Noah Parker E O Refúgio Dos Deuses escrita por Duda


Capítulo 7
O lago de canoagem


Notas iniciais do capítulo

Mais um capítulo galera... boa leitura.



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O Sr. Brown veio correndo ao meu lado e colocou a mão no meu ombro.

 -- Noah? O que você fez?

 -- Eu... eu não fiz por mal, Sr. Brown. Foi só...

 Ele afastou-se de mim e foi até a beirada da fenda. Era impossível pular para o outro lado sem cair lá embaixo. E a fenda cercava a rocha da bandeira, tornando impossível dar a volta. Trisha estava presa lá.

 Andei até a beira da fenda e olhei para baixo. O buraco era tão profundo que eu não conseguia ver onde ele terminava.

 -- Isso daí vai para onde? – perguntei a Thomas.

 -- Pro Mundo Inferior, creio eu. Trisha – disse ele, olhando para ela. – Vamos buscar alguma coisa para te salvar... fique aí.

 -- Não é preciso, Thomas. – falei. Ele me olhou um pouco incrédulo e esperou que eu fizesse algo. Fechei meus olhos e levantei a mão. – Fique longe da fenda – avisei-o.

 Um tremor percorreu o chão, sacudindo tudo. Era como um terremoto. E eu não sabia como aquilo era possível.

 Quando abri os olhos novamente, a fenda havia se fechado por completo. Agora parecia uma cicatriz, onde não havia grama.

 Trisha veio caminhando lentamente, com um pouco de medo do buraco se abrir novamente. Logo ela estava do nosso lado.

 -- Você... Noah...

 -- Eu sei, eu sei. Sou filho de Hades.

 Eu realmente não estava assustado em ser filho do deus da morte. Talvez porque meu pai nunca havia feito parte da minha vida, ou algo assim.

 -- Você... Não está com medo? – perguntou Trisha, enquanto caminhávamos de volta para o acampamento, junto com Thomas.

 -- Medo? Medo do quê?

 -- Ah... não sei...

 -- Não. Não estou com medo de nada.

 Continuamos a caminhar. Os barulhos de espadas e flechas haviam parado, então imaginei que a captura havia acabado. Eu precisava colocar alguma coisa no meu abdômen para que o corte cicatrizasse.

 A espada estava na minha mão ainda e Thomas parecia mais calado do que nunca.

 -- O que há de errado, Sr. Brown?

 Ele me olhou um pouco curioso antes de responder:

 -- Nada... só estava pensando em algumas coisas aqui. Noah, como filho de Hades, você tem que aprender a controlar sua raiva e seus poderes. Não é bom para um filho de um dos Três Grandes deuses guardar rancor. – disse ele, assim que havíamos saído da floresta – Acho que Trisha pode te ensinar algumas coisas.

 O acampamento estava vazio. Todos os campistas provavelmente estavam nos chalés ou nos chuveiros. E bem que eu precisava de um banho.

 -- Parece que tem alguma coisa errada no chalé de Ares... – comentou Thomas. – Preciso ir lá checar. Vejo vocês amanhã.

 Olhei para os chalés e vi que os garotos de Ares estavam para fora, brigando com os meninos do chalé de Apolo.

 -- Tem alguma coisa errada com ele, Noah.

 -- Com Thomas? Sim... também acho.

 -- Eu vou te ensinar algumas coisas amanhã sobre os Três Grandes... e sobre os poderes de seus filhos, ok? Mas por ora, precisamos cuidar dos ferimentos. Acho que deve ter alguma coisa na Casa Grande... bandagens ou faixas...

 Descemos a colina em direção à casa grande e azul, de quatro andares. As luzes do andar térreo estavam acesas, e entramos sem bater na porta.

 Na sala havia um sofá confortável, uma poltrona e uma lareira apagada. A decoração do lugar era incrível, mas Trisha não me deixou ficar lá por tempo o suficiente para apreciá-la. Entramos em um corredor e depois em uma porta à esquerda.

 Lá dentro havia vários tipos de curativos e coisas do tipo. Ela começou a olhar nas prateleiras da salinha, até achar um vidrinho de remédio – provavelmente – e umas ataduras.

 Saímos da sala e da Casa Grande. Ela entregou-me as ataduras e o vidro.

 -- Passe o remédio nos seus ferimentos e depois os cubra com essa atadura. E acho que você já pode tirar aquela faixa do ombro, Noah.

 Eu já tinha até esquecido do meu ferimento no ombro. Aquele que a fúria havia feito.

 -- Seria bom passar o remédio no arranhão que te fiz. – comentou ela, rindo da minha cara.

 -- Ah... que maravilha. Parece que me passaram em um ralador de queijo. Estou todo machucado e arranhado.

 -- Isso é que é ser um semideus. – Ela continuou rindo. Estávamos na porta da Casa Grande ainda. Não havíamos saído do lugar. – Preciso ir novato. Ah... pegue suas coisas e vá para o chalé de Hades. Thomas não irá gostar de te ver em outro chalé, agora que você já foi reclamado.

 -- Pode deixar Cara de Raio – falei, apenas para provocá-la. – E... onde diabos eu vou fazer os curativos?

 -- Nos banheiros, ou na Casa Grande. Preciso ir novato. Amanhã lhe ensino algumas coisas, ok? Estou morta de sono. – disse ela, indo em direção ao chalé 1. – Ah, a propósito, boa noite.

 Fiquei parado mais um pouco lá, com o vidro e as ataduras na mão. A garota mandona e impulsiva havia feito um novo amigo. O garoto esquisito e também impulsivo havia feito uma nova amiga.

 Fui para os chuveiros, tomei um banho e fiz os curativos. Lembrei-me de tirar a faixa do ombro e passar remédio no rosto, também.

 Lavei a camiseta azul, – que eu estava vestindo desde que havia chegado ao acampamento – e coloquei uma laranja, do acampamento. Agora eu me sentia em casa.

 A espada estava nas minhas costas, mas eu tinha perdido o escudo. A armadura também não me protegera muito bem, então a despachei.

 Fui até o chalé de Hermes para pegar minhas coisas e encontrei Will ainda acordado, segurando a minha mochila.

 -- O que aconteceu, Noah?

 Sentei-me na minha cama e contei tudo para ele. Sobre a mantícora, os garotos que haviam aparecido lá e sobre a fenda no chão.

 -- Então, eu abri uma fenda no chão e a mantícora caiu lá dentro.

 -- Espera... você disse que abriu uma fenda? – estávamos sussurrando para não acordar ninguém, então Will achou que estivesse entendido errado.

 -- Sim. Abri uma fenda para o Mundo Inferior. Sou filho de Hades.

 Ele não disse mais nada depois daquilo. Todos pareciam se assustar com o fato de eu ser filho do deus da morte. Bem... não todos. Trisha ainda continuava a mesma.

 -- Acho melhor eu ir para o meu chalé. – falei, pegando a mochila de sua mão.

 -- Pode dormir aqui sua última noite. Thomas não irá perceber, eu lhe garanto.

 Eu estava tão cansado que acabei dormindo no chalé de Hermes mesmo. Sam ainda não havia sido reclamado e aquilo me preocupava um pouco. Olhei para a cama de Anne e não a encontrei lá. Provavelmente já havia se mudado para o chalé de Atena. 

 O sono não demorou a vir. Mas, como toda noite, eu estava tendo pesadelos novamente.

“Então você já reclamou o garoto?” disse uma voz feminina. A mesma do meu outro sonho.

 “Sim. Ele provou que é meu filho. Estou observando-o desde que chegou ao acampamento e percebi que talvez ele possa ser um semideus poderoso.” Respondeu uma voz grossa e gélida, de dar arrepios.

 “E o outro semideus?”

 “Ele continua preso. E não ouse soltá-lo, ouviu?”

 O sonho acabara ali. Desta vez não acordei. O resto da noite passou tranquilamente.

***

 Fui o primeiro a acordar no chalé 11. Levantei da cama e arrumei-a. Peguei minha mochila, a espada e algumas coisas na cômoda, depois saí.

 O céu estava clarinho e a brisa fria da noite ainda corria pelo vale. Olhei em volta, procurando pelo chalé de Hades. Era o último da fila da direita. Era feito de mármore sólido e escuro, com colunas na frente. Havia duas tochas acesas do lado da porta, que era de madeira. Era um chalé elegante, de certo modo.

 Caminhei até ele e subi as escadinhas da varanda. Na varanda, havia alguns banquinhos, como os de praça, e algumas plantas. O chão era feito de madeira um pouco clara. A porta estava fechada, mas não trancada.

 Abri-a e deparei-me com uma sala incrivelmente bonita. O chão era de madeira escura brilhante. As paredes eram feitas metade de madeira escura como mogno e a outra metade – a de cima – era pintada com uma tinta clara bege.

 Havia uma lareira acesa ao fundo, perto de um tapete marrom-avermelhado. Três sofás de cor vermelha – não muito forte – ficavam ao redor da lareira, em cima do tapete.

 As decorações incluíam um monte de quadros, prateleiras com objetos cerâmicos estranhos, lâmpadas de parede e tapeçarias.

 Ao fundo da sala havia uma porta, que provavelmente dava para os quartos e o banheiro.

 Nas paredes de madeira havia prateleiras com livros antigos também, mas nada comparados às prateleiras do chalé 6.

 Realmente me surpreendi. Não parecia nada com o que eu havia imaginado sobre como seria o chalé 13. No fundo, eu esperava por uma decoração pesada e cheia de caveiras. Não com uma bela sala decorada.

 Joguei a mochila em um dos sofás e andei até a porta, abrindo-a. Como eu pensara, era um quarto. Tinha quatro beliches, todos com a colcha vermelha combinando. O chão era da mesma madeira e as paredes eram iguais às da sala. Perto da porta, havia um quadro de um homem sentado em uma cadeira, com um bidente em sua mão. Aos pés da cadeira, havia o maior número de caveiras e ossos que eu já vira.

  Era um chalé muito confortável e eu, por mais estranho que pareça me sentia feliz e em casa.

 Havia também algumas espadas com lâminas pretas na parede, mas eu ainda achava a minha mais bonita. Uma tocha iluminava um corredor que dava para outra porta. Andei até lá e abri-a. Dentro havia um banheiro com uma banheira, uma pia de mármore negro e um vaso sanitário. Bem... creio que não preciso dar detalhes do banheiro, certo?

 Voltei para a sala e comecei a explorá-la. Olhei os objetos de cerâmica – que pareciam com pessoas sendo torturadas, ou algo do tipo – e depois abri alguns livros, apenas por curiosidade.

 A maioria falava sobre a Grécia antiga e seus deuses. Outros falavam sobre os mitos e monstros, mas tinha uma seção apenas para livros sobre o Mundo Inferior. E, infelizmente, eles eram bem realistas nas imagens. Desenharam o Campo de Asfódelos e os Campos de Punição tão realistas que dava até medo.

 O mais estranho era que eu não estava tendo dificuldade para ler aqueles livros. Peguei um na prateleira e sentei-me ao sofá, perto da lareira, para lê-lo.

Toc Toc

 Olhei para a porta e vi Trisha parada lá na entrada, olhando o chalé. Marquei a página e fechei o livro, colocando-o em cima da mesinha de centro.

 -- Não é nada do que eu pensava que seria... – comentou ela, entrando no local.

 -- Não é proibido visitar chalés de outros deuses?

 -- Acho que sim, mas não me importo com regras.

 -- Sério? Juro que nem tinha percebido... – falei, ironicamente.

 -- Bom... vamos para sua aula, novato. Pegue suas coisas; não quero ficar aqui. Está muito quente, vamos para perto do lago.

 Peguei minha mochila, colocando-a no ombro. Depois guardei a espada no meu quarto, em cima de uma das camas.

 Saí do chalé, fechando a porta. Descemos as escadinhas da varanda e caminhamos em direção ao lago.

 -- Então... o que sabe sobre os Três Grandes? – perguntou ela, assim que subimos em um barco e começamos a remar pelo lago.

 -- Eles são os três mais poderosos deuses. E, pelo jeito, foram proibidos de ter filhos.

 -- Sim. Seus filhos eram muito poderosos e podiam causar uma guerra entre si ou brigar contra os deuses. Por isso Zeus, Poseidon e Hades fizeram uma espécie de pacto para não terem mais filhos.

 -- Só que, pelo jeito, quebraram esse pacto.

 -- Sim. Hoje em dia, o pacto não existe mais. Porém, eles ainda temem em ter mais filhos. – comentou ela.

 -- Certo. Sobre isso eu entendi. Agora... você iria falar sobre os poderes, não?

 -- Eu não sei muito sobre os poderes, mas sei que os filhos de Poseidon podem controlar a água, respirar sob a mesma e conversar com cavalos. Os filhos de Zeus controlam o vento e os raios. São capazes de voar também.

 -- Você já voou? – perguntei. Geralmente as palavras saíam da minha boca antes que eu pudesse segurá-las.

 -- Não – respondeu, firmemente. – Já os filhos de Hades, como você, possuem poderes diretamente ligados ao Mundo Inferior, como convocar espíritos e esqueletos, viajar nas sombras, conversar com mortos...

 -- Interessante... Posso conversar com esqueletos, mas que coisa legal... – falei, ironicamente.

 -- Noah, isso é sério, ok? Você é poderoso e tem que ter cuidado. Nós atraímos mais monstros do que os outros semideuses. – disse ela, me encarando profundamente nos olhos. Tinha horas que ela realmente me assustava, com aquele olhar confiante e de liderança.

 -- Eu sei que é sério.

 -- Ótimo. Agora... acho melhor irmos... temos aula agora e eles vão achar estranho se você não aparecer.

 -- Certo. – começamos a remar para a borda novamente – Ah... Eu estava lendo um livro lá no meu chalé, mas não tive nenhuma dificuldade em lê-lo. O que aconteceu? Eu tenho dislexia...

 -- O livro deve estar escrito em grego. Seu cérebro é programado para ler em grego, por isso não conseguimos ler livros normais.

 Chegamos à beira do lago e descemos do barco.

 -- O que temos agora? – perguntou ela.

 -- Não sei... acho que esgrima, talvez?

 Andamos até a arena, onde encontramos Sam e Anne parados na porta, conversando.

 -- Onde você acha que ele está, Sam?

 -- Não faço ideia, Anne. Acordei hoje e ele já não estava no chalé.

 Aproximamos sorrateiramente perto deles e gritamos para assustá-los.

 -- Aaaah! Que susto, seu idiota! – gritou Anne.

 Rimos da cara deles durante um momento, até que eles ficaram sérios.

 -- Onde vocês estavam? E por que suas coisas não estavam lá no chalé, Noah? – perguntou Sam.

 -- É... sobre isso... Precisamos conversar. Eu... eu fui reclamado ontem, na captura da bandeira.

 Contei tudo a eles, nos mínimos detalhes. Trisha foi completando a história quando eu esquecia alguma coisa. Eles ficaram surpresos quando falei que era filho de Hades, mas não se assustaram.

 -- Trisha estava me explicando sobre os Três Grandes deuses agora.

 -- Ah... – disse Anne.

 Will passou por nós, entrando na arena junto com os outros alunos.

 -- Vamos pessoal, estou a fim de matar alguém hoje. – disse Trisha, entrando na arena. Fomos logo atrás.

 -- Bom, formem duplas. Hoje será um treino básico. Peguem alguma arma da mesa para não demorarmos muito.

 A turma estava discutindo para decidirem as duplas e logo Will interferiu.

 -- Já que vocês estão se comportando como crianças, eu escolherei as duplas.

 Os campistas reclamaram, mas depois acabaram aceitando.

 -- Trisha, você vai lutar contra Sam. Anne contra Zack e Noah lutará comigo. Podem formar as duplas e começarem.

 Peguei uma espada de bronze na mesa, arrependido por não ter trazido a minha própria arma. Aproximei-me de Will e começamos a lutar.

 ***

Eu estava suando quando saímos da arena. Will não tinha facilitado nada. Pelo menos agora iríamos nos refrescar na aula de canoagem.

 Fomos para o lago e sentamos em duplas nos barcos. O instrutor era o próprio Sr. Brown. Sentei-me com Sam, que parecia animado por estarmos na água. Trisha foi com Anne e as duas conversavam bastante.

 -- Hoje iremos fazer uma pequena corrida de barcos – anunciou Thomas, que estava do lado de fora do lago, na margem oposta à nossa. Sua voz era alta o suficiente para escutarmos do outro lado. – Posicionem-se lado a lado. Quando eu tocar a trompa, quero que remem para cá o mais rápido possível. Ganha a dupla que chegar primeiro, obviamente.

 Remamos as canoas até elas ficarem lado a lado. Trisha e Anne nos desejaram boa sorte e nós retribuímos.

 -- Sam vamos remar o mais rápido possível, ok?

 Ele assentiu, pegando um remo e preparando-se. Peguei o outro e ajeitei-o numa posição melhor. O Sr. Brown pegou uma concha de caramujo e assoprou.

 Instantaneamente começamos a remar, competindo contra os outros. Uma dupla de garotas do chalé de Ares estava liderando, seguidas por Trisha e Anne. Nós estávamos logo atrás delas, quase as ultrapassando.

 Sam parecia alguma espécie de robô. Remava tão rápido que eu tinha que fazer força para acompanhar seu ritmo.

 Faltavam cerca de 20 metros quando alcançamos Trisha e Anne, ficando na frente delas. Porém, foi nesse momento que tudo deu errado.

 Umas garotas do chalé de Afrodite bateram na lateral direita da nossa canoa, onde Sam estava sentado. A madeira da canoa se partiu e ele caiu na água. O problema foi que as garotas – provavelmente não de propósito – passaram a canoa em cima de Sam, que teve que se abaixar rapidamente na água. Ouvi um barulho e pude ter certeza de que ele batera a cabeça no barco, tentando subir para pegar oxigênio.

 -- Saiam daí! – gritei para elas, mas as garotas estavam assustadas demais com o que haviam feito para se mexerem.

 Eu não conseguia enxergar o que estava acontecendo lá embaixo, mas Sam estava demorando tempo demais. Levantei e, sem pensar, pulei no lago. 

 Um turbilhão de bolhas me engoliu e eu demorei para me livrar delas. Passei por debaixo do meu barco olhando em volta. Sam estava na areia, de olhos fechados, mas não morto. Como eu sabia disso? Sinceramente, não faço ideia.

 Talvez por ser filho de Hades eu sabia quando as pessoas morriam. Nadei até ele; as roupas atrapalhavam o movimento, mas eu consegui chegar até ele.

 Por incrível que pareça – e juro que não estou brincando – ele estava respirando. Seu tórax subia e descia. Bolhas de ar saíam do seu nariz. Ele parecia normal – apesar de estar desacordado.

 O problema era que eu não respirava debaixo d’água. Puxei-o pelos braços até a superfície. O corpo dele pesava debaixo d’água, atrasando a subida. Meus pulmões já ardiam, querendo oxigênio.

 Subi o mais rápido que pude, finalmente alcançando a superfície. Respirei profundamente. Parecia que eu nunca havia respirado direito na vida. Uma grande quantidade de ar entrava e saía dos meus pulmões.

 Puxei a cabeça de Sam para cima e dei umas batidinhas no seu rosto para ver se ele acordava. Ele abriu os olhos e respirou normalmente. Soltei-o e deixei que ele acordasse.

 -- O que aconteceu?

 -- Você afundou no... Meu Deus! – falei, apontando para cima.

 -- Não seria “meus deuses”? – perguntou-me ele, antes de olhar para cima, para o holograma.

 Era um tridente. O símbolo de Poseidon. E o que me assustava mais era que tínhamos um semideus para cada um dos Três Grandes no acampamento. Meu cérebro me dizia que aquilo significava algo muito importante, mas eu não sabia o quê.

 -- Você... você é filho de Poseidon. 


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Notas finais do capítulo

O próximo capítulo sai em breve =)



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