Noah Parker E O Refúgio Dos Deuses escrita por Duda


Capítulo 6
Captura da bandeira - Parte 2


Notas iniciais do capítulo

Aqui está a parte 2... aproveitem =)



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 -- Desde que um cara chamado Percy Jackson apareceu por aqui. Não sei muito sobre ele... alguns dizem que ele fugiu, ou morreu, ou que está em uma missão com seus amigos... Acho que só o Sr. Brown sabe a verdade.

 -- Missão? Ele é o quê... um semideus agente secreto? – perguntei, no fundo brincando.

 -- Alguns semideuses conseguem receber uma missão e saem do acampamento por um tempo. Podem levar uns dois amigos consigo – falou Trisha tristemente.

 -- Você já recebeu alguma missão? – perguntei.

 -- Não.

 A conversa se encerrou e eu não me atrevi a perguntar mais nada. Olhei para as árvores e, de repente, algo fez um barulho. Levantei rapidamente, tirando a espada da bainha e ficando em posição de ataque.

 -- O que foi, Noah? – perguntou Trisha, ainda na pedra.

 -- Shhh!

  Ela desceu da pedra e andou até o meu lado, sacando a espada também.

 -- Escutei alguma coisa – sussurrei para ela, que andou uns dois metros para a direita, deixando a bandeira no meio de nós.

 Esperamos mais um pouco, olhando para os lados, até que escutamos um galho partindo. Olhei para Trisha e tivemos um conversa por olhares, que foi mais ou menos assim:

“Esperamos ou atacamos?”

“Acho melhor esperarmos, Noah. Eles estão se escondendo entre as árvores...”

 “Ok.”

Olhei para as árvores, tentando perceber algum movimento e, assim que consegui, Trisha já partira para cima do que estava lá.

Ela realmente gosta de fazer as coisas sozinha... pensei.

 Ouvi o choque de lâminas e um grito, mas não parecia ter vindo de Trisha. Olhei um pouco para o lado e vi um campista saindo de trás das árvores e correndo em direção à bandeira.

 Corri como um ninja para lá e, assim que o garoto ia começar a escalar a pedra, ataquei-o sem dó.

 Minha lâmina e a dele se chocaram, fazendo um barulho tremendo. Estoquei com a ponta e depois dei um giro, desviando de seu ataque.

 -- Você não vai pegar aquela bandeira. – falei, avançando contra o garoto e intimidando-o com a minha espada. Ao longe, pude ouvir Trisha e um outro garoto lutando.

 -- Veremos, novato.

 O jovem de cerca de 14 anos avançou para cima de mim e eu, em um rápido movimento, bloqueei seu ataque, girando seu pulso. Nossas lâminas se chocaram novamente e agora tentávamos acertar alguma parte do corpo do outro.

 Meus reflexos me diziam como me mover e meus músculos obedeciam num piscar de olhos. Era prazeroso lutar, atacar e desviar. Dava uma certa sensação no estômago, um frio.

 Então, quando estávamos lutando, o garoto desferiu um golpe quase mortal que rasgou minha camiseta e minha pele. Minha camisa azul estava ficando escura e eu sentia algo escorrer. Algo quente e viscoso.

 -- Ops... – disse o garoto, sem parecer nada arrependido.

 A raiva cresceu dentro de mim, fazendo meus sentidos se aguçarem. Eu quase conseguia ouvir a respiração do garoto.

 Avancei com o pulso firme para cima dele e tentei um movimento que atacava e ao mesmo tempo desarmava-o. O garoto ruivo não conseguiu fugir do meu ataque e acabou deixando a arma cair. Chutei-a para longe e, com o cabo da espada, acertei sua cara.

 Ele caiu no chão, inconsciente, mas não morto. Trisha ainda lutava com o garoto, que gritava. Abaixei os olhos para minha camiseta e a vi empapada de sangue e suor.

 -- Trisha está tudo bem ai? – gritei para ela, quando ouvi seu grito.

 -- Sim! Noah, cuidado, acho que tem alguém vindo! – gritou ela.

 E tinha mesmo. Um outro garoto, bem pequeno para a sua idade, vinha correndo em minha direção, carregando uma lança bem grande. Eu não estava em boas condições e ele podia ganhar de mim se Trisha não acabasse logo de lutar.

 -- Trisha acabe logo com isso! Não sei se vou conseguir cuidar do garoto sozinho, estou ferido! – gritei para ela, correndo em direção ao garoto.

 -- Olá garotinho... você viu como seu amigo acabou, não? Quer mesmo lutar contra mim?  

 -- Quem foi que você chamou de garotinho, hein novato? Meu nome é Liam, e não garotinho.

 -- Ótimo, já que estamos nos apresentando, meu nome é Noah. – estiquei a mão para ele, apenas para provocá-lo, mas o garoto levantou a lança e partiu para o ataque. Podia jurar que ouvi a Trisha rindo.

 Rolei para o lado, desviando da fincada que o garoto iria me dar. Dei um giro no ar e ataquei, rasgando as costas da camiseta de Liam.

 -- Essa lança não é muito grande para você não?

 Os olhos do garoto brilhavam de fúria e, apesar de seu tamanho, ele era bem forte.

 -- Aposto que você é filho de Ares, não?

 -- Algum problema? Pelo menos o meu pai me reclamou. – disse ele, tentando me provocar. Fiquei paralisado por um milésimo de segundo, chocado com o comentário do garoto – o que foi um grande erro.

 Ele veio para cima de mim, derrubando-me no chão. A ponta de sua lança estava na minha garganta. Se eu fizesse um movimento sequer, ele me mataria. Mesmo sabendo que aquilo era contra as regras.

 -- Quem é o baixinho agora?

 Lembrei-me de Trisha quando estava na mesma situação que eu. A espada ainda estava na minha mão e, por isso, eu consegui desvencilhar-me de Liam.

 Empurrei-o para o lado, jogando todo o meu peso e força em cima dele e coloquei a ponta da minha arma em sua garganta.

 -- Quem é o novato agora?

 Ele tentou se soltar, mas eu prendia seus ombros firmemente no chão. Tirei facilmente a lança de sua mão e joguei-a a uns bons metros de distância.

 -- É contra as regras matar pessoas na captura da bandeira. Você será punido. – alertou ele.

 -- Há uns 20 segundos atrás era você quem estava prestes a me matar e não estava nem um pouco preocupado com suas punições.

 -- Mas... mas... é porque...

 -- Fique calmo. Eu não vou te matar. – falei, saindo de cima de seus ombros. O garoto, desconfiado, levantou e olhou para mim. Tentou de alguma maneira me distrair para que conseguisse pegar sua lança, mas eu não era tão estúpido assim.

 --Eu falei que não ia te matar, mas não disse nada sobre te deixar inconsciente.

 Então, com um pouco de dó do garoto, dei-lhe um soco na cara. Liam caiu no chão desacordado. Trisha estava parada perto de uma árvore, assistindo tudo. Havia um corpo aos seus pés.

 -- Você o matou?!

 -- Claro que não. Só está desacordado... – respondeu ela. – Você está bem? Está sangrando.

 -- Estou bem, obrigado.

 -- O que foi aquilo? Apresentações? – disse ela, rindo e me fazendo rir também. Só que de repente sua cara havia ficado séria e assustada. – Noah. Saia. Já. Daí!

 -- O que foi? – falei, ainda rindo, achando que era um truque.

 -- Não olhe para trás. Apenas venha aqui, calmamente. Não faça nenhum movimento brusco. – falou, olhando fixamente para algo acima da minha cabeça.

 -- O que foi, Trisha? – Virei-me para trás e olhei para cima. Comecei a me afastar lentamente, olhando fixamente para a criatura em cima da rocha, perto da bandeira. Sua face era humana, mas a partir do seu pescoço, o corpo da criatura se desenvolvia em um imenso leão. Seu rabo espinhento lançou espinhos em todas as direções e, por uma incrível sorte, nenhum me acertou.

 -- O que diabos é aquilo?! – perguntei para Trisha, agora correndo em sua direção. Já havia visto aquele bicho em algum livro, mas eu realmente não me lembrava o nome dele.

 -- É uma mantícora, Noah. Aquela do seu livro de história. – disse ela. 

 O animal pulou no chão e começara a andar lentamente para nossa direção, como se estivesse se preparando para atacar a presa – o que era verdade.

 -- Quando eu disser “já”, abaixe-se no chão e tente acertar alguma parte dela. – disse Trisha, com a espada em posição de ataque.

 A mantícora continuou avançando e rugindo. Olhei para trás, mas não havia nenhum semideus para nos ajudar. Engoli a saliva e encarei o monstro.

 Então, quando menos esperávamos, a mantícora pulou para cima de Trisha, que nem teve tempo de gritar o “já”.

 A garota tentava acertar o leão, mas não conseguia mover seu braço, pois a pata da criatura estava em cima do mesmo. Corri para ajudá-la, mas Trisha fez um sinal para eu me afastar.

 -- O que você está tentando fazer? Quer ser morta?!

 Peguei uma pedra do tamanho de um tijolo e atirei-a na criatura, que desviou o olhar para mim. Então ela viu que tinha uma presa mais interessante em jogo.

 -- Noah! Cuidado!

 Respirei fundo, pisquei uma última vez, preparando-me para morrer. Mas algo em meu cérebro me dizia para provar ao meu pai que eu merecia ser reconhecido. Corri em direção ao monstro com a espada à minha frente.

 Consegui acertar uma de suas patas, ferindo a mantícora, antes de sair correndo para o lado de Trisha. Ela também estava machucada e não conseguiria lutar.

 -- Hei seu monstro idiota! Venha me pegar! – gritou Trisha, correndo para o outro lado.

 -- Trisha, não faça isso!

 O leão gigante virou-se para ela e correu com força e velocidade total. Ele ia matá-la em um piscar de olhos se eu não fizesse nada.

“Ele tem que provar que merece ser meu filho”.

 Fechei os olhos e concentrei toda a minha força no chão. Minha mão direita levantou e, na minha mente, eu vi uma fenda se abrindo no chão. Uma fenda que dava direto para o Mundo Inferior.

 Abri os olhos a tempo de ver a visão se concretizar. Faltava cerca de cinco metros para que a mantícora triturasse Trisha quando uma fenda de 10 metros de comprimento e pelo menos dois de largura se abrisse no chão como se alguém tivesse pego um canivete e cortado um pedaço da grama. 

 A criatura não teve nem tempo de tentar pular para fora da fenda. Vi-a com meus próprios olhos caindo lá. Caindo num buraco. Caindo e caindo para sempre.

 Olhei para Trisha. Sua cara estava além do espanto e do medo. Estava aterrorizada. Eu não sabia se ela estava aterrorizada por causa da mantícora ou por causa de mim.

 -- Trisha?

 Ouvi um barulho à minha esquerda e vi que o Sr. Brown havia chegado e também estava aterrorizado.

 Trisha afastou-se até encostar suas costas na rocha da bandeira. Respirou fundo e disse:

 -- Noah, você foi reclamado.

 Olhei para cima a tempo de ver um holograma preto. Havia um desenho. Um desenho de um crânio na frente de um elmo e um bidente. Um crânio. O símbolo da morte. O símbolo de Hades. 


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Notas finais do capítulo

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