O Amor É Para Mentes Fracas escrita por Tholomew Plague


Capítulo 4
Trabalho


Notas iniciais do capítulo

Eu quero agradecer muito a Lígia Carvalho por ter comentado no capítulo anterior, eu estava super insegura já que estava convencida de que aquele capítulo era muito ruim, então muito mas muito obrigada Lígia, você não sabe o quanto me ajudou a continuar esta história.
Este capítulo terá o link de uma música para clicar.
Espero que gostem, boa leitura.
Capítulo 4 - Trabalho



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Larissa's POV.

Estava frio e eu nem levara um casaco junto a mala. Fui acordada cedo da manhã, o dia seria cansativo e era preciso de muito humor para aturar o dia inteiro em museus e palestras. Peguei minha câmera fotográfica e fui de encontro a Jason logo que ordenaram as duplas a se juntarem para iniciarem os passeios. Em cerca de 10 minutos o ônibus nos deixou na frente de um museu, eu e Jason trocara nossas câmeras, eu gravaria com a filmadora dele enquanto ele tirava fotos com minha câmera.

– Você não está com frio? - Caio aproximou-se de mim assim que percebeu que eu era a única sem casaco.
– Na verdade, estou com um pouco.
– Tome meu casaco! - Ele tirou seu casaco e estendeu para mim.
– Não quero incomodar.
– Não vai incomodar, não se preocupe. - Ele sorria.

Peguei o casaco de suas mãos e retribui seu sorriso, Caio lembrava-me Lucas, que sempre foi gentil comigo desde o início e nunca pareceu querer mais nada do que uma amizade no começo dela, ao contrário de Jason que me convidara para sair no segundo dia de aula.

– Obrigada. - Agradeci.

Eu podia sentir cheiro de perfume vir do casaco de Caio, um aroma muito bom. Os professores nos guiaram até dentro do museu e nos deixaram com alguns guias do museu. Eu comecei a filmar assim que alguém começou a explicar sobre as histórias que pertenciam a cada objeto do museu. Eu filmei cada objeto de diferentes ângulos, sempre cuidando cada mínimo detalhe que aparecia na tela da câmera. Quando menor, jurava que seria fotógrafa, sempre treinava fotos e vídeos, pesquisava na internet como fazer filmagens e tirar fotos impecáveis e então apliquei minha prática nesse trabalho.

– Você tá tirando as fotos erradas! - Eu falava para Jason que nem se importava muito em como tirava as fotos. - Você nem repara se saiu tremida! E tem que tirar mais de perto.
– Cuida das filmagens que eu cuido das fotos. - Jason deu de ombros.
– Se você não fizer isso direito, vou fazer o trabalho sozinha! - Enfureci com o corte recebido.
– Qual é o problema das fotos que tirei?
– Você não sabe tirar foto direito!

Estávamos novamente discutindo. Jason insistia em me deixar enfurecida. Droga de professor, seria tão fácil fazer tudo sozinha! Assim me livraria de fazer um trabalho mal feito por culpa de Jason e me livraria do mesmo. Com ou sem Jason eu faria o mesmo esforço já que estava fazendo tudo, já estava filmando e faria a apresentação de slides inteiramente sozinha. Não porque Jason recusou-se mas eu sabia que ele iria mais me tirar a paciência do que me ajudar se montasse os slides comigo.

Continuamos a andar pelo museu um ao lado do outro criticando o que o outro fazia, era um verdadeiro estresse andar ao lado de Jason, não sabia se ele estava realmente discutindo comigo com a mesma seriedade que eu discutia com ele ou ele estava querendo me provocar já que em alguns instantes ria da nossa desgraça. Ficava ainda mais impossível ficar ao seu lado enquanto ele sorria com aqueles dentes perfeitos. Aproximou-se de mim inúmeras vezes, olhava para minha boca, falava num tom lento e calmo, as vezes cochichava no meu ouvido - o que fazia eu arrepiar. Mas então voltava a brincar com minha paciência.

– Só não erra na filmagem. - Jason dizia enquanto me empurrava de propósito para que eu errasse na filmagem. Ele logo ria.
– Sai da minha vida seu idiota, deixa eu fazer meu trabalho já que sou a única que está levando tudo a sério.
– NOSSO trabalho. - Ele me corrigia. - E faz tudo direitinho porque sou eu quem vou receber a nota. - Ele ria da minha desgraça de fazer tudo direitinho para simplesmente doar nota para ele.
– Se você continuar a me ordenar, a única coisa que vou acertar é um soco na sua cara.
– Você não deve acertar nem uma mosca.

Chutei a canela de Jason para mostrar que não faço ameaças para serem levadas ao vento, claro que prometi um soco na cara mas eu não arriscaria fazer aquilo no museu, chutei sua canela como advertência.

– AU! - Ele dobrou sua perna e colocou a mão sobre a canela enquanto fazia cara de dor.
– Não se esquece que esse trabalho vale 40% do primeiro trimeste.
– CDF, você me machucou!
– Se fode.

Afastei-me de Jason indo para o próximo objeto que filmaria.

– Aconteceu alguma coisa? - Caio aproximou-se de mim. - Eu vi você chutando o... - Ele tentava lembrar o nome.
– Jason.
– Isto.
– Ele estava me irritando.

Caio permaneceu ao meu lado enquanto um dos guias do museu falava sobre o objeto que eu filmava. Após o guia encerrar sua explicação, eu e Caio fomos separados por um corpo musculoso se infiltrando entre nós. Caio incomodou-se com a presença de Jason e decidiu passar o resto do passeio com sua dupla. Jason conseguiu espantar o único homem da sala de aula o qual eu gostei de conhecer.

– Bom pessoal, espero que vocês tenham aprendido muito da história e da importância dos objetos aqui do museu, vou falar pra vocês agor...
– Não precisa filmar isso, deixa de ser nerd. - Jason cochichava enquanto eu filmava a palestra.
– Desculpa mas eu estou aqui para estudar e não para criticar o que o outro está fazendo. - Falei com seriedade.

Pela primeira vez Jason ficou quieto após eu responder seu comentário. Ficamos durante uns 15 minutos ouvindo a palestra e assim que encerraram, o professor decidiu dar uma pausa para tomarmos café já que eram seis horas da tarde.

Fomos até uma área de alimentação. Caio convidou-me para sentar em uma mesa com ele e seus amigos, sentei e logo mais Jason sentou-se ao meu lado mesmo sem ter sido convidado, revirei minha cara e meus olhos, os garotos da mesa já haviam percebido minha falta de paciência com Jason. Jason interagiu com cada um dos meninos com facilidade, falava sobre futebol e bandas já que avistara um dos meninos com uma camiseta de algum time e outro menino com um moletom do Slipknot.

Tornei ao meu estado normal, séria e quieta em meio a conversa e quando falavam algo comigo eu respondia curta para não fluir o assunto. Estava de saco cheio de Jason, ele estava conversando com os meninos de propósito para se aproximar deles e não me deixar em paz. Logo mais fui ao balcão pedir um chopp porém fiquei puta da cara ao saber que eles não tinham autorização para dar bebidas alcóolicas por pedido de um dos professores. É, eu teria que ficar angustiada por um bom tempo encarando Jason se dar facilmente com os meninos.

Uma hora depois, quando todos já haviam comido e descansado, entramos no ônibus que nos levou para outro museu e ouvimos mais duas palestras que duraram cerca de 10 minutos cada uma. Já eram sete e meia da noite, a turma foi liberada para vagar por um cômodo do museu com diversos objetos com placas em cima explicando sobre o tal.

As oito horas da noite todos voltaram ao ônibus, o professor fez chamada e então o ônibus nos levava a um lugar o qual todos pensavam que seriam o hotel mas fomos a um teatro, fiquei admirada com a faculdade! A faculdade era com certeza a melhor de todas, com exceção de alguns alunos. Quem imaginaria que depois de ficar o dia inteiro vagando pelos museus e ouvindo palestras, assistiríamos uma apresentação teatral resumindo tudo que havíamos ouvido? O espetáculo foi maravilhoso tirando algumas piadas que Jason - que estava ao meu lado - estava falando durante a apresentação, zombando de algumas cenas.

O espetáculo terminou pelas dez horas da noite, estavam todos exaustos, enfim o ônibus nos levou até o hotel. Jason impediu que eu saísse do ônibus, ele esperou que todos saíssem.

– DEIXA EU PASSAR JASON! - Berrava.
– Calma!
– VENHAM! - O professor falou ao perceber que eu e Jason ainda estávamos no ônibus.
– Droga. - Jason cochichou.

O professor foi para a frente da turma e nos guiou no hotel. Em um dos corredores, Jason aproveitou que éramos os últimos da fila e empurrou-me contra a parede do corredor. Ninguém percebeu sua ação.

– Ai! - Falei. - O que foi isso?

Jason veio em minha direção e apoiou uma de suas mãos na parede enquanto a outra coçava sua nuca.

– Ér... Desculpa. É que eu queria saber se... - O rapaz me olhava encantando-me. - Ér...

Ele aproximava-se seu rosto do meu aos poucos e então parou seu rosto muito perto ao meu.

– Bom... - Ele enrolava-me. - É que...

Aproximou-se mais. Meu coração batia mais forte a cada milímetro que Jason chegava perto de mim. Ele sabia muito bem me estressar e me seduzir. Antes que eu pudesse ser hipnotizada pelas suas lindas esferas escuras, tomei uma atitude.

– Vai pro inferno. - Falei.

Agachei-me e sai do outro lado de seu braço, então corri para alcançar a turma que já estava posicionada em seus dormitórios. Pronta para dormir, abri minha mala e retirei um Marlboro lá de dentro.

– Se importam? - Perguntei a minhas colegas de quarto.

Todas negaram, escorei-me na janela e fumei. Mas fumei por pouco tempo, aquela posição me incomodava, eu gostava de ficar deitada sob o luar. Me sentir presa a um edifício enquanto observava as estrelas me angustiava. Desisti de ficar observando pela janela antes mesmo do cigarro terminar. Joguei-me exausta em cima de minha cama e adormeci.

Todos arrumavam-se dentro do ônibus para voltar para casa, sentei no lugar onde estava com Jason na ida e logo o diabo apareceu sentando-se ao meu lado.

– Porque não senta lá no fundo com o Caio? - Perguntei.
– Não, prefiro sentar ao seu lado.

Revirei os olhos e coloquei meus fones.

http://www.kboing.com.br/pantera/1-88990/

"Estávamos entre várias pessoas conhecidas por ele. Ele não queria nem saber se eu estava ou não tímida ou envergonhada, ele puxava-me para o meio da roda, era nossa vez. Ele balançava sua cabeça loucamente como se não houvesse um amanhã, ele balançava com vontade. Ao perceber que ele não estava nem se importando se parecia um louco, eu também não fiz questão de me importar e balancei minha cabeça junto a sua no ritmo de Pantera. Logo processávamos alguns socos e chutes no ar, rolávamos no chão, se jogávamos no ar e saíamos de cena dando espaço para outro alguém no meio da roda. Eu sentia-me tão aconchegada naquele lugar, não pelo fato de estar entre uma nação rockeira em um parque qualquer praticando um bate cabeça e sim por me sentir tão segura e livre ao lado dele... Após sairmos da roda, ele sorriu de modo tão intenso que senti um aperto no coração, eu tinha ouro ao meu lado."

Droga, era tão bom e ao mesmo tempo tão ruim lembrar de Lucas! Era uma mistura de sentimentos. Porque sempre tomava conta de meus pensamentos?

– Ei, tira o fone, qual é, conversa comigo direito pelo menos uma vez na vida! - Jason tirava o fone de meu ouvido.
– O que você quer Jason?
– Vamos conversar?
– Sobre?
– Ah, sei lá. Me conta qual suas bandas favoritas!
– Não te interessa.
– Já foi em quantos shows?
– Não te importa.
– Eu já fui em 5! - Jason mostrava-se não se importar com minhas respostas. - Me lembro de uma vez quand...

Jason contava-me sobre suas histórias de quando foi a alguns shows, enquanto isto ele ficava indeciso entre fitar meus olhos ou meus lábios. Ele movimentava suas mãos explicando algo e aproveitou para descansar uma delas em cima de minha coxa. Olhei para sua mão e franzi o cenho, ele fingiu não ver minha expressão facial e continuou a me contar sobre o show. Enquanto falava, ele fez questão de mexer em meus cabelos com a mão livre. Aquilo estava me angustiando, seu olhos namoravam meus olhos e minha boca enquanto uma de suas mãos escorava-se em cima de minha coxa e a outra dançava com meus cabelos. Eu não sabia o que fazer. Apesar de sempre ser rude em relação a isso eu estava realmente gostando de seus carinhos, parece que ele descobriu meu ponto fraco ao ficar mexendo nas pontas dos meus fios de cabelo.

Ele encostou sua cabeça no banco. Não no seu, no meu. Sim, ele estava com o rosto bem perto do meu. Sentia-me hipnotizada pelo seus olhos e não pude evitar de fitar seus belos lábios. Eu olhava cada parte de seu rosto, cada perfeição. Ele estava me intimidando, seus olhos ainda persistiam na dúvida entre olhar meus olhos e minha boca mas suas mãos já estavam decididas, ele deixou uma de suas mão livres enquanto a outra acariciava minha coxa. Parecíamos íntimos. Depois de perceber que eu já estava acostumada com seus carinhos em minha coxa, resolveu avançar e seus carinhos foram para outra região de minha perna, próxima a minha virilha. É, ele já estava encostando nela. Minha espinha arrepiou-se naquele momento. Como deixei ele me intimidar tanto? E o pior é que eu não conseguia negar aquilo tudo. No momento em que ele tocou em minha região íntima, eu senti prazer. De carinhos leve, ele resolveu evoluir para carinhos apertados. Ele acariciava minha região com pressão e era impossível não fazer cara de prazer. É, eu estava quase tendo orgasmos ali mesmo.

Jason olhava-me satisfeito com minha reação. Aproveitou-se daquilo e deu um leve chupão em meu pescoço seguido de um beijo no mesmo local. Escorou sua cabeça no banco novamente, dessa vez mais perto, seu nariz já encostava-se no meu. Ele subiu sua mão para minha barriga, passou pelos meus seios, subiu pelo meu pescoço e parou atrás de minha nuca entre meus fios de cabelo. Selou nossos lábios. Acordei pra realidade.

MAS QUE PORCARIA, O QUE EU FIZ? PORQUE EU PERMITI? DE NOVO? PORQUE? NÃO! MAS COMO EU SOU UMA IDIOTA! Empurrei seu corpo bruscamente com minhas mãos enquanto meu pescoço se libertava de suas mãos assim que meu rosto foi para trás para desfazer daquele beijo. Um selinho. Droga. Mais um selinho. Levantei-me e não desviei meus olhos de seu. Nós dois ficamos quietos nos encarando enquanto eu me retirava do meu lugar e caminhava com passos pesados até o fundo do ônibus, eu caminhava com tal raiva que o barulho dos meus pés contra o chão estourava. Com o pior astral de todos, perguntei para Caio se podia me sentar com eles e ele aceitou.

A viajem foi pesada para mim, não sabia o que pensar de Jason. A maioria do tempo no ônibus eu pensava nele. Porque? Em alguns momentos meus olhos ameaçavam vazar de tanta raiva. Minha garganta doía já que queria gritar e não podia. Fiquei quieta até o ônibus pausar a viajem para todos almoçarem. Eram três horas da tarde quando o ônibus achou o restaurante mais perto pelo caminho da volta. Sentei com Caio e seus amigos mas Jason sentou-se conosco novamente. Levantei-me na mesma hora e caminhei até uma mesa solitária. Nos encarávamos de longe, eu com raiva e ele com uma expressão não definida, talvez tentasse me intimidar com o olhar porque eu realmente estava caída por ele. Ele estava realmente conseguindo o que queria. Mas ninguém precisa saber que tenho uma queda por ele.

Após almoçarmos, voltamos todos ao ônibus. Sentei no fundo com Caio e Jason sentou-se em um dos bancos da frente aos nossos para ficar mais perto. Sempre que Jason comentava algo eu ficava séria como se não ouvisse-o, mas quando os meninos falavam algo eu comentava, trocava ideias e ria das palhaçadas deles.

Chegamos meia noite na faculdade, estava escuro e tarde de mais na rua para eu voltar para a casa a pé. Eu tentava ligar para Juliana mas ela não atendia, ela dormia como uma rocha. Eu fazia expressão de preocupação já que eu não tinha a mínima ideia de como voltar para casa.

– Algum problema? - Jason aproximou-se de mim.
– Não. - Falei ríspida sem olhar em seus olhos.
– Você parece preocupada.

Agi como se não tivesse o ouvido.

– Você tem como voltar para casa?

Fiquei em dúvida, Jason era minha única salvação. Ou eu pedia carona para Jason, ou eu voltaria sozinha para a casa no escuro vagando pelas ruas como uma alma perturbada e louca de medo.

– Se não tiver como voltar para sua casa, eu te dou carona.

Olhei para ele, queria dizer sim mas não queria.

– Vamos, eu te levo.

Ele entendeu meu olhar. Segui-o. Entrei em seu carro e fiquei silenciosa, ele também ficou silencioso. Chegou na frente do meu edifício e então sorriu para mim quando fui tirar o cinto de segurança. Não sorri. Não reagi. Somente abri a porta, sai e fechei-a. Dei as costas e vi seu carro partindo assim que entrei dentro do prédio.

Já era tarde da noite mas eu estava precisando muito ir ao parque com meu carro fumar e pensar bastante. Por já estar muito tarde, acabei não indo e tive que pensar presa ao meu apartamento, o que me agonizava porque não podia nem fumar já que Juliana tem asma.

Enfim, o que deu em mim naquela hora no ônibus? Porque deixei ser levada por aqueles hipnotizantes olhos? Por aqueles deliciosos lábios? Por aquelas arrepiantes mãos? Por cada perfeito traço de Jason? Eu não posso mais deixar isso acontecer, minha sorte é que ainda acordo pra realidade, tarde, mas acordo.

Eu estou em um túnel sem saídas, o qual meu desejo é isolar-me entre os confortáveis e musculosos braços de Jason e sentir seu aroma. Droga, estou me apaixonando platonicamente por Jason. Platonicamente porque de carácter ele não tem nada de lindo. Quer dizer, ele já foi gentil comigo algumas veze... Porra, porque quando se trata de Jason, sou tão bipolar assim? Porque não consigo distinguir o que sinto por ele? Raiva ou sedução? Minha cabeça quase explode ao tentar encontrar a resposta. Lágrimas silenciosas vazaram de meus olhos por causa de minha dor de cabeça. Enfim, adormeci.

Eu não sabia o que fazer, não conseguia ignorar Jason e não estava nem um pouco afim de ter que falar com ele, nem se quer olhar para a cara dele. Fiz que éramos desconhecidos, não puxei assunto com ele, não encarei-o, não fiquei braba com ele, não olhei para ele. Ele falou comigo mas respondi curta e direta, botando um ponto final em cada assunto que ele falava.

As semanas foram se passando e eu e Jason estávamos quase que desconhecidos. Eu fiz questão de montar os slides de nosso trabalho sozinha, tudo para que eu não chegasse perto dele e não caísse em tentação. Na hora de filmar eu não cliquei no botão stop entre um objeto e outro, eu conseguia escutar vozes do Jason no fundo e nossas discussões, o que me fazia rir só de lembrar o quanto idiota ele é.

Era o dia de apresentar o trabalho, coloquei meu pen-drive no computador da escola e a apresentação passou em um telão. Realmente orgulhosa. Fiz com tanta vontade esse trabalho! Os slides terminaram, a turma bateu palmas para mim e Jason. A reação do professor foi boa, ele fez uma careta como se tivesse impressionado com a produção do trabalho.

Mais e mais semanas foram se passando, Jason continuava a falar comigo todo o dia, eu sempre tentava cortá-lo mas ele sempre dava uma de engraçadinho rindo em meio as discussões ou apontando sua língua. Ou então me abraçando inesperadamente, o que eu fingia não gostar por fora mas mal sabe ele que eu fazia de seu abraço um refúgio.

Eu já estava de saco cheio de Lucas, nem atendia muito suas ligações e não respondia suas mensagens. Ele estava implorando via SMS para que eu aceitasse sua ligação, ele estava muito preocupado sem nem saber o porque de minha atitude radical. Droga, será que ele não percebe que eu odeio a tal Dani? Eu não quero falar para ele que a odeio, eu iria ferir meu orgulho assim.

A campainha tocou. Abri a porta.

– Caralho sua idiota, nunca mais faz isso! - Lucas pulava em meus ombros com a cara abatida. - Eu fiquei preocupado sua idiota, porque você fez isso comigo?
– Porque você está aqui? Eu não te chamei aqui e eu não devo explicações para você.
– Qual é Lali, vai me tratar como um cafajeste agora? Porra, mal consigo dormir de preocupação, pensei que tinha acontecido algo grave com você.
– Sai daqui. - Eu falava num tom séria, mandando ele embora.
– NÃO LARISSA. Você vai me explicar direitinho porque você parou de falar comigo.
– Não vou não.
– Ah, vai sim.
– Me obriga então.

Lucas avançou a ponta de seus dedos em minha barriga, ele sabia que quando estou braba o meu ponto fraco era cócegas. Eu dava vários tapas e socos contra Lucas mas ele não se importava, ria junto comigo com um sorriso maravilhoso destacando seus piercings nos lábios. Joguei-me no chão, estava quase chorando, estava com todas minhas forças tentando me defender de Lucas mas não conseguia.

– AAAAAHAHAHAHHAHAHAHA, TAHAHAHAHAH BOOOOUUUUM HAHHAHAHA, PAAAAAHAHAHAHAHAAAAAAAAAAARAAAAAHAHAAHA! - Implorei com uma lágrima escorrendo em meu rosto de tanto rir.
– Vai me contar? - Ele movimentava aqueles lindos lábios.
– NÃO, eu quero que você vá se ferrar com aquela Dani. - Sentei-me no chão e encarei-o com a cara fechada.

Ele estava com o rosto vermelho de felicidade por ter me feito rir, não estava mais com a cara abatida. Ele sentou-se no chão comigo.

– Você... - Ele olhou-me apavorado. - Você está com ciúmes?
– Não! - Revirei meus olhos.
– Aw Lali, você está com ciúmes! - Suas bochechas coraram e ele jogou-se em cima de mim.

Fiquei deitada no chão enquanto Lucas estava por cima de mim, com seus lábios tão perto de mim... Eu fitava seus lindos lábios enfeitados com aqueles lindos piercing que se moviam fazendo um lindo sorriso. Ele pareceu notar que eu olhava seus lábios e então desfez o sorriso, olhei para seus olhos e eles também olhavam os meus lábios. Os dois esperávamos por uma reação do outro, um mínimo movimento que seja para decidirmos o que faríamos naquela situação tão tensa.

Levei minha mão até seu rosto e então acariciei suas bochechas, ele levou sua mão até meus cabelos e lá estava ele mexendo com meu ponto fraco novamente. Eu fechei os olhos, sentir alguém mexendo na ponta dos meus cabelos era tão bom...

– Lali... - Sua voz me causou arrepios. - Eu te amo. - Ele beijou minha bochecha e saiu de cima de mim.

Agora sim que eu estava realmente triste com Lucas, mas ele não tinha culpa, ele mal sabia o que se passava em minha cabeça em relação a ele mas confesso que fiquei bastante pra baixo por ele ter reagido de um jeito que eu não imaginava, ele já gostou de mim e acho que eu estava gostando dele - não sei ao certo o que estava sentindo, eu não acredito no amor mas eu queria Lucas do meu lado para chamar de namorado - fiquei muito chocada ao perceber que ele teve a chance de me beijar e preferiu acabar aquele momento tão bom com um simples beijo na bochecha.

Ficamos por um minuto tensos, sentados ao meu chão em silêncio.

– Bom, acho que vou embora. Por favor, não faça mais isso, não suma da minha vida, tá? Se não eu vou vir até aqui te fazer cócegas. - Ele ria sem graça ao término da frase.

Nos despedimos e Lucas foi para sua casa. Era sentimento de mais para o meu cérebro processar o que estava acontecendo, não só com Lucas mas com Jason, era muito confuso, com certeza este é o período mais confuso na minha vida sobre sentimentos.

O segundo trimeste começara.

– Alunos, temos um aluno novo, ele transferiu-se de uma faculdade para a nossa. Sejam educados e cumprimentem seu novo colega. - O professor falou. - Venha. - Ele cochichou para alguém que estava fora da sala de aula.

Não, NÃo, NÃO, NÃÃÃO, EU NÃO ACREDITO, MEU DEUS DO CÉU, O QUE EU FIZ PARA MERECER TANTO SOFRIMENTO? ME PERDOE PELOS MEUS PECADOS SENHOR, PELO AMOR DE DEUS, DESCULPA A OUSADIA MAS VOCÊ ESTÁ ME CASTIGANDO EXCESSIVAMENTE!

Finquei minhas unhas contra a palma de minha mão, meus olhos se avermelharam no mesmo momento, lágrimas estavam por vir - dúvida dolorosa entre raiva e tristeza. Meu coração rasgou-se em mil pedaços naquela hora, minhas forças foram sugadas ao perceber que aquele diabo estava olhando para mim com um sorriso no rosto.


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Notas finais do capítulo

Eu sei que está passando rápido de mais, 4º capítulo e já está no segundo trimestre mas é que a partir daqui começa a acontecer uma coisa atrás da outra e vou tentar fazer de tudo pra minha história ter bastantes capítulos. Por favor, deixem comentários, muito obrigada por ler, espero que tenha gostado!



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