Ainda estava muito cedo pra ir ao colégio, eu ainda estava me arrumando quando olhei pela janela e vi o volvo prata do Edward saindo da garagem. Oi?! Ele esqueceu de mim?! Peguei meu celular e mandei uma SMS pra ele. Dois minutos depois veio a resposta.

O Jasper disse que vai te dar uma carona hoje. =]

Legal isso de acertar as coisas e não me comunicar, né? Fora que, na minha opnião, o Jasper estava levando essa terceira etapa do plano muito a sério. E ainda tem o fato de que ele havia acabado de terminar seu namoro com a Maria Peitos.

Terminei de me arrumar, tomei o café da manhã, escovei os dentes, ajeitei meu cabelo outra vez e quem disse que o Jasper chegava? Nada disso aconteceria se eu tivesse ganhado meu Porsche Amarelo quando fiz dezesseis anos. Eu estava começando a me irritar quando finalmente ouvi uma buzina do lado de fora. Recolhi a minha mochila e saí de casa.

– Finalmente. - Eu disse quando entrei no carro.

– Ora, deixe de ser tão reclamona. Primeiro um 'bom dia'.

– Reclamona? Você decide de última hora que vem me buscar em casa, se atrasa, e eu sou a reclamona?

– Ao que me parece é você quem está reclamando agora...

– Argh, só dirija, Jasper.

Eu já contei que o Jasper é bastante popular no colégio, não contei? E, ao que me parece, sua popularidade cresceu ainda mais depois que ele terminou o namoro com a Maria Peitos porque agora, além de popular, ele era cobiçado. Eu arriscaria dizer que ele era "O Solteiro Mais Cobiçado do FHS". Foi por isso que, quando nós saímos do carro, metade do colégio pareceu nos encarar. Aliás, metade não, o colégio inteiro.

– O que você acha de eu passar o braço pelo seu ombro agora? - Ele perguntou baixinho, só pra me sacanear.

– Não se atreva. - Eu rebati.

Eu tinha a primeira aula de literatura, e eu a fazia com o Jasper. Sim, foi exatamente nessa aula que o Jasper citou aquela frase de Shakespeare.

A escritora dessa semana foi Jane Austen, o que era ótimo, porque eu amava os livros dela e a sua forma de escrita. Como era de praxe o professor ia escolher alguém para que essa pessoa lesse uma citação de algum livro da Jane Austen, mas, antes que ele o fizesse, Jasper ergueu a mão e pediu e pediu para ler. Ele virou-se descaradamente para mim e recitou um trecho do livro Orgulho e Preconceito, o meu favorito:

– "Em vão tenho lutado comigo mesmo; nada consegui. Meus sentimentos não podem ser reprimidos e preciso que me permita dizer-lhe que eu a admiro e a amo ardentemente".

E tudo o que eu pude pensar foi: "uau". Depois disso o professor nos liberou e então eu fui falar com o Jasper.

– Você recitou bem. - Comentei. - Pra falar a verdade eu estou bem surpresa. Não parece que foi você quem, a poucos dias, não queria colaborar com esse casamento de forma alguma.

– Obrigado. - Ele sorriu. - E já que nós vamos nos casar mesmo, eu prefiro que as coisas saiam bem feitas. Se é para as pessoas pensarem que nós estamos realmente ficando, vamos fingir o melhor possível.

– Isso é o que eu chamo de perseverança.

As aulas seguintes foram bem chatas. Só DNA e cálculos. Quando o intervalo chegou eu agradeci aos céus! Estava bem empolgada conversando com a Bella, a Rose e a Renesmee sobre coisas de meninas, tais como: atores lindos, livros de romance e comédias românticas, quando a minha barriga roncou e nós demos risada.

– Acho melhor você levantar e pegar algo na cantinha, Allie. - Bells disse e eu concordei com ela.

Felizmente não havia mais fila, e eu encostei meu nariz no vidro da vitrine, para escolher alguma coisa. Nada me chamou a atenção, nadinha mesmo. Por fim tive que optar por uma barra de chocolate light. Por favor, pra quê inventaram chocolate light? Eu, hein. Estava super envolvida nesses pensamentos quando alguém cantarolou meu nome. Eu soube quem era antes mesmo de olhar.

– Oi, Jasper.

– Oi, emburrada.

– Eu não estou emburrada, mas que droga!

– Você tem certeza?

– Olha aqui, Hale, você não tem que ficar grudado em mim só para as pessoas pensarem que nós estamos ficando, ok?

– É verdade.

– Então você vai me deixar em paz?

– Não. - Ele disse, simplesmente.

– Por que?

– Porque eu acho que nós temos que reforçar a ideia de nós dois como um casal antes que eu te peça em namoro.

– E você pretende fazer isso não desgrudando de mim?

– Isso também. - Ele falou. - E isso.

E então ele me beijou ali, no meio do refeitório. E foi um beijo daqueles. Eu ainda estava meio zonza e descrente quando ele finalmente afastou seus lábios dos meus. Eu o encarei.

– O que deu em você? - Perguntei.

– Só estou seguindo a terceira etapa do plano.

– Você podia pelo menos avisar que ia me beijar!

– E perder essa sua cara de surpresa? Sem chances! - Ele riu.

– Ai, mas você é mesmo um idiota. - Eu me virei e voltei andando para a mesa, mas logo o sinal tocou e eu troquei de rumo, indo em direção à sala de aula.

Jasper Hale ia se ver comigo, e eu falo sério. Pelo visto ele estava achando a maior graça em me sacanear e me deixar envergonhada, mas tudo bem, ele queria brincar, não é? Vamos brincar! O jogo começou, querido, isso é tudo o que eu tenho a dizer.