Just a girl escrita por Emilly


Capítulo 12
Novos membros na "família"?




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/298304/chapter/12

LIGAÇÃO ON
- Alô?
- Alícia! Você esta bem?
- Ah, oi tia. - Falei - Estou bem sim, por que a pergunta?
- Apenas queria saber se estava de bom humor - Percebi que ela estava feliz.
- Por que essa animação toda?
- Bem, é que eu vou me casar! - Ela disse animada.
- O que? Com quem? Por que não me disse que estava namorando?
- O nome dele é Ryan, vamos no casar daqui a uma semana, ah e ele vai morar com a gente.
- Ah, puxa, que bom. - Falei sem ânimo.
- Ah, e ele tem uma filha da mesma idade que você.
- Ah, que bom.
- O nome dela é Anny. Vamos nos casar daqui a uma semana, mas eles vão se mudar ai pra casa amanhã, ok? Liguei apenas para avisar.
- Ah, ok. - Falei.
- Tchau, daqui a pouco eu chego, quero a casa limpa quando eu chagar.
- Ok, tia, tchau.
LIGAÇÃO OFF
Ótimo, minha tia vai se casar e me avisa em cima da hora, e o pior é que o noivo dela tem uma filha, com certeza não vou me dar bem com ela, sou muito fechada pro mundo, não consigo confiar e ser eu mesma 100% com o Gabriel, quem dirá com uma estranha dentro de casa? 
Tentei dar um jeito no meu quarto, na sala e na cozinha. Minha tia as vezes é meio chata em relação a limpeza da casa, mas eu dou um jeito nisso rapidinho. Assim que terminei de limpar a casa, voltei pro meu quarto e me sentei na cama.
- Teddy, como será esse noivo e a filha dele? Tenho certeza de que não vou me dar bem com ela. - Falei - O que me resta agora é esperar, pra ver o que vai acontecer. Amanhã eles vão se mudar pra cá, tenho quase certeza de que a essa Anny vai ficar ao quarto ao lado, mas não estou com um pressentimento muito bom sobre isso.
Depois de algumas horas, ouvi um barulho da sala, só podia ser minha tia. Me levantei da cama, e rapidamente coloquei uma calça jeans e uma blusa de mangas compridas. Não posso deixar que ela veja meus cortes e os pontos que foram dados hoje. Coloquei um tênis, e desci, a encontrando com várias sacolas na mão.
- Ah, você esta ai. - Ela disse indo até a cozinha e eu fui atrás dela. - Alícia, quero que limpe o quarto que fica ao lado do seu, a filha de Ryan vai ficar lá. 
- Ok.
- Quero que seja simpática com ele e Anny, você não sabe como eu estou feliz com isso - Ela disse sorrindo e seus olhos brilharam.
- Ok. - Respondi sem demonstrar emoções e subi. 
Fui até o quarto ao lado. Ele estava vazio, porém, bem empoeirado. Apenas varri e joguei água nele. Quando terminei, fui até o banheiro e tomei um banho, indo pro meu quarto logo em seguida. Já eram 22:00 horas da noite, e eu confesso que estou morrendo de sono. Encostei a porta, apaguei a luz e me deitei. Amanhã seria um novo dia. Estou meio insegura com tudo que pode acontecer, mas apenas o que me resta é esperar. Acordei exatamente as 6:30 com um barulha na rua. Me levantei, e olhei pela janela e era o caminhão de mudanças que havia chegado. Sem pensar, apenas me troquei colocando uma calça jeans, uma blusa de mangas compridas e calçando meu all star. Desci rapidamente, e já pude visualizar algumas caixas na sala.
- Alícia, meu amor, bom dia - Minha tia disse me abraçando.
- Bom dia - Falei.
Ela me apresentou o noivo dela, que também estava na sala. Ele parecia ser um cara legal, mas hoje em dia, não tenho certeza mais de nada. 
- Anny já esta arrumando o quarto dela, se quiser ir lá.
- Ok. - Falei subindo.
Fui pro meu quarto e peguei uma toalha no guarda-roupas, logo em seguida indo ao banheiro. Eu não queria ver quem ela era agora, não sou de falar com as pessoas. Bem, de qualquer maneira iremos nos encontrar, então não tem o por quê de ser agora. Tomei banho, e assim que terminei voltei pro quarto. Me vesti pra ir pra escola, como sempre: Calça jeans, all star e uma blusa de mangas compridas. Peguei meu fichário e desci. Abri e fechei a porta da frente.
- Bom dia Alícia. - Alguém me abraçou por trás
- Ai que susto, Gabriel! - Falei.
- Te assustei? - Ele perguntou rindo.
- Não, imagina. - Falei irônica, revirando os olhos.
Começamos a caminhar em direção a escola, em completo silêncio.
- Vai se mudar? - Ele perguntou.
- Não, por que?
- Tinha um caminhão de mudanças em frente a sua casa, porque, então?
- Não interessa. - Falei.
- Alícia, você sabe que comigo não precisa fazer charme. - Ele disse sorrindo.
- Eu não tô fazendo charme.
- Ah, então é TPM, né?
- Gabriel! - Falei e dei um tapa nele.
- Calma! - Ele disse rindo.
- Você é muito idiota! - Falei.
- E você fica linda com raiva. - Ele disse fazendo bico.
- Cala boca! - Falei e não pude conter o sorriso.
Confesso que senti o meu rosto arder de vergonha, e a esse momento já devia estar vermelho.
- Não precisa ficar vermelha. - Gabriel disse rindo.
- Eu não tô vermelha!
Gabriel começou a rir. Chegamos na escola, e vi Natalia vir em nossa direção. Ela deu um beijo no rosto de Gabriel e apenas me olhou.
- Oi Biel. - Ela disse sorrindo e me olhou logo em seguida - Vamos no cinema hoje depois da aula, é que lançaram um filme novo, e nenhuma das minhas amigas podem ir comigo. - Ela disse fazendo bico.
- Sabe, Natalia... É que hoje não vai dar, tenho que sair com meus pais.
- Ah, tudo bem, fica pra próxima então - Ela enrolou uma ponta do cabelo no dedo e fez um cara de desapontada.
- Ok, talvez na próxima talvez eu vá - Ele disse ela olhou pra mim dando um sorriso cínico.
Natalia foi embora, e Gabriel me olhou.
- Vai sair com seus pais hoje? - Perguntei.
- Não, meus pais nem estão em casa esses dias. - Ele deu um sorriso de lado.
- Mentiu pra ela? - Falei rindo.
- Claro, não quero sair com ela de novo, menina chata, não para de falar um minuto. - Ele disse e rimos.
- Ficaria com ela? - Perguntei e ele me olhou.
- Por que, esta com ciúmes? - Ele disse sorrindo de lado.
- Claro que não! - Falei.
Ele ficou de frente pra mim, pegou minhas mãos, e olhou dentro dos meus olhos.
- Não é isso que seu olhar diz. - Ele disse, com seus olhos presos aos meus.
- Droga - Sussurrei pra mim mesma e desviei meu olhar do dele. O sinal bateu e eu fui pra sala. Gabriel ficou conversando com alguns amigos no corredor.
Cheguei na sala e como sempre me sentei no canto mais isolado possível, e logo veio Natalia em minha direção.
- Olha aqui, garota. - Ela disse - Eu só quero dar um aviso pra você: fica longe do Gabriel, entendeu? - Ela disse e eu não tomei coragem pra responder, apenas abaixei a cabeça. - Vou considerar isso como um sim. - Ela deu um sorriso irônico.
Natalia derrubou meu fichário no chão e o chutou pro outro lado da sala, quando me levantei para pega-lo, ela me empurrou e eu caí de cara com o chão. Não estava sangrando, mas dói muito. Não demorou para que todos começassem a rir de mim. Senti meus olhos ficarem húmidos, e logo várias lágrimas escorreram pelo meu rosto. Eu estava me sentindo humilhada novamente, nem ter forças para levantar do chão eu tive. Por que? Eu sou fraca, eu não sou capaz de me defender dela, eu não sou.
- Alícia! - Ouvi a voz de Gabriel.
Logo ele me ajudou a levantar.
- Me deixa. - Falei chorando.
- Mas... quem fez isso com você? - Ele perguntou e eu gelei.
Olhei pra Natalia que estava atrás dele, e ela me fuzilou com os olhos.
- Não importa! - Falei pegando meu fichário. 
Todos ainda riam de mim, sem pensar sai da sala. Corri até o banheiro. Podia sentir as lágrimas escorrerem pelo meu rosto, descontroladamente. Joguei meu fichário no chão, e me sentei começando a chorar mais do que já estava.
- Não faz sentindo eu continuar viva! - Falei entre soluços - Por que não tiram logo a minha vida? POR QUE? - Falei um pouco alto olhando pro teto.
A Natalia conseguiu me humilhar, outra vez. Eu já deveria ter me acostumado, mas não. Ainda doía muito dentro de mim o que ela fazia comigo. Não tive coragem de contar a Gabriel que havia sido ela, afinal, várias pessoas gostam de me humilhar, e se eu a entregasse, ela poderia fazer muito pior comigo. Se o suicídio já passou pela minha cabeça? Várias vezes, mas prometi a mim mesma que iria me suicidar no dia do meu aniversário de 18 anos. Tenho apenas 16 agora, e já pensei em me matar antes da hora, se não fosse por Gabriel me salvar, eu já estaria morta agora, e quer saber? Seria muito melhor assim. As dores, as mágoas que passei no meu tempo de vida, iriam desaparecer, o que eu mais queria era estar morta agora.
Limpei minhas lágrimas com a mão e me levantei, indo lavar o rosto. Estava com medo de voltar pra sala, então resolvi ir até a secretaria e ligar pra casa, não posso sair da escola sem a autorização da minha tia. Fui até a secretaria, e pedir pra ligar pra casa, avisei minha tia e liberaram minha saída.
Fui caminhando pela rua, ate´chegar em casa. Respirei fundo e abri a porta, me deparando com uma garota em minha frente, deveria ser Anny. Ela me olhou.
- Ah, você deve ser a Alícia - Ela disse revirando os olhos.
- Sim. - Respondi sem demonstrar emoções.
- Olha, eu não vou ser sua "amiginha" se é isso que você esta pensando. Fica longe de mim, que ficarei longe de você, entendeu bem? - Ela perguntou me olhando com despreso e eu apenas assenti.
Fui ao banheiro e tomei um banho, voltando pro quarto, tranquei a porta e me troquei. Logo em seguida abracei Teddy e me joguei na cama.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Just a girl" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.