Phillip

Ainda não conseguia acreditar que Naomi tinha ficado brava por ele estar com outra garota. Ela mesma tinha dito que eles nunca voltariam juntos!

Estava dançando abraçado a alguém. Phillip já não assimilava as coisas. Alguma coisa ele devia ter comido ou bebido que o deixou daquele jeito. Aquela sensação estranha...

De repente, a pessoa com que ele dançava começou a rir histericamente, e foram as risadas que denunciaram Chuck.

-Phillip... – Chuck disse – já reparou que seu cabelo é castanho? –

-Jáá... – Phillip disse desligado

-Mó loucura não é? – Chuck disse rindo – castanho... Ai ai. –

-Cara. Não estou me sentindo bem! – Phillip disse – meio zonzo! –

-Minha língua tá roxa? – Chuck perguntou de repente mostrando a língua.

- Parece mais... Laranja. Agora verde não, Azul! Ah... São as luzes – Phillip disse. Aquele clima da boate estava mexendo com a cabeça dele.

E onde estavam todos?

-Chuck, fica de quatro! – Phillip subiu nas costas do amigo e tentou ver se encontrava os outros.

-Deu! Vem comigo – eles saíram do meio da pista e encontraram Amy, Vivian e Mellie dançando juntas, enquanto Naomi puxava as três.

-Phillip! – ela o chamou assim que o viu – elas estão malucas! Temos que voltar pra casa, acho que aqueles surfistas... Por que você está me olhado assim? – Ela perguntou de repente

-Você me lembra do filme Avatar... –

-Não acredito que o Doug... Você vai ficar? Eu vou levar as meninas pra casa! – Naomi disse

-Fico fico! – Phillip repetiu várias vezes. Naomi deu de ombros irritada e puxou as garotas para fora da festa.

De repente, Dylan pulou nas costas de Phillip.

-SABE QUEM ESTÁ AQUI? – ele perguntou animado

Mas Phillip nem precisou responder. Loiro e cheio de glitter, Peter apareceu do meio da multidão.

-Quem é você? – Phillip perguntou

-Nossa... Essas coisas eram fortes mesmo. – Peter falou

-É O PETE! – Doug gritou entrando na conversa seguido por um Chuck choroso.

- O que aconteceu com você cara? – Dylan perguntou

-Acho melhor eu explicar depois pra galera toda. Por enquanto, vamos nos divertir!- Peter falou sorrindo para os amigos.

-PETER! É VOCÊ! – Phillip exclamou de repente e abraçou o amigo

-Que meigo! – Chuck abraçou os outros, e logo o abraço se tornou grupal.

O resto da noite pareceu passar voando. Phillip não se lembrava de mais de nada.

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Por alguns instantes, esqueceu quem ele era. Mas, em segundos tudo voltou para sua cabeça, que por sinal doía muito.

Ele estava em uma espécie de banheiro público, ao lado de uma privada.

Massageou a cabeça e se levantou tonto. Teve que se segurar na parede para não cair.

Aproveitou que estava non banheiro e vomitou. Saiu até uma pia e limpou a boca com água. Quando se olhou no espelho, viu um ser cheio de glitter e rabiscado. Um menino de cerca de oito anos o olhava de longe assustado.

Phillip lavou bem o rosto e tentou tirar o máximo de glitter possível do corpo, mas apesar dos esforços, ele ainda parecia pura purpurina.

Olhou por todo o banheiro em busca de um conhecido. Nada.

Saiu então do banheiro. A luz do sol ofuscou sua visão por instantes. Quando começou a andar, todos olhavam aquele estranho ser brilhante que caminhava no meio de um... shopping? Não. Tinham grandes telas com divisões.

Então, Phillip viu onde estava. Um aeroporto. Mas o que diabos ele estava fazendo lá ele não sabia.

Procurou nos bolsos e encontrou seu celular com três chamadas perdidas e sete mensagens de Doug.

Entre elas, as mais chamativas eram: “Traz algodão” “Onde você tá?” “estamos aqui em cima, na cafeteria” e “você por acaso tem notícias do Chuck?”.

Phillip subiu as escadas sendo observado por todos. Chegou à cafeteria e encontrou Doug, Dylan, Sam e Peter sentados em uma mesa.

Se sentou ao lado dos amigos.

-Você viu o Chuck? – Dylan perguntou nervoso

-Não. – Phillip respondeu – Peter? É você? – Phillip perguntou olhando o amigo sumido.

-Pela milésima vez, sim. E depois eu te explico tudo sobre meu sumiço –

-Nem se preocupe em dizer – Phillip disse – eu não gravaria nada na memória mesmo –

-É – Doug disse – mas uma coisa você tem que gravar. O Chuck está perdido, sem telefone, e têm uns seguranças de aeroporto nos olhando de longe – Doug completou tomando um longo gole de café.