Sete Pecados: Luxúria - Primeira Temporada escrita por Luxuriety


Capítulo 16
A batalha final. (Segundo ato)




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16 de Setembro de 2013.

A maior batalha de nossas vidas começa agora, prestes a me perder pra sempre, no labirinto de um jardim, de um velho senil cobiçador, tudo porque meus pais foram sequestrados. Nós só temos uma chance, Leigh, Madalena e eu estamos apostando tudo nessa batalha.

A batalha que pode ser a ultima de nossas vidas.

Eu sou Lysandre Warren, se você está lendo isso...

Provavelmente eu estarei morto.

Lysandre engoliu em seco, o som do seu coração estava alto, tão rápido que dava pra perceber o desespero, por mais que o de cabelos pratas pudesse disfarçar, já não era o único que estava assim, pois todos ali estavam do mesmo jeito.

-Eu te amo. –Um susurro foi ouvido da boca de Rosalya, que fitou Leigh. Um sorriso fraco brotou de seus lábios, enquanto apertava de leve a mão dele.

-Eu também te amo. –Retribuiu o sorriso.

-Lysandre, eu chamei as meninas. –Avisou Angella, surgindo ao lado dele. –Já já estarão aqui.

-Não podemos esperar mais. –Suspirou o de cabelos pratas. –Estão prontos?

-Não será mais fácil se você ou a Rosa se transformassem?-Madalena sugeriu. –Vocês sabem voar.

-Infelizmente o encanto de Lilith bloqueia esse tipo de magia. –Castiel respondeu. –Você e Leigh ainda podem se transformar, mas nada com asas passa por aqui.

-Por isso que eu não estava conseguindo me transformar, que desgraça. –Lysandre resmungou.

-Quer dizer que você também estava tentando. –Suspirou Rosalya. –Bem, vamos lá.

-Se é isso, vamos ter de seguir mesmo por terra, mas você ainda consegue. –Dimitry fitou Madalena. –Talvez possa farejar algo.

-Castiel daqui você pode ir agora, nós vamos seguir. Ouçam bem. –Lysandre voltou o olhar para o grupo. –Os anéis de nossos avós, não são apenas simbologia, para nós do clã Warren. –Avisava. –Mas, também serve como um aviso, outros antes de nós os usava para dar localizações, e avisar se atalhos foram encontrados. Angie. –A chamou. –Se caso precisar, levante seu anel a estrela que eu dei o seu nome. –Sorriu, segurando de leve os ombros dela. –Sabe qual a estrela.

-A estrela ao lado da lua. –Sorriu de volta a menina.

-Se precisar, eu virei imediatamente.

-Boa sorte Lys... –A garota o abraçou fortemente, as lágrimas marejavam seus olhos. Tentava contê-las, mas elas teimaram e acabou escorrendo por seu rosto.

O labirinto haviam quatro entradas, Madalena se transformou em husky siberiano. Ela seguiria com Dimitry, Rosalya adentrou ao labirinto, por uma das entradas e Lysandre a outra, Leigh entrou pela entrada da ponta, se todos se separassem seria mais fácil.

-Eu nunca me imaginei fazendo isso. –Resmungou Leigh pra si mesmo. –E se imaginei, não imaginaria que, seria tão cedo.

Angella tentou se aproximar, mas estacas de ferro fincaram nas entradas do labirinto, seguidas de mais e mais, até se formar uma grade. Um ítem no qual Asmodeus fez questão de acrescentar, eles olharam para trás vendo a grade bloqueando a entrada. Estavam presos, tinham de ir até o fim e não tinham como voltar.

EmyAnny estava dormindo, parecia estar numa espécie de transe, ou talvez até estivesse. E quem estivesse fazendo isso, não poderia fazer mais nada do que uma simples magia, Armin e Alexy não saiam de seu lado, guardando por ela. Faziam de tudo para que ela estivesse bem protegida, com os dois anjos da guarda ali. Não tinha nada com o que se preocupar.

-Eles começaram o caminho pelo labirinto. –Comentou Alexy.

-Será melhor que vá, Alexy. –Armin pediu. –Eles precisam de você.

-Não, se eu me afastar demais perderemos os poderes. –Reclamou. –E Emy não terá chances, eu vou ficar...

Armin suspirou tristemente, acariciando os fios de cabelo dela, a outra mão segurava a de Emy.

O uivo de Ivana foi ouvido, que chegou junto com Tsuki que estava na forma de gato. Voltando a sua forma humana.

-Onde está Lysandre e os outros?-Perguntou Tsuki preocupada.

-Foram na frente, Lilith está me mantendo longe. –Respondeu Angella, fitando as grades que deram passagem para as duas, sendo que das entradas, só duas foram desbloqueadas.

-Vamos. –Tsuki tentou puxar Angella, que se soltou.

-Eu não conseguiria passar mesmo se eu quisesse. –Respondeu a garota, triste. –Como eu disse, minha magia está sendo bloqueada por Lilith. Ela está fazendo de tudo para que eu, não chegue aos outros.

-Já está ajudando bastante. –Sorriu.

-Auhhhhhhhhhh... –Ivana deu um uivo, avisando que havia chegado e estava a caminho, para dentro do labirinto.

Já no caminho um pouco longe, Dimitry se virou quando ouviu o uivo. Fitando a parede de folhas e grama.

-Ouviu isso?-Comentou.

-Auhhhhhhh. –Madalena uivou, respondendo ao uivo, voltando a sua forma humana. –Ivana está a caminho.

-Por falar em caminho, como sabe que este é o certo?

-O cheiro do perfume da Debrah. –Torceu o nariz. –É tão forte, que daria pra perfumar todo um continente.

As outras meninas estavam a caminho, Ruby já não perdeu mais tempo, as grades do labirinto liberaram uma das entradas, imediatamente adentrando sem olhar pra trás. Ruby era bastante ágil e veloz, mas teria de tomar cuidado, a velocidade poderia ser a sua maior inimiga, pelo menos naquele momento.

-O labirinto. –Livy já na entrada pro jardim, se deparou com Angella ali.

-Aonde pensa que vai?-Castiel entrou na sua frente, antes mesmo dela passar do primeiro portão.

-Castiel, o que está fazendo?-Perguntou a garota, totalmente confusa com a atitude dele.

-Acha que será tão fácil assim?-O ruivo levantou a sobrancelha. –Eu não vou deixar você passar.

-Castiel. –Esbravejou, trincando os dentes. –Ou você deixa eu passar ou...

-Ou o quê?

-Você não vai sair mesmo não é?-Suspirou, se preparando em posição de combate. –Eu não tenho escolha, a não ser te tirar a força daí.

-Não vai ser fácil. –Castiel também estava preparado pra lutar. –Eu avisei isso.

-Não será tão difícil, você já não é mais um vampiro.

As palavras silenciaram, um firme olhar entre ambos, bem fixo. Se tinha que acontecer, iria acontecer ali e agora. Angella viu a cena, mas Livy a fitou por entre Castiel, como um pedido para que não interferisse. Sem mais cessar ela avançou pra cima do ruivo, com um chute, ele defendeu com os braços formando um x, o impacto foi bem forte que pressionou seus joelhos pra baixo, quase encostando-os no chão. Castiel a empurrou pra trás, dando uma joelhada em sua barriga que a derrubou, praticamente sem fôlego, de tão forte que foi o golpe.

-Eu disse que não seria fácil. –A fitou seriamente.

-Eu só estava começando. –Se levantou rapidamente, avançando com um golpe rápido, um soco em direção ao rosto do ruivo, mas ele desviou segurando o pulso de Livy, rapidamente a puxando e a virando, os braços estavam imobilizados por suas costas. Ela se debatia tentando se soltar, Castiel segurava-a com a força que precisava, mas ela levantou a perna tão alto, chutando o rosto de Castiel e em seguida, deu-lhe uma cotovelada tão forte, que o fez cair no chão. O pé de Livy seguiu em direção, a cabeça dele que imediatamente rolou para o lado, numa cambalhota para trás se levantou. –O que acha disso agora?

-Não me impressionou. –Castiel riu, correndo para dentro do labirinto.

-Volte aqui, seu maldito. –Livy praticamente saltou pra dentro do labirinto, correndo atrás dele a toda velocidade.

-Mesmo sem minha vampiridade ainda te dou uma boa surra. –A voz do ruivo foi ouvida, como um deboche.

-Tsc. –Estalou a língua, havia parado em algum lugar, um vazio no qual as paredes eram de verdes folhas. Um lugar naquele terrível labirinto sem fim, silêncio absoluto sobre o imenso céu estrelado noturno, o único barulho ouvido era as batidas do coração de Livy. A leve tremedeira sobre as pernas, como uma pequena eletrocução de baixos volts. O suor que descia por seu rosto, sobre a pálida face que não havia mais além de pânico.

-Olá. –Castiel surgiu, com um sorriso no mesmo tom de deboche.

-Seu... –Ela tentou dar um tapa, mas ele correu rapidamente.

Livy pegou as adagas acertando as paredes de folhas, atirando muitas delas tentando acertar o ruivo, mas infelizmente não teve sucesso, as adagas atravessaram as paredes de folhas.

-Errou.

-Ah é.

Uma luz surgiu, destruindo toda a parede e acertando as costas de Castiel, rasgando parte de sua roupa e deixando uma leve queimadura, que seria pior se as roupas não tivessem dificultado o trabalho. Foi ao chão com fumaça leve saindo de suas costas.

-É. –Castiel rastejava. –Eu te subestimei.

-Eu disse que eu passava. –Respondeu a garota, se ajoelhando ao lado dele. –Fala a verdade, você só quis me proteger não é?

-Como você é convencida. –Deu uma leve risada arrogante. –Ouça, bem. Haja o que ouver, não morra. –Pediu Castiel. –Não deixe que a morte chegue até você, nem ouse tocar a nenhum de vocês.

-Ainda não confia em mim?-Livy o apoiou em seus braços. –Eu sei me cuidar muito bem.

-Os laços sanguíneos são fortes, e isso é ruim. –Castiel acariciou o rosto de Livy, pondo uma mecha de cabelo, atrás de sua orelha. –Vai ficar por sua conta agora, eu te trouxe o mais perto que eu podia.

-Já ajudou bastante. –Disse a garota, os lábios estavam trêmulos. Mas, era obrigada a disfarçar, devido as circustâncias. –O que quer dizer, com laços sanguíneos...

-Que... –Sangue espirrou da boca de Castiel, sangue começou a escorrer de seu nariz e boca. –Arg, cof cof. –Não estava se aguentando, era difícil de manter os olhos abertos.

-Castiel fique comigo. –A garota tentava reanimá-lo, ele piscava rápido pra se manter acordado, mas as pálpebras pesavam cada vez mais, piscando num ritmo mais lento, fitando o rosto choroso e preocupado, de Livy que estava com os olhos arregalados, a imagem dela ia sumindo aos poucos, dando lugar a escuridão. Apenas escuridão, seus olhos se cerraram completamente. –CASTIEL...

-Huhu... –Shikara surgiu, dando uma risadinha e seguindo o caminho, labirinto adentro.

-Volta aqui. –Deixou Castiel sobre o chão, indo atrás dela. Mas, pelo caminho que ela seguiu, já a criança não estava mais lá. –Castiel. –Livy fitou Castiel caído no chão. –Obrigado. –Deu um leve sorriso, seguindo seu caminho.

Lysandre continuava a seguir, correndo e a ansiedade em seus olhos, para que encontrasse e resgatasse logo seus pais.

-Espera aí, esse caminho. –Lysandre parou, se deparando com uma adaga, fincada no chão grameado. –Eu já passei por aqui, droga. –Deu um soco no chão.

-Perdido Lysandre?-Asmodeus surgiu atrás dele, com um sorriso malicioso.

-Seu desgraçado. –Avançou com um soco, mas ele simplesmente atravessou, dando uma cambalhota pra frente, evitando cair no chão. Fountelle que estava na sua frente, não passava apenas de um olograma. –Você tem haver com eu me perder não é?

-Ora Lysandre, ou deveria dizer Lys-fofo?-Riu batendo palmas.

-Tsc, agora eu to entendendo. –Disse com um toque de arrogância. –Você está dando um jeitinho de, eu estou andando em círculos.

-Você simplesmente se perdeu como todo mundo, adimita que nem um membro da família Warren. –Fountelle continuava a falar daquele jeito, arrogante. –Não consegue passar pelo labirinto, construido por um velho gagá. –Num piscar de olhos, ele estava frente a frente com Lysandre, apertando seu pescoço enquanto o fitava, nos olhos bicolores. –Ou acha mesmo que eu esqueci, quando seus queridos antepassados me prenderam, nesse corpo de adolescente?

-Eu diria um cachorro... Ugh... –Gemeu por ter o pescoço apertado, daquele jeito. –Mas a Maddy se transforma em um cão, seria uma ofensa. –Mesmo daquele jeito, Lysandre sorriu debochado. –Você está mais para um porco.

-Mesmo assim você consegue ser irritante. –O jogou no chão. –Ou talvez não tenha sido estimulado, o suficiente.

Lançou uma adaga em direção a Fountelle, que desapareceu com as mãos nos bolsos, em um manto negro, no ar ouvia-se a sua risada, ecoando por um céu escuro, sem estrelas, sem a lua que iluminava todo o lugar, as folhas das paredes do labirinto começaram a apodrecer e a morrer, se destruindo enquanto as folhas acizentadas caiam, sobre a seca grama. Nada, era isso que havia no lugar, por entre essas paredes, um vazio sem fim, no qual a única coisa que se encontravam, eram corpos. Os corpos de Leigh e os outros.

-Irmão. –Foi até ele, a pele envelhecida e morta, na qual os vermes haviam devorado grande parte, parte dos dentes estava a mosta e um dos olhos, também. –O que está acontecendo?

Olhou em volta, as risadas eram ouvidas e pareciam se multiplicar cada vez mais, uma mão segurou o braço de Lysandre, mordendo-o. Um gemido alto de dor foi ouvido, da boca do de cabelos pratas, olhando pra baixo e vendo Leigh lhe mordendo, tentava se soltar, mas os corpos se levantavam. Como bonecos de marionete, Madalena surgiu atrás dele, mordendo o ombro, Dimitry mordeu o pescoço do outro lado. Aquelas presas adentrando sua pele, juntamente a mordidas deles, sentindo a pele soltar de sua carne, a carne soltar de seus ossos. Os corpos não paravam, vinham cada vez mais em sua direção, incluindo os de seus pais.

-N-Não é real. –Lágrimas marejaram seus olhos, escorrendo pelos cantos. Por causa da tamanha dor, Ruby mordeu seu rosto, arrancando a carne mostrando parte, de sua gengiva e seus dentes. –N-Nã... AHHHHHHHHHHH...

Um grito de dor, saiu dos lábios de Lysandre, que estava desmaiado no jardim.

-Lysandre. –Angella abriu os olhos rapidamente, socando a grade da entrada do labirinto. Sabendo que tinha algo errado com Lysandre, queria entrar de qualquer jeito. –Lysandre... –Deslizou até o chão, o choro só fazia aumentar. –Eu quero, ajudar você. –Apertou a grade, entre os dedos levemente feridos, por causa do impacto, no qual ela tentou bater sobre as barras de ferro. –Que Rafael nos ajude... Rafael?É claro, Emy... –Angella se levantou e correu pra fora daquele lugar, enquanto estivesse lá seus poderes não funcionariam. Os pés correram na velocidade que mais a menina suportava, e chegando a esquina longe dali, apertou os olhos vendo uma áurea negra, que estava rodeando toda a mansão. –Eu preciso me apressar. –A garota desapareceu, os poderes já não estavam mais bloqueados.

Do outro lado, Fountelle estava simplesmente lendo uma revista, sentado numa poltrona e Lilith em outra. Fariam de tudo, para que esta noite, fosse a última dos irmão Warren.

Os vampiros de Asmodeus, surgiram aonde Lysandre estava desmaiado. Avançando devagar, a saliva escorria pela boca, ansiosos para enfiarem os dentes sobre a carne, provar o doce sabor, do sangue fresco e novo. Que corria sobre as veias do adolescente de cabelos pratas, que se encontrava desacordado.

-O pescoço é meu. –Um dos vampiros falou, já aproximando os dentes do pescoço de Lysandre. De repente, parou, os olhos arregalaram como se fosse pego de surpresa, juntamente a um urro de dor, que surgiu de sua boca. Ele foi afastado mais e mais, estava preso pelo pescoço, a boca de um leão que o mordeu fortemente, até explodir o pescoço, rolando a cabeça da criatura.

-Peguem ele. –Gritou um vampiro. –Hoje é só festa.

Mais vampiros, avançaram pra cima do animal, que o jogou longe com uma patada. Pulou em cima de dois, mordendo o rosto e mastigando. Sangue voava pra todo lado, deu uma arranhada nas costas de um, o pegando com a boca, e jogando contra dois que vinham em sua direção.

-Arg me solta, criatura. –Um deles se debatia, por ser pego pela cabeça. O leão mordeu, a parte de cima da cabeça, esmagando-a e jogando o corpo contra o chão.

Mais vampiros surgiam, através do negro manto da escuridão. O leão soltou um rugido, protegendo o corpo de Lysandre, preparado pra lutar, contra aquela horda de vampiros.

Barulhos de tiros foram ouvidos, Madalena surgiu de uma parte do labirinto, com duas armas na mão, atirando rapidamente contra os vampiros. Mesmo com, aquela saravaida de balas, eles tentavam avançar pra cima de Lysandre, desacordado. Rosalya surgiu do outro lado, jogando adagas e em rápido movimento, como as criaturas estavam prestando atenção em Lysandre, as adagas acertavam a nuca, outras acertaram a lateral do crânio.

-Maddy. –Chamou a garota, correndo na direção da de olhos bicolores, que formou uma concha com as mãos. Rosalya apoiou o pé, pegando um impulso graças a um empurrão, deu um baixo salto no ar, erguendo as armas e começando a atirar, as balas de madeira banhadas em água benta, perfuravam a pele dos vampiros. Madalena deslizou pelo chão grameado, segurando o corpo de Lysandre e atirando com uma das armas, acertando ao coração da maior parte das criaturas.

Mas, nada adiantaria, a horda reconstruiu-se e mais vampiros, cercaram o lugar.

-Vamos proteger o Lysandre. –Os três cercaram o corpo do de cabelos prateados, como uma barreira humana.

-Não precisa falar duas vezes. –A mais nova responde, já armada com as adagas em mãos. Os três levantaram a mão, o anel brilhou dando um sinal de luz vermelha, indicando aos outros onde estavam.

Em outra parte do labirinto, corria Tsuki tentando seguir o caminho, indicado pela luz vermelha a frente.

-Alguém deve estar perto. –Resmungou pra si mesma.

-Huhuhu...

-Conheço essa risada. –Levantou a sobrancelha, olhando pra todos os lados.

-Olá Tsuki, sentiu saudades?-Ambre surgiu das sombras, com um sorriso malicioso. –Nossos momentos preciosos na floresta, duraram tão pouco.

-Que papo mais lésbico. –A garota recuava, para trás enquanto levava a mão devagar, ao cabo da adaga.

-É melhor nem pensar nisso. –A vampira loira, surgiu atrás dela dando uma investida. Que a derrubou no chão, Ambre avançou pra cima de Tsuki, que rolou pro lado desviando, o impacto do golpe dela deixou uma cratera no chão. –Tsuki, eu vou terminar o que comecei... –Falava, sabendo que ela estava por perto. A garota estava escondida, com as costas apoiadas na parede de folhas. –Desta vez não terá lobisomem nenhum pra te salvar garotinha. –Surgiu ao lado dela, dando um soco que prendeu os pulsos nas folhas, Tsuki deu um soco e em seguida um chute, que derrubou Ambre no chão. Um urro de fúria foi ouvido, com o olhar enfurecido avançou pra cima de Tsuki, ela deu um mortal de lado, desviando do ataque.

O labirinto era uma grande armadilha, mas para os veteranos não foi um mamão com açúcar, mas eles passaram com mais rapidez que os outros, que era o caso de Ivana e Kentin, já os vampiros que estavam de guarda, avançaram contra os dois, Kentin lançou estacas de madeira, banhadas em água benta acertando diretamente, ao coração morto e parado das criaturas. O derreter da pele, e o grito de dor, Ivana passava por eles, dando socos e empurrando mais as estacas, derrubando-os no chão.

-Lysandre não chegou. –Ivana falou preocupada.

-Ele é forte, logo estará aqui. –Jogou mais uma estaca, contra o último vampiro, em seguida dando um soco em seu rosto. Ivana deu um chute e pisando na cabeça dele, esmagando-o.

-Ou talvez não. –A voz de Foutelle surgiu da entrada da mansão, uma esfera de energia surgiu, e em ondas, girando o poder acertou os dois, que não conseguiram fugir a tempo, de tamanho poder. Só de ficar perto, o corpo paralizava. Estava ele parado ali na porta da mansão, dirigindo o caminho até perto da dupla, que se levantavam, mas, foram acertados mais uma vez, caindo no chão. –Devo parabenizá-los, por terem chegado até aqui.

-Nossa. –Shikara aproximou seu rosto de Ivana, encarando-o fixamente. –Seu rosto é tão belo. –A curiosidade estava mesmo em seus grandes olhos infantil. –Eu quero um corpo assim, Alexy-san.

-Terá o que quiser, em breve. –Respondeu Fountelle. –Mas, enfim eu estava cansado de esperar os convidados. –Apontou para uma luz do alto na mansão, no qual estavam amarrados os pais de Lysandre.

-Solte-os, eles não tem nada haver com isso. –Ivana o encarou com nojo e desprezo.

-Aí é que você se engana, eles serão úteis, para mim pelo menos. –Respondeu, enquanto pisava em Kentin. Um rosnado ecoou por todo o lugar, um rosnado animalesco, seguido de um tremor, como se algo quisesse sair da terra, algo bem grande.  –Oh, não é maravilhoso?-Sorriu. –Enfim, toda a humanidade, testemunhará a transformação.

-A transformação desse imundo planeta que se chama Terra. –Completou Lilith, dando de ombros.

-Transformação?-Kentin tentava se levantar, mas caiu no chão. –Você não está falando de...

-Aswang. –Confirmou.

Durante anos e anos, o demônio metarmofo conhecido como Aswang, está selado debaixo das terras do magnata François. Amarrado a quentes correntes, a carne exposta, sobre as feridas que se curavam, as almas daquela terra eram como refeição para a criatura, gritos de socorro e imploria por redenção, eram ouvidas dali. Aswang abria os olhos aos poucos, pois estava quase despertando.

Angella reapareceu no quarto, EmyAnny ainda estava adormecida.

-Angella. –Alexy dirigiu sua atenção a ela.

-Por favor, Lysandre precisa de ajuda. –Falava aos anjos, de maneira desesperada. –Mesmo com meus poderes bloqueados, eu conseguia sentí-lo, mas eu não o sinto. Eu estou com medo.

-Acalme-se. –O de olhos azuis, pôs a mão sobre o ombro dela, sua voz era calma e serena. –Se Lysandre está em perigo, nós iremos fazer algo.

-Isso mesmo. –Armin concordou.

-Hmm... –EmyAnny soltou um gemido de dor, o anjo moreno pôs a mão sobre a testa dela. Fechando os olhos, da escuridão apenas ouviu um grito de dor. Um grito de dor tão familiar, que parecia recente. E era recente, aquele grito de dor e pavor, era o grito de Lysandre.

-Ele está preso. –Respondeu o rapaz. –Caiu na teia de Asmodeus e não consegue sair, e se não for logo, ele vai morrer.

-Eu não posso entrar nos sonhos, não enquanto Asmodeus estiver interferindo.

-Nós podemos. –Alexy respondeu. –Para nós, Asmodeus é como uma simples formiga, que podemos esmagar com a sola do pé.

-Fique com a Emy. –Armin pediu a Alexy. –Nós retornaremos já, querida.

Os dois anjos, morderam a ponta do indicador, o sangue carmesim escorreu pelo dedo, um simples toque, uma luz surgiu dali, aumentando mais e mais, as asas surgiram, brancas e iluminadas com as penas voando, poucas voaram ficando sobre o chão.

-Isso protegera Emy. –O moreno retirou uma das penas, dando-a Angella. Em seguida os dois desapareceram.

Uma luz na escuridão, a imensa escuridão que a única coisa visível ali, mas pouco era aquele jardim podre, no qual encontrava-se cadáveres sobre o chão. Os gêmeos se fundiram transformando-se num anjo só, os cabelos negros e os olhos lilazes, as vestes brancas, como o mais puro rei, nos tempos gregos. As asas imensas e grandes destacavam por inteiro, o anjo naquela escuridão. O anjo Rafael.

-Lysandre. –A mista voz, mas divina e a mais suave. Fitou o de cabelos pratas, que estava cercado por aqueles cadaveres, vendo a cena aterrorizante, de se alimentar da carne dele. Ele estava de olhos fechados, totalmente desacordado, baixos gemidos saiam de sua boca, ele não encontrava forças para se soltar. –Lysandre, você tem de ser forte.

O anjo tentou se aproximar, mas correntes surgiram na frente deles. Privando a passagem dele, impedindo-o de chegar perto de Lysandre. O simples fato de que Asmodeus se aproveitava, da angústia das pessoas, isso era uma arma que poderia ser usada até mesmo contra um anjo. O próprio Asmodeus parecia estar em transe, o olhar vago, como se estivesse perdido em seus próprios pensamentos. Lilith encarava seus olhos fundos, enquanto ele apenas mexia o dedo, sobre o braço na poltrona, um ritmo que similava a batimentos cardíacos.

-Lysandre eu vim te ajudar, mas pra isso você precisa me deixar entrar. –Rafael tentava falar com o de cabelos pratas. –Me deixe entrar em seu coração.

Pôs a mão sobre as correntes, recebendo um leve choque que lhe fez retirar. Mas, Lysandre estava em apuros, Rafael adentrou as correntes, não se importando com os choques que recebia. Tentando chegar a Lysandre, que estava cada vez mais distante, as correntes arranhavam, abrindo leves feridas que cicatrizavam rapidamente, até se fecharem, deixando a pele limpa. As asas presas incomodavam, mas Rafael deixou a dor de lado, continuando a seguir o caminho pelas correntes.

-Ah. –Extendeu a mão, mas as correntes se fincaram sobre seu pulso, logo prendendo seus pés também. O deixando preso ali mesmo, olhando aquela imagem de Lysandre morrer aos poucos, devorado não por aqueles cadaveres, mas sim pelo poder de Asmodeus. –Lysandre, me deixe entrar em seu coração.

Enquanto ele não se liberasse daquela frustação, daquele medo... Da raiva que consumia Lysandre, por seus pais terem sido raptados. Rafael não poderia salvá-lo.


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