Entre O Amor E A Magia escrita por SuLinhares


Capítulo 9
Capítulo 9




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Hoje é véspera de natal, prometi para minha mãe que vou ajuda-la com os preparativos no sítio da minha avó. Faz um bom tempo que não vou ao sítio, me levanto um pouco relutante em sair da cama, mas preciso fazer isso.

O dia anterior foi um turbilhão de emoções, estou apaixonada por Adam. Sim, sei que estou apaixonada porque não tiro esse sorriso bobo do rosto, até escovando os dentes continuo com esse sorriso bobo. Tudo aconteceu de maneira tão rápida, foi tudo tão arrebatador, jamais ia imaginar que ia conhecer alguém em tão pouco tempo e me apaixonar do jeito que estou agora.

Termino meu banho, visto uma calça jeans azul, meu casaco rosa, e calço minhas botas e luvas pretas, está bem frio e acho que hoje a noite vai nevar. Adoro neve, fica tudo tão romântico, principalmente agora.

Desço as escadas calmamente, como se estivesse pisando em nuvens.

– Bom dia pai, bom dia mãe.

– Bom dia Ali! – Responderam os dois ao mesmo tempo.

– Preparada para ir ao sítio? Tem muitas coisas para fazer lá. – Diz minha mãe.

– Sim, estou. E também estou com fome. – E começo a me servir com o café da manhã. Primeiro panquecas com creme de chocolate, depois um ótimo chocolate quente, um suco de laranja, mais um pedaço de bolo e mais um pão bem quentinho. Estou com muita fome!

– Nossa Ali! Parece um operário comendo! – Diz brincando meu pai.

– Estou com fome pai, e tenho que me abastecer para poder encarar as tarefas. – Dou uma piscada para ele.

– Bom, está tudo pronto, só vou pegar minha maleta e podemos ir. – Diz minha mãe.

– Maleta? – Pergunto.

– Sim, Ali. Vamos passar a noite lá, esqueceu?

Nossa! Tinha esquecido completamente desse detalhe.

– Apronto a minha em cinco minutos.

Minha mãe me olha com aquela cara de “o que foi que eu fiz”, que todas as mães fazem.

– Termine seu café com calma e faça sua maleta bem rápida Alice. – Minha mãe falou com aquele tom de general.

– Sim, senhora! – E bato continência.

Meu pai não aguenta o tom da minha resposta e começa a rir.

– Só você mesmo Ali, para provocar sua mãe no momento general dela.

Termino o café e subo para arrumar minha maleta. Abro meu armário...Sei que tem uma maleta por aqui...Achei!

Coloco roupas íntimas, um vestido para o almoço, mais uma calça, blusa, casaco e uma sapatilha. Também coloco itens de higiene pessoal, celular e carregador, maquiagem e escova de cabelo. Tudo pronto. Tenho que ligar para Cass, ligo do carro.

– Estou pronta, podemos ir.

– Finalmente! – Minha mãe quando tem coisas para fazer fica tão estressadinha.

– O que foi querida? Está com TPM? – Brinca meu pai. Não aguento e começo a rir.

– Se eu estivesse Joseph você estaria sem os dentes agora. – E então ela cai na gargalhada.

Meu pai e eu ficamos surpresos, que oscilação de humor doida. Vou na direção do meu carro.

– Você vai dirigindo Ali? – Pergunta meu pai.

– Sim pai, quero ir curtindo o caminho dirigindo, desde que cheguei aqui meu bebê ficou parado, tenho que leva-lo para passear. – E dou um sorriso para os dois.

– Ok, mas dirija com cuidado.- Diz minha mãe. Faço um sinal de positivo pra ela e entro no meu carro.

Eles saem primeiro. Antes de sair, pego o celular e ligo para Cass.

– Ali!

– Cass! Tudo bom?

– Tudo e com você moça?

– Estou bem. Você vai passar o natal onde?

– Aqui em casa, depois vou na casa do Phil, porque?

– Depois que você sair da casa do Phil, passa no sítio da vovó, leva seus pais também!

– Obrigada! Passo sim, diz para sua vó guardar bolo de nozes com morango para mim, ela sabe que sou louca por esse bolo dela.

–Eu mesma guardo.

– Você e o Adam? Estão bem?

– Estamos ótimos! Nossa, Cassandra jamais pensei que fosse me apaixonar assim.

– Eu sempre disse para você que seu príncipe ia chegar. E Matt? Ele te ligou novamente?

– Não, e nem quero. Terminei tudo com ele Cass, não tem motivos para ele me ligar.

– Hum...Sei.

– O que foi?

– Nada. – Esse nada da Cassandra parece mais “tudo”.

– Vamos Cass, desembucha.

– Ai Alice, eu disse que não é nada, que coisa!

– Sim, vou fingir que acredito.

– Tá bom, tá bom! Matt ligou para mim e...

– Ele te ligou!? Por que!?

– Se você não me interromper eu digo.

Solto todo o ar preso nos pulmões.

– Ele queria saber se você está bem, se você tinha conversado comigo sobre o término do namoro de vocês, se eu acho que ele ainda tem alguma chance.

– E?

– Eu disse que chance ele não tinha mais, que se o namoro acabou foi por culpa dele, ele não deu valor e que você estava cansada do egoísmo dele. Eu sempre quis falar essas coisas para o Matt...Foi um ótimo presente de natal.

– Ai Cass deixa disso. Jamais ia imaginar que o Matt ia ligar para você.

– Também fiquei surpresa, me deu uma vontade enorme de dizer que você já estava em outra.

– Não! Isso não interessa para ele. Terminamos cada um faz o que quiser da sua vida! – Uma fúria enorme surgiu dentro de mim, que ele pensa que é para fazer isso?

– Calma mocinha! Ele fez isso porque com toda certeza você foi a primeira a dar um pé na bunda dele, e o ego dele não permite tal situação. Mas fique calma, agora você está namorando o Adam, então não se preocupe.

– Você tem razão, e tenho que me acalmar mesmo porque tenho que dirigir. Vou desligar te espero amanhã.

– Dirija com cuidado, Xau!

Ligo o carro e sigo meu caminho. Que audácia Matt ligar para Cass, se quisesse saber alguma coisa, que ligasse para mim. Idiota!

Sigo em direção a Rua Principal. Meus pensamentos estão a mil. Ligo o som do carro para ouvir uma música e me acalmar, não quero que Matt estrague meu dia. Adoro Greenday, é a minha trilha sonora, ao som de Boulevard of Broken Dreams vou curtindo a estrada. Depois de meia hora entro na Rua Topázio, os campos já começam a adquirir uma leve tonalidade branca, mais tarde tudo vai ficar coberto de neve. As últimas folhas das árvores ainda persistem em alguns galhos do carvalho, o inverno chega com a sua beleza branca. Os gados vão ficar um bom tempo nos estábulos quentinhos, se protegendo do frio.

Depois de 30 minutos viro a esquerda, na Vicinal 03. O sítio da minha vó fica no fim da Vicinal, e sua pequena propriedade é cortada pelo Rio Green, mais 20 minutos de carro e chego na entrada do sítio.

Eu sempre achei encantador aqui, é um pedaço do paraíso. A porteira é feita com madeira de cedro, com telhados vermelhos bem altos. Abaixo do telhado fica uma placa de madeira pendurada, nela está entalhado o nome do sítio:

Meu paraíso”

Passo pela porteira e desço do carro para fecha-la. Percebo todo o carinho que minha vó e meu vô têm pelo lugar, de cada lado da entrada há plantinhas, que na primavera devem ficar cheia de flores. Mas mesmo no inverno, é possível perceber a beleza dessas plantas.

Entro no carro e vou devagar, admirando o sítio. Grandes árvores de carvalhos e cedros estão espalhadas, pequenos arbustos ocupam os espaços entre as árvores. Seixos são colocados ao longo do caminho, placas coloridas com dizeres de bem vindos são cuidadosamente posicionados.

O caminho dá acesso a uma bela casa feita de madeira nobre. É apenas um andar, mas é bem grande, com uma enorme varanda percorrendo ao redor da casa. Cadeiras de balanço bem posicionadas, grandes janelas de vidro completam o visual. Minha avó faz questão de manter um pequeno jardim na lateral da casa, meu avô James cuida da horta e do pequeno pomar. Por trás da casa corre o Rio Green, tio Robert fez um pequeno píer e atracado a ele tem um pequeno barco, que ele e meu avô saem para pescar de vez em quando. É o melhor lugar do mundo para mim.



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