De Estranho A Amigo escrita por Rosa


Capítulo 1
De Estranho A Amigo


Notas iniciais do capítulo

Hiiiii! Espero que gostem na One. Desculpe qualquer erro.
Ps.: Postada também no Mereço um castelo.



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Eu havia saído da aula de piano. Por alguns motivos, ela terminou tarde e eu estava vendo que teria um longo, escuro e aterrorizante – pelo menos para mim – caminho até em casa.

A noite estava escura, fria e a rua muito pouca iluminada. Uma das poucas luminosidades existentes era luz que vinham das casas que ao redor.

Peguei minhas coisas, me despedi de todos e segui meu caminho.

Mesmo tomada pelo medo, eu não poderia fazer nada. Afinal, eu não tinha companhia até minha casa. E, meus pais, não poderiam vir me buscar. Então...

Caminhando em passos largos pela rua, eu tentava conter meus pensamentos assustadores, absurdos e sobre qualquer outra coisa que poderia acontecer comigo.

Eu sempre pensava no pior. Sempre!

As piores coisas que poderiam acontecer com uma pessoa, eu já me imaginava passando por aquilo. Via-me em uma cena assustadora e ficava cada vez mais com medo.

Ouvi um barulho atrás de mim, mas não me importei. Ele só me fez andar mais rápido para chegar logo em casa, e enfim poder relaxar o corpo e a mente.

Por curiosidade e precaução, olhei pra trás na esperança de ser apenas algum gato ou cachorro passando pela rua e que tivesse sido ele o causador do barulho. Mas não foi isso que vi...

Eu vi um homem, ou melhor, um garoto. Ele parecia ter a minha idade, parecia ter uns 17 anos ou até um pouco mais. Ele estava abaixado e parecia pegar alguma coisa no chão.

Por um momento eu parei para ver o que era, mas não consegui ficar ali por muito tempo. O pânico me consumia por completo. Me virei, novamente andando, cada vez com passos mais rápidos.

Andei rápido, mas temerosa percebi que a pessoa atrás de mim fazia o mesmo. Traída pelo meu grande desespero e a falta controle do meu corpo, minhas pernas vacilaram e fui ao encontro do chão, deixando tudo que estava em minhas mãos se espalharem pela rua.

Me desesperei, na tentativa de pegar tudo depressa. Lágrimas começaram a sair de meus olhos naquele momento, por me sentir em perigo.

“O que será que ele poderia fazer comigo? O que ele queria de mim? Por que estava me seguindo?”, eu me perguntava aos prantos, pegando rapidamente minhas coisas do chão.

– A senhorita se machucou? – Uma voz grossa e ao mesmo tempo calma surgiu atrás de mim. – Você está bem? Está machucada? – um adolescente loiro, com olhos azuis, a pele clara e de olhar penetrante, estendeu sua mão para me ajudar.

–Eu... Eu... Estou bem – falei, limpando um pouco as minhas lágrimas com a parte de trás das mãos.

Tentei pegar minhas coisas, ele me ajudou a recolhê-las. Depois, estendeu sua mão para me ajudar a levantar. Fiquei olhando pra ele com certa dúvida sobre o que fazer...

– Eu te ajudo. Não tenha medo de mim, não vou te machucar... – ele continuou com a sua mão estendida na minha direção.

Segurei a sua mão e ele me ajudou a levantar.

– Me desculpe se eu te assustei. Você parece um pouco nervosa, não foi minha intenção.

– O-obrigada – falei, um pouco temerosa.

–Não queria te assustar senhorita, apenas queria lhe entregar isto – ele mostrou um celular. – Quando a senhorita estava andando, ele caiu. Acho que não reparou, pois parecia assustada quando olhou pra trás e me viu – ele explicou.

Peguei o celular de sua mão, um pouco envergonhada por tê-lo julgado mal. Mas também, como eu poderia imaginar que ele queria me entregar o celular? Eu estava com muito medo, na hora eu só queria chegar em casa logo para me livrar de toda aquela insegurança que me rodeava.

– Obrigada, novamente – falei e guardei o celular na bolsa.

Apavorada, não pude perceber que meu celular havia caído e, quem eu julguei ser uma ameaça, era apenas uma pessoa querendo ajudar. E, por mais estranho que fosse, parecia que eu já havia visto ele em algum lugar. Parecia que eu já conhecia aquele rosto e aquela voz.

– Eu poderia, pelo menos, saber o nome dessa moça bonita que perdeu o celular? – ele perguntou com um sorriso torto no rosto.

– Meu...meu nome é Esme – falei um pouco envergonhada.

–Esme Hale, certo?

Como ele sabia meu nome? Aliás, como ele sabia o meu nome se eu não me lembrava de tê-lo conhecido antes?

–Como? C-como você sabe o meu nome? – eu estava completamente confusa com aquela situação.

–Você faz aulas de piano e eu tive a minha primeira aula experimental hoje – ele explicou. – Meu nome é Carlisle Cullen, prazer em conhecê-la – ele pegou a minha mão e a beijou.

– O prazer é meu – falei gentil.

Limpei um pouco a minha calça e peguei meus livros que ainda estavam em suas mãos.

– Obrigada por me ajudar e também por entregar o celular – falei.

– Não precisa agradecer – ele sorriu e abaixou um pouco o rosto. – Desculpe a minha indiscrição, mas tenho que dizer que a senhorita toca muito bem.

Senti minhas bochechas esquentarem, tinha certeza que estava corada.

–Oh...Obrigada – falei envergonhada e seguindo meu caminho.

Logo ele veio ao meu lado.

–Você... você vai por esse caminho também? –perguntou.

–Sim, moro aqui perto.

–Posso lhe acompanhar? –falou envergonhado, o que o deixava tão fofo.

–Sim, claro que sim – respondi sorrindo.

Fomos andando calmamente pela rua em silêncio. Ele me olhava às vezes, e quando eu olhava para ele e nossos olhos se encontravam, ele desviava e corava.

– Você quer ajuda com os livros? Eu posso te ajudar.

– Não, não precisa – falei e, como que para mostrar que eu precisava sim de sua ajuda, um livro caiu no chão. Ele sorriu e o pegou.

– Eu te ajudo – ele pegou os livros de minha mão.

– Eu sou um pouco desastrada – falei sem jeito e ele riu.

– Não é o que as notas dizem quando você esta a frente de um piano – ele falou e eu sorri.

– Você gostou da aula? Pretende ficar na turma? – perguntei, mudando o foco da conversa e ele, ao perceber isso, deu um risinho.

– Estou pensando em fazer sim. Isso se em todas as aulas eu puder te ouvir tocar e fores tão bela como esta. Assim, adorarei fazer aulas diariamente.

Ele parecia estar se divertindo ao me ver envergonhada.

– Desculpe, se te deixar envergonhada de novo. Mas é que você fica ainda mais bonita quando esta vermelha – abaixei a cabeça sorrindo um pouco.

– Espero que goste das aulas. Eu, particularmente, as amo – fingi não me importar com o que ele havia falado.

– Eu gosto muito de piano, acho simplesmente magnífico – ele sorriu discretamente. – Você faz aulas há bastante tempo?

–Sim, faço aulas há dois anos – respondi.

– Por isso você toca perfeitamente bem, já tem alguns anos de prática – sorri.

– Com o tempo você vai aperfeiçoando – comentei. – Você já tocou piano alguma vez?

– Sim, eu fazia aulas com um professor particular em Seattle, antes de me mudar pra cá.

– Ah, sim... Então, você deve saber tocar bem, também – ele sorriu.

– Um pouco – admitiu.

– Por que na próxima aula você não toca o que você sabe para turma? – ele me olhou.

– Não, não... Prefiro assistir as pessoas tocando, ao invés de tocar para elas – eu ri.

– Por que não? Eu adoraria te ver tocar – falei e ele corou.

– Não, melhor não... Talvez mais pra frente, quando eu me habituar melhor...

–Tudo bem, então... Quando você quiser, Carlisle.

Continuamos andando pela rua deserta e pouco iluminada.

O assunto se encerrou ali, o silêncio não era incômodo ou ruim, era algo bom.

Eu havia conhecido uma pessoa legal, que fazia aulas comigo ou, pelo menos, estava começando. Alguém que eu nem ao menos conhecia e que, mesmo assim, me ajudou com as minhas coisas.

No início, eu o julguei mal. Achei que fosse uma pessoa ruim e que poderia fazer algo comigo. Mas, por fim, vi que era uma pessoa boa... Dava para ver em seus olhos que ele era uma pessoa boa.

Caminhando pela rua com sorrisos contagiantes e olhares profundos. Logo cheguei ao meu destino.

– Ehr... – parei enfrente a minha casa. – Foi bom te conhecer, Carlisle – ele sorriu.

– Desculpe novamente por te assustar. Eu apenas queria lhe entregar seu telefone... E, também foi bom te conhecer – sorri.

– Tudo bem. Agradeço por me entregar o celular, por me acompanhar e me ajudar com os livros – peguei os livros das suas mãos. – Obrigada – ele sorriu.

– Disponha – ele respondeu.

– Nós vemos na próxima aula então. Eu... eu tenho que entrar. Já está tarde.

– Tudo bem... eu também tenho que ir. Até mais, Esme – ele falou.

– Tchau, Carlisle – ele beijou a minha bochecha e saiu andando.

Acho que fiquei com cara de boba o vendo ir embora. Talvez não, talvez sim...

Só sei que, apenas percebi que tinha que entrar quando a gotas de chuva começaram a cair. Entrei rapidamente, subi para o meu quarto e, assim que lá entrei, coloquei meus livros em cima da escrivaninha. Me deitei na cama, pensando no que tinha acontecido, no fato de um estranho ele passar a ser um amigo.


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Notas finais do capítulo

Comentem por favor... se não tiverem conta comentem no
http://merecoumcastelo.blogspot.com.br/2012/11/de-estranho-amigo.html
Também postada lá.



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