Guide Light escrita por Ash Kuhomi


Capítulo 1
Please Guide Me


Notas iniciais do capítulo

" Mas o destino deu uma ajuda, algo foi contra o tal merecido destino, algo foi a favor de uma alma perdida. "
O que aconteceria se você se encontrasse em uma situação assim ?
Se a luz de sua existência fosse feito de escuridão ?
Se o único ser que lhe acolhe é impuro ?
Você desistiria ? Ou continuaria seguindo pela escuridão ?



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Cause it's you and me and all of the people

Porque somos eu e você e todas as pessoas

I don't know why I can't keep my eyes off of you

E eu não sei porquê, eu não consigo tirar os olhos de você.

-You And Me | Life House

Guide Light 

Era tarde , o céu já havia ganhado uma coloração escura e aos poucos as estrelas iam ganhando o seu devido lugar no céu. Olhos azuis como o oceano estavam cravados em tal espetáculo, afinal o fato de tal coisa acontecer seria visto por tais olhos por muito tempo. 

O mesmo pegou uma coberta e cobriu seu corpo, que sofria pela ação do frio por estar descoberto. Seguiu para o quarto, voltando ao ambiente normal, se privando do que não estava ao seu alcançe proporcionando a ele mesmo uma chance de ser feliz. Feliz, essa palavra soava um pouco ridícula, mas como Aberlin tinha dito: "Ele tinha um futuro ..."

Tudo bem que não era lá aquele futuro desejado por todas as pessoas, não são coisas das quais alguém pediria em uma oração antes de dormir, mas aquilo o pertencia e diferente de outras coisas, ele não poderia deixar aquilo simplesmente escapar. Não iria ficar perdido nem mesmo sendo um fardo para terceiros, tudo que antes lhe pertencia, agora virara nada. Virara pó, cinzas de um passado sombrio e tenebroso, seria uma bela história de terror para se contar para crianças, ou até mesmo para se torturar. Mas o destino deu uma ajuda, algo foi contra o tal merecido destino, algo foi a favor de uma alma perdida. 

Uma luz ? Não, na verdade quem o sustentou foi a própria escuridão, ela com sua força e seus pecados, com sua ilimitação. Ele questiona se foi pecado o que fizeram, afinal justiça não é uma qualidade vinda da parte de Deus ? Glorificada pelas igrejas ? Qual é o mal nisso ?

Não foi a igreja que o ajudou a suportar tudo, não foram eles que estiveram lá, que permaneceram ao meu lado até que o inimigo me derrubasse. Mas no final acabei vitorioso, não que a vitória o fornecesse algo melhor que antes, mas pelo menos  ofereceu-lhe o sentimento de ordem cumprida.

O menino novamente voltou a si se encontrando na porta do quarto, seus olhos azuis alcançaram a cama e lá estava ele dormindo. Seus cabelos negros se destacavam da almofada e lençóis brancos , seus braços repousavam aonde se encontrava o seu corpo a algumas horas atrás. Suas pele era branca e brilhante, seus rosto com traços fortes que escondiam sua verdadeira forma, uma forma que nem mesmo o mesmo reconhecia.

Sim já era hora, ele tinha de admitir. Ele havia se apaixonado por um demônio, que por irônia da vida, fora o seu guia para sair do buraco negro que se encontrava anos antes, todo aquele ódio, decepção e medo. Todos eles foram removidos, pelos braços daquele homem, que foram afastados por aqueles olhos vermelhos. 

O garoto olhou para a mesa que se encontrava a sua esquerda, encostada contra a parede e lá estava a única recordação pertencente a família Phantomhive. O fundo era uma grande mansão que lembrava o século XX, grama verde e bem tosada, brinquedos diversos sobre o chão. Os cabelos loiros esvoaçavam contra o rosto pálido de Rachel, seus olhos azuis adquiriram um tom mais claro com o tocar dos raios do sol, o seu vestido lilás dava a ela um tom de alegria que era complementado com seu sorriso. Ao seu lado um homem alto, cabelos negros e olhos igualmente negros. Usava roupas cara e escuras, apesar de sua seriedade era possível reconhecer um semblante amável e divertido. E entre eles um pequeno menino, seus cabelos eram de um azulado cabelo igual aos pai e os olhos azuis claros que puxara da mãe, o mesmo esbanjava um sorriso enorme dando alegria  a aquela pequena foto.

Sente saudades Jovem Mestre?

Uma voz ecoou do fundo do quarto, era uma voz suave e rouca, rapidamente braços abraçaram-o e o guardaram contra o seu peito, sentiu um beijo quente acariciar seu pescoço, iniciando no mesmo calafrios.

_ Sebastian ? Já acordou ?

Um sorriso surgiu, mãos o acariciavam invadindo os lençóis tocando assim seu corpo, elas eram quentes e logo desceram até sua intimidade.

Creio que não sou eu quem precisa descansar ... Vamos Ciel, volte pra cama comigo ...

Uma da suas mãos tocaram o pequeno e frágil rosto dele, o virando e logo ambos os lábios se encostaram, e uma troca de caricias se iniciaram. O calor de ambos demônios estavam sendo trocados, o calor do ambiente ia subindo aos poucos causando a perda de líquido e talvez de juízo de ambos lados.

Sebastian ...

O homem recuou, suas mãos abandonaram o pequeno corpo, e calmamente respirou seus olhos vermelhos miraram o garoto com surpresa. Mas logo voltaram ao seu estado de calma.

Desculpe-me Jovem Mestre, sei que ainda é difícil para o senhor ...

Novamente um sorriso ecoou contra as paredes, só que dessa vez vindo de Ciel. O mesmo se livrou das cobertas se encontrando nu novamente o mesmo colocou a foto dentro de um armário e se virou para Sebastian:

_ Você me pegou desprevinido ... isso não é justo !

Ele se direcionou ao homem, assistindo um sorriso malicioso dominar seu rosto, e mais uma vez Ciel deixou que seu amado o guiasse, mesmo sendo na escuridão, mesmo que tenha de se esconder. Chega de negar a felicidade, agora iria se entregar não só por parte mas por inteiro.


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