Ela gentilmente caminhava e dançava até a sacada, envolta em uma fina manta, mostrando aquele lindo sorriso para os parisienses que passavam lá embaixo. Prendeu firmemente a manta embaixo de seus braços e observou o amanhecer francês.

Eu observava aquela cena com desejo, amor, carinho e qualquer coisa que se possa sentir por uma pessoa amada. Mas, ah, por que o Universo me fez o melhor amigo dela? “Sério? Melhor amigo?” eu penso comigo. Como eu consigo me segurar perto de uma criatura tão perfeita que é praticamente impossível de existir?

-- Você vai me deixa sozinha mesmo? Não vai tomar café comigo? – disse Deb, sacudindo a cama e aumentando a música.

-- Deb, são... 7h30 da manhã, você quer ser expulsa de mais um hotel?

-- Ah, vamos, Ben, não fique cortando meu barato, ok? – ela se deita do meu lado e coloca a cabeça no meu ombro. O toque da mão dela na minha faz minha mente viajar pelas possibilidades mais impossíveis e um sorriso repentino aparece.

-- Não me deixe sozinha, seu besta. – ela me dá um beijo no rosto e se levanta, colocando o vestido verde claro que havia comprado em Milão e os sapatos de Glasgow.

Foi uma coisa inconseqüente quando decidimos sair pela Europa com pouco dinheiro, pela pura diversão. Abandonar nossos lares vizinhos numa ruazinha atraente de Manchester para conhecer o grande, desconhecido e misterioso continente europeu. Mas do que a vida é feita se não de atos inconseqüentes? Nunca teria descoberto minha paixão por Debra se não fosso por tudo isso. Nunca teria deixado de ser aquele garotinho que passa dias em casa. Nunca seria o que sou hoje e tudo, tudo e qualquer coisa, agradeço a minha amada.