Lost in The Echo escrita por BiiaPixieLott


Capítulo 11
Capítulo 10


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem desse cap!!



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O funeral estava marcado para acontecer no sábado de manhã, daqui a dois dias. Jeniffer e vovô estavam organizando as coisa e Loh também ajudava. Flores, caixão, local, cerimônia, etc.

Eu pretendia ficar bem longe de qualquer obrigação que envolva o enterro, assim como os meus irmãos, tirando Loh.

Era hora do almoço e eu estava na caminhonete do vovô indo para o centro, agora que Jackson dobrou as horas de trabalho eu tinha que pegar a caminhonete de Jake para dirigir, antes eu pegava o carro de Jackson quando eu queria ir ao centro de tarde.

Parei em frente à Oficina do Boo. Como de costume Jackson estava do lado de fora mexendo em uma moto, e todo sujo de graxa.

__ Ta pegando pesado hem! __ Disse enquanto me aproximava.

Ele tirou os olhos do seu trabalho e levantou o rosto. Deu um sorriso. Seu tão famoso sorriso cafajeste.

__ Pra ganhar dinheiro é preciso da tudo de si. __ Disse ele.

__ Só não trabalhe tanto porque eu ainda preciso do meu irmão. __ Sorri.

Seu sorriso aumentou e ele se levantou vindo ao meu encontro. Eu dava um passo para trás enquanto ele dava vários até chegar perto e me abraçar forte me tirando do chão.

__ Não! __ Gritei tentando me soltar.

Assim que ele me pôs no chão olhei para minhas roupas que agora estavam sujas de graxa.

__ Ah! Muito obrigada Jackson. __ Disse sarcasticamente tentando, inutilmente, limpar minha blusa azul clara. __ Droga. __ Dei um empurram nele.

Ele riu e pegou o pote que trazia em minhas mãos.

__ Macarrão. Delicia. __ Disse. Peguei um garfo que troce no bolso da calça e entreguei a ele. __ Valeu.

Nos sentamos no banco atrás da Oficina do Boo.

__ Oi Coelhinha! __ Me virei e vi Boo parado na porta dos fundos. Ele sempre me chamava de Coelhinha desde o primeiro dia em que me viu, foi no segundo dia em que Jackson começou a trabalhar aqui, eu trazia a sua comida naquele dia também. Ele disse que ama coelhinhos e teve uma, quando ele era pequeno, chamada Any. Por isso ele me deu esse apelido.

Sorri e me levantei para lhe dar um abraço.

__ Boo! __ Ele me abraçou apertado e eu retribuir. __ Tudo bem?

Assim que ele me soltou percebi que ele também estava sujo de graxa, mais até que Jackson. Ignorei a vontade de empurrar ele também, e tentei não olhar para minha blusa para ver o estrago maior que devia se encontrar.

__ Sim. Tudo ótimo. __ Ele deu uma pausa e sua expressão ficou mais leve, mais séria. __ E você Coelhinha?

Eu sabia em que ele estava se referindo, com certeza ele leu o jornal hoje. Apenas concordei tentando manter um sorriso no rosto.

Dentro da Oficina, ouvimos um sininho indicando que chegará um cliente.

__ Ah. Bom, eu preciso ir. Foi bom te ver Coelhinha. __ Antes de sair ele olhou mais atentamente pra mim e voltou a sorrir. __ Acho melhor jogar essa blusa fora quando chegar em casa.

Sorri e voltei a me sentar ao lado de Jackson que já estava acabando com seu almoço.

__ Vai divagar esfomeado. __ Disse.

__ Rabugenta.

Ri. Então ficamos em silêncio enquanto ele acabava de comer.

__ Eu vou voltar pra escola. __ Falei olhando para frente. Havia uma pequena muda de flores coloridas ali, estavam murchas. Isso me fez lembrar a rosa na clareira hoje.

Jackson havia acabado de comer. E assim que deixei as palavras saírem ele me observou atentamente.

__ Tem certeza? __ Ele perguntou se aproximando. __ Eu sei que você ainda não esta bem.

__ Tem razão. Eu não estou bem __ Desviei os olhos das flores e o olhei. __ E você também não.

Ele abaixou a cabeça por um segundo balançando-a para os lados, como se estivesse tentando se livrar de algum pensamento.

__ Então é isso? Quer dizer que vai voltar pra escola porque você acha que pode se ocupar por lá, fazendo a mesma coisa que eu estou fazendo. Any...

__ O que? __ Minha voz estava mais séria. __ Vai me dizer que eu sou frágil demais pra aguentar? Olha, eu posso perfeitamente voltar a escola e levar a vida pra frente assim como você está fazendo.

__ Eu sei. Mas é diferente. __ Sua voz também passou a ficar séria e ele não tirava os olhos dos meus. __ Aqui __ ele gesticulou para a Oficina a nossa volta __ não é a escola, é só eu, Boo e Edward que trabalhamos aqui. Não preciso enfrentar uma multidão com olhares de pena sobre mim. Esses caras me conhecem há um ano, sabem que não gosto disso. Eles não fazem nada, simplesmente ignoram como eu prefiro que façam. Na escola só quem te conhecem e vão te respeitar são as suas amigas, os outros não tem nada com você, não são teus amigos e não te conhecem como um.

Desviei meus olhos de volta para as flores.

__ Não vai adiantar você ir à escola querendo ocupar a mente, porque não vai adianta. Os olhares de pena em cima de você só vão te fazer lembra mais ainda, só vão te fazer pensa mais ainda! __ Ele suspirou e acalmou a voz que estava se elevando. __ Eu só não quero te ver mais triste do que você já é...

__ O quer dizer? __ Questionei. Meus olhos se voltaram para ele com raiva.

Ele suspirou.

__ Você entendeu. E não tente discuti, você sabe que sempre foi infeliz desde o dia em que completou doze anos. __ Ele olhou para o chão.

Pisque com força para espantar as lágrimas que já ameaçavam escorrer pelo meu rosto. Eu não ia negar, eu sempre fui infeliz... Quer dizer, comecei a ficar infeliz na primeira vez em que meus terríveis pesadelos começaram aos doze anos. Algo em minha vida estava errado, e eu não sabia o que era, mas sempre soube que com certeza algo estava errado, algo estava faltando, algo estava oculto... E isso me deixava sempre infeliz. Como se alguém estivesse escondendo algo de mim, ou também como se eu não fosse quem eu pensava. Meus primeiros pesadelos foram de mim mesma acordando em um quarto ande a luz era amarelada, e bem na minha frente estava o misterioso e sinistro Homem dos Olhos Amarelos. Eu estava amarrada em uma cadeira, e não conseguia me soltar. Estava coberta de sangue e chorando como louca, o Homem dos Olhos Amarelos apenas sorria pra mim com seus dentes ensanguentados.

Balancei a cabeça ferozmente para espanta as lembranças.

Depois de mais ou menos cinco minutos em silêncio, Jackson começou a falar.

__ Não vejo a felicidade em seus olhos há muito tempo. __ Ele olhava para além, na direção do portão da garagem dos fundos da Oficina do Boo especificamente, seu olhar estava perdido no passado. Ele estava se lembrando de algo. __ Você fica feliz quando esta perto dos cavalos, quando monta em Espartano. Mas não é a mesma coisa, não é a felicidade que você tinha quando era criança antes dos doze anos. __ Ele se virou pra mim e me deu um sorriso fraco. __ Você esbanjava alegria e felicidade onde quer que você passasse, todos riam perto de você, todos se sentiam felizes perto de você. Mas ai... Tudo mudou. Você ainda esbanja alegria, mas a felicidade que antes tinha, acabou.

Continuei quieta ouvindo o que dizia lembrando-me da pequena e rápida felicidade que senti quando sai da clareira ontem.

__ Sinto falta __ Sua voz falhou. __ Era bom ver aquela alegria e felicidade unidas em seus olhos. Era lindo, eles brilhavam toda vez que você sorria, toda vez que você ria. __ Ele estava agora olhando pra mim. Seus olhos estavam tristes, dessa vez ele não escondeu o que estava sentindo. Ele se aproximou ficando mais perto de mim, frente a frente. __ Seu sorriso, suas risadas felizes, teus olhos... Tudo era alegria em você, com você, e em você, não existia tristeza, era raro alguém te ver triste, era raro vermos você chorar. __ Seus dedos deslizaram penteando meu cabelo loiro para o lado. Sua outra mão livre segurava as minhas duas mãos juntas em meu colo. __ Você ainda é linda, consigo ver você ri mesmo que seja raramente e por poucos segundos, consigo ver seu sorriso e seu riso sim. Mas nunca mais foram os mesmos. Seus olhos ainda são lindos como sempre foram, mas não tem mais o brilho de sua felicidade. Você mudou, não totalmente, claro. Mudou seu estado de espírito, só isso. E eu sinto falta, era gostoso ver seus lábios darem um sorriso que fazia todos ao seu redor sorrir também. Era contagiante. __ Suas mão pararam em meu rosto, seu polegar dando acariciando o local em pequenos círculos. Continuei a piscar forte para espantar as lágrimas. __ Any você era tão maravilhosa. Não estou dizendo que você não é maravilhosa agora, porque você é sim. Mas... Falta sua felicidade. E isso me deixa triste. __ Ele se aproximou mais de mim. __ Você era perfeita.

Jackson se aproximou mais de mim segurando meu rosto com sua mão direita e a sua esquerda deixaram minhas mãos e foram para a cintura. Ele se aproximava. Eu sabia o que ele queria, e pra minha surpresa eu também queria. Poderia me deixar levar por aquele momento? Me arrependeria depois? O que faríamos depois? Eu não queria respostas, nesse momento eu queria apenas ação. Então, me deixei levar.

Jackson fechou os olhos por uns segundo e ficou parado, depois balançou a cabeça para os lados. Antes que eu pudesse perceber, ele se desviou para o lado e apenas me abraçou forte. Fique surpresa, eu sabia que estávamos preste a seguir outro caminho, não esse. Mesmo assim lentamente levantei meus braços, ainda confusa, e o abracei também. Dessa não pude impedir as lágrimas, mas eu não sabia se estava chorando por tudo o que ele me disse, ou pelo passado que nunca mais iria voltar, ou pelo o fato de o beijo que eu estava esperando a bastante tempo não ter acontecido. Eu sabia que era errado e desde muito tempo atrás, quando percebi meus verdadeiros sentimentos, negava a mim mesma que isso podia acontecer, ou que eu estava ficando maluca. Comecei a negar meus sentimentos.


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Notas finais do capítulo

Comentem por favor!
Espero que tenham gostado!
Bjs e obrigado!



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