Noah Parker E O Refúgio Dos Deuses escrita por Duda
Notas iniciais do capítulo
Gente, o capítulo ficou bem grande, então tive que dividir ele em duas partes ok? Espero que gostem.
Assim que o holograma desapareceu, o chalé de Atena foi ao encontro de Anne, chamando-a para sentar-se na mesa 6. Agora que ela havia sido reclamada, não tinha escolha – explicou-nos Trisha.
-- Eu... encontro vocês mais tarde pessoal – disse Anne, despedindo-se e partindo com seus novos companheiros.
Olhei-a ir embora, um pouco triste. Porém, logo chalé de Apolo veio ao nosso encontro.
-- Eu sou o Zack, pessoal. – disse um garoto alto e atlético. – Me mandaram avisá-los sobre suas posições hoje no jogo. Trisha e Noah ficarão na defesa, cuidando para que ninguém consiga pegar a bandeira.
-- E se eu não quiser ficar na defesa? – perguntou Trisha, intrigada.
-- Por favor, Trisha. Não complique as coisas, ok? Só estou falando o que mandaram. Sam, - disse Zack – você e Anne ficarão no ataque como guarda-costas do nosso time.
-- Ok. – respondi rapidamente, antes que Trisha dissesse mais alguma coisa. – Ah... A Anne acabou de ser reclamada. Ela está na mesa 6, com o chalé de Atena.
-- Hm... acho que seria bom eu avisá-la pessoalmente, então. Posso pedir alguma ajuda com estratégias... Tchau, pessoal. – Zack saiu correndo em direção à mesa 6 e logo começou a falar com Anne.
-- Você tinha que complicar, Trisha?
-- Eu faço o que eu quero, Noah. Mas acho que ficar na defesa não é tão ruim assim... tenho um plano aqui na minha cabeça...
O jantar foi normal, como sempre. Queimamos nossas oferendas e eu novamente pedi para que meu pai me reclamasse, porém até o momento eu não havia obtido resposta.
Quando acabamos de jantas, o Sr. Brown começou a falar.
-- Bom, como os instrutores os avisaram, assim espero, faremos a captura da bandeira agora. Para os novatos, a atividade é uma tradição do acampamento. Há duas bandeiras, representando os times, escondidas na floresta. Cada time sabe a localização de sua bandeira – disse ele, entrelaçando os dedos – O objetivo é pegar a bandeira e trazê-la para seu campo. Boa sorte às duas equipes. Encontro-os na floresta.
O chalé de Hermes levantou-se ( junto com os outros chalés) e eu e Sam também o fizemos. Zack não demorou muito para nos encontrar e nos levar para junto do time. Eu estava aguardando por novas ordens, já que não sabia o que tinha que fazer. Trisha se reuniu conosco e logo Anne também o fez. Os garotos dos outros chalés estavam discutindo sobre alguma coisa, mas ninguém havia saído do pavilhão ainda.
-- O que estamos esperando? Temos que fazer algo? – perguntei para Trisha, que era mais experiente.
-- Você quer ir lutar na floresta sem armadura e armas, Noah? Temos que pegar alguma arma para vocês três... A maioria dos campistas tem a sua própria arma – disse ela – Vou pedir permissão para irmos ao arsenal; fiquem aqui. – Ela saiu de vista, misturando-se na multidão de campistas discutindo entre si.
-- Então Anne, como são as pessoas do chalé 6? – perguntei à ela.
-- São muito legais, de verdade. Explicaram-me várias coisas sobre os deuses e sobre Atena. E também me perguntaram como era NY... alguns campistas passam o ano inteiro aqui, sabiam? Eles atraem muitos monstros do lado de fora. – disse ela, parecendo realmente animada.
Continuamos a conversar, até que Trisha apareceu, vestindo uma armadura realmente bonita e carregando sua espada nas mãos.
-- Venham. O Sr. Brown nos deu permissão para pegar armas e proteção. Ele levará os campistas para a floresta e nos esperará. Sigam-me.
Afastamo-nos dos campistas e seguimos Trisha pelo acampamento. Tudo estava escuro, mas ela parecia saber exatamente aonde ir.
-- Não peguem armaduras muito pesadas. Dificultará o ataque e seu movimento. Também não matem ninguém ou irão se encrencar. Podem ferir, mas não matar ou aleijar ok? – disse ela, como se fôssemos assassinos, enquanto andávamos em direção à uma espécie de galpão pequeno.
-- O que acontece se matarmos alguém? – perguntei curioso.
-- Seu chalé pode ficar com toda a louça para lavar, por exemplo. – disse ela, abrindo a porta do galpão. O interior estava todo escuro, mas Trisha acendeu as luzes apertando o interruptor na parede de ferro.
Uma por uma, as luzes foram se acendendo e iluminando o lugar. Eu não podia acreditar no que estava vendo. Dentro do galpão, havia o maior número de armas, escudos e armaduras que eu já havia visto. Pareciam aquelas coleções dos museus, só que com 10 vezes mais objetos.
-- Uau! – disse Sam por todos nós.
-- Sintam-se a vontade. Peguem uma arma, um escudo e uma armadura – disse Trisha. Entramos no recinto e eu corri os olhos pelo lugar antes de me mover.
Havia armas de todos os tipos, como machados; espadas; arcos; claves; facões; adagas e até mesmo lanças. Comecei pelas armaduras, optando por uma leve, mas que me protegesse bem. Não era muito confortável vesti-la, mas eu sabia que era preciso. Quanto ao escudo, não tinha a mínima ideia de qual pegar e, no final, acabei escolhendo um que tinha a forma de círculo, feito de bronze. Era bem pesado, mas nada tão anormal.
Finalmente andei para a área das armas. Também não sabia qual escolher, mas um machado estava fora da lista. Os arcos também estavam excluídos. Eu realmente não tinha talento para eles. Afastei-me deles e fui em direção às espadas e facões, em dúvida de qual escolher.
-- Hm... eu escolheria uma espada, Noah. Você tem uma incrível habilidade com elas – disse Trisha, caminhando lentamente até mim.
-- Sim... Mas eu também sei usar facões. Matei uma fúria com um. – respondi, passando a mão sobre eles.
-- Sério? Bom... mesmo assim eu escolheria uma arma mais longa.
Lancei um olhar para a mesa das espadas, procurando por nada em especial. Mas então, encontrei uma arma perfeita. Andei até ela e puxei-a debaixo das outras, fazendo muito barulho.
O cabo da espada era preto, feito de couro e, de certa forma, macio. Mas fora a lâmina que me chamara atenção. Era prateada e escura ao mesmo tempo, como se fosse um rio correndo na escuridão da mata. Media cerca de 1 metro – um tamanho ideal. Algo nela havia me chamado atenção, mas eu não sabia ao certo o que era.
-- Ficarei com esta – falei, fazendo alguns movimentos de ataque. Não era nem muito leve, nem muito pesada – era ideal.
-- Linda espada – disse Sam, que havia se aproximado. Ele já havia escolhido sua armadura e um escudo. Pegou uma espada bronze na pilha e fez alguns movimentos. Depois a colocou numa bainha na cintura.
-- Sim. Trisha, você sabe do que ela é feita? – perguntei, procurando por uma bainha da mesma cor da lâmina.
-- Não... – respondeu, aproximando-se e pegando-a da minha mão. – Nunca vi um material como este. Parece ser boa... tem o mesmo tamanho da minha.
Ela falava como se estivesse em outro planeta enquanto observava a espada. Depois de um longo tempo olhando-a, devolveu-me e foi ajudar Anne a pegar um escudo.
Peguei uma bainha prateada na pulha e amarrei-a nas minhas costas, de forma que o “cinto” que a prendia passasse por meu peito. Prendi a espada nas minhas costas e esperei pelos outros.
Anne havia escolhido uma adaga realmente bonita e mortalmente assassina. A ponta era tão afiada que quase furou sua própria mão quando ela a escolheu. Sua armadura realçava seus olhos e seu cabelo claro.
Quando todos estavam prontos, Trisha nos levou de volta e nos conduziu até a floresta – onde o resto dos campistas nos esperava.
-- Ótimo. Ali estão eles! Sr. Brown podemos começar? – perguntou Will. Andamos até junto do time e Zack nos cumprimentou.
-- Equipes! – gritou o Sr. Brown – podem armar seu campo! E lembrem-se, estamos aqui caso alguém precise de ajuda!
Thomas andou até um pequeno grupo de campistas mais velhos, que armavam um pequeno kit de primeiros socorros.
-- Boa sorte a todos!
Começamos a correr para dentro da floresta e era bem difícil não esbarrar em nenhum galho ou tropeçar em alguma pedra. Zack estava correndo ao nosso lado e nos alertava sobre alguma madeira no chão ou algo do tipo.
-- Anne, Sam! Vão para lá e tentem proteger e atacar o máximo de pessoas do outro time! Se virem alguém do nosso time carregando a bandeira, podem correr lá para ajudar. – gritou Zack, apontando para a nossa direita. Sam e Anne correram para longe, deixando-me com Trisha e Zack.
-- Vocês vão correr para lá, – disse ele apontando para a esquerda – onde encontrarão um campista com um arco. Ele lhes dirá onde a bandeira está. Cuidem para que ninguém a pegue. Preciso ir, boa sorte! – o garoto saiu correndo para a linha de ataque, deixando-nos sozinhos.
-- Vamos, Noah! – disse Trisha, despertando-me. Começamos a correr novamente, para onde Zack havia nos dito. Um galho arranhou meu braço, fazendo um bom talho. Vi meu sangue escorrer, mas – ao contrário de muita gente – não senti enjôos.
Outro arranhão para a coleção – pensei. O que Trisha havia feito no meu rosto ainda ardia um pouco.
Por falar em Trisha, ela corria na minha frente e, quando parou bruscamente, acabei esbarrando nela e nos derrubando no chão.
-- Ai! – reclamou.
-- Você que parou do nada! Aliás, por que parou? – perguntei olhando ao redor. Não havia nada em nenhum lugar.
-- Tem alguma coisa errada...
-- Não tem nada de errado, Trisha. Anda logo, temos que defender a bandeira!
Ela deu mais uma olhada em volta, mas depois voltamos a correr. Logo encontramos o campista de que Zack havia nos falado. Ele nos mostrou a direção e voltamos a correr.
-- Essa floresta é muito grande?
Estava difícil correr agora, pois - além do cansaço - as árvores estavam mais juntas e havia galhos e pedras por todos os lados.
-- Sim. É enorme. Mas estamos chegando. Foi uma boa estratégia colocar a bandeira bem aqui. A barreira mágica que protege o acampamento acaba lá, aonde quase ninguém vai. – disse ela, abaixando-se para desviar-se de um galho.
-- Barreira mágica?
-- Sim, ora. Um monte de meio-sangues em um lugar só atrairia milhões de monstros! – comentou – Ah! Olhe lá! É a bandeira! – disse ela, saindo em disparada.
Pulei uma pedra no meio do caminho e cheguei ao lugar onde Trisha estava. Havia uma rocha de uns dois metros de altura e, bem no topo, encontrava-se uma bandeira amarela.
-- O que faremos agora? – perguntei. As árvores aqui eram um pouco mais espalhadas, dando-nos uma boa visão caso alguém se aproximasse.
-- Sentamos e esperamos alguém aparecer.
A grama era macia, mas pinicava. Conseguimos arranjar uma pedra de um tamanho suficiente para duas pessoas sentarem, que era mais confortável do que o chão.
-- O que estava errado naquela hora, quando você parou de correr?
-- Achei que tivesse sentido alguma coisa... Como um pressentimento sabe? Mas acho que foi erro meu. Não havia nada lá.
Uma trompa soou ao longe e, agora, tudo o que conseguíamos ouvir era o barulho de espadas se chocando contra espadas, flechas sendo atiradas, gritos, explosões...
-- Agora não vai demorar muito para alguém aparecer. – disse Trisha.
-- Mas você disse que ninguém vem aqui...
-- Em dias normais ninguém vem aqui. E é justamente por isso que eles virão. Pois acham que esconderíamos a bandeira aqui; o que fizemos.
-- Tem certeza de que você não é filha de Atena? – perguntei, rindo. Ela também riu, o que me surpreendeu.
-- Mas é meio óbvio, não? Até você pensaria nisso, mais cedo ou mais tarde.
-- Ei! – falei, fingindo estar magoado.
Nós rimos por mais alguns minutos, até que eu cheguei a uma conclusão.
-- Mas... se o nosso time sabia que eles viriam aqui, por que me colocariam na defesa? Digo... eu sou um novato e tudo o mais...
-- Um novato que desafiou e lutou contra a filha de Zeus na aula de esgrima... – disse ela, sentando-se melhor – Eles não são burros, Noah. Sabem que você é um bom espadachim e que não desiste fácil.
-- Eu sou? – perguntei.
-- É o que?
-- Um bom espadachim?
-- Um dos melhores desde que... – ela não terminou a frase, o que me deixou muito curioso.
-- Desde que...?
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Ok... essa é a parte 1. Agora vou postar a segunda...