A Batalha Do Tempo escrita por davifmayer


Capítulo 1
Capítulo 1 - REQUIEM DOS MORTOS




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GRÉCIA ANTIGA.



A cidade da Grécia estava fervilhada por pessoas de vários continentes. Negociando e viajando. Grandes navios estavam ancorados no porto, descendo e subindo mercadorias. Paredões rochosos protegiam a cidade de fortes ondas do mar e do vento implacável que vinha do mediterrâneo.



Em uma alta colina, dois túmulos, um ao lado do outro, estavam sendo observados por um guerreiro espartano. O sol começava a se esconder na linha do mar e uma coloração alaranjada parecia queimar toda a superfície da água com a sua luz.



O guerreiro contemplava o tumulo de sua mulher e filha. As laminas do caos estavam cruzadas nas suas costas, e as mãos balançavam pela força do vento. Estava coberto por uma manta marrom que balançava loucamente ante a fúria da forte corrente do ar mediterrâneo.



- Estou em busca de minha vingança, mas não tenho vocês duas. – sussurrou.



Kratos se ergueu e se afastou dos túmulos de suas amadas. Afastava-se sem tirar os olhos das lapides de pedra. Permitiu que uma lagrima rolasse pela face. A certa distancia, abriu os braços e berrou com fúria. As nuvens se escureceram e trovões relampejavam aqui e ali no céu.



Avançou em direção ao seu cavalo, o montou com habilidade, e o fez galopar para longe dali.



**



Kratos estava sentado em uma cadeira de pedra, no seu palácio longe da cidade de Esparta. Queria privacidade. Precisava pensar e tomar decisões.



Os corredores e cômodos de sua casa estavam vazios. A noite e as sombras estavam presentes em cada canto. A luz da lua entrava tímida pela janela do salão em que estava.



O salão era amplo ornado por varias pilastras que sustentavam o pesado teto de pedra. O chão era coberto pelo mais nobre mármore e uma mesa retangular estava a sua frente, com pão, carne e vinho.



O espartano não tocara em sua comida. Pensava em Athena e em sua visita. Estava em guerra contra o deus da guerra, Ares. Amanha seguiria viagem para o sul como a deusa da sabedoria havia lhe dito. Iria até o fim e nenhum deus, nenhum oponente, iria obstruir sua vingança.



Uma sombra bloqueou a luz da lua. Era um vulto alto.



Kratos levantou a cabeça e cerrou a sobrancelha.



- O que você quer? – perguntou ao estranho.



O estranho estava montado num cavalo negro. Usava uma armadura também negra de metal. Possuía um capacete com chifres semelhantes às de um minotauro que encobriam seu rosto. No meio dos chifres uma esmeralda dourada em forma de olho. Os seus olhos brilhavam em carmesim por dentro da mascara escura. Tinha uma pequena capa feita de couro de lobo branco. O seu respirar saia pela placa de metal da armadura, causando um assovio rouco.



Ele desceu do cavalo e se aproximou da mesa, ficando do lado oposto de Kratos.



- O que você quer? – indagou novamente Kratos com os dentes trincados.



O guerreiro de armadura negra retirou um machado de batalha das costas e apontou-o para o espartano.



- Quero sua vida! – disse o estranho.



O cavaleiro golpeou com o machado a mesa que se estilhaçou em mil lascas de madeira. Kratos rolou sobre o ombro e ativou suas laminas do caos. Logo a sala escura foi iluminada pelas chamas de sua arma. Desferiu golpes circulares em direção ao inimigo. Este saltou e esquivou de todos os golpes.



- Você é bom. – ponderou kratos. – mas ninguém superou essas laminas.



Kratos avançou sobre o inimigo com novas seqüências de golpe. A todos o inimigo desviava.



O estranho avançou e desferiu um golpe em diagonal com o machado. Kratos fora atingido do ombro a linha da cintura oposta, abrindo um grande e profundo ferimento. O espartano grunhiu de dor e foi jogado contra a parede. O sangue caiu sobre o mármore e sobre seu corpo. Levou a mão ao ferimento.



O oponente contemplou a impotência de seu adversário.



- Não resista!


- Você não me matará tão facilmente. – berrou Kratos e avançou novamente.



Usava suas laminas do caos. A sala parecia pequena para as correntes que soltavam faíscas quando em contato com as paredes e o chão. O adversário desviou de todos os golpes com habilidade. Parecia estar se testando.



Não adiantava. Kratos deixou as pontas das laminas tocarem o chão enquanto contemplava o oponente sem nenhum arranhão. Ele parecia estar com muito fôlego ainda. As laminas pareciam inúteis. Respirou profundamente e correu em direção ao inimigo.



Este se armou e pôs um pé na frente.



Kratos usou as laminas como se fosse dar um abraço mortal. Elas percorreriam um ângulo de 180 graus fechando-se nas costas do inimigo. Ele percebeu e saltou para trás. O espartano riu. Naquela posição ele não veria sua estratégia. Concentrou a energia de Poseidon, o deus dos mares, e descarregou energia elétrica.



O corpo de Kratos se cobriu de energia como se este fosse um trovão, disparando raios para todos os lados, iluminando de um forte e brilhoso azul todas as paredes.



O inimigo foi pego de surpresa, sendo jogado contra a parede que, com a força do impacto, atravessou-a com um estrondo seco de metal contra cimento.



Uma tênue poeira subia da sala contígua causada pelo pequeno desmoronamento. Kratos avançou de laminas em punho. Colocou o pé sobre a “porta” que tinha feito com o corpo do cavaleiro e olhou.



Para sua surpresa, ele não estava lá.



Viu uma luz amarela se aproximar contra o seu corpo numa velocidade inumana, iluminando as paredes do aposento. A luz o atingiu na sua caixa torácica, fazendo-o voar longe, chocando as costas na parede.



Tinha sido atingido por um raio.



Levantou-se com dificuldade e deu alguns passos incertos para frente. Sentiu cheiro de pele queimada. O seu peito estava chamuscado ataque que recebera. 



Não era um ataque comum. Só podia ser obra de um deus.



“Ares maldito!”



Cerrou os olhos de preocupação – logo, seus olhos castanhos demonstraram dor e surpresa. Abaixou o rosto e viu o machado do oponente atravessado no estomago. Tentou respirar, mas o ar parecia preso em algum lugar.



Tentou virar-se, mas o inimigo permanecia firme atrás de si segurando o machado.



- Lutou bem guerreiro de Esparta. Mas não poderia vencer um guerreiro do tempo.



E retirou brutalmente o machado do corpo estraçalhado de Kratos. Sangue foi esguichado para todas as direções. Um corpo sem vida caiu sobre as pedras.



**



A lua iluminava uma bela casa estilo espartano. Ela estava situada no alto de uma colina de onde se podia ver a cidade de Esparta, montanhas e uma floresta mais adiante.



O vento era seco.



E o vento vinha carregando cheiro de sangue.



Um estranho cavaleiro de armadura negra saiu da casa espartana montado em seu cavalo. Numa mão segurava um machado coberto por sangue, na outra, a cabeça de um guerreiro de rosto pintado de branco com uma listra vermelha atravessando um olho.


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