a vontade da esposa.


-


-


Os dois saíram do restaurante, agora, com um melhor humor da parte de Riza.


- Nossa, isso aqui estava ótimo!


- Meio pesado.


- Nem sua implicância vai acabar com meu humor. – ela abre um sorriso colgate e passa os braços ao redor do pescoço do marido –


- Eu não estou implicando, eu estou comentando. – dá um beijo nela e os dois começam a caminhar com o braço dele ao redor dos ombros dela –


- Ok, vou fingir que acredito. – boceja – Tô com sono...


- Tão cedo? Você não costuma dormir a tarde.


- E?


- Nós combinamos de ir no Maes ver a Elycia.


-Eu estou quase dormindo em pé. – a voz dela estava manhosa – Eu já vi a Elycia antes de ontem, você que é um padrinho desnaturado.


- Vou te deixar em casa e vou lá.


- Bom mesmo.


-


-


Ao chegar em casa, a loira joga a bolsa sobre a cama, essa que cai aberta deixando cair um teste de gravidez.


- Nossa, nem precisou de teste para a Scieska descobrir que estava grávida.


A loira pegou o pacote fechado e resolveu guardar, não sabia quando precisaria de um...


- Eu estou com sono, muita fome, e...


Minha nossa...


A loira entrou no banheiro e minutos depois...


- Eu vou ser mamãe...


A loira cai deitada na cama.


Não esperava engravidar tão cedo. Era muito inesperado. Mas estava feliz...


Acabou adormecendo pensado nessa segunda gravidez.


- Riizie... – Roy estranha o silencio –


Black vai correndo até o dono.


- Oi garotão? Você sabe onde está a mamãe?


Roy caminhou até quarto e viu a esposa dormindo profundamente. Não resistindo, sobe na cama para começar a distribuir pequenos beijos nela.


- Hum... - abre os olhos – Roy? Quantas horas? – se senta –


- Sete horas. – tira uma mexa loira do rosto levemente inchado –


- Nossa... – sorri envergonhada –


- Você anda estranha...


- Quando vamos mudar?


- Quando você quiser, a casa já está até mobiliada. Mas por que essa fuga da minha afirmação?


- Fuga? Eu?


- Riza! – ele finge estar bravo –


- Banho! Eu vou tomar banho!


A loira corre para o banheiro e tranca a porta.


- Roy... – ela estava sentada no chão escorando o tronco sobre a porta –


- O que foi?


Roy havia se deitado na cama.


- Eu... Euestougrávida.


A voz saiu quase num soluço.


- dá um pulo da cama – O que?


- Eu. Estou. Grávida.


O moreno ouve um chorinho baixo atrás da porta.


- Riz... Abre a porta. – sua voz estava macia –


- Não. Eu preciso pensar...


- Em que? Você não está feliz?


- Eu estou feliz, só estou com medo.


- De que?


- De perder tudo outra vez.


- Eu já disse que não vou te deixar, abre a porta, deixe eu te dar um abraço... Ou melhor, dar um abraço em vocês.


- Espere eu conseguir parar de chorar.


- Pare de besteiras. Se você não abrir a porta eu quebro a fechadura.


- Você não vai fazer isso.


O moreno levantou-se, pegou as luvas e incinerou a fechadura que cedeu.


- abraça a esposa – Até parece que você não me conhece. – dá um beijo na testa da loira – A gente muda semana que vem. Quero ter tempo de montar o quarto do nosso filho.


- Roy, eu não devo estar nem de dois meses... – se afunda no abraço –


- Eu só tenho sete meses para me preparar psicologicamente para não acabar que nem o Maes!


- Não se preocupe, você vai acabar pior. – ela ri –


- Não tem graça, mas não vou brigar com você.


- E nem pode, eu estou sensível. – ela faz biquinho –


- Vamos para cama, tenho certeza de que o bebê vai preferir dormir por lá.


- Eu dormi a tarde inteira, você acha mesmo que estou com sono?


- A gente não precisa dormir.


- Você não presta.


- Eu sei que não.


O moreno não sabia o que dizer, estava demasiadamente feliz. Iria ser pai, quem lhe daria o filho era a mulher que amava e Maes e o sogro parariam de lhe encher o saco.


Finalmente, depois de tantos anos, teria o final feliz que sempre quis. Ou melhor, o começo feliz, pois era agora que sua vida realmente iria começar plenamente.


Fim!


Desculpem a demora e o tamanho extra grande!


Eu resolvi por o epilogo junto com o último capitulo!


Não me matem pela melosidade!


Kissus e valeu por me acompanhar nessa empreitada!


Riizinha!


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