Ferrou, meu celular não tocou e minha mãe não veio me chamar! Estou ferrada e atrasada. Olho no meu celular e são 5:50, paranóia da minha cabeça, ainda falta muito tempo para eu ir para a escola, tento dormir de novo mas não deu certo, olho novamente no meu celular e vejo as horas, 5:50, ótimo, grande dia seria o meu hein? Meu celular quebrou! Eba! 

- MÃÃÃÃÃÃÃE! QUE HORAS SÃO? - Grito do meu quarto

Em vez de uma resposta ganho silêncio.

- MÃÃÃÃÃÃÃÃÃEEEEE! - Grito novamente mais alto ainda.

Silêncio novamente.

Me levanto da cama e vou ver ela. Custa ela olhar o relógio e me dizer que horas são? Acho que não. Até eu faria isso por ela...

Entro na cozinha e fico chocada, vejo a minha frente minha mãe estática, não se movia nem se mexia, mas o quê era aquilo? Uma pegadinha, claro! 

- Mãe, já entendi sua pegadinha, pode voltar ao normal. - Disse sarcástica.

Ela nem se mexeu, nem piscou, não sabia que um ser humano conseguia ficar tanto tempo sem piscar.

- Mãe, para vai. Que coisa!

Silêncio e mais silêncio. Já estava exausta de tanto silêncio.

- MÃÃÃÃE - Berrei e empurrei ela.

Ela caiu com tudo no chão e a panela que estava em sua mão caiu também, mas o engraçado é que não caira o liquido que havia dentro dele. Tá bom, isso estava estranho.

Peguei o celular correndo tentando ligar para alguém mas não havia linha, tentei novamente mas nada aconteceu. Fui correndo para meu quarto e peguei a primeira roupa que vi e a chave do meu apartamento e sai correndo, tentei chamar o elevador, uma, duas, três vezes, mas nada acontecia NOVAMENTE. Mas que droga! 

Desci as escadarias do apartamento o mais rápido possivel, quase atropeçando em alguns degrais. Chegando no térreo estava o maior silêncio que a humanidade toda não conseguiria fazer nem por milhões de reais. Saio correndo em direção a porta do apartamento que dava ligação as ruas, chego na calçada e simplesmente não consigo acreditar. O silêncio invadia o local, tudo estava parado, como se alguém tivesse dado um pause, os carros, as pessoas, os pássaros, tudo, tudo estava estático, sem nenhum movimento.

Corri pelas ruas tentando achar uma pessoa que estivesse pelo menos piscando, ou talvez, até mesmo uma explicação para tudo isto, será um sonho? Ou talvez alguém estivesse brincando com minha cabeça? Tentei me beliscar diversas vezes, mas acordar não conseguia, não havia nada que pudesse explicar aquela estranha situação, e cada vez mais o silêncio me invadia. Quando me dei conta já estava muito distante de minha casa e perto da praia.

Mas ai eu pensei, quer saber? Se o mundo talvez esteja em um pause, vou esperar e aproveitar, todo pause tem um play e voltará tudo ao normal talvez hoje mesmo.

- EU VOU APROVEITAR - Meu grito ecoou por toda a cidade, talvez por todo o estado ou quem sabe pelo continente, sabe meio que estou gostando da situação, sou uma garota de 16 anos, eu tenho que aproveitar.

Sai andando pela praia e encontrei um shopping bem perto dali. O meu sorriso era tão grande que parecia que iria rasgar minha cara. 

- UHUUUUUUUUUUUUUL, SHOPPING, SHOPPING, SHOPPING, LALALALALALAA - Sou idiota mesmo, sai andando pelo Shopping cantando e dançando até que algo me interrompe. Um barulho, alguém. 

Havia um garoto, que parecia tem mais ou menos minha idade andando em minha direção, ele tinha cabelos loiros e olhos azuis ou verdes, não dava para decifrar. Ele era um pouco mais alto que eu, e era bonito. Valeu mundo por ter me deixado com um deus grego comigo! 

- Ahn, oi?! - Disse meio assustada.

- Olá - Ele disse normalmente, acho que ele já está acostumado com esse negócio de o mundo parar, o mundo havia parado mas ainda não me acostumei muito com esta idéia, mesmo que um garoto lindo de morrer esteja vivo, piscando, se mexendo, respirando ao meu lado.

- Ahn, sou Chase. - Ele disse meio constrangido, só agora percebi que fiquei alguns minutos viajando em meus pensamentos.

- Mandy, prazer. - Estiquei minha mão para ele. - Então, Chase, você tem uma boa explicação pra tudo estar parado? - Ao dizer isso empurrei uma mulher que caiu no chão e não se moveu.

- Pois é, na verdade nem explicação tenho. - Ele disse isso e empurrou um homem que estava próximo dele, que, por incrivel que pareça... Caiu e ficou na mesma posição. - Ei, gostei da sua musiquinha, estava animada, nem parecia que estava preocupada com a situação!

- Sabe Chase, preocupada eu estou sim, mas sabe, eu não vou esperar sentada vendo o nada no maior silêncio, vou sair pegando todas as roupas que eu ver e comer tudo de caro nesse mundo, pensa bem, não tem ninguém pra cobrar as coisas aqui. - Disse mais animada do que o normal.

- Eu sei, por isso estou aqui também... 

- Então vem logo - Dito isso, puxei ele e entrei na primeira loja que vi, era de brinquedos, sim, tenho uma mente de uma menina de 7 anos.

- Jura Mandy? Jura mesmo? - Ele disse meio espantado.

- Se não gostar vá em outra loja ué. - Disse meio óbvia.

- Não, é que eu gosto também... 

Peguei um nerf que tinha ali e coloquei alguns pinos sem que Chase desconfiasse e quando já estava tudo cheio, peguei o nerf e BUUUUUUUM, alvo acertado. 

- KKKKKKKKKKKKKKKKKKK, sou demais, fala sério - Disse me gabando.

- Muito Mandy, muito.... - Ele disse sarcástico.