Narrado por Alícia:

– ...Por que me pergunta isso? - Ele perguntou e eu apenas continuei com a cabeça baixa.
– Gabriel... Eu... Eu... - Falei e coloquei minha duas mãos no rosto começando a chorar.
Meu coração estava apertado dentro do meu peito, eu nem sei porquê perguntei isso à ele. Eu sou uma completa idiota!
Me levantei e coloquei meus pés na areia, descendo da rocha.
– Alícia? O que foi? - Gabriel me puxou pelo braço e me fez ficar próxima dele.
Eu não conseguia olhar em seus olhos, eu olhava para o chão enquanto sentia algumas lágrimas rolando pelo meu rosto.
– Olha pra mim. - Ele disse e eu levantei meu rosto, encontrando meus olhos, com seus lindo olhos azuis. - Por que esta chorando? - Gabriel perguntou e limpou minhas lágrimas com a mão.
– Pode me responder? Você esta apaixonado pela Anny sim ou não? É só isso o que eu quero saber.
– Alícia, eu não vou mentir pra você. Eu gosto muito da Anny, mas...
– Ok, acho que já entendi - Falei me distanciando dele.
– Espera. - Ele segurou meu braço - Você esta magoada comigo?
– Se importa comigo agora? Vai lá ficar com a Anny e esquece que eu existo! - Gritei enquanto chorava e me soltei dele.
Eu não sabia explicar o que eu estava sentindo naquele momento. Caminhei devagar em outra direção.
– A onde vai, Alícia?
– Não interessa! Não te devo satisfações da minha vida!
– Deixa de ser teimosa! - Ele correu até mim e me abraçou.
Não entendi o por quê dessa reação dele, mas eu não tive forças o suficiente para me separar dele e o abracei o mais forte que podia.
– O que deu em você hoje? - Ele perguntou ainda me abraçando e acariciando meus cabelos com a mão.
– Eu tenho que ir. - Falei e corri pra longe dele.
Ele não veio atrás de mim. Fui pra casa e fui direto pro meu quarto. Me joguei na cama e abracei Teddy enquanto chorava., fiquei quase 10 minutos nesse estado, mas logo me levantei e lavei meu rosto no banheiro.
– Não, eu não tenho tempo pra chorar. - Falei fitando meu reflexo no espelho. - Preciso ligar pro Lysandre.
Peguei meu celular e liguei pro Lysandre.
Ligação on:
– Alô?
– Oi, sou eu.
– Tudo bem, minha pequena?
– Mais ou menos, mas isso não importa agora.
– O que foi?
– O casamento da minha tia é hoje e eu queria saber se você pode ir comigo.
– Tudo bem, eu vou com você. De que horas vai ser?
– A cerimonia vai ser de 18:00 horas na igreja... - Passei o endereço da igreja pra ele.
– Ah, eu sei onde fica, até as 17:00.
– Por que, 17:00?
– Eu vou chegar um pouco antes.
– Ok, até e... Obrigada.
Ligação OFF.
Eram 15:57 no relógio. Anny já deve estar se arrumando à essa hora. Abri o guarda-roupas e fiquei fitando o vestido. "Melhor me arrumar logo, daqui a pouco tia Carmen chega e quer ajuda com o vestido" Pensei.
Fui ao banheiro tomei banho. Voltei pro quarto e coloquei o vestido pra ver a cerimonia. Me olhei no espelho e sorri. Peguei um rímel e algumas sombras que achei por acaso dentro do meu guarda-roupas, nem sabia que existiam. Me 'maquiei' e coloquei o salto que tinha comprado. Me cabelo é liso, então apenas fiz uma trança cachoeira nele. Fui terminar eram 16:00 horas.
– Caramba! A hora passou muito rápido, né, Teddy? - Falei.
Peguei algumas pulseiras e coloquei no meu braço, escondendo os cortes completamente.
– Alícia, Anny! Cheguei! Venham me ajudar a colocar o vestido! - Ouvi minha tia gritar.
Fechei a porta do quarto, e fui até o quarto da minha tia. Anny chegou logo em seguida. Ajudamos ela a fechar o vestido. Anny maquiou tia Carmen e eu fiquei olhando. Tia Carmen estava linda, o vestido era muito bonito. Anny estava linda também, confesso, na verdade Anny é linda, loira dos olhos verdes a única coisa que é feia nela é o caráter.
Tia Carmen estava com os olhos transbordando de felicidade, posso não falar muito com ela, mas é muito bom vê-la assim.
Assim que deram 17:00 horas eu resolvi ir na frente pra igreja.
– Eu já vou, ok?
– Já Alícia? Não vai querer ir com a gente de carro?
– Não, a igreja é logo ali, eu vou andando.
– Como queira.
Desci, e na mesma hora a campainha tocou. Pensei que fosse meu avô e minha avó que tinham chegado juntos com minhas outras tias pra ver tia Carmen, mas não eram eles.
– G-Gabriel? O que faz aqui?
– Anny me chamou pra acompanhar ela.
– Anny... - Falei baixinho e meu coração apertou.
– Você esta linda. - Ele disse me fitando.
– O-obrigada, eu acho. - Falei ficando vermelha.
– Não precisa ficar vermelha.
– Eu naõ estou vermelha! - Falei cruzando os braços.
– Ok, ok. Onde vai? - Ele disse rindo.
– Pra igreja.
– Já?
– Sim, os convidados já devem estar lá.
Falei saindo.
– Pode subir. A Anny esta lá.
– Não, eu posso ir com você?
– Não ia acompanhar a Anny?
– Eu vou, mas eu posso espera-la na igreja.
– B-Bem, e-eu...
– Eu vou. Independente da sua resposta.
– Que seja.
Comecei a andar em direção a igreja e Gabriel veio atrás de mim.
– Não precisa me ignorar. - Ele disse e eu continuei andando. - Ei, o que aconteceu?
– Como assim?
– Hoje cedo você estava "estranha". Fiquei preocupado.
– Gabriel, eu já te disse que não precisa fingir se import...
– Alícia, eu já disse que não estou fingindo. - Ele me puxou pelo braço, me fazendo ficar de frente pra ele. - Eu já disse que realmente me importo. - Ele me abraçou.
– Ok, que seja. Vamos logo pra igreja.
– Por que a pressa? Esta, esperando alguém. - Ele abaixou a cabeça um pouco.
– N-Na verdade, sim.
– Ok, quer que eu volte?
– Não, pode vir comigo.
– Não quero te atrapalhar.
– Atrapalhar? Como assim? Lysandre é meu amigo.
– Lysandre? O cara do cinema?
– É... - Falei um pouco baixo.

Já tinhamos chegado na igreja, e Gabriel parou de andar.
– Oi Alícia. - Lysandre correu até mim, me abraçou e me levantou me girando. - Esta linda! - Ele disse meio tímido.
– O-Obrigada. - Sorri.
– Ei, Gabriel, beleza? - Lysandre o perguntou e Gabriel fechou a cara e me fitou.
Os dois se cumprimentaram.
– Vamos entrar, Alícia? - Lysandre perguntou.
Olhei para Gabriel, que olhava com ódio para Lysandre, ele se virou e andou em direção contrária.
– Espera um pouco Lysandre, eu já volto.
– Ok, faça o que achar necessário. - Ele sorriu.
Corri até Gabriel e o abracei. Ele ficou sem reação.
– Não vai embora, por favor. - Falei ainda abraçada a ele.
– Pensei que fosse entrar com aquele cara, o que você quer?
– Ciúmes de mim? - O perguntei e ele olhou pro lado, meio vermelho.
– Não. Por que eu teria?
– Por que essa reação, então? - Perguntei rindo.
– Ok, estou com ciúmes sim, feliz agora? - Ele disse.
O abracei e ele me abraçou também.