- Lembras-te quando nos conhecemos? – Perguntou ele, com os olhos verdes e brilhantes a olhar curiosamente para mim. Edward. O meu Edward. Continuava com o mesmo charme que sempre teve e mesmo com os seus 70 anos, ainda era o lindo homem por quem me apaixonei há cerca de 50 anos atrás.

- Oh! Edward, claro que me lembro! – Suspiro apaixonada. – Tenho guardado o vislumbre de ti a caminhar pelo corredor da escola sem dares realmente atenção às pessoas à tua volta…até que olhas para a minha cara de boba apaixonada, ao pé do cacifo e sorris com o teu sorriso torto… o sorriso que mudou a minha vida, para sempre.

Edward sorri torto. O meu sorriso torto. Mesmo com as rugas marcadas na sua face, o sorriso ainda está li. Para mim.

- Amo-te. – Diz.

- Amo-te. – Respondo. – Para sempre.

- Para sempre. – Concorda.

Mesmo sentado na cadeira de madeira a uma pequena distância da que me encontro, ele faz um esforço e vem na minha direção. Dá-me um beijo. Não exatamente um beijo, pelo menos não daqueles que dávamos quando éramos adolescentes. Já lá vai o tempo dos amassos, do tempo em que passávamos noites a fazer amor… O facto de não o fazermos mais, devido à idade, não me entristece. Aproveitámos bem e além disso, isso não é o mais importante na relação. O nosso amor encontra-se mais forte que nunca. Sempre apoiando um ao outro. Sempre ouvindo o outro. Sempre.

- Vovôs! Olhem o que encontrei! – Liam, filho do nosso Anthony com 5 anos, corria na nossa direção com um lindo sorriso no rosto.

Tinha encontrado uma pequena joaninha no meio do jardim. Sorri ao olhar a sua face admirada e feliz ao observar o pequeno animal. Tão inocente.

Sentia-me realizada. A velhice não é o bicho de sete cabeças que muita gente pensa. Muito pelo contrário. A melhor coisa que pode acontecer é envelhecer ao lado da pessoa que se ama e ter a família e amigos à volta.

Edward falava animadamente com o neto. Era um avô babão e seria mais ainda com a netinha que vinha a caminho. A nossa Nessie iria ter a primeira filha. Estava de 8 meses, e muito feliz casada com o seu Jacob.

A minha vida estava completa. As lembranças dos melhores momentos passavam como um filme na minha mente. O primeiro dia em que vi Edward, o meu casamento, lua-de-mel, nascimento dos meus filhos… Eram as melhores lembranças que eu guardava no meu coração. E faziam-me tão, mas tão feliz.

Edward agarrou-me a mão e apertou-a. Ele sempre estaria ali. E sempre me amaria, tal como eu a ele.

Pois nós, tal como Anthony diz, somos  Soulmates.