Fim Da Justiça escrita por Darleca


Capítulo 3
Entre prioridades


Notas iniciais do capítulo

Segue o novo capítulo, pessoas.
Confesso que foi o menor e o mais "suave" até o momento. Espero que gostem.

Boa leitura!



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— Ele esqueceu... De novo. – Diante da mesa lindamente preparada, Selina observara desde então a comida esfriar. Se levantou, calmamente, deixando seu guardanapo em cima do prato vazio. À sua frente, encontrava-se a cadeira que seria ocupada por aquele que insistiu naquele jantar, como forma de se desculpar pelo ocorrido anterior; um encontro que ele também não comparecera. — Será que ele fará um banquete para se desculpar, desta vez? Quem sabe? – concluiu.

— Senhorita Kyle, lamento por isso, porém creio que o atraso não seja proposital – disse Alfred Pennyworth.

— Nunca é, Alfred. Ele sempre arruma alguma desculpa... Enfim, eu que peço desculpas.

— E por qual motivo, Srta.?

— Eu deveria ter insistido para que você jantasse comigo. Ficou esperando aqui tanto quanto eu. Poderíamos ter aproveitado, enquanto a comida estava quente.

— Não tem que se incomodar. Aliás, apreciei a breve conversa e a vossa companhia.

— Me importo com quem se importa de verdade comigo, querido. Só isso. Agora, vou embora. E não me peça para ficar mais um segundo nesta casa, por favor.

Alfred suspirou resignado.

— Tudo bem, vou acompanhá-la à porta, Srta Kyle.

— Obrigada, Alfred. Na próxima vez que eu realmente for a um jantar, você irá comigo!

— Será um prazer, Srta.

Selina caminhou até seu carro, não aceitou o cavalheirismo de Alfred, que tinha a intenção de abrir-lhe a porta do veículo. Solicitou que o mesmo ficasse onde estava. Deu um tchau de longe, entrou no carro e saiu pelos grandes portões da entrada da mansão. Alfred esperou até não ser mais possível enxergar o carro, para fechar a porta.

—--

O motor do carro foi desligado, seu motorista se retirou da cabine e avistou quem o aguardava. Era seu mordomo, Alfred Pennyworth, que se aproximou.

— Patrão Bruce, espero que a patrulha de hoje tenha sido produtiva. Infelizmente, não poderei dizer o mesmo do jantar com a Srta Kyle...

A expressão de surpresa seguida de culpa não foi vista devido a máscara de morcego, mas foi notada pelo seu tom de voz. Alfred estava à sua frente, que percebeu também que seu patrão não tirara a mão do lado esquerdo da caixa torácica. Foi onde levara o golpe de Metallo.

— Selina... Preciso me desculpar – dizia enquanto depositava um espelho numa mesa, próximo ao seu grande monitor.

— Senhor, acredito que primeiramente precisará de cuidados médicos.

— Estou bem, Alfred.

— Não é o que parece, Patrão Bruce. – Apontou para onde Bruce mantinha a mão.

— Não foi nada. Foi só um... – Endireitou a postura, mas sentiu dor. Por não conseguir disfarçar, resmungou algo que Alfred não se esforçou em entender. O mordomo o auxiliou até as escadas que dava acesso a mansão Wayne.

— Vamos, Patrão Bruce. Não quero estender por muitos dias os seus cuidados, pois não pretendo faltar ao jantar. – Bruce, que caminhava ao lado de Alfred, parou bruscamente com a resposta do amigo. O mordomo já se acostumara com os olhares sinistros que, às vezes, seu patrão lhe lançava devido as ironias que soltava durante suas conversas, entretanto, concluiu com o sarcasmo: — Quando este acontecer, é claro. Portanto, antes disso, devo colocar suas costelas no lugar, dar-lhe os pontos, fazê-lo se alimentar e descansar por, no mínimo, 8 horas.

Bruce, em resposta, só virou os olhos e voltou a seguir o caminho de seus aposentos.

—--

Não havia mais ninguém no recinto. Tudo havia sido desligado. A única luz estranha que surgiu veio do pequeno espelho.

— Entramos.

— Ótimo. Inicie o download.— A primeira voz estava de volta, mas parecia distante.

— Fácil, não? Agora, ande logo com isso antes que os morcegos acordem... he he he – dizia, agora, a conhecida voz sinistra. Este, sim, estava presente.

Foi depositado um diferente aparelho, este era pequeno e redondo, no painel de controle do grande monitor. Este mesmo aparelho iniciou um boot que religara as máquinas a sua volta. As imagens a seguir, vistas no monitor, eram de pastas e arquivos sendo identificados e colhidos. Um a um, numa velocidade que impressionaria até mesmo o homem mais rápido do mundo, eram transferidos para o moderno aparelho.

— Não pude ver ou ouvir nada enquanto estávamos em outra dimensão. Não quer que eu vasculhe um pouco mais para descobrirmos a identidade secreta do—

— Não! Não! Não! Não seja um menino malvado, senão Papai Noel não lhe dará presentes no Natal. Agora... Faça o que tem que fazer, antes que se torne caquinhos de vidro.

— Está me ameaçando, palhaço?

— Eu nem comecei...

— Parem vocês dois! Mestre dos Espelhos, termine o download, deixe-o aí e saía. Sem mais.

O tal esquisito aparelho soou um sinal de que havia cumprido sua função. Mestre dos Espelhos retirou-o do painel e voltou em direção ao pequeno espelho, o qual o morcego trouxera consigo para investigar e de onde os penetras haviam saído.

— Não que eu me importe, mas só por curiosidade, o que pretende fazer, desta vez? – antes de ir, perguntou Mestre dos Espelhos, um dos arqui-inimigos do Flash, para a outra voz que o acompanhara.

— Não é da sua conta. E ele vai saber que foram vocês que o roubaram. Pode não ser neste instante, mas alguma hora, ele vai atrás de vocês... De cada um de vocês. Enquanto isso, vou me divertir! – A gargalhada que se seguiu foi contida para não chamar a atenção antes da hora.

— Peraí... Você não fará nada? Vai deixar que ele venha atrás da gente? Acha mesmo isso engraçado?

— Eu sou o alívio cômico do plano, caquinho... Trate de fazer a sua parte. O grande arco principal é meu.

— Você é maluco, palhaço.

Mestre dos Espelhos sumiu ao voltar para o pequeno espelho em cima da mesa, deixando o dono da voz assombrosa, que sussurrava, sozinho em meio ao breu que, novamente, se instalava pela extensão do lugar.

— Palhaço? Não... Coringa.

—--

Após a noite do roubo e obrigatoriamente de descanso, Bruce deu continuidade na investigação. Não precisou de muito tempo para que associasse o espelho ao vilão que levava a designação de "Mestre". Entretanto, o que ainda não fazia sentido era o fato de que Chapeleiro Louco, Tweedledee e Tweedledum, Capitão Frio, Metallo, e agora, o Mestre dos Espelhos estarem envolvidos naquele assalto. Nada de extraordinário tinha naquele cofre, além de dinheiro. Quiseram realmente passar a impressão de que era um simples assalto, mas, o Cavaleiro das Trevas não era chamado de o Maior Detetive do Mundo à toa. Resolveu voltar para a caverna e iniciar a caça, entretanto, foi impedido ao lembrar de Selina. Com algumas teclas pressionadas no computador principal, fez uma ligação.

— Alô?

— Selina, é o—

— Ah! Não...

— Espere, deixe-me explicar—

— Não acredito que ainda tem a cara de pau de me ligar, Bruce. Ficou bem claro que as outras coisas, sejam elas quais forem, são muito mais importantes. E eu não quero mais ser um empecilho, por isso, acho que seria mais decente de sua parte não me ligar, não me procurar mais.

— Selina, queria te dizer—

— Não precisa, Wayne. Pra mim, ficou claro também que você não tem nada pra dizer além de "desculpa".

Ouviu-se o sinal de linha ocupada. Ela desligou, sem dar-lhe chances de se explicar. Bruce sabia que não havia outro jeito disso acabar bem, entretanto, não queria magoá-la. Mas preferiu dessa forma, pois não queria que ela corresse riscos desnecessários, com os quais teria se soubesse que Bruce Wayne e Batman eram a mesma pessoa. Selina havia mudado, era uma pessoa melhor, não deixara o lado "gatuna" prevalecer e destruir o que ainda havia de bom nela e, por isso, merecia uma vida normal. E se para a segurança dela, ele precisasse ficar longe, então, assim seria.


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Notas finais do capítulo

Há! Vou aproveitar e agradecer novamente ao Beto-El pela gentileza. Leu minha história, comentou e ainda por cima, divulgou. Poxa, fiquei muito feliz mesmo! *.*

E agora, pessoal? O dono de uma das "vozes" foi revelado. E neste momento se encontra na BATCAVERNA! Como isso vai ficar? Aguardem o próximo capítulo.

Comentem, please!
Obrigada!