Casos E Acasos escrita por Bia chan


Capítulo 5
Quando um irmão resolve assim persiste




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Ao acabar o café Arthur foi ver em que estado estava o que sobrou do celeiro e como estavam os animais e eu fiquei com os meninos na biblioteca, enquanto eles desenhavam eu procurava algum livro que me interessasse para ler.

- Juh-san, leia esse aqui. O nii-chan falou que é muito bom e que no futuro devemos lê-lo. – Disse Matthew me entregando um livro de capa preta, bem conservado, na frente somente as palavras “Orgulho e preconceito” em dourado. Abri o livro e comecei a ler, era um romance bem interessante, uma garota de classe baixa que não quer casar por dinheiro, mas sim por amor, e que não vê isso como possibilidade, pois se não casar rápido impede que suas irmãs casem e tenham um futuro melhor, o que muda quando um homem entra em sua vida.

As horas passaram mais que voando, quando meio-dia veio, os garotos correram se me avisar para almoçar, nem notei se não fosse pelo inglês entrar e começar a rir, olhei para ele sem entender o motivo:

- O que foi? Porque você ri tanto? Posso saber?

- É só que... acho que você é muito estranha e relaxada. Não viu o tempo passar e nem os meninos saírem daqui. – Disse ele e eu comecei a olhar para os lados a procura dos dois.

- Não se preocupe, eles foram almoçar, porque um bom irmão cuida da alimentação dos outros, certo “Juh-san”? – Pude notar o tom de deboche no fim de sua fala, mas não dei atenção, voltei-me para o livro e continuei a ler, mas Arthur puxou o livro de mim – Comer é algo necessário para todos, você pode ler o quanto quiser depois, deixo até você leva-lo para terminar de ler em casa.

- Você jura!? – Perguntei levantando.

- Você sempre desconfia assim das pessoas?

- Não. E obrigada por me emprestar o livro, vou cuidar dele direitinho.

- Se cuidar dele como cuidou dos meninos hoje pode deixa-lo ai.

- Seu besta – Eu disse batendo o livro em sua cabeça.

- Viu, já tá destratando minha Jane.

- Jane?

- Sim a escritora desse romance. E eu não acredito que você pega um livro e não olha nem quem escreveu, você é péssima leitora

 – E você um chato, arrogante e irônico.

- E é o por isso que você me ama – Disse ele pegando uma mecha do meu cabelo e a beijando.

- Você ou gostou de mim ou quer algo de mim, então o que é?

- É, acho que sua desconfiança é só comigo, acho que você tem medo de mim.

- Medo? Eu tenho odeio de você, bom ódio não, mas é algo tipo isso... acho que eu te desprezo Mr. Kirkland.

- E eu acho que você está só tentando esconder que me ama. – Ele me agarrou pela cintura, e me beijou e como sempre eu correspondi deixando que ele me deitasse aonde eu estava sentada. – É você realmente gosta de mim, e vou confessar que isso não é ruim.

- Seu... – Não sabia como terminar a frase, então fiquei a encara-lo, aqueles olhos verdes esmeralda que me faziam sonhar e aquele sorriso jovial encantador. – Ahhh, como eu te odeio! Você está certo, eu...odeio o jeito que você me faz gostar de você!

- Eu nunca erro quanto a isso – Ele sorriu e me beijou novamente – E então vamos almoçar?

- Porque não? – Nós descemos de mãos dadas e conversando sobre a casa e os garotos, quando chegamos à cozinha, os meninos comiam torta de maçã.

Eles sorriram ao nos ver entrar juntos:

- Vocês estão mesmo juntos! Nós sabíamos desde o começo. – Disse Alfred enquanto devorava um belo pedaço da torta e Matthew concordava com um aceno de cabeça.

- Vocês não desistem dessa ideia né? – Eu perguntei chegando perto da mesa, cortando um pedaço de torta e comendo com as mãos. – Que coisa gostosa

- É sim, mas você devia almoçar direito – Censurou Arthur tirando a torta das minhas mãos e pondo em um prato – A regra nessa casa é primeiro almoçar e depois comer a sobremesa então se sente e vamos almoçar direito.

- Como quiser Mr. Kirkland – Eu disse com uma voz fresca e sentei ao lado de Matthew que ria com Alfred da minha brincadeira.

- Garotos, porque vocês não vão brincar lá no jardim e quando nós terminarmos aqui vamos lá com vocês. – Disse Arthur sentado a minha frente.

- Certo – Disse Alfred puxando Matthew e os dois saíram correndo pela porta dos fundos.

- Pensei que não gostasse que eles saísse para brincar sozinhos – Comentei pegando um prato e me servindo das batatas assadas e frango.

- Não gosto, mas liberdade tem que ser cedida algum dia – Disse ele comendo salada e algumas frutas.

O resto da refeição silenciosa, tirando pelo fato de Gilbird ter entrado pela janela com uma carta de Francis.

- O que foi? – Perguntou Arthur

- Nada, é só uma carta perguntando se eu estou bem, e se você está sendo insuportável como sempre. – Dei risada enquanto fechava a carta, mas quando olhei para Arthur sua expressão me preocupou. – O que foi?

- Nada, é só que eu fico pensando em como o Alfred vai ficar sozinho, me sinto mal por isso, mas não posso deixar um país tão poderoso sozinho.

- Leve ele com você, é o que ele mais quer mesmo, realize o desejo de alguém hoje, vamos todos juntos para a Europa.

- Não sei... vou sair para dar uma volta e depois eu falo com você sobre a minha resposta. – Disse ele levantando meio cabisbaixo e saindo da cozinha, terminei de comer sem muito animo e fui ver como estavam os meninos.

Correr deve ser uma coisa muito divertida quando se é criança, porque Alfred e Matthew corriam tanto que dava até aflição de ver como eles eram saudáveis e animados. Fiquei sentada olhando eles debaixo de uma árvore, até Arthur chegar com o cavalo perto deles e leva-los a algum lugar bem longe.

Voltei para a biblioteca e acabei de ler meu livro, quando desci Arthur não havia voltado, então perguntei para um dos criados aonde ele havia ido e ele respondeu que ele tinha arrumado as coisas dele e dos meninos e que sairia às cinco horas, e que não era para me incomodar com essa notícia.

          Subi mais que brava, joguei tudo dentro das minhas malas, desci correndo peguei um dos cavalos no campo coloquei a sela nele e cavalguei até o porto onde procurei pelo navio de Arthur. Perguntando um pouco descobri que era o último, o mais perto do mar, subi correndo sem ser vista, entrei na cabine do capitão pus minhas coisas lá e me escondi atrás de um criado mudo.


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