Contos Mirabolescos escrita por Phill Emmanuel


Capítulo 9
A Última Jogada


Notas iniciais do capítulo

Não sei se esse vai agradar... Escrevi eqto estagiava em uma escola do bairro rs



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Ela sentia o sangue pulsando fraco em suas veias.

Sentia-o fulgindo pelo seu pulso, incontrolável, como gás sob pressão, que foge sem que se possa conter quando é liberado.

Ela tentou ficar de pé, mas o piso molhado do banheiro era pouco aderente e ela acabou tombando várias vezes a caminho da porta.

Em seu íntimo, odiava-se mais do que a ele.

Odiava-se por ter sido estúpida o suficiente para acreditar que ele mudaria. Odiava, principalmente, por não ter dado ouvido aos próprios pais...

E, agora, quando eles voltassem de seu jantar romântico, em um restaurante chique qualquer da cidade, iriam se deparar com sua única e amada filha em uma poça de sangue, e a acusariam de suicida idiota.

- Ah, mas você vai pagar, Marcos, ah se vai – ela dizia, com a voz engolfada, enquanto se arrastava pela sala. – Toda a sua família vai pagar... – acrescentou, agarrando o telefone do gancho e reunindo suas últimas forças para conseguir discar um certo número de celular.

Quando acabou a ligação, mesmo com a voz fraca, convenceu Marcelo, seu cunhado, a vim vê-la, afinal. Dissera que estava passando muito mal e que Marcos não a atendia.

Então se largou a um canto e começou a chorar.

Mas Marcos pagaria caro, Jossana dizia a si mesma. Pagaria por aquilo... Pagaria por todos os ataques de ciúmes que tivera...

No início, ela até que gostara. Afinal, era maravilhoso ser possuída pelo garoto mais lindo e rico da escola.

Mas o ciúme dele extrapolara os limites depois de dois anos de namoro... E, quando ela finalmente se cansara e intencionara terminar, Marcos enlouquecera e perdera o controle.

Ela simplesmente o chamara até sua casa hoje, já que seus pais estariam fora, e lhe dissera que queria dar um tempo.

Marcos então a arrastara pelos cabelos até o banheiro, pegara uma gilete da pia e cortara seus pulsos, tomado pela fúria, sem dar a ela a mínima chance de se defender.

- Só que não vou deixar passar... Você vai pagar caro por ser o maior imbecil, Marcos Albuquerque – ela murmurava na tentativa de se manter lúcida, mas a voz ficava fraca.

A campainha tocou e seu coração deu um salto.

Será que terei coragem de fazer o que pretendo?

Jossana gritou que a porta estava aberta.

Quando Marcelo, o irmão de coração mole dos Albuquerque, entrou e se deparou com ela mergulhada numa poça de sangue, desesperou-se.

- Jossana?! O que houve, meu Deus? – ele berrou, indo até ela, levando as mãos ao rosto, horrorizado. – Foi assalto?

Foi seu irmão babaca.

Então, antes que ele pudesse erguê-la, Jossana puxou a mesma lâmina que Marcos usara contra ela... e golpeou a jugular de Marcelo.

O sangue espirrou loucamente.

Marcelo ainda agonizou por alguns minutos, encarando-a incrédulo, mas faleceu antes mesmo dela, aos seus pés, em uma poça de sangue.

Jossana pegou o celular dele do bolso e digitou uma curta e clara mensagem de texto. Então, tudo escureceu, seus sentidos a deixaram, e ela morreu em seguida.

 Quando os pais da garota chegaram em casa e se viram diante daquela cena macabra, não souberam como reagir. Chamaram a polícia e os homens logo descobriram a última mensagem deixada pelo assassino...

“Amei-a por muito tempo, em segredo, enquanto era meu irmão que a tinha. E hoje, ao vim aqui e ser rejeitado de novo por ela, tiro sua vida para que ninguém mais a tenha, e a minha também.”

No dia seguinte, o derradeiro plano de Jossana atingiu seu objetivo quando a reputação prestigiada dos Albuquerque foi para o lixo assim que a cidade inteira descobriu o assassinato da jovem pelas mãos de Marcelo Albuquerque.  


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Notas finais do capítulo

Obrigado a todos q me acompanham! :)