Amy

Suas unhas, antes perfeitas, estavam destruídas por causa de sua aflição. Ainda não podia acreditar que Mellie piorou tão rápido e de repente.

Amy, Vivian, Chuck, Lucy e Naomi estavam no hospital da cidade próxima a casa de praia de Amy.

Ninguém aguentava tanta tensão, os garotos estavam sumidos e não davam notícias, Amy ligou diversas vezes, e tentou a todo custo contata-los. Mas, de nada adiantaram os esforços.

Amy rezava coisa que nunca fizera antes, para que as coisas dessem certo. Tudo que ela queria, era que o médico abrisse a porta e dissesse que Mellie só teve um mal estar pelo calor, ou alguma coisa assim. Se algo realmente sério acontece, Amy nunca se perdoaria.

E Vivian parecia sentir o mesmo. Ela não parava de chorar. Chuck tentava consolá-la, mas ela recusou o abraço do amigo.

Lucy estava sentada, abraçando as pernas e também nervosa.

Naomi então parecia que ia ter um colapso a qualquer minuto. Ela caminhava de um lado para o outro fazendo as pantufas (a única coisa que deu tempo de vestir) fazerem um leve barulho no chão. Todos estavam em silêncio.

Quando a porta se abriu, correram até o médico, cada um fazendo uma pergunta diferente, mas que possuíam o mesmo significado.

–Ela está bem? – Vivian perguntava

– Como ela está? –

–Calma calma! – o Dr.Steve disse levantando as mãos ao alto – A paciente Mellie Owens está descansando agora. Mas descobrimos que ela tem Púrpura Trombocitopênica Idiopática, e que o número de plaquetas dela caiu muito. –

Todos arregalaram os olhos. Já sabiam que Mellie estava doente, mas ela disse que estava quase curada, e que seria difícil piorar. Mas, ao que parecia, piorou.

–Podemos ver ela doutor? – Chuck perguntou

– Agora não. O desmaio quis dizer que ela está muito fraca e desidratada. Ela está tomando soro e descansando. AO que parece, a noite de ontem foi de festa. Não recomendo que ela beba muito álcool. Essa série de acontecimentos podem ter causado a piora. Agora, vocês podem ir pra casa descansar. Se me derem licença – E com isso o médico os deixou ali parados.

–Acho melhor a gente ligar pra mãe da Mel – Lucy disse – e tentar encontrar os meninos. Temos que diminuir as férias. –

Amy apenas concordou. Ela caminhos até as cadeiras e se sentou em uma. Tapou o rosto com a mão e respirou fundo. De repente, uma cena invadiu sua mente:

Estava jogando comida e rindo bastante quando o celular começou a tocar. Do outro lado da linha, alguém com uma voz distorcida disse “Quem é?” Amy, furiosa, falou diversos nomes, então reconheceu a voz de Doug. “Amy, que bom. Olha, eu vou pra o Japão com a galera falou? Partimos de carro daqui a pouquinho. O Sam gosta de orientais, então vamos pra muralha da China. O avião sai em meia hora, querem vir?” Ao ouvir isso, Amy gargalhou, chamou Doug de alguma coisa e desligou o celular.

Ela retirou as mãos do rosto.

–O Doug me ligou ontem – ela disse de repente

–Ligou? – perguntou Naomi – Como você sabe? –

– Eu lembrei. Ele disse alguma coisa sobre viajar pra o Japão... Pera... Foram eles que tomaram o dobro de bebidas não? Eles tomaram os copos dos surfistas... –

–Sim! – Vivian disse de repente – eles devem estar perdidos por ai! Acho melhor chamarmos a polícia! –

–Claro. E eles vão querer saber de onde tirou as drogas né Vivian? – Chuck disse – o melhor a se fazer e procurarmos eles. Amy, o que mais você lembra? –

–Ele falou de muralha, avião, carro e orientais. É isso que eu lembro – Amy disse tentando relembrar se aquilo realmente acontecerá, ou se ela não havia sonhado com aquilo.

–Vamos nos dividir – Lucy disse – Dois ficam aqui com a Mellie, e o resto vai procurar os meninos. –

–Eu fico – Naomi disse – e acho melhor a Vivian ficar também –

Os outros concordaram. Queriam resolver logo tudo.

– Chuck, você está com o seu celular? – Naomi perguntou

–Não, ele está descarregado desde ontem. Deixei em casa –

–Voltem pra casa e confiram os celulares. Tentem ao máximo contatá-los. Alguém tem que responder! – Vivian disse

Chuck, Amy e Lucy concordaram e voltaram para o carro.

–Quando vamos parar de nos meter em confusões? – Falou Lucy apertando o cinto

–Uma ótima pergunta. Resposta, indefinida – Chuck disse ligando o veículo e se dirigindo para casa.

Entraram praticamente sem tocar no solo de tão rápido que correram.

Chuck ligou o celular ao carregador de imediato e Amy ficou apenas observando os amigos com seus celulares, já que o dela não tinha nada.

– Espero a Mel melhore – ela disse

– Todos esperamos. – Lucy disse – Essas, como você disse, são as férias. Perdemos o Peter há alguns meses, agora, perdemos praticamente metade da galera! –

–Só espero que não estejam em perigo! – Chuck disse

– Por favor, não me assusta. Se eles estiverem em perigo... – Amy disse sem completar a frase. Não queria nem imaginar como os garotos estavam. Queria apenas encontrá-los bem, pegar Mellie e se mandar para casa. Mas, nada podia se saber quando se tratava desse pessoal. Nada se pode esperar.

–Estamos nos tornando incontroláveis! – Lucy disse de repente definindo o que passava pela cabeça de Amy naquele exato momento.