Difícil De Prender escrita por Milla Benson


Capítulo 27
Capítulo 27


Notas iniciais do capítulo

Mais um capítulo!
Bjs!



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O jantar chegou e as duas saborearam a refeição, mas continuaram conversando todo o tempo, sobre vários assuntos. Olivia também falou o que fez nos dias em que ficou sozinha e um pouco das coisas na delegacia, principalmente sobre a equipe, já que Sara conhecia todos, pois era comum ela passar por lá depois da faculdade para ir para casa junto com Olivia, ou simplesmente as duas sentavam-se na lanchonete que tinha ao lado da delegacia e conversavam por um longo tempo. Às vezes quando Sara chegava, Oliva já havia saído e estava na lanchonete com a equipe, então Sara juntava-se a eles. Adorava conversar com John sobre as conspirações e Olivia ficava assustada ao ver que a irmã podia ser mais neurótica que o parceiro de trabalho.

– O que aconteceu hoje na delegacia? – Sara perguntou diretamente, sem rodeios.

– Nada... – Olivia foi pega de surpresa – Foi um dia como outro qualquer – respondeu rapidamente, mas ela mesma percebeu que não soou convincente – pegou uma porção de lasanha, levou a boca e depois engoliu.

– Tem certeza? – mantinha os olhos na taça de vinho.

– Sim – sorriu – Tudo bem.

Sara suspirou, deu um gole no vinho e virou-se para a janela. Oliva percebeu que ela estava irritada, mas decidiu ignorar. As duas terminaram o jantar, num silêncio incômodo.

– Podemos pedir a sobremesa? – perguntou Olivia, olhando o cardápio.

– Depende – Sara a olhou séria – Se quiser continuar fingindo que está tudo bem, pedir a sobremesa é algo perfeito. Assim o teatro fica mais convincente.

A atmosfera havia mudado completamente, agora estava pesada.

– O que aconteceu? Há alguns minutos atrás você estava rindo e me fazendo rir também – Olivia a olhava sem entender – e agora você está assim...

– É você que tem que dizer o que aconteceu, Olivia – balançou a cabeça – Eu vi a mancha roxa no seu pescoço, mesmo você tentando esconder com o cachecol quando chegou da delegacia e agora, com a maquiagem – ela a olhava fixamente – Sem contar que quando me abraçou, antes de sairmos, vi que estava angustiada... – buscava as palavras – preocupada... não sei exatamente. Mas é claro que algo aconteceu.

Agora foi Olivia que pegou a taça de vinho, deu um gole e só então respondeu:

– Sara, foi só um dia... difícil. Sabe que eu não gosto de te envolver nas coisas que acontecem lá...

Sara a interrompeu.

– É exatamente esse o problema – suspirou – você não me conta o que acontece, Olivia. Eu sei que o seu trabalho não é fácil e que quando chega em casa, o que menos quer é justamente falar sobre essas coisas, mas eu vejo que algumas vezes, apesar de ser uma raridade, você fica mal... como está hoje – agora ela já conseguia falar mais calmamente. Estendeu a mão, a colocou sobre a da irmã e lhe deu um sorriso – Eu... só acho que às vezes é bom falar, contar o que aconteceu... só quero que você saiba que eu sempre vou estar aqui quando precisar conversar.

Olivia segurou a mão da irmã, a puxou e a beijou. Ficaram sem falar nada por algum tempo.

– Você tem razão – finalmente respondeu – É que... eu vejo tantas coisas, Sara... coisas que são até difíceis de acreditar... coisas horríveis, então acabo não falando para você não ficar com isso na cabeça - ia falando aos poucos – O caso dessa semana foi um desses – admitiu – e por mais que eu lute sempre contra isso, e tente ficar imparcial, acabei me envolvendo de alguma forma.

Sara via que aos poucos a irmã ia contando o que tinha ocorrido.

– O que aconteceu? - perguntou delicadamente.

– Bem, hoje conseguimos prender os culpados e acho que de tudo o que envolvia o caso, foi uma das partes mais difíceis – Olivia gesticulava – E quando eu digo difícil, é no sentido de ver a frieza que uma pessoa pode ter... o que é capaz de fazer.

– Foi ele que fez isso no seu pescoço? – apontou para o local.

– Sim... durante a prisão. Elliot chegou bem a tempo.

– E o infeliz sobreviveu ao Elliot? – Sara deu uma risada – ele é sortudo.

Sara conhecia o parceiro de Olivia e sabia do seu jeito “todo especial” em tratar os suspeitos, principalmente se esse mesmo suspeito estivesse colocando sua irmã em perigo. Ela já vira os dois juntos e sabia, com toda a certeza, que ele faria tudo o que fosse preciso para proteger Olivia, se ela estivesse em risco. Sara via que a amizade entre os dois era algo muito forte e sincero.

– E que crime ele cometeu? – continuou Sara.

Olivia deu um suspiro só ao lembrar.

– Ele estuprou e matou duas universitárias, Sara – viu a expressão da irmã mudar, uma leve tensão – Ele também era universitário. Ele vendia drogas e armou uma emboscada para as duas. Disse que forneceria as drogas, mas as estuprou e matou – fez uma pausa – elas tinham aproximadamente e sua idade.

Benson pode notar uma expressão de medo no rosto da irmã, por mais que ela tentasse esconder. Ficaram em silêncio por um momento, Sara olhava para a rua e a irmã a observava.

– Elas tinham família? – perguntou Sara, ainda olhando o movimento do lado de fora do restaurante.

– Uma delas tinha. A mãe está arrasada – respondeu Olivia, olhando para a irmã, embora Sara continuasse olhando pela janela.

– Como... como alguém faz uma coisa dessas e consegue dormir depois? – Sara virou-se para Olivia.

– Não sei, não entendo – a olhava – e também não entendo porque elas foram procurar as drogas – sabia que esse era o momento certo, tentava manter-se o mais natural possível – Fiquei pensando nisso por uma boa parte do dia de hoje e por isso achei que seria bom sairmos para jantar e conversar um pouco – estendeu a mão e a colocou sobre o braço da irmã que estava apoiado na mesa – Vou fazer uma pergunta e quero que me responda com sinceridade. Sara, você já usou drogas? – perguntou Olivia.

Sara puxou o braço e a olhou incrédula.

– Então é isso? Para isso que você me trouxe aqui, para me interrogar? – falava visivelmente irritada.

Olivia nunca imaginou que ela ficaria daquele jeito, tentava fazer com que ela se acalmasse.

– Não precisa ficar assim – falava a olhando – Por que simplesmente não responde a pergunta?

Sara deu uma risada e balançou a cabeça.

– Sara, escuta... – Olivia foi interrompida.

– Escuta você – tentava controlar o tom de voz, não queria que as pessoas que estavam nas mesas mais próximas ouvissem – Eu não sou um daqueles suspeitos que você enrola e usa suas técnicas para poder obter uma confissão – respirou fundo – sou a sua irmã – pegou a bolsa – e agradeceria se me tratasse como tal da próxima vez – levantou-se e saiu pisando firme.

Olivia achou melhor não insistir. Conhecia muito bem o gênio dela e que a melhor coisa a se fazer era deixá-la respirar um pouco sozinha e só depois continuar. Ela pagou a conta e saiu do restaurante. Viu os olhares curiosos atrás dela, mas não se incomodou. Olhou ao redor e viu a irmã na praça que tinha do outro lado da rua. Foi ao seu encontro. Precisava esclarecer algumas coisas e, pelo visto, não seria algo fácil. Havia feito uma pergunta, mas no fundo, tinha medo da resposta...






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Notas finais do capítulo

Não é só a Olivia que tem um gênio forte... rsrrs
O que acharam?
bjs!