Ela errou.

Errou muito.

Errou feio.

Agora ela está arrependida.

Mas será este arrependimento certo,

se seus erros foram necessários para seu crescimento?

Agora ela vê, ela entende.

Tudo o que não podia ver,

não podia compreender.

Agora ela compreende,

enxerga tudo com clareza.

Agora ela pode entender todas as palavras

que lhe foram ditas no passado.

Mas agora é tarde.

Tarde demais.

O que fazer?

Perdida no escuro.

Sozinha em noite sem luar.

Ela olha para todos os lados.

Procurando um caminho.

Ela deseja o retorno.

Mas as portas já se fecharam.

Ela pede socorro,

mas ninguém poderá ajudá-la.

Pois ela não pôde escutá-los antes...

Porque ela não pôde escutá-los antes?

Porque era jovem,

era inexperiente.

E ainda é, mas um pouco menos.

Agora ela entende...

Ela pede socorro...

Em um grito silencioso.

Mas ninguém poderá ouvi-la,

assim como ela não ouviu...

Perdida no centro do labirinto.

Ela se sente só.

Ela não está,

mas é como se estivesse.

Todos a olham,

mas ninguém a vê.

Ela chora.

E ela treme.

Descontroladamente agora.

Pois agora ela entende.

Ela percebe o quanto errou,

mas não há volta.

Palavras foram ditas,

atitudes foram tomadas.

O tempo é cruel,

pois não dará uma segundachance...

E mesmo que desse...

Ela mereceria uma nova chance?

Mais uma?

Seria ela digna de uma nova oportunidade?

Depois de tudo...

De todas as negações.

De todas as teimosias.

Ela está perdida.

Em meio às vozes,

ela não ouve nada.

Ela sente frio,

mesmo que o sol toque sua pele.

Ela sabe que o calor jamais voltará

para sua alma.

Ela sabe que será sempre frio

de agora em diante.

Pois ela tomou uma estrada sem retorno.

Ela não sabia.

Ela pensava que sabia.

E por isso seguiu.

Agora ela percebe

O quanto estava enganada.

Mas de que adiantou aprender a lição,

se ela não terá uma nova chance?

Perdida no escuro.

Perdida no escuro.

Perdida no escuro.

Sozinha...

Sozinha...

Sozinha...

Ela treme de frio.

Sozinha...

E treme de medo.

Sozinha...

E treme de desespero.

Sozinha...

E ela chora.

Sozinha...

Ela sabe que deveria impedir as lágrimas,

afinal ela estava consciente.

Quando escolheu seu caminho.

Mas ela era tão tola.

Então ela chora.

Chora pelas escolhas erradas.

Chora pelo tempo que não pode voltar.

Chora pela nova oportunidade,

que jamais chegará.

Ela chora...

E chora...

Sozinha...