— Kimi! Minha amada! — gritou o garoto, enquanto pulava e abraçava Kimi.

— Argh, me solta! — disse Kimi empurrando o garoto, que acabou caindo no chão.

— Ai... Você continua tão amável quanto antes... Mas eu te amo mesmo assim! — disse o rapaz se levantando e se limpando da poeira da estrada.

— Você também continua o mesmo de sempre Sakamoto... — disse Kimi suspirando.

— Quem é esse? — perguntou Tsuki. Taiyou que se levantou e parou do lado dela, perguntou o mesmo.

— Ah sim. Pessoal, esse aqui é o Sakamoto, um amigo meu. Ele faz parte do Conselho de Magia e... — Kimi parou de falar, pois Taiyou e Tsuki estavam assustados, e tremendo um pouco.

— V-V-Você disse C-C-C-Conselho? — os dois disseram engolindo seco.

— Ahn... Ah sim, não precisam se preocupar. Ele também acha a mesma coisa que eu sobre o Rei, além dele não tratar desses assuntos. — disse Kimi, confortando os corações disparados de Taiyou e Tsuki.

Sakamoto Hirai faz parte do conselho, apesar de ser relativamente bem mais novo que todos os demais membros, ele fazia seu trabalho com perfeição. Sakamoto conheceu Kimi quando ela já estava nas Forças do Reino, logo após ter entrado no conselho.

Desde então ele se dizia apaixonado pela garota de cabelos violetas, apesar dela não correspondê-lo. Mas o achava divertido, então sempre mantinha contato, principalmente porque ele era o responsável por sua divisão.

— Aliás, como estão às coisas por lá? — Kimi perguntou para Sakamoto.

— Piores do que antes, ninguém sai mais nas ruas à noite. Não por medo de assaltantes, mas por causa dos soldados do reino, eles estão bem “agressivos” com isso tudo... — Sakamoto dizia com um ar de cansado. — De qualquer forma, que vocês fazem aqui? E quem é essa adorável menina? — ele disse enquanto se aproximou de Tsuki e se curvando, beija sua mão. Taiyou pareceu não ter gostado disso.

— M-Meu nome é Tsuki. — disse sorrindo, um pouco corada. — E esse idiota que te acertou é o Taiyou. — ela disse, enquanto apontava para o garoto ao seu lado.

— Ei! Foram vocês que me jogaram! — respondeu Taiyou.

— Haha! Tudo bem! Se não fosse por ele ter me acertado eu não teria encontrado minha amada Kimi de novo. — disse Sakamoto.

— Mas eu não te acertei! Foram elas que me jogaram! — protestou Taiyou.

— Não me chame assim seu idiota! — disse Kimi enquanto batia em Sakamoto. — De qualquer forma... Precisamos continuar a viagem. Você sabe se tem alguma vila aqui por perto, Sakamoto? — ela perguntou.

— Hm... Tem a vila Horomi, eu estava indo para lá. Não é muito longe daqui. — respondeu Sakamoto, alisando o local que Kimi bateu.

— O que acha Tsuki? Vamos lá? — perguntou Kimi.

— Parem de me excluir da conversa! — reclamou Taiyou, por estar sendo ignorado por todos. — E vamos para lá sim, estamos andando a um tempão, precisamos de um lugar para descansar. — ele completou.

— Me parece uma boa ideia! Vamos lá! — disse Tsuki, enquanto corria para pegar o que tinha deixado antes de ajudar Sakamoto.

Ela olha para Kitty, que ainda estava em forma de raposa, e tinha se escondido por causa da presença dele.

— Ah... Kimi... Erh... Eu preciso pegar a Kitty que foi bem ali... E... — Tsuki foi interrompida.

— Mas ela está bem ai do seu la... — Taiyou estava terminando de falar, quando Kimi pisou no seu pé. — Ai! Porque fez isso?

— Porque você é idiota! Pode ir Tsuki, não podemos deixar a Kitty sozinha não é? — disse Kimi, dando um sorriso forçado.

— Sim! Já volto. — Tsuki se distanciou um pouco de onde estavam e alguns minutos depois ela voltou, junto de Kitty, que agora estava em sua forma humana. — Pronto! Agora podemos ir, né Kitty?

— S-Sim. — a raposa, respondeu de forma tímida atrás de sua dona. Ela estava com medo de Sakamoto

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Então eles seguiram viagem em direção à vila Horomi para poderem descansar e ainda decidir sobre seu próximo destino. As coisas não estavam muito claras para nossos heróis, apenas sabiam que alguém tinha tomado controle de Theódore, e que precisavam agir rápido, antes que a cidade de Violetê sofresse mais. Além de limpar seu nome.

Foram algumas horas de viagem. Kimi tentava o tempo todo se aproximar de Taiyou, ao mesmo tempo, Sakamoto fazia o mesmo com Kimi, que o mandava para longe. Tsuki andou a maior parte do tempo atrás, junto de Kitty, ela preferia ficar calada.

— Vejam... A vila está próxima. Eu conheço uma boa pousada nela. — disse Sakamoto.

— Finalmente! Eu estou morto. — disse Taiyou, parando e se encostando a uma árvore. Kimi fez o mesmo.

— Ai ai! Antes de tudo, acho melhor planejarmos o que vamos fazer amanhã... Vamos mesmo para Violetê, como Sakamoto disse? — perguntou ela.

— Eu não sei, a gente não vai se dar mal indo direto para lá? — disse Taiyou.

— Amanhã muitos soldados vão estar de folga, Theódore disse que daria descanso para eles. Sabe-se lá o que se passa por lá nesse momento. Além de que vocês estarão comigo, e eu com a Kimi! — Sakamoto afirmou, tentando abraçar a garota.

— Sai! — Kimi o empurrou. — É... Ele pode ser assim... Mas é confiável.

— Hm... Seria bom ver meu tio... E eu acho que os pais da Tsuki devem estar preocupados, ou coisa parecida. Não é, Tsuki? — Taiyou perguntou para a garota, que estava distraída.

— Tsuki ~nya? — Kitty chamou sua atenção.

— Ah sim... Claro... — ela voltou a si, e forçou um sorriso.

— Então vamos, quero deitar logo! — disse Taiyou.

O grupo foi até o centro da vila, uma grande casa, toda feita de madeira marrom escuro, tinha uma placa com o nome “Pousada Celestial”, esse era o lugar. Parecia confortável, ali passariam a noite.

Eles entraram, e uma mulher os atendeu.

— Boa noite, sejam bem-vindos! Em que posso ajudá-los? — disse uma garota, tinha idade aproximada de 23 anos, com um sorriso simpático.

— Olá, poderia me ver um quarto de casal, para mim e para essa adorável garota? — Sakamoto apontou para Kimi, que ficou furiosa.

— Nem pense nisso! — Kimi ficou furiosa e gritou.

— Mas... Mas... — Sakamoto parou de falar, Kimi estava com uma cara assustadora.

— Então... Nos vê dois quartos, um com três camas, e o outro com duas... Mas também pode ser de casal. — Kimi disse a atendente.

— Certo, eu vou providenciar, aguarde um momento. — disse a atendente, enquanto entrou na porta que estava atrás do balcão.

— Então... Isso quer dizer... — Sakamoto estava ficando feliz.

— Sim! Você pode dormir com o Taiyou se quiser. — Respondeu Kimi.

Taiyou e Sakamoto se olharam com uma cara de desgosto.

— Ei! — Os garotos protestaram. Tsuki e Kitty riram um pouco.

A atendente voltou.

— Seus quartos estão prontos, podem subir. — Ela entregou as chaves para Kimi.

— Vamos Tsuki e Kitty. Tome Taiyou. — Ela entregou as chaves do outro quarto. — Divirtão-se!

— Você me paga! — gritou taiyou, com um rosto descontente.

— Hehe! — Kimi se aproximou e sussurrou no ouvido de Taiyou. — “Da próxima vez será diferente” — Taiyou pensou um pouco, até que percebeu o que ela queria dizer, isso fez seu rosto ficar vermelho.

— E você se comporte! — Kimi disse para Sakamoto — De manhã quero os dois prontos.

— Tah... — responderam os dois de forma nada agradável.

As garotas subiram as escadas. Enquanto Sakamoto e Taiyou olhavam com uma cara triste para a chave.

— Não tem como a gente trocar agora? — Taiyou perguntou para a atendente.

— Não mesmo! — a atendente fechou os olhos e deu um sorriso.

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À noite em Violetê estava quieta, a lua cheia brilhava intensamente sobre a estrutura do Castelo de Fhoram. Os corredores pareciam estar vazios, exceto por um, que estava sendo iluminado pela luz de uma vela acesa. Uma pessoa seguiu para a sala principal do castelo, ficou parada em frente daquela porta enorme, até que decidiu entrar.

— Oh, então está tentando tomar o controle de volta, Theódore? — disse uma voz feminina ao fundo da sala, estava sentada na cadeira principal.

Theódore, que ainda estava na entrada da sala, não disse nada. Sua respiração estava muito ofegante, e ele estava suando bastante.

— Haha! Veja só... Mal consegue se manter em pé! O que será que você quer? Está preocupado com aquelas duas crianças? — disse a mulher, de maneira irônica. A sala estava escura, era impossível ver seu rosto.

— Eles... — Theódore tentou falar, com dificuldade.

— Coitadinho! Mas não se preocupe, logo logo eles estarão de volta... E pode ter certeza que não vou deixar de recepcionar sua chegada. — ela colocou as pernas sobre a mesa.

— Não!... — Theódore gritou, mas pela exaustão, acabou perdendo forças, e tentou se apoiar na mesa à sua frente. — Eles... Você... Li... — ele foi interrompido.

A mulher deu um chute na cara de Théodore, que acabou caindo no chão, sem poder terminar de falar. Ela se levantou, parecia descontente com o que ele ia dizer, e se aproximou dele. Ela levantou a cabeça do homem caído, o puxando pelos cabelos.

— Own, não fique assim... Pode deixar que eu vou aliviar sua dor... — seus olhos azuis mudaram de cor e passaram a brilhar em um tom roxo, e em seguida ela o beijou.

Enquanto seus lábios se encostavam, a marca da magia na testa desapareceu, e surgiu uma nova marca no pescoço. No lugar do olho, fixou-se um símbolo “Yin-Yang”.

Ficaram assim por cinco minutos, depois que completou o novo símbolo, a mulher soltou Theódore, que agora agonizava de dor.

—Ops! Eu me esqueci dessa parte. Eu sou tão descuidada... Ai ai, quando terminar de rolar pelo chão, volte para seu quarto! Temos coisas para você fazer amanhã! Hehe! — disse ela, com um sorriso macabro em seu rosto, seus olhos ainda continuaram naquele tom roxo.

A mulher sentou-se novamente na cadeira. Havia um mapa astrológico aberto na mesa.

— E logo logo, o eclipse chegará... Taiyou* e Tsuki*... Tsuki e Taiyou... Vocês dois serão parte disso.