The Devil Inside escrita por Duplicata Petrova


Capítulo 18
18


Notas iniciais do capítulo

Oi pessoal, se é que ainda tem alguem aqui... não mostrem seus dotes mortiferos, por favor. Não tirem a pistola, as pedras nem nada disso, ok? Ok u_u Eu passei por um longo momento de falta de criatividade. Fiquei completamente travada. E o que me ajudou bastante foram os trabalhos antes das férias. Sim, eu estou de férias. Tive teatro, seminário, prova, e pasmem, um almoço na escola. Peço desculpas do fundo do meu coração. Odeio demorar pra postar mas fazer o que :(
Se houver algum errinho de gramática, digitação, me perdoem. Meu Word deu pau de novo e não consegui revisar ;)
Enjoy it :D



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— Como ele se comportou durante esses quinze dias? — Perguntei à enfermeira enquanto observava-o sentado sozinho na mesma mesa que estava da última vez que tinha o visitado — Ele se comportou bem?

— Tyler agiu como um animal enjaulado. Tivemos que medicá-lo algumas vezes para que ele se acalmasse e não assustasse os outros pacientes.

— E hoje? Ele acordou bem?

— Sim, está calmo.

— Ótimo. — Disse sorrindo e seguindo em direção ao jovem. O sol iluminava todo o jardim, mas não estava quente. Sentei-me a sua frente também como da última vez — Oi. Como foram essas duas semanas?

— Por que quer saber?

— Porque sou sua psiquiatra. — Soltou uma risada pelo nariz revirando os olhos — Pensei que estivesse calmo.

— Eu estou calmo, só não estou disposto a contar a minha vidinha incrível pra você. Sabe, na verdade, eu deveria escrever um livro contando a minha vida. Daria um ótimo filme! O garoto órfão cresce e torna-se o suspeito principal do assassinato da própria namorada. Daria um ótimo enredo para novela das oito! Aliás, por que você não coloca no jornal? Ah é, já está nos jornais.

— Está sendo agressivo. Está querendo me afastar, me intimidar, me assustar. E sabe porque você está fazendo isso? Porque você está se sentindo ameaçado.

— Sério? Eu me sentindo ameaçado por você? Jesus!

— Vamos mudar de assunto. Você sente falta de alguma coisa?

— Sim, sexo. Eu sinto falta de transar com alguém. Eu estou na seca. Entende? — Sorriu de jeito depravado

— Não sente saudades da infância, dos amigos, da sua avó?

— Ok, vamos resumir isso tudo aí. Infância: pai psicótico, mãe amorosa porém uma idiota, abusos mentais e físicos. Amigos: todos aqueles desgraçados me deixaram no momento em que eu mais precisei. Minha avó: hmmm... velha carente que acha que sou um garotinho de 15 anos.

— Agora eu já sei o que você sente. Você tem raiva de todos a sua volta.

— Nem todos, doutora.

— E de quem você não sente raiva?

— Desses imbecis que vivem aqui, sabe, os pacientes. Eles não tem culpa de nada que me aconteceu ou vem me acontecendo. São só um bando de doentes retardados!

— Me assusta com o quão você é sensível.

— Sou realista. Odeio essas pessoas que ficam fantasiando.

— Você sente falta da Audrey? — Vi seus olhos desviarem dos meus — Sente falta dela?

— Claro que sinto. Eu amava a Audrey.

— O que aconteceu na noite da morte dela?

— Nós saímos, bebêmos, transamos e ela morreu. Satisfeita? — Perguntou de mal humor forçando um sorriso

— Como você se sentiu?

— Como acha que eu me senti?

— Infeliz, triste, com raiva, culpado.

— Por que acha que eu me senti culpado?

— Porque eu sei o que você fez.

— Se sabe, por que continua procurando jeitos de provar minha inocência?

— Você não é completamente culpado. Está doente.

— Ah Dra. Laura, você realmente continua com esse argumento imbecil?! Todos sabemos que não estou doente. O que você quer? — Manifestou sua indignação — Não é uma psiquiatra muito esperta...

Depois da longa conversa com Tyler, fui para casa. De alguma forma, falar com ele, estar perto dele me deixava cansada, fraca, me fazia mal. Era como se algo maligno ficasse parado no ar, como se o ar ficasse mais denso. Talvez eu estivesse ficando louca. Talvez só estivesse cansada mesmo. Talvez. Mesmo nas minhas duas semanas de descanso não consegui parar de pensar no caso e em meus pacientes.

Preparei um chá e sentei-me na sala. Fazia muito tempo que não parava para assistir televisão. Corri por todos os canais e descobri que nada que estava passando me interessava. Então caminhei até a prateleira e peguei um de meus livros de psicologia. Folheei lentamente enquanto bebia alguns goles do chá de camomila, até ser interrompida pela campanhia. Abri a porta e deparei-me com a jovem de cabelos negros.

— Joyce? O que faz aqui?

— Não podia deixar de te mostrar uma coisa.

— Entra, fica a vontade. — Ela passou por mim e ficou parada esperando que eu dissesse para se sentar. Apontei o sofá — O que você quer me mostrar?

— Tyler escreveu isso. Ele disse para entregar. — Tirou um envelope do bolso da jaqueta de couro cinza e colocou-s nas minhas mãos — Era pra Audrey.

— Você leu?

— Não.

— Audrey chegou a ler?

— Não.

— Ok.

Abri o envelope e lá estava uma foto do casal. Audrey com um dos braços envolta do pescoço de Tyler. Ela séria, ele com um meio sorriso. Cabeças encostadas. No verso da foto estava escrito "Você me ama mais do que eu mereço ser amado. Eu não mereço isso, não mereço você. Não sou bom para você. Audrey, você merece alguém muito melhor do que eu. As coisas podem acabar muito mal... para nós dois. Eu sinto muito. Sinto muito pela dor que vou te causar. Sinto muito.".

— Obrigado, Joyce. — Ela sorriu — Preciso ir até a delegacia.

Chegando lá, li em voz alta para David e Devon e expliquei toda a situação de como aquele bilhete tinha chegado nas minhas mãos.

— Vocês acham que isso foi um aviso? — Perguntou David — Ou só uma declaração de amor estranho e torto? Vocês acham que ele já sabia que podia cometer um erro grave como um assassinato?

— Eu não entendo. Ele a avisou, mas está evidente que Tyler disse tudo isso para afastá-la por um motivo ainda maior. Mas qual?

— Seus surtos de mudança de humor. Isso pode ser muito perigoso.

— Não. Tem algo mais profundo e obscuro por trás de tudo isso.

— O que pode ser mais obscuro do que o garoto ter problemas psiquiatricos? — Questionou Devon

— Estou trabalhando a hipótese de um outro relacionamento ou de uma outra doença, algo como bipolaridade ou psicose.

— Precisamos pesquisar mais a fundo sobre um outro relacionamento.

— O problema é que todos dizem que Tyler teve um namorado, mas ninguém sabia o nome dele. O relacionamento dos dois era algo proibido. — Respondi — Eu conversei com ele. — Esperei uma reação dos dois, então continuei — Ele deu a entender que é culpado.

— Eu disse, eu sabia! Não entendo o que mais vocês querem provar! As digitais dele estão na arma do crime e ele já disse com todas as letras que é culpado! — Falou Devon animado demais

Voltei para minha casa e finalmente pude relaxar. Já eram sete e meia da noite.

Lá estava Peter. Tão assustado, encolhido em um canto escuro. As lágrimas prontas para rolarem. Os olhos arregalados. Se contorceu gemendo de dor. Abaixou a cabeça tremendo e soluçando no choro desesperado. Ergueu a cabeça e olhou-me. Não era mais o meu filho. Era Tyler. Colocou as mãos sobre o pescoço e começou a tossir. Contorceu-se grunhindo de modo grotesco. Seus olhos tornaram-se negros.

Como flashs, eu enxergava meu filho agonizar em uma poça de sangue se transformar em meu paciente sofrendo uma transição entre, o que eu julgava, normal e subrenatural. Era como se o fato de Peter estar morrendo afetasse Tyler. Quanto mais próximo da morte mais próximo do mal.

— Mãe! — Meu filho gritou em sofreguidão. Corri ate seu corpo frágil. Olhou-me nos olhos — Salve ele. Não deixe que nada machuque ele. Não deixe o mal dominá-lo.

Quando terminou a frase, seu corpo desmoronou sem vida em meu colo. Um arrepio correu pela minha espinha. Senti um nó na garganta e percebi que estava chorando.

— Tarde demais. — Ouvi a voz mórbida vindo de trás de mim

— O que você fez com o meu Peter?! — Gritei levantando-me e fitando-o nos olhos. Eles ainda eram negros. A pele estava tão pálida que era possível enxergar algumas veias por todo seu rosto — O que você fez?

— Por que não se pergunta o que você fez? O porque dele estar morto, o porque de eu estar aqui, o porque de eu estar assim. — Apontou pra si mesmo — Eu não estou aqui só para te atormentar.

— Me diga então, o que você quer? O que eu fiz?

— Você matou ele, sua vadia estúpida! Você me matou! Você fez com que ele tomasse conta do meu corpo!

— Do que você está falando?

— Você sabe do que estou falando. Você conhece a palavra. Você sabe o nome daquele que tentou ser mais do que Deus. Você sabe. Você conhece. Sabe que sou eu. Lúcifer, Diabo, Caído. Qual nome preferir. Sabe que a culpa de Tyler estar possuído, ou melhor, sabe que a culpa de Tyler ser o meu hospedeiro é sua. — Terminou o dicurso com um sorriso torto — Sabe que eu estou aqui pra acabar com você e com a sua vidinha medíocre. — Acrescentou

Acordei.

O que tinha sido aquilo?

Não pensei muito. Levantei e corri até o notebook pegando-o e ligando-o.

Psicose é um quadro psicopatológico clássico,... Nos períodos de crises mais intensas podem ocorrer (variando de caso a caso) alucinações ou delírios, desorganização psíquica que inclua pensamento desorganizado.

De acordo com muitos sistemas de crença, o controle de um indivíduo por um ser maligno sobrenatural. Descrições de possessões demoníacas muitas vezes incluem memórias ou personalidades apagadas, convulsões e desmaios como se a pessoa estivesse morrendo.

Antigamente conhecido como transtorno maníaco-depressivo, é caracterizado por alterações de humor que se manifestam como episódios depressivos alternando-se com episódios de mania.

São mentirosos, encantadores e atraentes. Em geral são dotados de um ou outro talento e o utilizam a seu favor para manipular os outros.


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Notas finais do capítulo

No finzinho do capítulo são quatro pesquisas feitas na Wikipédia e no site do ID Discovery ;)
Espero ter merecido reviews.
Beijos, até a próxima



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