Give Love A Try escrita por brubs


Capítulo 1
Único


Notas iniciais do capítulo

Ler escutando Give love a try - Jonas Brothers
(http://www.youtube.com/watch?v=vRbQGq_8rO0)



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Ainda lembro como aconteceu… Lembro como se fosse ontem, ou como se tivesse ocorrido ha poucos minutos.

Estranho pensar que nossa paixão nasceu assim, em uma papelaria. Eu, um funcionário que não estava em seu melhor dia e ela, era o que eu poderia chamar de solução de meus problemas.

Não de todos, mas os do coração. Ela era como dirigir num domingo, como tirar uma folga na segunda...

Um sonho que se tornou realidade.

- Atrasado. – Senhor Parker me lançou um olhar de reprovação.

- Desculpe, o ônibus atrasou.

- É a décima primeira vez no mês e a terceira vez nesta semana! – uma menina baixinha desceu as escadas, pondo-se ao lado de meu patrão. É, tenho que me acostumar com a idéia de que a papelaria ganhou um novo dono e que ele é insuportável.

- Hã? – franzi as sobrancelhas, unindo-as. Parker pegou a menina no colo e sorriu.

- Orgulho do vovô. Tão esperta... E só tem três anos.

- Trabalho! Tem muita coisa a fazer, Nicholas. – ela me lançou um olhar enojado.

Parker subiu as escadas com ela no colo, permitindo-me pensar a respeito desse inicio de dia maravilhoso.

Meu ônibus não atrasou. Eu fiquei acordado até tarde, peguei no sono ás quatro da manhã e me atrasei. Meu primeiro telefonema do dia foi o de minha namorada, ou melhor... EX. E adivinhem só: ela tava terminando um relacionamento de quatro anos!

- Alô.

-Mel, bom dia! – ajeitei o cabelo com os dedos. Pus um casaco e corri para a cozinha.

- Eu, err... Não sei como dizer, mas... Acabou.

- Como assim?

- As coisas entre nós não andam bem, Nick. E esse relacionamento a distância... Conheci alguém legal.

TU, TU.

Ah, e tem mais: além de um belo pé na bunda, ainda tenho de aturar uma garotinha. O meu dia não pode ficar pior. E são... Sete e trinta. Sete e trinta e nada mais pode ficar pior.

- Oi, ta aberto? – ouvi algumas batidas na porta. Como eu estava parado no meio da loja e mergulhando em devaneios, me assustei.

Mas não foi um simples susto, eu tropecei nos meus cadarços desamarrados e caí em cima de uma pilha de cadernos.

É, tudo pode ficar pior. Terei uma linda dor nas costas, com certeza.

- Hã, oi...? – tornou a bater.

- Atenda! – Parker gritou, lá de cima. Aposto que estava esparramado no sofá, assistindo filmes de Ninjas e comendo cereal.

Levantei e devagar fui até a porta.

- Não abriu ainda? – ouvi uma voz doce, logo que abri a porta.

Era uma garota. Loira, pele pálida e com os olhos verdes mais lindos que poderiam existir. Tinha lábios rosados, e um sorriso estampado neles.

- A-abriu. – sorri. – Pode entrar. – dei espaço, e ela adentrou o local.

Lembro que ela ficou na papelaria durante exatos seis minutos. Comprou um caderno grosso de 400 páginas e umas cinco daquelas canetas BIC.

- Aqui. – colocou o caderno e as canetas no balcão. Levei alguns minutos para prestar atenção no que ela falava, era difícil sair de pensamentos abstratos assim, em segundos.

- São 12 e cinqüenta. – coloquei as coisas em uma sacola de papel.

Ela olhou para os lados procurando algo, chegou a apalpar as costas, com uma expressão assustada.

- Ai, Deus. – resmungou. – Pode guardar as coisas pra mim... Meia hora, mais ou menos?

- Hãn, sim, sim. Mas... Por que? Algum problema?

- Esqueci a bolsa com o dinheiro em casa. – sorriu fraco.

Agatha era uma completa esquecida. Deixava o irmão na escola, a capa do violão na aula de música...

Eu fui ousado, mesmo sabendo que poderia perder o emprego. Disse que ela poderia levar as coisas e deixar por minha conta.

Não sabia o motivo de meu ato, mas o fiz. Hoje sei que aquilo era algo como “inicio de uma paixão maluca.”

- Não, imagina! Eu pago, hãn... – atrapalhou-se com as palavras. – Como você se chama?

- Nick. Mas pode me chamar de Nicholas. – tive uma enorme vontade de me socar, depois que fechei a boca.

- Ok, Nicholas. – falou confusa.

Idiota você, hein Nick?

- NÃO! Er, meu nome é Nicholas... Mas pode me chamar apenas de Nick.

Ela soltou uma breve risada, e aquele som pareceu ser algo mágico. Eu me senti tão bem com aquele sorriso, que queria poder ouvir-lo por mais algumas várias vezes.

Agatha levou o pacote com a compra, praticamente obrigada por mim. Depois disto, recebi uma bronca histórica de Parker.

- Não flerte com os clientes. – disse, cuspindo a cada palavra dita. – E é melhor que ela pague aquelas 12 dólares, ou desconto do seu salário.

A meia hora mais devagar de minha vida, estava enfim concluída. Não sabia ao certo o por que de tanta ansiedade... Mas eu queria ver-la outra vez.

- Oi. De novo. – estava sentado em uma cadeira com os fones no ouvido. Tocava uma daquelas músicas sucesso em baladas adolescentes, que eu não sabia ao certo o nome.

Levantei subitamente da cadeira, perdendo os fones e derrubando o pequeno aparelho de som.

Era Agatha, ela tinha vindo. Percebi algumas mudanças, antes ela vestia um jeans e uma camiseta branca sem estampa, e agora usava um vestido florido e sandálias.

- Oi. – sibilei.

Colocou o dinheiro em cima da mesa e fez uma expressão de... Eu estava vidrado demais naqueles belos olhos verdes pra prestar atenção nisto.

Um toque clássico de Nokia Tune tomou conta do cômodo, fazendo com que ela retirasse um celular cinza da bolsa bege.

- Alô? – disse. Ficou alguns segundos escutando, mas logo respondeu. – Eu já disse que não vou poder Matthew, vou com Nolan. Não, eu nunca disse que acompanharia o Steven.

“Uau! Três garotos. Desista, seu paspalho.” Foi algo mais ou menos assim que pensei, prestes a perder esperanças. O fato de Agatha ser uma arrasa corações sempre me deixou inseguro.

- Ok, tchau. – ela desligou.

Fiquei sem ver-la durante três dias. Três dias confusos e estranhos.

Ligava para Melanie, mas ela nunca atendia. Continuava a receber broncas de Parker e da garotinha, e esperava ver ela outra vez.

- Tem trabalho por fazer. – Parker apontou para algumas caixas de cadernos.

Eu tinha que por coisas na cabeça, coisas como: não durma tarde, não discuta com o irmão caçula e esqueça essa garota. Você sói a viu uma vez, só sabe o nome e uma lista de três pretendentes dela.

- Vou ter que levar Charlie na casa da mãe, você fecha a loja. – Senhor Parker atirou as chaves no balcão, fazendo com que eu pulasse assustado.

- Ok. – assenti.

Eram quase dez da noite, e a papelaria fechava ás dez e quinze. Nunca entendi esse horário. Por que diabos alguém vai comprar canetas, cartolina, borrachas e outros materiais escolares a uma hora dessa?

Ajeitei algumas canetas gel que tinham sido derrubadas por algumas crianças, empilhei os cadernos de caligrafia e coloquei as caixas vazias no depósito.

Dez e onze. Virei à placa de open, para closed e apaguei as luzes. Saí e tranquei a porta.

As ruas estavam escuras e vazias. Vez ou outra via um poste fraco, ou alguém passar por mim.

Mas algo me parecia estranho naquele cenário tão simples e bem conhecido por mim, algo não caía bem e... Não era bom.

Escutei um choro, e logo em seguida alguns sussurros. Olhei para os lados, mas não tinha ninguém ali. Preferi não dar atenção e seguir meu caminho, mas algo queria que o contrário acontecesse.

Eu... Conhecia ela. O jeito, os cabelos e os olhos verdes que agora estavam vermelhos.

- Agatha? O que houve...?

Algo queria que o contrário acontecesse, o contrário aconteceu e mudou minha vida do melhor jeito possível.

Foi estranho nosso primeiro “contato”, uma primeira conversa concreta. Ela me disse que vinha de um baile escolar, junto com o namorado dela – Nolan, citado anteriormente -, e digamos que...

- Ele... – suspirou, largando o copo de água. – Ele queria fazer coisas que eu... Eu não queria!

Nolan tentou forçá-la, e não conseguindo o que queria, bateu nela. Lembro como ela estava com o vestido sujo e rasgado, com hematomas em braços e pernas.

- Obrigado pelas roupas, Nick. – haviam ficado um pouco largas, mas ela jurou terem ficado ótimas. – Posso usar seu telefone? Quero falar com uma amiga, pra dormir na casa dela.

Agatha era colega de república de Nolan, ela estudava Literatura. Não queria voltar pra lá porque sabia que o encontraria.

Foi aí que eu entrei em cena:

- Pode dormir aqui, se quiser. Fico no sofá.

Não sei como disse aquilo, apenas disse e ponto. De inicio ela recusou, mas logo em seguida aceitou.

Peguei roupas de cama e coloquei na cama, peguei meu travesseiro e fui para a sala.

A noite passou lenta e completamente entediante. Não passava nada na televisão e, eu estava sem sono.

Passava um documentário qualquer, sequer me dei ao trabalho de prestar atenção e me informar do titulo. Eram cinco da manhã.

“Pelo menos daqui a pouco você tem que levantar e se arrumar, olhe pelo lado bom. E o ruim é que você não dormiu nada.”, pensei.

Fechei os olhos e tentei dormir uma hora, pelo menos. Eu só tinha uma hora de sono, então não posso vir com o “pelo menos”. Nick  seu idiota.

O sofá era desconfortável, a luz da janela que esqueci de cobrir com a cortina iluminava a sala inteira e algo mais tirava meu sono.

Apenas tentando descobrir que ‘algo mais’ é este.

- Hãn, Nick? – despertei de meu cochilo rapidamente. – Te acordei?

- Não, eu... Já estava acordado. – levantei, ajeitando minha roupa. Dormi com a mesma roupa que ontem usei para trabalhar.

- Ah. Eu... Acho que já vou indo.

- Já? Digo, não está muito cedo? – disfarcei. Eu... Estava decepcionado?

- Eu quero passar no campus e pegar minhas coisas. – sorriu fraco.

- Ah, sim. – assenti. – Te acompanho até a porta.

Agatha estava com o vestido da noite passada, mas usava um dos meus casacos por cima.

- Ainda hoje passo na papelaria e te entrego. – disse – Vai estar lá?

- Vou, mas... Não precisa. Pode ficar pra você, se quiser.

- Hãn, ok.

Logo que ela foi embora, me arrumei para o trabalho. Segui meu “ritual”, aquilo já havia se instalado por completo em minha rotina. Banho, vestir, café, tentar ligar pra Melanie e trabalho.

- Alô. – HÁ-HÁ! Uma hora ela tinha que atender. – Nick, me esquece.

TU, TU.

Suspirei e coloquei o telefone no bolso. É, Melanie. não queria mais nada comigo.

O ônibus atrasou, sim, desta vez não estou mentindo. Atrasou mesmo. Tive de ir a pé, e no caminho aproveitei pra preparar-me para a bronca mortal.

- Seu incompetente. – Charlie acertou um urso de pelúcia na minha cara, logo que adentrei o local.

- Bom dia. – forcei um sorriso. Maneira maravilhosamente maravilhosa de começar um dia!

Meu dia foi normal, eu acho. Coloquei alguns cadernos que chegaram, no lugar, limpei a bagunça que a maioria dos clientes fazia e aturei Charlie. Ô garotinha irritante!

- O que eu fiz pra você? – perguntei. Charlie me olhou, arregalando seus enormes olhos azuis.

- Você é um paspalho, Nicholas. – deu de ombros. Então, ta. – Faltam quinze minutos para seu horário de almoço, anda vaza.

- M-mas... Não ta na hora.

- Vai logo. Não agüento mais ver sua cara feia.

Charlie era um verdadeiro encosto em minha vida. Ops, ainda é. Só que aparece na papelaria nos feriados, já que infelizmente foi morar em Boston com sua mãe desnaturada.

Dei de ombros e peguei meu casaco, saindo do local logo em seguida. Iria na Tina’s, a lanchonete que tornou-se a de sempre por motivos como: proximidade do trabalho, sanduíche de atum e preço.

Sentei na mesa de sempre, mal toquei no cardápio. Escolhia sempre a mesma coisa.

- O de sempre. – disse para a garçonete.

Não demorou muito e meu sanduíche chegou. Pedi também um suco de laranja.

Almocei – se é que podemos chamar isso de almoço – e saí. Paguei a conta e quando ia andando pela calçada...

- Ah, Nick? – olhei pra trás e deparei-me com Agatha. Ela levantou o casaco no ar, gesticulando.

- Er, não precisava se preocupar... – disse, enquanto pegava o casaco.

- Deixa disso. – sorriu.

- Você ta... Hum, bem?

- Sim, na medida do possível. Nolan insiste em ligar, dizendo que tinha bebido.

- Podemos conversar sobre isso, se quiser. Volto ao trabalho só daqui a meia hora.

Aquela foi uma das conversas mais estranhas de toda a minha vida. Nunca pensei que alguém pudesse achar minha vida tão interessante, quanto ela achou.

Eu sou apenas um azarado que não se saiu bem com a faculdade que prestou e que, trabalha em uma papelaria caindo aos pedaços. Tenho vizinhos de porta que, vivem para brigar. Uma velhinha que da em cima de mim mora no andar de baixo, e no de cima um solteirão treme o chão dele que, é o meu teto, com aquele ninho de garotas de programa.

Realmente não sabia o que tinha de especial em mim, mas o que provocou risadas estridentes nela, ah isso eu sabia! Impossível não se emocionar com a minha vida que é ainda mais emocionante que toda aquela emoção.

- Você não é tão... Sem nada a contar, assim. – deu de ombros – Me fala da sua família...

Falei sobre como foi horrível viver sob mesmo teto com Joe e Frankie, já que o chato do Kevin casou-se. 

- Eles não devem ser tão chatos assim. – riu.

- Eles são! Mas em pelo menos uma coisa tenho sorte: Kevin saiu de casa! – suspirei e ela gargalhou.

Conversamos por mais um tempo. Era sua vez de falar sobre ela, e cada vez mais me interessava por Agatha. A cada palavra proferida.

Ela era do Brasil, e tinha um segundo nome, Rutti. 17 anos, violão, skate e música.

- Música é minha vida. Você tem sorte em ter cursado. – suspirou. – Por pressão da família fiz Literatura.

- Ah. – eu não sabia o que dizer, pra variar.

Minha meia hora se foi, e tive de voltar para o trabalho. O casaco debaixo do braço eram as lembranças de tudo aquilo que estava me ocorrendo.

Passei duas semanas questionando-me. Mais duas e, logo já tínhamos seis, e depois oito.

E eu lá, vivendo por viver. Em um conflito comigo mesmo.

- Como foi o trabalho? – agora Agatha me esperava na saída, todo o dia. Íamos para o Tina’s e pedíamos o hambúrguer mais gorduroso, e logo em seguida o sorvete mais repunante.

Era estranho conviver com ela, amigos por um incidente de um idiota. O idiota que ela perdoou o idiota que eu sinto vontade de atacar com uma barra de ferro a cada beijo que presencio entre eles. Quando ela sorri, iludida com o fato de que ele mudou só não lhe acerto com a barra que Nolan merecia, porque eu amo ela. E porque eu não seria um idiota. E porque eu amo ela. E porque... Tem muitos “porque”!

- Qual deles? – Agatha mostrou-me dois vestidos. Um rosa claro e outro preto.

- Para...?

- A festa de aniversário do Nolan! Eu já te falei umas... Mil vezes!

- Ah, sim. O aniversário do idi... Nolan. A festa do Nolan. – disfarcei.

- Isso. – assentiu – Qual o mais bonito?

Dei uma breve olhada nos vestidos.

- O preto. - afirmei.

- Preto?

- Sim. – dei de ombros. – É bonito.

- Valeu você não existe, Nick. – sorriu e correu para o provador.

“É bonito... E simboliza o luto. Vai que isso trás azar pra ele e, um raio caí em sua cabeça?”, completei mentalmente.

Eu só queria ver Nolan morto e... Só.

Quando contei do porque da escolha do vestido preto, Agatha quase vomitou o fígado de tanto rir. Ah, e não podemos esquecer de que ela ficou sem falar comigo durante um dia inteirinho. Ou tentou.

Mas, olhei pelo lado positivo: falei que meu ódio, era por causa do que ele tentou fazer. Não falei nada sobre meu amor não correspondido.

- Alô, Agatha? – estava deixando um recado na secretária eletrônica. Pela milésima vez, em uma hora.  – Me desculpa, por favor! Eu... Até que odeio ele com razão. Mas, me desculpa. Prometo que não faço mais isso.

O que eu não sabia, era que ela parou de atender aos telefonemas, por outro motivo. Ela e Nolan tinham brigado feio... Juro que não fiz macumba, ok?

Ele tinha ciúmes excessivos (será que a ponto de escolher um vestido que simboliza luto? Acho que isso, só eu mesmo pra fazer! *risos*) e isso estava incomodando demais. Também tinha outra coisa mais complicada, vinha a tona de novo aquilo de forçar Agatha.

Quase comprei uma arma e fui atrás dele.

Acho que isto fez com que nos aproximássemos mais, mas sem a questão “amor”. Eu via como Agatha estava determinada a pular fora de qualquer envolvimento, de como ela tinha se decepcionado demais em outros relacionamentos... Respeitaria isto. Eu não me importo em ser o amigo... Desde que eu possa ficar perto dela.

Ser a primeira pessoa que ela pode contar (sim, roubei até o lugar da Bruna, amiga dela que hoje, é namorada de Joe), fazer ela sorrir e abraçar-la eram sensações únicas e inexplicáveis.

Mas, eu não posso negar, tinha esperanças de ela desistir disto. Assim eu poderia dizer pra ela o que realmente queria dizer! Parar com o teatro de amigos, passar para o estágio de namorados.

“Talvez isso só seja coisa da minha cabeça. Nunca poderemos ter algo.” Era o que eu pensava. Mas eu senti-me feliz por ter estado redondamente enganado por quase um ano.

Uma vez eu fiquei bêbado, tomei um completo porre. Eu... Só queria esquecer a merda da minha vida por uns tempos, mas aquilo se tornou algo como uma avalanche de acontecimentos.

Bebi demais e falei demais. No dia seguinte, acordei com uma dor terrível de cabeça.

- Café. – Agatha estendeu-me uma xícara. Eu tinha falado tudo, contado o que eu sentia por ela, que eu a amava...

Eu apenas queria que ela considerasse aquilo um papo de bêbado, e depois poderíamos rir de tudo aquilo, normalmente. E ao mesmo tempo não queria.

Tudo seria mais fácil, muito mais fácil, se logo fosse resolvido.

Havia um lado bom, e outro ruim. O bom e impossível, seria se ela também gostasse de mim. E o ruim, era que ela obviamente não gostava de mim e, nossa amizade ia acabar.

- Eu, er... Falei demais, ontem à noite. – fitei o café. Escuro, com aquelas linhas brancas e bagunçadas na bebida. Fumaça subindo, ar quente batendo no rosto.

- É. – riu. Ok, ela não se zangou. Ponto pra mim. – “Agatha, meu chuchu!”

Engasguei com o café. Ok, dessa parte não lembrava.

- Não lembro muito dessa parte... Hm, paguei muito mico? – coloquei o café no criado mudo.

Fui puxado pela gola da camisa, senti seus lábios doces nos meus. O cheiro floral do seu perfume, seus dedos afagando meus cabelos. Minha mão na sua cintura, os olhos fechados, aproveitando meu sonho que havia tornado-se realidade. Uma chance ao amor, e eu não a decepcionaria.  Jamais. 


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Notas finais do capítulo

Espero que goste, miga! *-*