Lost in The Echo escrita por BiiaPixieLott


Capítulo 48
Capitulo 47




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“__ Vamos fazer um acordo: Eu tiro esse pano da sua boca e você promete não gritar, tudo bem? __ Ele estava com seu rosto a centímetros do meu me encarando. Eu apenas assenti. __ Até porque, gritar não vai ajudar em nada. Você está no meu mundo. Tudo aqui segue o meu comando, ninguém vai te ajudar se eu disser que não é pra ajudar. __ Ele tirou bem devagar o pano de minha boca.

Puxei o ar pela boca varias vezes com força desesperada por ar. Tentei me controlar para não gritar. Minha boca estava dolorida do aperto do pano e um grito de desespero queria escapar. Mas não gritei, não sei o que ele seria capaz de fazer comigo se eu o desobedecesse.

Leviathan se afastou, mas não desviou seus olhos de mim. Eles estavam violetas, um brilhante violeta. Era lindos eu tinha que admitir... Mas também eram assustadores. Esse brilho forte e a cor faziam parecer uma coisa bonita, mas também podia ver o mal, o ódio dentro desses olhos.

Cada vez que eu olhava para ele, mas arrepiada e aterrorizada eu me sentia.

__ Melhor não é? __ Ele sorriu, um sorriso gélido de parar o coração de qualquer um de medo. Principalmente o meu.

Era difícil falar, eu estava dominada pelo medo. Mas eu queria respostas.

E eu precisava saber...

__ Cadê... Elas? __ Sussurrei. Minha voz estava fraca, e os soluços não ajudavam a formar a frase.

Eu acordei amarrada a uma cadeira de madeira dentro de um quarto abafado, fedido, e minúsculo sem nenhuma janela, apenas uma porta. Ainda não as vi... E não sabia se veria.

__ Suas amigas? __ Ele continuou a sorrir. __ Estão bem. Elas estão em outro quarto, mas terão que passar pela transformação. __ Ele deu de costas e riu, desviou os olhos para o chão. __ Infelizmente elas estavam com você, e eu precisava de você. Tive que pega-las também. __ Ele encostou-se na parede e ficou mexendo em sua faca com formato de meia lua. __ Sei que são suas amigas e sei que você não iria gostar de vê-las mortas. Eu tinha duas opções: matá-las, ou transformá-las. Para deixá-las vivas eu tive que optar pela segunda opção. E isso acontecerá em breve...

Eu tinha parado de chorar, não conseguia mais chorar. Estava com medo, apavorada, mas todas as lágrimas que eu tinha já saíram.

No momento, eu estava seca. Mas meu coração ainda martelava rápido demais no meu peito.

__ Então... Elas são como... Eu? __ Engoli em seco só de pensar nisso. É minha culpa. Eu acabei trazendo elas pro perigo.

Elas iriam morrer, e eu sou a culpada. Elas não mereciam isso... Não deveriam estar aqui, elas não tem nada haver com isso.

Elas vão morrer por minha causa.

Abaixei a cabeça e apertei os olhos com força, balançando a cabeça lentamente tentando tirar da mente esse pensamento...

__ Não exatamente. Você é mais poderosa que elas, você tem três tipos de sangue místico em seu organismo Any. __ Disse ele ainda mexendo na faca. __ Isso parece algo anormal para o mundo em que você vive agora, e é algo anormal para o mundo em que eu vivo também. Alguém ter três tipos de sangue diferentes no corpo... Impossível, absurdo, isso não existe, isso só existe em histórias... __ Ele começou a rir e olhou para mim respirando fundo. __ Mas existe sim, a prova está bem na minha frente.

Ele me encarou por um longo minuto, rodou a faca entre seus dedos e começou a assoviar.”

Uma batida forte na porta me fez acordar.

__ Any? __ Ouvi a voz de Justin atrás da porta do banheiro. __ Ta tudo bem? Any?

Pisquei algumas vezes e olhei em volta. Eu estava no banheiro, devo ter cochilado no banho e sonhado. Por quanto tempo será que fique cochilando?

__ Ela não responde... __ Ouvi Justin murmurar para alguém.

Uma lembrança. Não foi um sonho. Tinha sido uma das lembranças da noite em que Leviathan me levou a Meygo.

Outra batida na porta.

Me levantei, fechei o chuveiro e peguei a toalha me enrolando nela.

__ Já vou sair. __ Gritei.

__ Any, ta tudo bem? __ Perguntou Justin.

__ Sim. To bem. __ Respondi.

__ Tem certeza? É que você esta ai mais uma hora. __ Disse Justin.

Arregalei os olhos e olhei-me no espelho. Mais de uma hora.

Olhei para meus pulsos e vi as marcas das cordas, e logo desapareceram.

__ Desculpe. Eu cochilei no banho. Já estou saindo, não se preocupe.

__ Tudo bem então.

Ouvi seus passos distanciarem da porta.

Depois de me enrolar na toalha, notei que não tinha trago roupa para o banheiro.

__ Que droga. __ Resmunguei.

Apertei bem a toalha no meu corpo e destranquei a porta, olhei para os dois lados do corredor para ver não havia ninguém. Eu tinha vergonha de passar de toalha na frente dos meus irmãos, me sinto muito desconfortável. E não gosto dessa sensação.

Quando vi que não tinha ninguém, passei rapidamente para o meu quarto. Fechei a porta e a tranquei.

__ Você cochilou? __ A voz de Jackson me surpreendeu fazendo-me dar um pulo e quase deixar a toalha cair.

__ Você precisa para com isso. __ Falei segurando firme a toalha e me encolhendo contra a porta.

Senti-me corar. Que situação...

Ele estava deitado na cama olhando para mim. Seu olhar parecia um pouco distante, tristes. Será que ele ainda estava magoado pelo modo como falei com ele? Não o culparia, eu ainda me sentia mal pelo que falei. Minha raiva já passara e meu coração se apertava de dor e pena pelo modo como havia falado com ele.

Ele estava sem a camisa. Seus braços estavam apoiados atrás da cabeça.

Ele deu um meio sorriso fraco que foi o suficiente para acelerar meu coração.

__ Desculpe. __ Sussurrou ele. __ Eu disse que iria te esperar.

Encarei-o por alguns minutos.

__ Então, ficou me esperando aqui esse tempo todo? __ Perguntei. Ele apenas assentiu e olhou para minha toalha, abracei meu corpo e me encolhi ainda mais. Meu rosto estava mais corado, tão vermelho quanto um tomate. __ Eu acabei cochilando no banho.

Ele não fez nenhum comentário, apenas continuou a me encarar. Depois, lentamente e sem tirar os olhos de mim, ele se levantou e caminhou até mim.

Ele me olhou de cima a baixo, seu rosto sem expressão alguma.

__ Você está bem? __ Perguntou ele com a voz rouca e baixa. Ele olhou para mim mão depois voltou seus olhos aos meus.

Não conseguia falar, então apenas assenti. Ele estava tão perto, seu aroma se envolvendo com o meu, seu rosto a centímetros do meu. Eu queria beijá-lo, seus lábios entreabertos pareciam ter algum tipo de feitiço. Convidativos.

Mordi os lábios e encarei seus olhos. Seus lindos olhos verdes esmeraldas, tão brilhantes e encantadores. Eu poderia olhar para eles e me esquecer da vida, poderia ficar presa ali o encarando sem nenhum problema.

Notei que sua respiração tinha acelerado, assim como a minha. Seu peito nu subia e descia rapidamente. Resistir à vontade de tocar em sua pele branca, de passar minhas mãos em seus músculos bem definidos, de agarrar sua cintura e abraçá-lo.

Engoli em seco.

Jackson chegou mais perto, colando seu peito junto ao meu com a toalha ainda por cima. Ele esticou um pouco as mãos lentamente e segurou minha cintura.

O que estávamos fazendo? Droga... Isso não ta certo. Mas... Estava tão bom, e eu queria tanto. Porque algo tão bom tinha que ser proibido? Porque sempre o proibido era melhor? Por quê? Porque?!

Senti seu coração bater mais rápido. Na verdade, eu meio que podia ouvir...

Seu coração...

Tão saudável e forte.

Um coração pulsante, cheio de sangue e grande, firme, e muito, muito saudável.

Minha barriga se contraiu, minha garganta ardeu ao mesmo tempo em que meus olhos arderam. Fechei-os com força e abri-os outra vez focando em seu peito na direção de seu coração.

__ Jackson... __ Sussurrei, mas não consegui dizer mais nada. Minha voz saiu rouca, minha respiração mais rápida, meu coração acelerando, e meus lábios o desejando.

Desejando seu coração

Com a outra mão ele segurou meu rosto de leve e olhou bem nos meus olhos. Ele era tão lindo, tão perfeito, tão...

Ele me beijou. No inicio lentamente provando meus lábios, e então aprofundou o beijo. Sua mão apertou firme minha cintura e a outra se enrolou em meus cabelos molhados puxando meu rosto para mais perto.

Uma de minhas mãos segurava a toalha junto ao meu corpo, e a outra estava em sua nunca.

Aprofundei mais o beijo faminta por ele. Muito faminta.

Jackson começou a andar para frente me empurrando até me encostar na parede fria do meu quarto, próximo a porta. Suas mãos passearam pela minha coxa, a outra deixou meus cabelos e desceu pela lateral do meu corpo.

Uma mistura louca de emoções boas e ruins me domou.

Eu fiquei arrepiada, cada toque seu me fazia vibrar. Minha cabeça girava. E o desejo que me dominava, de mordiscar seus lábios e provar seu sangue, era grande. Beijei-o com mais e mais vontade, minhas mãos se apertaram em seu pescoço prendendo bem perto de mim, a outra mão descendo para seu peito perto de seu coração.

Meus olhos arderam com mais intensidade. Já estava acostumada, não ligava mais para a dor.

Minha garganta ficou seca, meu estomago se contraindo mais forte e o desejo pelo coração pulsante estava cada vez mais forte.

E mais perigoso.

Jackson deixou meus lábios ofegando. Aos beijos ele desceu para meu queixo depois para meu pescoço.

Joguei a cabeça para trás com os olhos fechados. Minha língua umedeceu meus lábios.

__ Você é linda. __ Sussurrou ele entre beijos. Com essas palavras, meu corpo vibrou. Me senti forte de repente, meu corpo parecia uma descarga elétrica. Como se essas palavras me desse força... Era o que eu queria ouvir.

Um sorriso de satisfação se abriu em meu rosto. Era tudo o que eu precisava ouvir...

Beijei seu pescoço mordiscando de leve. Senti sua veia pulsar sob meus lábios. Desci para seu peito e acariciei com uma de minhas mãos, e a outra ainda em seu pescoço prendendo perto de mim, deixei vários beijos ali.

E então meus olhos se abriram. Mas não vi nenhum brilho violeta iluminar o ponto onde estava encarando sua pele. Mas eu sabia que algo estava diferente. Anormal.

Minha garganta ardeu novamente. Lentamente afundei os dedos em sua pele com a mão que estava em seu peito. Aos poucos minhas unhas afundavam mais e mais... Perto de perfurar sua pele e pegar seu belo coração.

Cheio de sangue.

Forte saudável.

Um coração delicioso.

De repente, tão rápido que eu cheguei a me assustar, Jackson agarrou meu pulso com força e levantou meu braço.

Continuei com a cabeça direcionada a seu peito.

__ O que ta fazendo? __ Não olhei para ele, mas sua voz demonstrava confusão... E talvez um pouco de dor.

Minha cabeça girou por um instante. Vi um pouco de sangue escorrer de dois pequeninos buraquinhos em seu peito onde meus dedos estavam. Dois furinhos, duas unhas minhas quase o perfuraram... Mais um pouco e eu teria feito um grande buraco e agarrado seu coração.

E teria o matado.

Ai meu Deus... Quase matei Jackson. Com esse pensamento, minha cabeça girou novamente, meus olhos arderam intensamente e me senti fraca. Minhas pernas ficaram bambas, deixei minha mão, que estava em seu pescoço ainda prendendo-o, caírem de lado molhes. Ele soltou minha outra mão, e então levou a sua mão ao pequeno machucado.

Vi o sangue em seus dedos. Minha respiração ficou mais rápida. Meus olhos arderam novamente, mas eu sabia que dessa vez não estavam mudando de cor e sim, enchendo-se de lagrimas.

Como se não tivesse nenhuma energia no corpo para aguentar meu próprio peso, cedi e cai no chão.

Eu quase matei Jackson. Quase matei. Quase.

A última coisa que vi foi à mão de Jackson em minha cabeça impedindo que batesse no chão.

E então tudo escureceu. Mas fiquei feliz por isso. Pelo menos assim eu não machucaria ninguém.


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Notas finais do capítulo

bjs



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