- Casamento? – Nunca havia sentido seu corpo tremer daquela maneira, da cabeça aos pés, cada extremo de seu esqueleto, cada pontinha de cada dedo, literalmente tudo tremia naquele momento.
- Casamento! Já está na hora não está? – A voz firme claramente não deixava nenhum resquício de hesitação.
- Mas, estamos juntos há tão pouco tempo... – Precisou parar para pensar no que dizer, a tensão estava mais forte do que nunca. – Casamento?
- Cinco anos Macy! – A firmeza da voz se dissipava, agora o grave se tornou levemente agudo – Desculpa, mas isso não é pouco para mim.
O meu sangue não corre em suas veias... Ele não pode me marcar... Eu não sou igual a ele... Como deixei isso ir tão longe?
Por mais errado que isso pudesse ser, Macy não tinha escolha, teria de violar os seus princípios, passar por cima de todos os seus preconceitos, de toda a raiva que tinha de si mesma e de sua raça. Amava John, e para ficar com ele, para ter direito de ficar com ele, teria de pedir permissão à virgem escriba.
Mas e a resposta? O que falaria para John? Apagar a memória por um minuto lhe pareceu uma boa ideia e enquanto estava ali, pensando no que fazer, o loiro de olhos castanhos profundos franzia o semblante olhando fixamente para Macy. A menina estava tendo um acesso ou algo do tipo?
- Eu quero que saiba que nada vai nos... – A frase que parecia ter um bom final foi interrompida por uma forte luz branca, seguida de vozes e imagens distorcidas. O calor da mão de Macy na testa do jovem advogado fazia todas as imagens ficarem mais embaçadas. A pele grossa embaixo da pele macia queimava, dava para traçar a marca dos dedos finos da jovem no espaço entre as grossas sobrancelhas e os cachos cor do sol.