Assim que entramos pedi para ele se sentar e perguntei:

– Aceita uma cerveja? - Disse com uma voz calma.

– Claro. - Respondeu baixo.

Enquanto fui pegar a cerveja reparei que o Sam olhava minhas fotos que haviam na estante perto dele. Peguei a cerveja e fui na direção do Sam e entreguei a ele, ele abriu deu o primeiro gole disse agradeceu.

Ficamos nos olhando por alguns minutos tomando nossa cerveja, eu esperava uma reação dele e ele esperava uma reação minha, não aguentava mais esperar até que eu decidi tirar a dúvida que estava na minha cabeça:

– O que você ia me contar quando Dean entrou no carro? - Perguntei curiosa.

– Nada não. - Respondeu com os olhos arregalados de surpresa.
      – Sammy, você sabe que eu não desistir enquanto você não me falar.

Sam ficou quieto por alguns instantes dando um sorrisinho de lado apenas me olhando com o jeito durona que não tenho sempre e começou a disse:

– Nossa! Estou surpreso com o seu comportamento. Mas você está certa, comecei a falar e tenho que terminar, não é mesmo? - Disse ainda dando um sorrisinho de lado.

Apenas fiz que sim com a cabeça e dei uma risadinha de lado, e assim que ele viu continuou a falar...:

– Eu...Eu tenho poderes Poderes Psíquicos. - Disse Sam abaixando a cabeça, sua expressão mudou completamente, ele estava sério e meio triste.

Olhei para ele e contei até dez mentalmente para cair na realidade e disse:

– Quais? Como conseguiu isso? - Perguntei com calma.

– Eu vejo as coisas antes de acontecer e consigo exorcizar demônios com a mente. Quando eu tinha seis meses um demônio chamado Azazel sangrou na minha boca enquanto minha mãe dormia, ela acordou com o meu choro e o demônio à matou queimando-a no teto. - Respondeu calmo com um certo ar de trsiteza ao lembrar de sua mãe.

– Mas... Isso aconteceu a bastante tempo e suas “energias” não acabam? - Perguntei curiosa.

– Então... Se eu beber sangue de demônio eu consigo ficar mais forte. - Respondeu meio inseguro.

– Espero que você não esteja fazendo isso, certo Sammy? - Disse com um certo medo da resposta.

Ele arregalou os olhos novamente e então eu percebi que a Ruby era sua fonte de energia para os tais poderes psíquicos. Não acredito! Deve ser por isso que Dean odeia tanto a Ruby. Fiquei frustrada me levantei, comecei a andar de um lado para o outro e a disser em tom alto:

– Nunca passou pela sua cabeça que você já está fora de ser um ser humano normal fazendo isso? Nunca passou pela sua cabeça que essa tal de “Ruby” está fazendo isso para fuder com tudo? Você já reparou que isso que você está fazendo é errado e que além disso tudo você anda brigado com o seu irmão!?

Ele olhou para mim, sinto que ele não esperava essa atitude de mim e sim do Dean. Não sei se o que falei foi certo mas como ele não parou para pensar em tudo isso?. Encarei ele fortemente, ele desviou o olhar e disse:

– E o que seria certo então!? Deixar as pessoas possuídas morrerem? Eu estou salvando mais que o triplo de pessoas do que antes com esse exorcismo mental. E se fosse você que estivesse possuída? Você gostaria que eu pegasse uma faca e te apunhalasse?

Fiquei quieta, sei que ele tem boas intenções mas só ele tem, enho certeza que Ruby tem algum plano. Me aproximei dele com uma lágrima já a escorrer dos olhos, me sentei ao lado dele e o beijei. Aquele beijo que dei nele queria disser “Hey Sammy, não se preocupe eu estou aqui” Mas naquela hora pouco me importava o que o beijo queria disser eu estava com saudade do meu herói.

Começamos nos beijos e quando vi já estávamos na cama. Ele estava ofegante, olhando para o teto e acariciando minhas costas, eu estava deitada sob o peito dele sentindo seu coração batendo em um ritmo um pouco fora do normal. Queria que aquele momento não acabasse mas o sol já estava incomodando de tão forte. Dei um beijo nele e fui me arrumar, entrei no banheiro fui tomar banho, quando estava colocando a roupa ouvi uma porta a bater e chamei:

– Sammy é você? - Disse em tom alto.

Ninguém me respondeu, então eu pensei que ele tinha ido até a cozinha tomar água ou até ido na sala ver TV. Acabei de me vestir e sai do banheiro.

Desci para a cozinha procurando o Sam e não o encontrava. Decidi subir para meu quarto e ligar para o Sam. Cheguei na ponta de escada e ouvi um barulho olhei para cima e vi um homem, um homem sujo de sangue, com os olhos totalmente pretos e que tinha um odor muito forte, gritei:

– Ahhhh! Quem é você? - Disse em pânico.

– Poxa Charlotte, não lembra de mim? Tivemos uma semana incrível no passado junto com a Marie.

Fiquei sem reação, era o demônio que fez eu matar minha filha! Sai correndo para fora de casa olhando para tras, quando fui olhar para frente lá estava ele me encarando. Senti uma pancada forte na cabeça e tudo ficou preto.

Assim que acordei, tentei me mexer mas logo vi que estava amarrada em uma cadeira, olhei para o lado e ela estava o demônio. Eu, praticamente sem forças, disse:

– O que você quer de mim?

– Ora, ora, ora. A pergunta é simples: Onde está o Sam e a Ruby?

– O Sam estava aqui, mas eu sai do banheiro e não o encontrei mais.

– Mentira! - Disse o demônio me dando um tapa na cara.

Ele se levantou e começou a andar em volta da cadeira onde eu estava amarrada e começou a dizer:

– Você sabe que a Ruby não é uma boa pessoa né? Você sabe que ela está manipulando ele, certo? Você sabe que se o Sam matar a Lilith daqui dois dias o….

De repente, Dean chegou jogando água na cara do demônio sem deixar ele terminar de falar, logo o Castiel chegou e colocou os dedos na testa do tal demônio e uma luz forte fez com que eu fechasse os olhos. Dean me desamarrou e perguntou:

– Você está bem? O que ele estava falando?

– Estou sim, ele estava falando que se o Sam matar essa tal Lilith o ….

– O que acontece? - Disse Dean apreensivo

– Não sei Dean, você chegou bem na hora! - Disse nervosa

– O último selo: O primeiro demônio será o último selo. Então se o Sam matar Lilith, Lúcifer sobe. - Disse Castiel, meio irritado.

– Não acredito, Castiel quantos selos já foram abertos?

– 64 ou 65 – Disse Castiel

– Já!? Maravilha – Disse Dean irônico.

– Hey gente, me expliquem. - Eu disse completamente perdida na história

– Passei 4 meses, que mais pareceram 40 anos, no inferno. Eu quebrei o primeiro selo de 66 selos. E agora, Lilith o primeiro demônio, é o último selo para o Satan conseguir andar pela Terra. - Disse Dean de uma forma apressada.

– Isso quer dizer que se a gente não impedir o Sam, o apocalipse começa?. - Perguntei mesmo já sabendo a resposta

– Isso. O problema é saber onde aquele idiota vai encontrar Lilth e onde ele vai matá-la.

– Calma ainda temos 2 dias.

– Como assim dois dias?

– O demônio que “virou luz” falou que se o Sam matará Lilith daqui dois dias - Respondi

– Não sei se isso é bom ou ruim. - Diz Dean.

– Obrigada por me salvar rapazes. - Agradeci enquanto ia para meu quarto.

– De nada. Espera, onde você vai? - Perguntou Dean

– Vou arrumar minhas coisas e ir para dentro do Impala. - Disse como se fosse óbvio.

– Nunca! Você não vai se envolver no apocalipse. - Disse Dean tentando me evitar.

– Tarde demais, e é bom não tentar me impedir! - Gritei.

– Maravilha, tudo o que eu preciso agora. - Disse Dean sendo irônico.

– Pare de reclamar, Dean. - Disse.

Peguei as minhas coisas básicas e joguei no porta mala do Impala. Dean e Castiel na frente e eu atrás, até Castiel sumir. Estava parcialmente chorando em silêncio. Chorando pelo fato do Sam ter ido ser encontrar com a vadia apocalíptica, pelo fato dele ter ido com ela depois daquela noite maravilhosa que me fez relembrar cada momento da semana que tínhamos passados juntos há 6 meses atrás. Será que só eu sentia falta dele?