Noah Parker E O Refúgio Dos Deuses escrita por Duda


Capítulo 1
A Sra. Eeiley


Notas iniciais do capítulo

Primeiro capítulo da fic gente, espero que vocês gostem. Talvez hoje a noite postarei o cap 2.



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BUM!

 Ares havia batido com tanta força seu punho na mesa de madeira que ela acabou quebrando. Ele estava mais do que furioso. E qualquer um que entrasse em seu caminho acabaria morto.

 -- COMO VOCÊ PODE DEIXAR QUE ISSO ACONTECESSE ? NÃO ERA PRO ACAMPAMENTO SER SEGURO?

 -- O acampamento é muito seguro. Seu filho que estava fora dos limites de proteção! – esbravejou Zeus contra Ares.

 -- Agora a culpa é de meu filho? A me poupe Zeus! Exijo que você encontre ele imediatamente!

 -- E assim irei. Mandarei uma missão para o acampamento... aquelas crianças precisam de um pouco mais de ação. Fique calmo... – disse Zeus, assim que viu que Ares estava ficando mais irritado – Estarei procurando por seu filho também.

 -- Ótimo. Vou começar a busca... quem sabe algum engraçadinho não o pegou para me chantagear.

 Ares saiu da sala bufando e pisando forte. Seria capaz de lançar uma maldição em qualquer um que aparecesse em sua frente.

***

Nesse exato instante, Noah Parker acordava suando frio em seu dormitório. Alguma coisa estava errada. E, no fundo, ele sabia que era por sua causa.

***

-- E ai Noah! Como vai garoto? – perguntou Jean.

Jean era um garoto um tanto idiota do ponto de vista dos outros. Usava muletas e sempre vestia calças folgadas. Muitas vezes usava um chapéu ou boné, dizendo que seu cabelo não estava “nos melhores dias”. Idiota para alguns, mas para mim ele era meu melhor amigo. Jean também tinha uma pele levemente bronzeada e olhos castanhos.

 -- Estou bem, estou bem. – respondi sem muita emoção, ainda um pouco atormentado por causa do sonho que havia tido.  

 -- Certeza? Ah... fala sério Noah! Parece que você teve algum pesadelo ou algo do tipo. Vamos, levanta dessa cama! Quer se atrasar para a aula da Sra. Eeiley? Cara ela não vai gostar nadinha...

 -- Já estou indo Jean! – levantei irritado da cama e procurei por algo para vestir. Logo achei um par de jeans escuros e uma camiseta azul escura. Vesti a roupa e fui para o banheiro. Escovei os dentes e procurei pelo pente, sabendo que de nada adiantaria.  

 Olhei no espelho e vi um garoto de 12 anos de idade, com o cabelo preto escorrido, mas bagunçado. A pele do menino era um tanto estranhamente clara e os olhos eram de um preto profundo. Aquele garoto era eu.

 -- Já está pronto Noah? Vou te esperar lá fora.

***

-- Muito bom Senhorita Carmen! – parabenizou a Sra. Eeiley. Carmen era sua aluna favorita e nunca perdia a oportunidade de humilhar alguém. – Ah! Olhem só quem chegou... já estava na hora hein Noah? Já para o seu lugar garoto. E Jean... você tem até o final da aula para me entregar o trabalho.

 Lancei um olhar mortal para ela antes de me sentar no fundo da sala. Jean sentou-se ao meu lado e começamos a assistir a aula. Na maioria das vezes era Carmen quem respondia as perguntas. As duas – aluna e professora – deviam ficar estudando até tarde.

 -- Bom... vamos tentar dar uma chance ao Sr. Parker. O que significa esta frase, Noah? – disse ela, caminhando até a lousa e escrevendo alguma frase literária.

 Eu odiava quando ela fazia isso.

 Olhei calmamente para a frase, mas assim que o fiz, as letras começaram a se embaralhar na minha mente. Por mais que eu tentasse, nunca conseguia ler nenhuma frase sem demorar séculos.

 -- Eu... eu não sei, Sra. Eeiley.

 -- Aah... mas que peninha, não? Bom Parker, te dei uma chance e você não soube aproveitá-la. Quero um trabalho sobre Shakespeare para amanhã. Dez páginas, escrito à mão. E você Martinez, pare de rir ou lhe darei um trabalho de 50 páginas!

 -- Mas professora! Você sabe que eu tenho dislexia! – gritei para ela.

 -- Parker! Já para fora da sala! Não admito nenhum aluno gritando comigo! – vociferou ela para mim. Levantei-me decidido e sai da sala sem olhar para trás. Pelo menos aqui do lado de fora eu podia pensar com mais clareza no sonho que havia tido.

 Duas pessoas estavam discutindo sobre um filho desaparecido e Zeus era uma delas. Só que Zeus não existia! Nada da mitologia grega existia!

 Sentei-me no chão, ainda um pouco confuso com o que estava acontecendo. Eu tinha o pressentimento de que aquilo era culpa minha, mas eu podia jurar que não havia seqüestrado o filho de ninguém. E eu não tinha nenhum motivo para fazê-lo.

 -- Noah? Está tudo bem? – perguntou o zelador Brown, que era um grande amigo meu.

 -- Sim... só estou um pouco confuso, mas nada demais.

 -- Bom... se precisar conversar estarei na minha sala.

 Ele se afastou, mas não sem antes me lançar um olhar intrigante.

 Depois de alguns minutos o sinal bateu e o corredor virou uma bagunça total.

 -- Noah?! Cadê você?! – gritou Jean, desesperado, no meio de toda a confusão.

 -- Estou aqui. O que aconteceu? Você está desesperado... – falei, assim que me encontrei com ele e vi sua cara aflita.

 -- Precisamos falar com o zelador. Agora. – disse ele, me puxando pelo braço e olhando para trás. Ninguém parecia estar nos perseguindo ou algo do tipo. Até que eu vi a Sra. Eeiley correndo atrás de nós. Mas... não parecia com a velha Sra. Eeiley...

 -- Jean, o que está acontecendo?

 -- Não olhe para trás Noah. Não olhe. Precisamos ir para a sala do zelador. Imediatamente.

 Jean abandonara as muletas e tirara os sapatos. Olhei para baixo para ver o que estava acontecendo e quase morri de infarto. Não havia pés ou nada parecido, mas sim cascos. Cascos de burro.

 -- Jean?!?! O que está acontecendo?!?! E por que diabos você tem cascos?! Isso é alguma brincadeira?!

 -- Não, Noah. Não é uma brincadeira. Apenas corra. Vá para a sala do zelador e diga que você precisa sair daqui agora. Não vá para casa. Não há tempo.

 -- O que está acontecendo Jean? O que você quer dizer com “eu preciso sair daqui agora”? E eu não posso deixar você aqui sozinho... não com aquela coisa!

 Corríamos desesperadamente pelos corredores, que agora estavam vazios. Conseguíamos ouvir apenas os gritos da Sra. Eeiley.

 -- Corra Noah. Te encontro depois! – e então Jean simplesmente virou-se e correu contra a criatura que eu, até então, não sabia o que era.

 Meu cérebro estava em uma luta. Não sabia se eu deveria ficar e ajudar ou se corria para a sala do zelador. Como eu não conseguia mais ver para onde o Jean havia ido, resolvi correr para a sala do zelador.

 Desviei-me de alguns alunos que ainda estavam passando pelos corredores - matando aula – e corri com tudo para a sala do Sr. Brown.  

 Em pouco menos de cinco minutos eu conseguira chegar. Batia na porta desesperadamente, com o coração quase saindo pela boca. Meu cérebro ainda não conseguia processar a imagem da Sra. Eeiley parecendo um demônio.

 A porta abriu devagar e entrei na sala. O Sr. Brown assustou-se ao me ver lá e fechou rapidamente a porta. Depois caminhou até a mesa e guardou todos os papeis que estavam ali em cima. Só depois disso ele olhou para mim e viu minha expressão.

 A sala dele era pequena e apertada, com apenas uma janela que não iluminava quase nada. A lâmpada era fraca e criava umas sombras sinistras nos cantos da sala. Havia produtos de limpeza e vassouras para todos os lados.

 -- Noah, o que aconteceu? Você parece desesperado... Onde está o Jean?

 -- Eu não sei o que está acontecendo! A Sra. Eeiley estava correndo atrás de nós, mas não parecia nada com a Sra. Eeiley! E então o Jean me disse para vir correndo aqui e dizer que eu tinha que sair daqui agora. Estávamos correndo para chegar até aqui mas ele virou-se e foi de encontro com aquele... demônio... – falei tudo tão rapidamente que duvidei de que o Sr. Brown tivesse entendido algo.

 -- A Sra. Eeiley?! Não... não pode ser... Noah, precisamos sair daqui agora. Você tem algo que queira pegar em seu dormitório ? – perguntou ele, pegando uma bolsa no armário e guardando todos os papéis e objetos estranhos.

 -- Não... está tudo na minha mochila... Sr. Brown, o que está acontecendo?

 Antes que ele pudesse responder, a porta começou a chacoalhar. Do lado de fora estava uma criatura tremendamente feia e nada feliz.

 -- Noah, vamos ter que pular aquela janela. Rápido, vá na frente. E me espere do lado de fora!

 Olhei para a porta mais uma vez e vi que ela estava rachando. Corri para a janela e atirei meu corpo no vazio. Por sorte estávamos no andar térreo e, por isso, eu havia caído em um monte de grama. Ouvi um estrondo e depois vi o zelador pulando para fora da janela. Havia alguma coisa atrás dele que saiu voando para o céu até desaparecer.

 -- Sr. Brown...

 -- Por favor Noah, me chame de Thomas. E agora não dá tempo de explicar nada. Temos que correr. Ah! Ótimo, ali está o Jean.

 Minha cabeça estava totalmente confusa. Eu não sabia se aquilo era um sonho ou se era real. Era muita coisa para minha mente processar. 


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Notas finais do capítulo

deixem reviews se possível =)



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