Speak Now escrita por Tamy Black


Capítulo 1
Parte I


Notas iniciais do capítulo

Mais uma fanfic para vocês, uma short na verdade.
Espero que gostem e comentem!



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I am not the kind of girl

Eu não sou o tipo de garota

Who should be rudely barging in on a white veil occasion

Que interrompe rudemente uma ocasião de véu branco.

But you are not the kind of boy

Mas você não é o tipo de garoto

Who should be marrying the wrong girl

Que se casaria com a garota errada.

(Taylor Swift – Speak Now)

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Bella POV.

Eu não acredito que estava colocando os pés nessa cidade novamente. Depois de oito anos longe, só a minha irmã mesmo para me convencer a vir aqui. Por que ela tinha que querer casar aqui mesmo, hein?

Com esses pensamentos, peguei minhas malas e as coloquei num carrinho. Eu odiava Forks com todas as minhas forças. Esse mundo verde não me trazia boas recordações. Assim que me formei na pacata Forks High School, jurei nunca mais por os pés aqui. Fui pra Stanford e nem olhei pra trás, graduei-me em jornalismo e consegui um emprego em uma revista de Moda, Runnaway, em NY.

Passei pelo portão de embarque e encontrei meu pai, Charlie Swan, e minha madrasta, Katherine. Eu os amava, mas todo esse amor pela família não me fazia voltar aqui. Eu só vim mesmo para que a Victoria parasse de encher o meu saco. Minha irmã e eu nunca fomos muito amigas, a diferença de idade entre nós é de dois anos, eu tenho vinte e seis e ela tem vinte e quatro.

- Bella, Bella! Oh minha querida! – minha madrasta dizia, esbaforida e me abraçando apertada – Você está tão linda.

- Oi Kath, obrigada. – disse, sufocada – Eu ainda preciso respirar!

Ela me soltou e eu vi que ela sucumbia às lágrimas. Abracei meu pai, e este foi mais delicado. Ele empurrava meu carrinho e Katherine andava comigo abraçada, enquanto caminhávamos para a saída do aeroporto. Eles iam tagarelando sem parar, meu pai colocou minhas malas no porta-malas e eu entrei no carro, minha madrasta fazendo o mesmo, depois de todos devidamente sentados, meu pai deu partida e começou a dirigir rumo ao meu inferno pessoal chamado Forks.

É, eu ainda não estava lá. A merda da cidade não tinha aeroporto, o mais próximo ficava em Port Angeles, então ainda me restava uns bons cinqüenta minutos escutando a Katherine tagarelar o quanto eu fazia falta em casa e blá-blá-blá.

Pra começo de história, meu pai e a minha mãe – Renée – foram casados por alguns anos. Só que os dois se separaram quando eu tinha um ano e poucos meses e meu irmão mais velho tinha três anos. Emmett e eu moramos com a nossa mãe em Phoenix até quando pudemos, pois quando eu tinha quinze e Emmett dezessete, ela resolveu se casar novamente e como Phil – o marido dela – é técnico de um importante time de beisebol, ele viajava constantemente. E percebemos que nossa mãe ficava triste, pois ela ficava conosco e morria de saudades do Phil.

Nossa mãe é completamente inconstante, nunca foi uma boa cozinheira, além de ser completamente esquecida. E ela é artista plástica, tem uma pequena galeria em sociedade com uma de suas irmãs. Então eu tive a adorável idéia de vir morar com meu pai, e Emmett me seguiu. Ele terminou o colegial na FHS também e nós convivemos com a Victoria por bastante tempo.

Nosso pai também se casou novamente e teve outra filha com sua segunda esposa. Charlie conheceu Katherine quando ambos eram crianças, mas se apaixonou perdidamente por minha mãe quando ambos se encontraram na Universidade de Washington. Quando meu pai voltou a Forks, já casado com a minha mãe, e a mesma já estava grávida do Emmett, a Katherine estava morando em Londres, por causa da universidade que escolheu, e residia com os avós paternos.

O casamento de meus pais não durou muito tempo, pra ser mais específico. Então minha mãe fugiu comigo ainda bebê e Emmett uma criança pequena ainda para o Arizona, e foi morar com a tia Carol, sua irmã mais velha. Papai sempre ia nos visitar em nossos aniversários, natal, férias escolares e coisas assim.

Quando a Katherine voltou a Forks, meu pai se encontrava triste e já divorciado. Não foi nem preciso dizer que os dois se apaixonaram novamente e isso resultou na Victoria, e no segundo casamento de Charlie. Victoria é muito parecida com a mãe dela fisicamente, mas assim como eu, herdou os olhos castanhos da cor de chocolate do nosso pai.

Eu e Emmett, quando atingimos certa idade, éramos obrigados a passar todo o verão em Forks, na companhia de Katherine e Victoria. Katherine era um amor, nunca nos tratou com indiferença, era como uma segunda mãe pra mim e para o Emmett, nós sempre gostamos muito dela e ela da gente. O problema mesmo era a Victoria. Não sei quando toda a birra começou, pode ter sido quando ainda éramos pequenas ou algo assim, mas tudo que eu tinha a Victoria tinha que ter.

E desde sempre, nós duas nunca fomos muito apegadas, ela sempre teve o gênio forte demais e eu também sou assim, nós nunca concordávamos em nada. Brigamos muito quando éramos adolescentes, mas pela misericórdia de Deus, eu fui embora e não queria mais voltar.

Aconteceram muitas coisas quando eu cheguei a Forks, há exatos dez anos atrás. Eu conheci o amor, e foi de uma maneira linda. Só que terminou de uma forma traumática. É interessante pegar seu namorado com sua irmã de dezesseis anos na cama, não é? Eu sempre soube que a Victoria tinha uma paixão platônica pelo meu... Quer dizer, ex-namorado. E ela conseguiu arruinar a minha vida por completo. Victoria era o meu inferno, e ainda é. Mesmo com a distância.

Ela é formada em psicologia pela Dartmouth e soube que encontrou seu noivo pelo campus da universidade. Pra falar a verdade, eu nem o conheço. Ela casaria em apenas alguns dias, para ser mais direta no final de semana, e eu era uma das madrinhas.

- Bells, chegamos – a voz grave de meu pai me fez acordar de meus pensamentos.

Saí do carro e suspirei ao ver a casa branca de dois andares a minha frente, continuava do mesmo jeito que eu me lembrava. Ajudei-os a retirar minhas duas malas e entramos em casa. Alguns móveis diferentes, muitas fotografias espalhadas.

- BEEEELLS! – isso era o meu irmão grandalhão berrando o meu nome.

Não tive nem tempo de responder ou se quer processar alguma informação, pois um par de braços me agarrou com força, erguendo-me do chão e me abraçando de forma apertada, impossibilitando-me de respirar.

- Emm... – murmurei – Eu preciso... Respirar...

Ouvi a gargalhada estrondosa de Emmett e ele me soltou, dando-me um beijo em minha testa. Respirei profundamente e então sorri ao ver o meu gigante irmão. Emmett não mudou nadinha nesses anos, continua forte e alto, seus cabelos loiros e os olhos azuis da mamãe. Na verdade o Emmett era bem mais parecido com a mamãe do que eu, eu não tinha nada dela, impressionante. Só algumas coisas da personalidade, mas o resto, é a copia de Charlie Swan.

- Olá, irmãozinho. – abracei-o, do meu modo.

- Caramba, você não cresceu nada! – e ele tinha que começar com as piadinhas sobre o meu tamanho.

Eu apenas revirei os olhos e me limitei a sorrir.

- Então, cadê a Rose e a Maggie? – perguntei.

Emmett morou em NY por uns anos, já que cursou direito na Columbia e lá ele reencontrou a Rosalie Cullen sua antiga namorada de escola, e hoje sua esposa. Eles se casaram há uns três anos e há alguns meses a Rose deu a luz a minha sobrinha, Margareth Sarah Swan. Ela é uma fofa, é loirinha e de olhos azuis, têm sete meses.  

- Bella! – fui atendida ao ouvir a voz da Rose vinda da cozinha.

Então ela apareceu com a minha sobrinha linda em seu colo. Abracei a bela mulher a minha frente, e falando sério, ainda não consigo acreditar que uma mulher como a Rosalie se casou com o meu irmão. Ambos são o oposto um do outro, mas se completam de uma forma incrível.

Peguei a pequena Maggie em meu colo e a abracei, sentindo aquele perfume de bebê que eu adoro. Era bom se sentir em casa, apesar de tudo, eles também eram a minha família. Não nego que senti muito a falta deles lá em NY, já que eles moraram lá, mas depois do casamento eles vieram para Forks. Ambos trabalham no tribunal de justiça de Port Angeles, e acham melhor criar a pequena Maggie aqui do que lá.

Mas eu não ficava tanto sozinha, já que minha prima e o irmão do... Er... Da Rosalie são noivos, Alice Brandon e Jasper Cullen. Alice é nossa prima por parte de pai, já que a mãe dela – tia Carmem – é irmã do Charlie. Tia Carmem teve quatro filhas com o Tio Eleazar Brandon: Irina, Kate, Tanya e a Alice. Irina é casada e tem dois meninos pequenos, Kate também é casada – mas não tem filhos ainda –, Tanya está noiva e Alice também. Irina é a mais velha – tem 32 anos –, Kate vem em seguida e tem 30 anos, Tanya é da idade do Emmett e a Alice é da minha idade. Eles moravam aqui, mas se mudaram para o Alaska.

As únicas que moram no Alaska, são a Irina e a Kate. Tanya mora em Boston e a Alice em NY. Irina é engenheira, Kate é pedagoga, Tanya é médica e Alice também é jornalista, nós duas trabalhamos juntas na Runnaway. Todos estarão aqui para o grande acontecimento, lógico, minha irmã caçula, exibicionista como só ela, convidou a família inteira.

Tenho pena do futuro marido da Victoria, sério. Emmett me ajudou a subir com as malas para o meu antigo quarto. Sorri nostálgica ao entrar em meu aposento, continuava do mesmo jeito.

- Onde está a noiva? – perguntei.

- Saiu com o noivo. – revirou os olhos.

- E o porquê dessa ironia?

- Você vai ver mais tarde. – respondeu enigmático.

Dei de ombros. Sentei-me em minha cama e bufei. Emmett apenas sorriu e saiu de meu quarto, eu estava cansada e nada melhor que um banho para relaxar. Peguei uma muda de roupa em minha mala e corri para o meu banheiro. Despi-me depressa e entrei no Box, abri a torneira e senti-me mais calma quando a água quente tocou em meu corpo.

Saí do banheiro com o espírito renovado, coloquei uma roupa quente – apesar de ser verão, aqui ainda era frio – e joguei-me em minha cama. Estava quase adormecendo quando me assustei com o barulho da minha porta sendo aberta. E uma Victoria Caroline Swan quicando em cima de minha cama, ela me abraçou apertadamente e começou a tagarelar.

- OMG, calma Vic – pedi, tonta com sua hiperatividade.

- Desculpa, Bell! – sorriu amarelo – Então, como você está?

- Ótima – respondi – Então, quando irei conhecer o seu futuro marido?

- Hm... Esta noite – disse, sorrindo largamente – Teremos um jantar na casa dele, as duas famílias reunidas, já que todos estão aqui. O irmão dele chegou ontem com a noiva, e como você chegou hoje, eu optei por fazer o jantar hoje... Não queria que a minha adorada irmã não estivesse presente. – tagarelou.

- Tudo bem então – suspirei – Que horas está marcado?

- Para as sete – sorriu – Na verdade, dentro de duas horas. É bom você se arrumar, quando voltarmos você descansa, ok?

- Ok – murmurei, cansada.

Victoria me abraçou novamente e saiu de meu quarto dizendo que iria se arrumar. Suspirei pesadamente e me levantei da cama. Fui até uma de minhas malas e procurei alguma roupa descente para usar. Acabei por escolher um vestido azul-marinho de mangas 3/4 que marcava minha cintura e pus um cinto preto para destacar, coloquei uma meia-calça preta e de fio grosso, e procurei por um par de sapatos pretos que adorava e o encontrei na outra mala.

Vesti-me sem pressa e fiz uma maquiagem básica. Deixei meus cabelos soltos mesmo e calcei os sapatos que havia separado, coloquei um par de brincos nas orelhas e um anel no dedo, e peguei uma bolsa de mão pequena, coloquei meu celular e um batom. Dei uma última conferida no espelho e me aprovei (n/a: Bella), saí do quarto e encontrei, Emmett e Rosalie já arrumados, meu pai e Katherine também, e a pequena Maggie estava no colo de papai e arrumada.

 Peguei minha sobrinha do colo da minha madrasta e fiquei brincando com a mesma enquanto a Victoria não descia. Fiquei conversando sobre a pequenina com a mãe dela por alguns minutos e por fim Victoria desceu as escadas, ela usava um vestido vermelho com detalhes em renda que não caiu muito bem em seu corpo. Não disse nada, apenas elogiei como os outros fizeram.

Saímos de casa e eu resolvi ir com meu irmão e minha cunhada, minha irmã e seus pais foram em outro carro. Fui carregando a Maggie até chegarmos numa mansão, e eu me lembro muito bem a quem pertencia essa mansão. Saí do carro meio confusa, entreguei a Maggie para a mãe dela e perguntei:

- O que fazemos na casa dos seus pais, Rose? – encarei os dois.

Rosalie e Emmett entreolharam-se e não me responderam. Vi meu irmão balançar a cabeça de forma negativa e Rosalie revirou seus olhos castanhos claros.

- Vocês vão me contar, ou não? – insisti, impaciente como todo esse mistério.

- A Victoria vai se casar com o Edward, Bella. – Rosalie disse, cautelosa.

“A Victoria vai se casar com o Edward.”

O QUEEEEEEEEE?

- Ih... Ela vai surtar – ouvi a voz longe do meu irmão.

Fechei os olhos e respirei profundamente, expirei e voltei a encará-los.

- Eu ouvi bem, ou você disse que a Victoria casará com o Edward? – indaguei-a, minha voz saiu esganiçada.

- É isso que você ouviu, irmã. – Emmett respondeu, com cara de “sinto muito”.

Encostei-me no carro, não tinha condição de ficar em pé.

Isso era um baque horrível para mim.

Ele poderia se casar com qualquer pessoa, qualquer mulher e eu não me importaria... Mas com ela... Com a minha irmã? Era demais pra mim.

- Acho que você não deveria ficar surpresa, Bella – Rose disse – Você conhece a Victoria melhor do que qualquer um de nós, saberia que isso é bem a cara dela.

- Tudo bem, tudo bem – falei, ainda surpresa e tentando me acalmar – Não tenho motivos para ficar desse jeito, já se passaram oito anos. Acabou.

- Isso – Rose reforçou, apoiando-me – Já passou, bola pra frente.

Eu apenas assenti com a cabeça e começamos a andar. Meu pai, Kath e a minha irmã querida já estavam à porta.

- Por que vocês demoraram? – minha irmãzinha perguntou, irritadiça.

- Precisei atender a um telefonema – justifiquei.

Victoria assentiu e virou-se para frente assim que a porta se abriu. Não preciso dizer quem atendeu a porta, não é?

Não, não foi ele.

Foi Carlisle Cullen, pai de: Rosalie, Jasper e Edward Cullen. Ele cumprimentou a todos, mas quando me viu, surpreendeu-se, puxou-me para um abraço fraternal.

- Quanto tempo não te vejo, Bella – ele disse assim que me soltou.

Eu sorri. Carlisle é uma pessoa maravilhosa, e Esme também.

- Verdade – falei.

- Fico feliz que tenha vindo – suspirou e sorriu triste – Sentimos sua falta.

Eu assenti com a cabeça, apenas. Ainda estava chocada com toda a informação. Entrei na mansão e fui atrás dos outros, assim que pus os pés na sala, fui abraçada por uma pessoa pequena e saltitante, Alice.

- Bella! – ela exclamou ainda me apertando – Nossa, parece que faz tanto tempo que não nos vemos – brincou, soltando-me.

- Oh... É verdade. – entrei na brincadeira.

Abracei Jasper, e o mesmo me deu um beijo na bochecha. Vi minha irmã subir as escadas rapidamente, mordi os lábios. Eu estava tensa, nervosa, e queria correr dali, mas não podia.

- Isabella Swan – ouvi meu nome e olhei para quem havia me chamado.

Sorri largamente ao ver Esme, tão linda, ela é como uma terceira mãe pra mim. Andei até ela e a abracei fortemente, eu sentia a falta de todos ali. E era bom estar entre os familiares novamente, fazia tempo que eu não me sentia assim: em casa.

Ouvimos um pigarro e todos voltaram à atenção para o casal que descia as escadas elegantemente. Fazia tanto tempo que não via Edward, e ele estava mais do que lindo. Aquele cabelo cor de bronze que minhas mãos várias vezes já bagunçaram, a barba por fazer, olhos verdes e intensos, um sorriso torto que fazia as minhas pernas tremerem, e o corpo... Ah... Chega!

Ofeguei silenciosamente com aquela visão, Edward era displicentemente sexy. Só que o pior não era isso, o pior de tudo era o sorriso de satisfação da minha irmã. Aquela anã de jardim conseguia ser podre até calada, eu sabia... Sabia que ela estava fazendo isso tudo pra jogar na minha cara. Victoria podia ser linda, inteligente, mas ela é cínica e debochada, e ela adora uma boa vingança, mesmo que sem fundamento.

Não sei descrever o que senti quando Edward pôs os olhos em mim, havia surpresa em seu olhar, mas logo ele se recompôs e sorriu torto. Eu apenas revirei os olhos e sorri da mesma maneira. Os anos poderiam passar, mas nós ainda conseguíamos nos comunicar com o olhar.

Ele cumprimentou a todos, inclusive a mim, mas não tivemos tempo para trocar se quer duas palavras, pois Esme convocou a todos para o jantar. Pela expressão facial da minha irmã, eu podia jurar que se ela pudesse, estaria pulando de alegria e soltando fogos de artifício. Eu não queria me lembrar, mas era impossível, as memórias dos anos que passei aqui em Forks vieram com toda a força. E não adiantava morar longe, deixar de ver certas pessoas, eu sempre teria aquilo na cabeça.

A única solução no momento era ignorar, colocar os sentimentos de lado. Victoria sempre foi ambiciosa, sempre conseguia o que queria, tanto que conseguiu Edward para si e eu me conformei com isso.

Edward POV.

Por que eu estou fazendo isso?

Por que eu era um fraco?

Perguntas sem respostas. Fazia anos que eu não a via, fazia anos que eu somente tinha notícias dela, fazia anos que não nos falávamos... E eu estava cometendo mais um erro para o meu histórico de burradas. Iria me casar com irmã da única mulher que eu amei em toda a minha vida.

Eu tenho apenas vinte e seis anos, formado em medicina e estava concluindo a minha residência em neurologia e prestes a começar uma família. Não sei o que deu na minha cabeça para pedir a mão da Victoria. Eu sempre soube que ela nutria uma paixão platônica por mim, e quando éramos adolescentes eu cheguei a beijá-la, até a tentar um relacionamento com ela, mas foi somente quando Bella chegou a cidade que eu desisti de qualquer coisa relacionada a Victoria.

Eu me apaixonei a primeira vista. Bella era tão diferente da Victoria, era perceptível. E por incrível que pareça, ela também se apaixonou de cara por mim. E acho que isso a Victoria nunca aceitou e nem aceitará. Eu e Bella namoramos por um ano, mas nos separamos. Porque – até hoje não sei como isso aconteceu – Bella me pegou na cama com a Victoria, eu havia tirado a virgindade da Victoria, e isso acabou com tudo. Eu estava bêbado, lembro-me que eu e Bella estávamos brigados, e foi por acaso.

Toda a confusão foi o suficiente para Bella romper comigo e ir embora praticamente, pois estávamos nos formando. Ela foi pra Stanford, eu fui pra Dartmouth. Extremos. Dois anos depois, reencontrei Victoria no campus da universidade, ela era caloura do curso de Psicologia e eu já era veterano de Medicina. E não demorou muito para que eu caísse nos braços dela.

Não que eu não gostasse da Victoria, eu gosto dela, mas eu não a amo. Sinto atração física, gosto de sua companhia, mas não é amor, é apenas uma paixão. Eu sei que Victoria me ama desde que me conhece, e então eu resolvi pedi-la em casamento. Eu sabia que Bella nunca iria me perdoar, então resolvi me dar uma chance, quem sabe com o tempo eu não aprendia a amá-la de verdade.

Estamos no final do verão, e a poucos dias da grande data. Arrumei-me para o jantar que minha mãe ofereceu em nossa homenagem e desci as escadas acompanhado da minha noiva.

E qual foi a minha surpresa? Encontrar Bella ali, linda e fabulosa. Meu coração deu um salto, encheu-se de alegria ao revê-la depois de tanto tempo. E eu que pensei que Bella era apenas uma boa lembrança, um grande amor, estava completamente enganado. Não importaria quantos anos se passe, eu sempre a teria em meu coração.

Não tive tempo de se quer esticar a conversa, só cumprimentei a todos e logo minha mãe chamou para jantarmos. Todos caminharam para a sala de jantar e sentaram-se na extensa mesa. Obviamente que sentei ao lado da minha noiva, Bella sentou no outro extremo, ao lado de seu irmão e cunhada, que é minha irmã mais velha.

O jantar foi servido e eu não conseguia tirar os olhos de Bella. Victoria chamava a minha atenção, e eu voltava a ouvi o que quer que seja que minha noiva tagarelava. Percebi que Bella tentava não deixar transparecer o seu constrangimento. Interessante não é? O seu ex-namorado, uma paixão arrebatadora, se casar com a sua irmã caçula. Não consigo nem imaginar o que se passa na mente de Bella... É melhor nem pensar nisso.

Percebi também que Bella mal tocou em seu prato, e sempre se distraía com a sobrinha, não nego que a pequena Maggie era uma graça de bebê, mas eu sabia que se Bella pudesse estaria bem longe daqui.

Mas acho que não era necessária tanta tensão. Eu já namorava Victoria há bastante tempo, ela já devia ter se preparado psicologicamente para um momento como esse. As conversas paralelas predominavam toda a extensa mesa, se eu falei duas ou três vezes foi muito. Finalmente todos terminaram e saborearam a deliciosa sobremesa preparada pelas mãos de fada de minha mãe, e decidiram brindar ao grande acontecimento do próximo final de semana.

É claro que toda aquela cerimônia pedia uma demonstração de afeto, então assim que a champanhe foi estourada, eu e minha noiva brindamos, e não foi surpresa para ninguém quando a mesma me agarrou, beijando-me com vontade. Ouvi algumas risadas, assovios e palmas de todos os presentes. E quando encarei a todos, percebi que havia alguém ausente, não é preciso dizer quem era.

Com muito custo, consegui me desvencilhar de Victoria, que por incrível que pareça, estava mais grude do que em qualquer outro dia. E fui para o lado de fora da mansão de meus pais, eu precisava de ar puro, precisava raciocinar, colocar as idéias em ordem.

Acho que o destino estava conspirando ao meu favor, pois encontrei Bella sentada num dos bancos do imenso jardim de minha mãe, este era cuidado exclusivamente por ela. Bella observava o céu sem nenhuma estrela, parecia completamente distraída.

Podia passar o tempo que fosse, mas meu coração batia desesperado por ela. Impressionante era o que eu sentia por Bella... Começou de uma forma tão simples, tão calma, delicada e terminou de uma forma tão... Assombrosa. Ainda me lembro do dia em que eu a conheci, nós tínhamos dezesseis anos. Eu e minha família tínhamos nos mudado há poucos meses, eu já conhecia Victoria, ela era nossa vizinha. 

Desde que eu a conheci, percebi que a mais nova dos Swan tinha uma queda por mim. De fato eu não havia me interessado de cara por ela, afinal Victoria tinha apenas catorze anos na época, era uma criança na minha visão. E alguns meses depois, Bella e Emmett se mudavam para Forks também.

Eles se mudaram no começo de janeiro, no início do segundo semestre letivo. E foi paixão a primeira vista. Ficamos amigos primeiramente, nós tínhamos muita coisa em comum, e fui ficando bobo cada vez mais com aquela garota que corava por tudo. Eu gostava dela mais do que tudo, mas não tinha coragem para dizer o que sentia, e fui trancando aquele sentimento.

Assim o tempo foi passando, nós continuávamos os melhores amigos. Muitos diziam que éramos namorados e que me dera na época ser mesmo. E no aniversário de quinze anos da Victoria, que eu decidi me declarar para Bella. Mas como sempre, Victoria estava no meu caminho... Ela me agarrou e me beijou, e Bella viu. Victoria se declarou pra mim naquele dia, e eu, como um cavalheiro que sou, não consegui dizer um sonoro “não” a ela.

Depois disso a caçula dos Swan pensou que nós fossemos namorados, ela e a escola inteira, e principalmente sua irmã mais velha. E tentando explicar a Bella o que tinha acontecido naquela fatídica noite que eu me declarei para ela. Lembro-me da sua expressão de espanto, e também me lembro de sentir seus lábios pela primeira vez.

E me lembrando de todas aquelas coisas, sem que eu percebesse, já estava caminhando em sua direção. Bella só se tocou que eu estava ali quando sentei ao seu lado, suas esferas de chocolate me encaravam surpresas, mas ela nada disse.


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Notas finais do capítulo

Oi!
Saudade de postar alguma coisa nova! :)
Então, essa fanfic já tá há um tempo guardada na minha pasta de "projeto", e eu queria postá-la porque ela é legal e já está quase finalizada. Se eu não estou errada, são apenas 3 ou 4 partes.
Espero que vocês gostem e deixem reviews!
Kisses ♥