Escolhas escrita por Lilica


Capítulo 9
Só amigos.




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Acordo assustada e me sento na cama. Olho pela janela e vejo que era tarde. Talvez umas duas e meia. Me levanto e vou para o banheiro lavar o rosto. Só percebo agora que dormi com a calça jeans e a camiseta que eu estava ontem à noite quando me olho no espelho. Tento dar um jeito no cabelo e vou para a porta.

Tomara que ninguém me veja, não estou muito apresentável, além de estar totalmente grogue. Saio andando pelos corredores, nem sei se lá tem uma cozinha. Ao sair do corredor dos dormitórios, vejo um vulto. Fixo os olhos na direção da sombra e vejo que se aproximava. Quando ele tira o capuz eu posso ver seu rosto, é o Alec. Ele fica na minha frente.

—Está tudo bem? –Pergunta ele.

—Está sim, estou atrasada para alguma reunião ou algo do tipo?

—Não, Aro deixou que você tirasse o dia de hoje para descansar.

—Nossa, como ele é adorável. – Falo com sarcasmo, então respiro fundo e lembro que estou procurando pela cozinha. –Tem alguma cozinha aqui?

—Na verdade, tem sim. Vamos até lá. –Diz ele apontando a direção e fomos juntos até lá, um cômodo grande e bem confortável.

—Para que tudo isso em um lar só de vampiros? –Pergunto curiosa.

—Bem, Aro manteve Gianna humana por um bom tempo, então fez isso para ele. E mandou que comprassem mais comidas para a sua vinda.

—Isso foi antes ou depois de seu convite “cordial”? Por que parece que ele sabia já há um tempo que eu viria. –Falo entrando e indo até a geladeira. Faço um lanche e pego um copo de suco de laranja, então me sento na frente de Alec.

—Sinto muito pelo motivo que você veio. Deveria ter sido uma escolha própria.

—Tudo bem. Vou dar um jeito de sair daqui. –Sei que deveria tomar cuidado com o que falo para um integrante do clã, mas eu confiava em Alec, sabia que ele é meu amigo de verdade.

Ele me olha desconfiado.

—Você não vai fazer nada perigoso, não é?

—Não, você está falando igual ao Justin. –Paro de repente e olho para ele séria, deveria ter pensado melhor antes de soltar aquela frase.

Ele fica pensativo e meio para baixo, mas me olha nos olhos.

—Como foi que você começou a gostar dele assim tão rápido?

—Eu senti imprinting por ele. É difícil de explicar, mas é como se eu tivesse sentido amor à primeira vista. Sinto muito por te magoar, mas não posso fazer nada para mudar esse sentimento. É algo muito forte.

—Tudo bem. Não podemos também agir como crianças. Se não deu certo para nós, não deu. É melhor do que forçar um relacionamento onde não há sentimento.

—É, verdade.

Voltei a comer meu lanche, enquanto Alec falava sobre a cidade, sobre como era bonita à noite e combinamos de sair juntos... como amigos, é claro. Então, ele começou a falar sobre o teste que se deve fazer para entrar nos Volturi.

—Um teste? –Pergunto.

—Sim, ele quer saber se você vai mesmo ser fiel à ele. –Dou um sorrisinho, quando ele fala isso e Alec percebe. –Nem pense em falhar no teste para ser expulsa. Alguns bem antes de você, quando também foram forçados a entrar no Volturi, decidiram falhar no teste para saírem de um jeito mais fácil, mas só encontraram a morte.

—Você acha que eles me matariam também? Mesmo com minha família sendo tão forte e tendo tantos aliados? Nem sei como ele teve coragem de me ameaçar. –Comecei a me perder em pensamentos, até que... –Aro está planejando alguma coisa? –Pergunto voltando a olhar para ele.

—Não sei. Aro andou fazendo mais aliados, claro que com ameaças. Os clãs pequenos não conseguem se proteger de suas chantagens, e ainda há aqueles que pensam igual. Mas não sei o que ele planeja com isso.

—Temos que ficar atentos, talvez ele esteja planejando algo.

Decidi voltar para o quarto e tomar um banho, me arrumar de verdade. Mas no corredor, encontro Wendy na frente de minha porta. Ela já estava com a capa vermelha de volturi.

—Oi, como você está? –Pergunta ela.

—Bem e você?

—Bem.

—Vamos entrar. –Falo, abrindo a porta e acenando para Alec que ficou no começo do corredor.

Entramos e vou até a minha bolsa para pegar uma roupa limpa.

—Onde você estava? –Perguntou Wendy.

—Fui procurar a cozinha e Alec me levou até lá. Estávamos conversando e pensei em algo. Aro não iria me ameaçar assim sem ter um plano em mente. Nesses últimos tempos, minha família ficou muito forte. Acho que está planejando algo.

—Na verdade, vim falar com você sobre isso. Os Volturi estão aumentando seus números de aliados. Acho que vem algo por aí, mas não consegui descobrir o que é.

—Tudo bem. Vamos resolver isso. Vou tomar banho e já volto. –Falo indo até o banheiro.

Termino e me troco, voltando para o quarto e encontrando Wendy lá, onde estava antes.

—Alec já te falou sobre o teste? –Pergunta.

—Já. Você já fez ele?

—Sim. Uma vampira não cumpriu o que Aro pediu, então tive que puni-la.

Olhei séria para ela, mas antes de falar qualquer coisa, pensei que ela não teve escolhas, além de aprender desde de sempre como eles. Não podia mudar do nada a sua mentalidade. Eu sei, por que também não vou mudar meu modo de pensar.

—Acho que ele vai pedir para que eu faça o teste amanhã.

—É, acho que sim.- Diz ela. –Você precisa estar preparada para tudo. Ele pode pedir qualquer coisa.

—Eu sei, mas eu nunca vou estar preparada para matar uma pessoa inocente.

—Imaginei que você diria isso. –Diz ela.

Conversamos mais um pouco, até que eu percebi que já estava escurecendo e então, eu terminei de me arrumar.

—Você vai sair? –Pergunta Wendy.

—Vou dar uma volta com Alec.

—Você não acha que ele vai confundir sua atitude? Ele pode achar que você ainda gosta dele, por que claramente ele ainda gosta de você.

—Bem, eu já disse para ele o que eu sinto por Justin. E parece que ele compreendeu bem. Por que, você acha que estou fazendo errado andando tanto assim com ele?

—Não que eu esteja te julgando, eu nem posso fazer isso. Mas acho que ele pode entender errado.

—Tudo bem. Obrigada por me falar. É pensando bem, talvez assim ele até sofra mais quando eu for embora de novo. Mas eu também não posso afasta-lo de uma hora para outra.

—Bem, vocês devem conversar direito sobre isso.

—Obrigada!

Falo e depois de uns minutos, escutamos uma batida na porta. Vou até ela e a abro. Alec estava me esperando.

—Vamos?

—Vamos.

—Ah. Olá, Wendy, como vai? Gostaria de ir conosco? –Pergunta ele educado.

—Não, obrigada, podem ir vocês. –Diz Wendy tentando ser educada, mas parecendo séria demais para uma conversa entre amigos.

Alec me mostrou algumas praças e paramos em uma com uma fonte do desejo. Jogamos uma moeda cada um e fizemos nossos pedidos. Eu pedi para que Aro não consiga machucar ninguém que eu goste. E então, fomos em um restaurante pequeno e confortável perto de lá. Conversamos, enquanto eu comia. Quando eu terminei, ele me levou para tomar sorvete e assim, acabamos voltando para aquela praça da fonte e nos sentamos na beira dela.

—O que você pediu? –Perguntei.

—Bem, só queria encontrar alguém que goste de mim como eu sou. –Falou e respirou fundo. –Mas vamos falar de outra coisa.

Me lembrei do que Wendy havia dito.

—Alec, precisamos conversar. Acho que termos uma amizade pode até ser bom, mas não sei se ficarmos tanto tempo juntos é bom também. Não quero que você fique chateado quando eu tiver que ir embora de novo.

—Você acha que eu vou confundir as coisas e pensar que podemos ficar juntos, não é? Pode ficar tranquila, eu sei que você gosta mesmo do Justin. Eu tento pensar em você como minha amiga só. Às vezes, é difícil, não posso mentir, mas uma hora eu vou conseguir. 

Dou um sorriso de leve.

—Ok. Vamos falar de uma coisa mais animadora. –Falo e mudamos de assunto.

Depois de tanto conversar, acabo ficando cansada e voltamos para o castelo. Desejo boa noite ao Alec e vou para o meu quarto dormir. Lembrando de me trocar dessa vez.

Não tenho nenhum sonho ou pesadelo, só durmo tranquilamente. Ao acordar, vejo que na porta de meu quarto, tem uma capa cinza chumbo pendurada, com um bilhete pedindo para que eu usasse hoje.

Coloco meia calça escura e meu vestido curto bege claro e a capa por cima, prendendo meu cabelo em um rabo de cavalo. E quando termino de me arrumar, escuto batidas na porta e quando abro, vejo Wendy sorrindo de leve.

—Bom dia! –Falo.

—Bom dia! –Responde ela. –Quer passar na cozinha primeiro para comer algo antes de irmos até Aro?

—Pode ser.

Vamos até a cozinha e bebo um suco e como alguns cookies, então vamos logo até a sala de Aro. Sinto um clima tenso, pesado ao entrar lá. Talvez por que sentia que estava entrando na sala onde várias pessoas inocentes tinham morrido.

—Buon Giorno, Cindy! Dormiu bem?

—Sim, acho que sim.

—Como você é uma Volturi agora, tem que usar o colar. –Enquanto falava ele esticou a sua mão e Jane o deu uma caixa de veludo preto, dela ele pegou um colar igual ao das outras do clã.

Ele se levanta e vem até mim, colocando o colar em meu pescoço.

—Ficou gracioso.

Fico rígida com sua proximidade e só quando ele se afasta volto a respirar normalmente.

Ficamos o resto do dia em silencio, vendo os vampiros que passavam lá e vendo o Aro resolver alguns problemas com a lei, mas não teve muita coisa. Na hora do almoço, pude sair para comer algo na cozinha e quando volto, encontro só Aro e Wendy a minha espera.

—Você está pronta para o teste, Cindy? –Perguntou friamente Aro.

—Sim, estou pronta. –Completo em meus pensamentos. “Estou pronta para fazer do meu jeito. ”


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Notas finais do capítulo

Desculpa a demora para postar, mas nesses dias estou sem tempo para escrever e eu quero escrever algo bom e não só alguma coisa. bjos.



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