The Devil Inside escrita por Duplicata Petrova


Capítulo 5
O5


Notas iniciais do capítulo

Eu demorei sim. Mas não queria postar qualquer bosta que me viesse a cabeça. Comecei a escrever esse capítulo umas mil vezes. Mas essa fic é pra muito especial, então optei por demorar e fazer uma coisa bem feita pra vocês *-* Vejam como eu amo vocês, hehe Enfim, vou parar de encher o saco e deixar vocês lerem. Ah, escrevi o capítulo escutando "Over and Over" - Thre Days Grace, "Narcissistic Cannibal" - KoRn e "King Of The World" - Porcelain Black
Enjoy it :D



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Acordei cansada. Nem parecia que tinha dormido. Olhei o relógio no criado mudo, marcava exatamente sete horas da manhã. Levantei da cama, caminhando lentamente até o banheiro. Abri o registro do chuveiro deixando a água morna varrer todas as lembranças assustadoras do dia anterior direto para o ralo. Sequei meu cabelo rapidamente e fui procurar uma roupa no armário. Peguei um vestido tubinho preto, um sapato de salto alto da mesma cor e um casaquinho também preto com flores miúdas em um tom de rosa claro. Me vesti e arrumei o cabelo em um coque muito bem feito e preso. Passei corretivo nas olheiras que insistiam em permanecer debaixo dos meus olhos e desci para tomar café da manhã. Não estava com fome, mas precisava comer alguma coisa; afinal, saco vazio não para em pé. Comi duas torradas e tomei uma xícara de café. Peguei tudo que precisava; bolsa, chaves de casa e do carro, óculos, carteira, um guarda chuva e a ficha do suspeito.

O trânsito estava horrível. Provavelmente demoraria de meia hora á uma hora para chegar no consultório.

Encostei a cabeça no encosto do banco e fechei os olhos lentamente. A cena do corpo de Tyler tão próximo ao meu, sua respiração calma em meu pescoço, seus lábios macios tocando a minha pele e roçando em meus lábios, seus olhos azuis como o oceano me observando e me provocando, seu toque firme, bruto e delicado, não saiam da minha cabeça. Eu estava enlouquecendo. Me deixando seduzir por um garoto. Pior. Me deixando seduzir por um paciente. Isso era completamente inaceitável. Fui expulsa de meus pensamentos ao som de uma buzina incessante. O farol estava verde para mim, então segui em frente chegando em meu consultório após quinze minutos.

– Bom dia, Amber. - Disse passando por sua mesa

– Bom dia, Dra. Laura. - Respondeu sorridente. Era impressionante como Amber nunca parecia estar de mal humor ou infeliz

Antes que ela me desse qualquer recado, perguntei:

– O Delegado McGray e o Chefe Morris da polícia forense já estão a minha espera, já ligaram avisando o horário que podem vir..?

– O Delegado McGray ligou dizendo que viria às sete horas, sete e pouquinho.

– Ótimo.

Entrei em minha sala. Coloquei minha bolsa sobre a mesa e me sentei. Fiquei olhando para o nada. Eu estava perturbada com tudo que tinha acontecido nos dias anteriores e principalmente no dia de ontem. Eu estava confusa com o que estava acontecendo com aquele garoto e o que estava acontecendo com o meu corpo quando ele está por perto. Era como se.. Não. Não pode ser. Eu nunca.. Me apaixonar estava fora de cogitação. Ele era um garoto, um paciente. Um garoto frágil, sozinho, cheio de culpa pelos feitos de seu lado obscuro. Meu Deus... Por quê?

Dois toques na porta me despertaram.

– Entre. - Os dois homens responsáveis por me recrutarem para esse complicado e infernal caso entraram me dando bom dia - Bom dia. Sentem-se, por favor. - O fizeram

– Você está se sentindo melhor? Ontem, parecia tão abatida. - Disse David

– Estou ótima, obrigado.

Não contaria nada sobre o que aconteceu dentro daquele quarto ontem. Com certeza, Devon acharia um jeito de dizer ao juiz que além de ter assassinado Audrey Leviscco, Tyler Bennet também tinha abusado sexualmente de sua psiquiatra.

– Eu te dei o endereço da avó materna de Tyler. Você conversou com ela? Descobriu alguma coisa? - Perguntou Devon McGray

– Sim, eu fui até a casa da Dona Ellen e descobri muitas coisas sobre o suspeito.

– Como por exemplo..? - Perguntou impaciente Devon gesticulando com as mãos

– Como Roger era extremamente agressivo com Tyler, e que muitas vezes Sara apanhava para livrar o filho. Tyler viu muita coisa que uma criança não deveria ver; brigas, tapas, lágrimas, gritos.. - Pausei - Ninguém sabe, mas eu tenho quase certeza de Tyler assistiu a mãe sendo morta. A parte boa e infantil, demonstra muito medo de violência, de pessoas violentas e de ser uma pessoa violenta.

– Eu já muitas crianças em estado de choque e/ou traumatizadas por verem seus pais ou pessoas queridas sendo assassinadas. Elas não falam, ficam estáticas olhando para um ponto fixo, apresentam um medo enorme das pessoas tocá-las, machucá-las.. - Comentou David - Muitas passam por psiquiatras. Muitas não, eu diria que todas passam por psiquiatras.

– O que não aconteceu com Tyler. Depois da morte dos pais, ele entrou em depressão. Vocês conseguem imaginar uma criança de dez anos em depressão? Com dez anos, era pra ele estar brincando com as outras crianças, dando risada, sendo feliz. - Pausei - Sobre o abuso sexual na infância, eu não posso confirmar nada. Mas a reação dele á minha pergunta a alguns dias atrás disse muito.

– Eu acho isso um absurdo! Como uma pessoa que se denomina homem, faz isso com uma criança? Isso é simplesmente asqueroso, nojento! - Disse Devon indignado

– Estou considerando essa situação também pela opção sexual de Tyler.

– Ele é homossexual? - Perguntou David curioso

– Ele bissexual. - Respondi vendo a expressão de nojo do Delegado - Ele não fazia questão de esconder então sofria bullying, entrou em depressão de novo, brigava constantemente com Audrey e tentou se matar ingerindo várias cápsulas de um calmante forte.

– Eu sinto pena desse garoto. - Disse Devon

– Desde a adolescencia Tyler apresentava a dupla personalidade, segundo a avó materna. - Me ajeitei na cadeira - Isso é tudo que eu descobri.

O celular de David tocou e ele atendeu ali mesmo.

– Morris.. O que aconteceu?.. O quê?!.. Ok. Já estamos a caminho. - Desligou o aparelho

– O que aconteceu? - Perguntamos Devon e eu juntos

– Acharam um enfermeiro morto no meio do corredor do quarto do Tyler. Temos ir, McGray.

– Eu vou com vocês. - Disse com a voz firme

– Ok. Então, vamos.

Devon acionou uma sirene idêntica ao dos carros da polícia, o que nos ajudou a chegar á clinica mais rápido. Ao chegarmos lá, o local estava isolado com aquelas fitas de "Não ultrapasse. Cena do crime", um corpo ensanguentado esticado no chão e muitas pessoas em volta. Caminhei até o quarto treze. Abri a porta sem bater ou pedir permissão para visitar o paciente. Quando entrei me deparei com Tyler sentado encolhido no chão com os braços envolvendo as pernas em um canto do quarto. Seu corpo fazia um movimento de vai e volta, para frente e para trás. Seu rosto estava marcado por lágrimas que já tinham rolado por sua pele pálida, e mais lágrimas estavam prontas para rolarem. Sua boca suja de sangue. Me aproximei.

– Tyler? - Chamei. Ergueu a cabeça e me olhou nos olhos. Parecia assustado - O que aconteceu? Huh? - Seus lábios se abriam para tentarem formar palavras, mas sua voz não saía - Vai ficar tudo bem. Do que você está com medo?

Um barulho de choro. Um choro infantil. Olhei para o canto mais escuro no local e encontrei um Tyler com as mãos tampando os ouvidos e os olhos espremidos. Caminhei até ele e me abaixei. Toquei seus cabelos negros, assustando-o e fazendo-o abrir os olhos.

– Vai ficar tudo bem. - Disse eu com o tom de voz mais calmo possível. Acariciei seu rosto molhado - Do que você está com medo? - Seus olhos se arregalaram

Olhei seus braços. Tyler usava uma camiseta de mangas longas. As mangas sujas de vermelho. Sangue.

– Tyler, me deixa ver os seus braços?

Esticou os braços em minha direção. Puxei as mangas. Mordidas. Marcas de mordidas. Mordidas humanas. A arcada dentária era humana. Fitei sua boca suja de sangue. Soltei seus braços e puxei seu rosto com força. Assustando-o ainda mais. Fiz com que abrisse sua boca. Seus dentes estavam sujo de vermelho.

"[...] o súbito aparecimento de lesões (arranhões, marcas de mordida) ou lesões e força sobre-humana."

– Meu Deus.. - Sussurrei

Levantei o mais rápido possível e saí do quarto do mesmo jeito, esbarrando em Devon no corredor.

– O que houve?

– Tyler. Os braços dele. Tem mordidas humanas. - Disse atropelando as palavras

Não tinha como a minha teoria estar errada. Tyler estava possuído.

– O quê? Calma, Laura. - Pausei - Fala de novo, mas fala devagar.

– O Tyler, os braços do Tyler estão cheios de marcas de mordidas. Mordidas humanas.

Voltei para o cubículo que chamavam de quarto agora acompanhada do Delegado McGray. Tyler não estava lá. Nossos olhos correram cada centímetro do cômodo procurando. Nada. Tyler tinha sumido.

Uma agitação no corredor. Súplicas par que o deixassem ir. Desespero. Lágrimas.

Tyler era segurado por dois enfermeiros que se esforçavam muito para não deixá-lo escapar. O garoto assustado se debatia, até um terceiro homem vestido de branco chegar com uma seringa e aplicá-la. Em pouco tempo, seu corpo foi ao chão. Os enfermeiros carregaram-no até um outro quarto e amarram-no em uma maca enquanto faziam curativos em seus braços.

Fui em direção ao jovem Bennet e Devon foi junto comigo. Ao nos aproximarmos o bastante, vi sua expressão de horror no rosto.

– Parece uma arcada dentária humana. - Comentou

– Os dentes dele estão sujos de sangue.

– Você acha que..

– Ele se mordeu? - Completei a frase - Sim, eu acho.

– Ele não tem força o suficiente para fazer isso.

– Eu sei. Mas e se não for exatamente ele?

– O que quer dizer?

– Quero dizer que algo muito ruim possa estar acontecendo com esse garoto.

– Você quer dizer uma possessão?

– Sim.

– Laura, você acredita nisso?

– Sim e não. Não acreditava até ver tudo que está acontecendo com Tyler. - Me olhou de um jeito estranho - O que foi?

– Nada. É só que eu não acredito nessas coisas.

– Ok. Você não precisa acreditar. Finja que nós não tivemos essa conversa. Eu vou continuar tentando descobrir um jeito de tratar a dupla personalidade de Tyler e de tentar tirar alguma informação importante. - Sorri

– Ok. - Respondeu também sorrindo

Um dia se passou desde o ocorrido. Fui chamada na delegacia. Quando entrei na sala de interrogatório, David fazia uma pergunta para Tyler. Seus braços tinham alguns curativos simples espalhados.

– Você e Audrey tinham freqüentemente relações sexuais?

Me aproximei da mesa no centro da sala e me sentei entre os dois superiores.

Olhei bem nos olhos do jovem a minha frente. Aquele brilho perigoso estava presente na imensidão azul. O sorriso debochado tomou seus lábios ao perceber a minha atenção sobre ele.

– Bennet, responda a pergunta. Você e Audrey tinham freqüentemente relações sexuais? - Perguntou McGray

– Por que quer saber isso? Isso não vai comprovar que eu a estuprei.

As caras de espanto surgiam. Essa era uma informação que não tinha chegado aos ouvidos de Tyler.

– Dra. Simons.. Pensei que hoje fosse seu dia de folga.

– Espera. O que disse?

Sorriu.

– Pensei que hoje fosse seu dia de folga.

– Como você sabe que hoje é o meu dia de folga

Como ele sabia? Como ele sempre sabia de tudo?

– Na autópsia, encontramos o seu sêmen na cavidade vaginal de Audrey. Você estuprou ela antes de matá-la? - Perguntou David mantendo a calma, coisa que Devon provavelmente tinha perdido a algum tempo

– Não fiz nada que ela não quisesse. - Sorriu

– Tyler, como conseguiu as mordidas nos braços? - Perguntei chamando a atenção de todos - Não se lembra? Por que estava tão assustado aquele dia? Huh? O que você fez que deixou seu lado bom tão assustado? Você matou aquele enfermeiro?

Ele me fuzilava com os olhos escurecidos.

Com rapidez e agilidade, Tyler levantou-se suas mãos foram ao meu pescoço.


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Notas finais do capítulo

Acho que ninguém imaginou que o Evil Tyler pudesse fazer isso, né? Pois é, nem eu!
Bem, o próximo capítulo só Deus sabe quando sai. Porque estudar de tarde é difícil, sabe? Então já viu..
Beijos, seus litores coisas lindas de Deus :*



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