O Amor É Para Mentes Fracas escrita por Tholomew Plague


Capítulo 2
Encontro


Notas iniciais do capítulo

Capítulo 2 - Encontro



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Larissa's POV.

– Larissa, você não me escapa, quero saber o que aconteceu no encontro de ontem! - Juliana sorria maliciosamente.
– Nada.
– Como assim nada? - Desfez o sorriso.
– Não aconteceu nada, ué.
– Vocês não ficaram?
– Claro que não, você sabia que não!
– Mas que bosta Larissa! - Juliana bateu sua mão contra a mesa. – Para de guardar rancor e começa a ser feliz!
– Mas eu sou feliz caralho!
– Não é não, eu vejo! Quando nos conhecemos você estava sempre sorrindo e rindo e agora isso é raro, eu só quero te ajudar Lali!
– Pare de querer me ajudar! Eu tô legal assim!
– Essa sua merda de trauma só está te FODENDO CARALHO! - A loura terminava a frase gritando raivosa.
– CALA A BOCA!


Mania da loura em se meter na minha vida! Não adiantava explicar pra ela, ela não compreendia o quanto ter o meu trauma era bom, meu trauma me ajudou! Meu trauma foi meu companheiro durante anos, inseparável e sincero que jogava as coisas na minha cara e me fazia ver a realidade. Meu trauma nunca me abandonou e sempre me ajudou. Eu gosto do meu trauma, eu nem devia chamá-lo de trauma, eu devia chamá-lo de amigo.

O almoço foi silencioso. Só se ouvia barulho dos talheres batendo contra os pratos e tentávamos o máximo não olhar uma para a outra. Juliana seria uma amiga perfeita se não tentasse se meter tanto em minha vida, ela quer que eu viva a vida do jeito dela, ela não entende que temos pensamentos diferentes. Nós crescemos de um jeito diferente, ela cresceu feliz e eu cresci com a vida me fodendo enquanto meu "trauma" batia na minha cara me mostrando a realidade, por isto o adoro tanto.

– Algum palpite do que fazer de tarde? - A loura quebrou o silêncio logo que o almoço foi encerrado.
– Você eu não sei, mas eu tenho que sair.
– Vai aonde?
– Sair com Jason.
– O que? - Os olhos da loura brilhavam, demonstrando felicidade. - Então você decidiu dar uma chance para ele?
– Na verdade eu só aceitei porque ele me prometeu que depois dessa, ele iria parar de insistir em me chamar pra sair.
– Ah... Mas fico feliz que você vá sair.

As vezes dava pena de Juliana, qual é, ela só quer me ajudar. Ela tenta me ajudar do jeito errado mas o que vale é a intenção não é? A vida dela é tão boa! Tantas coisas que ela poderia fazer e ela se preocupa logo comigo. Meus lábios não se aguentaram com esse meu pensamento e um sorriso escapou. Juliana é uma jóia!

Lavei a louça e então esperei até as três horas, horário em que Jason falou que passaria em meu apartamento para me pegar. Vesti um short preto e uma camisa gola V vermelha comprida no tronco e meu all star.

– Boa tarde! - O rapaz sorriu assim que abri a porta.

Estava vestido com uma calça jeans escura e uma regata branca. Caminhei de má vontade até o elevador sem o cumprimentar, novamente. Em alguns minutos já estávamos no parque de diversões onde o rapaz havia combinado. Entramos na fila da montanha russa que não estava nem curta e nem comprida.

O rapaz tentava puxar assunto comigo, ou eu o ignorava ou eu falava frases diretas para que o assunto não rendesse, volto a explicar que acho que socializar-se é uma falta de tempo e se algum dia eu fosse fazer isto, Jason seria um dos últimos caras com quem eu pensaria em interagir para começar uma amizade. Sempre liguei os pontos de Jason: o rapaz já olhou para meus glúteos, me olha como se eu fosse algum alimento, fala comigo com a maior facilidade como se fossemos amigos há tempos, é super seguro, seu astral é alto, fazia alguns gestos românticos como abrir a porta do carro ou puxar e empurrar a cadeira para eu me sentar, me cantava e inventava papo furado só para falar comigo... Ele apenas confirma o que eu já sei: É um cafajeste que paga de apaixonado mas pega todo mundo. Um gigolô que tenta esconder sua identidade através de palavras e gestos que mulheres com mente fraca acham "fofo".

Nos posicionávamos dentro do carrinho da montanha russa, o brinquedo começou a funcionar lentamente, a velocidade aumentava, o carrinho estava subindo a lomba, estava alto, de repente o carrinho estava descendo a lomba velozmente, havia algumas pessoas que gritavam, eu achava engraçado. Apesar da sensação de cair, eu não estava com medo. Dêmos algumas voltas, eu e Jason riamos dos gritos debochados de algumas crianças atrás de nós.

Após o brinquedo parar, eu e Jason nos locomovemos até um brinquedo chamado Evolution. Sentamos nos bancos e esperamos os seguranças apertarem os cintos de todos. O brinquedo começou a girar e subir, ele nos girou no ar de lado e de cabeça pra baixo, aquilo era muito bom, o vento estava batendo no meu rosto, estava tranquilizando-me. Tranquilizava-me tanto quanto deitar sobre meu carro no parque. Eu aproveitava aquilo de olhos fechados e inocentemente pensando em Lucas.

Evolution aumentou o meu astral, estava com mais liberdade em sorrir. Eu e Jason nos dirigimos até os carrinhos de choque, parecíamos duas crianças naquele brinquedo. Batíamos nos carrinhos das crianças que estavam na pista conosco e batíamos com o carrinho um no outro como se fosse uma competição. Saímos de lá gargalhando!

A próxima vítima foi a Torre Eiffel, foi uma mistura de montanha russa com Evolution: dava sensação de cair mas era um brinquedo bom para fechar os olhos e tranquilizar-se.

"- Não sei como te falar isso... Nos conhecemos a mais ou menos um ano... e...

Ele estava ficando sem jeito, olhava para o chão para ter que não olhar em meus olhos e seu rosto estava querendo mudar de cor.


– Você foi uma das melhores pessoas que eu já conheci... - Riu em meio as palavras. - Eu... não sei como te dizer isso Lali, não vou ficar te enrolando... Eu te amo.


Ele falou o que eu mais temia que ele falasse, filho da puta, o que eu faço agora? Ele é meu melhor amigo, não quero machucá-lo mas quero que continuemos com nossa amizade. Estas três palavras deviam ser proibidas, essas palavras são letais!


– Eu... Te amo."


Droga, eu acabara de pensar em Lucas novamente. Lembrei-me de quando ele confessou que me amava. Isso deve ser o efeito da saudade.

– Você quer algodão doce? - Jason perguntou-me após descermos do brinquedo.
– Sim.

O rapaz estendeu dinheiro a outro rapaz que lhe entregou um algodão doce.

– Quer o que para beber? - Jason perguntou-me assim que me deu o algodão doce.
– Algo com álcool.

O rapaz sorriu após eu responder aquilo. Comprou uma bebida com álcool para nós dois.

– Brahma? Bela escolha. – Apanhei a cerveja que ele me estendia.

Nos sentamos em uma mesa que tinha em frente a uma mini pastelaria ao ar livre ali dentro do parque.

– Como é bom... - Jason sorria de modo meigo para mim.
– É. - Falei num tom tão meigo quanto o dele. Eu estava sorrindo.
– Você não intendeu... - Apoiou seus cotovelos em cima da mesa de modo que seu rosto ficasse próximo ao meu.
– O que eu não intendi?
– Eu estou falando que é bom te ver sorrindo e rindo, eu nunca havia te visto desse jeito.

Naquela instante fechei meu sorriso e tornei a ficar séria.

– Ei, porque fez isso? - Ele colocou uma de suas mãos em minha maçã do rosto. - Não apague seu sorriso, ele é muito lindo, devia usar mais vezes.
– Acho que já descansamos o suficiente! - Mudei de assunto. - Vamos para algum brinquedo antes que o parque feche. - Levantei-me indo em direção ao Toca Discos.

Por mais que eu quisesse, não conseguia ficar séria, fazia muito tempo que eu não me divertia tanto assim, sorrir era inevitável, pelo menos naquele dia. Sentei-me em uma das cadeiras do Toca Discos e Jason sentou-se ao meu lado, seguramos nos ferros que haviam atrás dos bancos de modo que o braço de Jason ficou por cima de meu ombro. Algumas pessoas não seguraram-se o suficiente e voaram de seus bancos até o outro lado de onde estavam. Eu fui bruscamente jogada do banco para o lado, parando em cima de Jason e antes do Disco lançar-me bruscamente pelo seu chão, Jason enroscou um de seus braços em mim e me segurou até o brinquedo parar. Aquilo estava meio tenso, eu estava sentada no colo do rapaz enquanto o brinquedo fazia movimentos bruscos desde o início até o final.

– Foi mal por ter ficado sentada em você. - Falei apesar de dar de ombros.
– Eu achei até divertido. - O rapaz mordiscava seu lábio inferior.

E que vontade de voar minha mão pela sua cara! Fingi que não ouvi o que o rapaz acabara de falar. Acabou de admitir na cara de pau que gosta de uma sentadinha. Como eu falei, ele é um gigolô que tenta esconder sua identidade. Eu considero-me uma especialista em homens babacas! Quer dizer, em homens, não é preciso falar babaca no final da frase já que é uma coisa óbvia, todo o homem é babaca.

Caminhei de má vontade ao lado de Jason já que ele já havia me tirado o sério com aquela frase, pô, eu poderia ter morrido sem essa frase de punhete... Punheteiro não, eu de algum modo não conseguia chamá-lo de punheteiro porque punheteiro são os funkeiros e chamando Jason de punheteiro vou ferir minha tribo porque ele é da minha tribo, somos todos rockeiros, irmãos de alma. É, parece que ainda tenho um pouco de respeito por ele, o que o rock não faz né?

Entramos dentro da Casa do Terror, um lugar frio e estranho que me causou nostalgia. Ouvíamos roídos e em seguida um barulho de serra, de repente surgiu um homem com uma máscara e uma serra elétrica na mão, ele estava serrando algo que dava ideia de um homem e nisso o sangue dele era jorrado por todos os lados.

– EU TE AMO! SOU SUA FÃ! - Fiz questão de gritar para o homem de máscara.

Vários personagens de filmes de horror passaram por nós fazendo coisas horríveis como se estivessem mutilando/quebrando/enforcando alguém pouco a pouco, dando ideia de que a pessoa estava morrendo lentamente e dolorosamente, era tudo tão real, meu coração batia desesperado de emoção por presenciar tudo aquilo bem de perto. Sei que não era real mas era tão empolgante olhar essas coisas horríveis acontecerem diante de meus olhos...

Saímos da casa as dez horas. O parque fecharia as onze horas então corremos para a fila do Kamikaze, o brinquedo que parecia mais empolgante naquele parque. A fila que pela tarde estava enorme, já estava pequena, o parque já estava quase vazio. Em alguns minutos já estávamos entrando no brinquedo. Por sorte eu e Jason ficamos nas primeiras cadeiras do brinquedo. O brinquedo começou a funcionar, era uma sensação estranha, estava balançando só um pouco e parecia que eu ia cair, o brinquedo não estava balançando nem 90º e eu já estava gritando feito uma louca, de todos os brinquedos que eu havia ido, aquele com certeza foi o mais horrível! A sensação era tão estranha.

O brinquedo estava aumentando os graus em que girava e eu estava desesperada, eu estava realmente com muito medo, como se em qualquer momento eu fosse cair ou o brinquedo fosse se desprender e encher o parque de poças de sangue. No desespero, minha mão procurou loucamente pela mão de Jason, o brinquedo era o mais alto que havia no parque, eu apertava minha mão com a do Jason como se eu fosse morrer. O brinquedo deu inúmeras voltas de 360º e eu ainda apertava fortemente minha mão com a do Jason. Depois de incontáveis voltas o brinquedo ficou parado de cabeço para baixo, eu e Jason nos entreolhamos e gargalhamos do modo em que eu fiquei desesperada. Quando o brinquedo voltou a fazer voltas meus gritos já não eram de desespero e sim de diversão.

– VAMOS DE NOVO! VAMOS DE NOVO! - Eu sai completamente eletrizada daquele brinquedo.

Jason ria do modo como eu estava alegre por causa do brinquedo.

Ainda dava tempo de ir em um último brinquedo, eu e Jason decidimos ir na roda gigante. Enquanto esperávamos na fila para entrar no brinquedo, senti uma tentativa de Jason de segurar minha mão. Ele percebeu meu olhar de "que diabos está fazendo?" e olhou para os lados como se não tivesse feito nada.

Jason's POV.

– Como é linda a vista aqui de cima. - Larissa examinava cada parte da cidade na montanha russa.

Ela ri de um modo tão meigo e sorri de um modo tão intenso! É tão bom vê-la assim! Para quem é acostumado a vê-la sempre séria, é realmente muito bom de vê-la assim. Ela finalmente soltou-se comigo, estava sorrindo comigo, rindo comigo e não estava em nenhum momento séria. Agora é a oportunidade perfeita de ficar com ela. Aproximei meu rosto do seu, de modo que ela tornou a ficar séria e fitou fixamente meus olhos. Fechei os olhos conforme aproximava meu rosto do seu. Senti uma mão bater bruscamente contra meu rosto.

– AU! - Abri meus olhos e franzi o cenho. - O que foi isso? - Coloquei minha mão sobre a região do rosto o qual Larissa havia batido.

Larissa não respondeu, tornou a ficar séria, encostou suas costas na cadeira onde estava sentada como se quisesse ficar longe de mim e fixou seu olhar no horizonte para que não olhasse em meus olhos. Esperamos nosso turno no brinquedo terminar.

Fiz questão de abrir a porta do passageiro de meu carro para que Larissa entrasse, ela entrou nele com a cara emburrada como se ainda estivesse braba pela minha tentativa de beijá-la. Desde o parque de diversões até seu prédio Larissa ficou fuçando em seu celular. O que tanto ela digita nele? Será que ela tem outro? Deve ser, porque esta é a única explicação de porque ela não fica comigo.

Acompanhei-a até a porta de seu apartamento. Enquanto ela girava sua maçaneta, segurei em sua mão fazendo com que ela soltasse a maçaneta e prestasse atenção em mim. Assim que ela soltou a maçaneta e olhou para mim, a peguei pela cintura e encostei-a contra a porta. Seus pelos arrepiaram-se. Eu fitava seus lábios ressecados que logo eram molhados por sua língua. Aproximei-me lentamente para dar "ar" de romantismo. Meus lábios tocaram em seus lábios totalmente macios e relaxados mas não consegui aproveitar esse momento porque em questões de segundos Larissa empurrou-me bruscamente para trás, fez cara de arrependimento e entrou em seu apartamento, batendo a porta na minha cara.

Larissa's POV.

Fiquei alguns segundos parada atrás da porta no lado de dentro do apartamento tocando a ponto de meus dedos em meus lábios. MALDIÇÃO. PORQUE? Droga. Corri para meu quarto e joguei-me em cima de minha cama, bati bruscamente meu punho contra o colchão como se fosse uma criança. Depois de tanta lamentação e depois de tanto deter-me em meus próprios pensamentos, peguei no sono.

– Lali, acorda, temos que ir para a faculdade. - A loura me acordava no dia seguinte.
– Não irei hoje.
– Por que?
– Estou com dores musculares, dormi de mal jeito.
– Tem certeza?
– Tenho, vai logo.

Não menti para Juliana porque de fato eu estava com dores musculares por ter dormido de mal jeito. Ainda estava com a mesma roupa que no dia anterior, meus cabelos estavam inosados e completamente armados, estava com orelhas profundas. É, meu corpo está ao meu favor! Tornei a dormir já que estava com o astral super baixo.

– Cheguei! - Juliana havia chegado da faculdade. - Credo! Você ainda não saiu dessa cama?
– Não enche.
– Tem alguém de mau humor por aqui.

Alguns minutos depois do comentário idiota de Juliana, levantei da cama. Vesti minha camisa do Iron Maiden com um short e uma bota para ver se meu astral melhorava um pouco.

Após o almoço, decidi sair com Lucas para ver se meu humor melhorava. Coloquei um Ray Ban clássico e fui atendê-lo em minha porta.

– LALI! - Lucas abria seus braços.
– LUCAS! - Enchi sua bochecha de beijos assim que pulei em seus braços enquanto ele me retirava do chão.

Descemos de meu apartamento e vagamos por algumas ruas, sem direção, apenas por ficar perto do outro, apenas por conversar um com o outro. Era tão bom termos um ao outro novamente.

– Você me deve uma explicação do "encontro" que me falou por SMS. - Lucas comentou. - Nunca pensei que sairia com um homem.
– Só estou fazendo isso porque a Ju tá me subornando, ela falou que se eu não saísse com ele, ela não iria me dar o ingresso do show do Slash que ela comprou pra mim.
– Só assim mesmo pra você sair com alguém! - Rimos. - Mas me fala mais...
– Ele estuda comigo, me convidou pra sair e eu recusei de primeira mas aí a Juliana veio com os papos dela de não me dar o ingresso então eu aceitei, ele me levou pra um restaurante e jantamos. No outro dia ele me convidou para um outro encontro e eu topei porque ele falou que se eu aceitasse o encontro, ele iria parar de me encher tanto o saco. Ele me levou para um parque de diversões e você não imagina o quanto foi legal, eu me empolguei tanto, fiquei tão animada que deixei a felicidade me contagiar e quando ele foi me largar na frente de meu apartamento deixei ele dar um selinho em mim.
– O que? - Lucas olhou boquiaberto para mim.
– Eu sei...
– Você... sentiu algo ao beijá-lo?
– Lucas... - Olhei para o chão. - Você sabe que qualquer toque que um homem faça em mim eu já me arrepio, é lógico que senti... Meus pelos arrepiaram-se, senti borboletas no meu estômago... Mas não foi porque foi ele, entende? Se fosse qualquer outro cara eu sentiria a mesma coisa porque fazia muito tempo que eu não deixava um homem se aproximar tanto de mim. E só deixei porque estava empolgada!
– E o que você pretende fazer?
– Eu não sei... Evitá-lo.
– Não vai funcionar, cedo ou tarde você vai falar com ele.
– Eu sei.
– Eu te aconselho a agir normalmente com ele. Só não deixe isso se repetir.
– Continuo com o meu palpite de evitá-lo.

Eu e Lucas continuamos a vagar pelas ruas, conversávamos sobre diversos e variados assuntos. Ele falava sobre ele e eu sobre mim. Falávamos tudo que havia acontecido desde as férias quando paramos de nos falar. Depois de algumas horas Lucas levou-me até meu apartamento.

– Pronto, está entregue minha princesa! - Lucas beijou o centro de minha testa.

Adoro quando ele me chama por esses apelidos. Mas adoro quando somente ELE me chama por esses apelidos, porque ele só não me chama como me trata como uma. Em momentos desses eu voltava a me questionar porque não dei uma chance, mas voltava a realidade e não iria estragar nossa amizade por uma coisa que nem existe.

Enrosquei meu braço esquerdo em seu pescoço enquanto com a mão direita eu acariciava seu cabelo que tanto amo. Ele apertou-me e passou suas mãos em minhas costas.

– Estava com tantas saudades de você e de sua juba! - Afundei meu rosto em seu peito.
– Eu também estava com saudades de você pequena.
– Te amo.
– Eu também te amo.

Claro que eu não acredito em amor de paixão e alma gêmea e esses sentimentos fracassados mas eu acredito no amor entre amigos já que sou cúmplice.

– Como foi a tarde? - A loura me perguntou assim que entrei no apartamento.
– Muito boa, foi muito bom pra mim, consegui matar a saudade de Lucas.
– Não estou falando da tarde de hoje, estou falando de ontem.
– O que?
– É, você não me contou ainda o que aconteceu. - Ela me olhava com um sorriso malicioso.
– Eu queria saber porque você se interessou tanto assim nos meus encontros com Jason.
– Me conta logo vadia.
– Não tenho nada pra te contar! Só que ele tentou me beijar mas não deixei.

Juliana é minha irmã, minha amiga de anos, minha melhor amiga, companheira de apartamento, companheira de vida mas eu não sinto tanta liberdade de contar algumas coisas para ela como eu sinto em contar para Lucas.

– Porque? - Ela me olhava com um olhar zangado.
– Vou ter que explicar de novo? - Franzi o cenho.
– Você tem sempre que estragar tudo né?
– Ele que estragou quando tentou me beijar.
– Ele é um fofo, isso sim.
– Então pega ele pra você!
– Eu pego mesmo.
– Então faça essa favor pra humanidade e o engula!

Sim, eu senti meus pelos arrepiarem e borboletas caminharem sobre meu estômago na noite passada mas não foi por causa de Jason. Podia ser qualquer outro garoto que meu corpo reagiria do mesmo jeito, meu corpo não está acostumado com a proximidade masculina porque eu nunca deixei que nem um homem se aproximasse tanto de mim há muito tempo. Apenas deixei na noite passada por causa de minha felicidade, como expliquei para Lucas, ou seja, eu não sinto nada por Jason, foi simplesmente uma reação normal de meu corpo. Mas que droga, o que estou fazendo? Porque me sinto na obrigação de explicar pra mim mesma o que aconteceu? Eu estou tentando convencer a mim mesma que não aconteceu nada de mais. Por que?

Antes de dormir naquele noite, peguei meu carro e fui ao parque fumar sobre meu carro e naquela noite eu tinha tanta coisa para pensar enquanto observava as estrelas...

No outro dia decidi evitar Jason, o que não seria tão difícil já que era o último dia de aula naquela semana, já ignorei tantos garotos tantas vezes com facilidade e com Jason não seria diferente. O rapaz sentou na carteira ao meu lado na sala de aula, como sempre me encarava mas não fiz questão de encará-lo de volta. No recreio fui a procura de Juliana.

– Larissa, espere. - Ouvi a voz grossa de Jason logo atrás de mim.

Agi como se ele não tivesse me chamado e continuei a andar pelo corredor em busca de Juliana.

– Ei. - O garoto percebeu minha ignorância. - Está tudo bem?

Eu continuei em silêncio enquanto ele andava ao meu lado.

– O que aconteceu?

Permaneci em silêncio sem desfixar meu olhar pelo corredor.

– Eu fiz alguma coisa?

Continuei pacientemente quieta.

– Vai ficar sem falar comigo? Não vai me dizer porque desta atitude infantil?

ELE DISSE INFANTIL? Parei, fechei meus olhos, respirei fundo, dei meia volta e continuei a andar.

– Ui, ela está tentando manter a calma! - Zombou de mim.

Parei novamente, enfurecida, virei em sua direção, caminhei até sua frente e encarei-o com a sombrancelha arqueada.

– Estressadinha. - O rapaz falou.

Ele declarou guerra.



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Notas finais do capítulo

Deixem comentários com suas opiniões sobre o que acharam do capítulo, é muito importante para mim. E quero agradecer pelo comentário de Tammy Barker no primeiro capítulo!



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