Cartas para Rich escrita por Gabriela Ananda


Capítulo 4
Capítulo 03


Notas iniciais do capítulo

Oii, estou muito feliz em receber reviews e quase morri em ver 2 recomendações, obg anjos. Boa leitura!



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Corri meus olhos para a pequena caixa amarelada embaixo da cama. Abri a caixa com um pouco de dificuldade, havia meses que eu não a pegava e o velho durex que eu havia colocado em volta estava endurecido. Havia vários papeis com uma letra perfeitamente arredondada, provavelmente seriam alguns textos. Revirei ainda mais e achei uma foto da turma de ano passado. Ele com seu sorriso perfeito, no fundo da foto, mal dá para enxergar-ló – se eu não tivesse olhado tanto aquela foto não o reconheceria. Passou lentamente um flash back de quando nós nos conhecemos, que me fez até esquecer o caderno.

“Olhei novamente para aquele menino de cabelos cor de mel que parecia imitar daquele cantor famoso. Ele sorriu para mim. Pronto, ele conseguiu me fazer perder o meu chão sem ao menos dizer “olá”. Sabe aquela coisa de amor á primeira vista? Eu nunca acreditei nisso. Nunca, a partir daquele momento. Ele tinha alguma coisa que me preenchia, algo que eu havia procurado em todos os lugares, mas só ele me trouxe isso. Não sei se era o seu jeito despreocupado de ser ou se era o jeito que ele me olhava. Ele tinha algo que mexia comigo de um jeito absurdo. Senti seus olhos cravados em mim, não consegui respirar, não consegui me mexer, fiquei parada até sentir que o caminho estava livre e que eu poderia finalmente poder mexer os meus braços que já estavam doendo. Entrei para a sala e ouvi a professora dizer que precisaria de dois alunos para levar os livros de volta para a biblioteca – parei de respirar ao ver que ele estava entrando na minha sala, isso tem que ser apenas um engano, ele não poderia ser da minha sala ao menos que fosse algo do destino.

– Rich, já que você entrou atrasado na sala de aula você vai à biblioteca entrar os livros, você e... Jane?

Senti minhas pernas cambalearem ao levantar, eu não podia cair, não na frente dele, senti minhas mãos soarem ao sentir o toque dos seus dedos em meus braços me ajudando a carregar o peso dos livros. Seguimos o caminho sem nenhuma palavra, percebi que ele estava muito incomodado com o silêncio entre nós e resolveu quebrar-ló.Ouvi um pigarro e vi seus lábios se mexendo fazendo a sua voz sair como um sopro em meu ouvido.

–Oi, meu nome é Rich e o seu? –Percebi que minha respiração falhou e ele percebeu minha impaciência por não conseguir projetar uma resposta decente. Hálito. Voz. Calma. E a resposta, eu só precisava dizer “oi, meu nome é Jane”.

– Oi, meu... Nome é... – eu esqueci meu nome? Sua otária como você pode esquecer seu nome? JANE, JANE, JANE. Ouvi uma leve risada, interrompendo meus pensamentos, olhei para ele não contendo minha cara de frustração. Legal, a primeira impressão que ele teria de mim é que eu poderia ser uma palhaça de circo. De um circo bem medíocre só para combinar comigo.

Continuei o meu caminho até a biblioteca em silêncio. Vi o silêncio mórbido e finalmente percebi que havia chegado. Sorri para a bibliotecária e disse que queria devolver aqueles livros, ela sorriu para mim e disse que eu teria que esperar um pouquinho para ela dar baixa, disse que estava tudo bem.

Olhei para o pequeno espelho prateado encima da mesa. Suando, cabelos horrivelmente presos e respiração eufórica. Porque eu estava assim? O que estava acontecendo comigo? Ele é só um cara. Soltei meus cabelos castanhos escuros na altura dos ombros, por sorte trouxe meu gloss um pouco rosado, passei nos meu lábios e comecei a batucar a mesa de impaciência.Ouvi longas passadas vindos á mim, olhei para cima e pude ver. Rich.

– Qual é o seu nome mesmo? – disse ele.

– Jane. – Sorri ao perceber que eu consegui responder.”

Leves batidas na porta, arrastei meu corpo com dificuldade, abri a porta vi Jamie com um caderno na mão.

– O que você quer? – Disse rispidamente.

– Eu quero saber quem é esse Rich de todos esses textos? – Disse ele mostrando um caderno preto. Precisei de alguns minutos á mais para entender o que estava acontecendo. Senti minhas veias pulsando mais forte.

– Onde.você.pegou.isso? – Não conseguia gritar e muito menos mexer, minha vontade era de matar aquele pequeno demônio que eu costumava chamar de irmão.



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Notas finais do capítulo

O que acharam?