I Need A Hero escrita por bia sykes


Capítulo 3
Capítulo 3


Notas iniciais do capítulo

Obrigada pelas reviews jsidorjkedçosd Hope you enjoy ♥ E não Lari, Finn não é um vampiro kkkkkkkkkkkkk



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Finn montou a barraca entre as árvores, num lugar onde tínhamos visão da trilha mas os que talvez passassem por ali não teriam a mesma capacidade. A barraca não era muito grande, mas eu achei que conseguiria me deitar sem ter de ficar encolhida, coisa que Finn não poderia se dar ao luxo de fazer. Ele era enorme, enorme mesmo. Minha cabeça talvez alcançasse seu peito e com sorte. Ele era muito grande e eu muito pequena, na verdade.

“Você tá com fome?”, ele perguntou. Não sei por que, mas isso me pareceu algo que algum sequestrador perguntaria para seu refém. Mas Finn não estava me mantendo como refém, até porque eu poderia gritar a qualquer momento e atrair todo o acampamento feminino e quem sabe o masculino, também, e sair de perto dele até o final do mês, coisa que eu não queria.

Balancei a cabeça, ainda sem querer falar. Eu estava ali com o cara mais incrível do mundo, eu meio que achava que qualquer coisa que eu falasse o assustaria. Não seria a primeira vez que eu faria isso com um cara que eu gostava.

“Se você quiser ir se deitar... Eu só vou quando todos tiverem ido dormir.”, anunciou.

Sem dizer nada, entrei na barraca para tentar dormir. O fato é que eu queria um tempo sozinha para pensar. Pensar sobre a loucura que estava acontecendo diante dos meus olhos. Finn Hudson, um jogador do time de futebol da escola, passa a noite na floresta comigo com a intenção de me proteger contra o que quer que estivesse acontecendo no acampamento, alegando que se importava muito comigo, mesmo nunca tendo falado comigo antes. Isso soava como algum tipo de gozação.

Chegando a conclusão que ele ou o time de futebol estava tentando pregar uma peça em mim, resolvi não dar nenhuma razão para tal coisa. Ficaria na minha até que aquele negócio todo acabasse e depois continuar como se não tivesse acontecido.

O problema era se aquilo tudo fosse verdade. Finn me tirando da vista de todos e me protegendo. Finn dizendo que se importava comigo. Finn dizendo que não queria que nada de ruim acontecesse comigo. Se aquilo fosse verdade, fingir que nada daquilo estava acontecendo era maldoso, quase cruel. Mas eu não queria virar uma piada, não daria motivos para ser gozada até o fim da minha vida escolar por achar que alguém do time de futebol sentia alguma coisa por mim. Realmente não valia o risco, até porque se fosse realmente mentira, eu sairia muito destruída se tentasse investir. Então muito melhor sair intacta e sem um talvez namorado do que sair terrivelmente quebrada ou com um namorado incrível. Sim, eu amava Finn, mas haveria outros caras, haveria outras situações, haveria outros sentimentos. Não é?

Eu estava quase dormindo, odiando a situação em que me encontrava, quando Finn entrou na barraca e conseguiu de alguma forma se acomodar. Achei que ele se viraria para o outro lado e dormiria, meio que ignorando a minha presença. Mas ele disse que se importava comigo. Acho que foi por isso que ele se colocou mais perto de mim, nossos corpos juntos e passou os braços em volta de mim, me trazendo para mais perto dele.

Eu estava no céu, no mínimo.

Aquilo era um sonho que aparecia constantemente enquanto eu dormia. Estar deitada com os braços de Finn me envolvendo, sentindo seu calor e seu cheiro. Sua respiração no meu cabelo e seu peito subindo e descendo, encostando nas minhas costas quando o fazia, enquanto respirava. Era tudo incrível, tudo me fazia me sentir completa.

Era por isso que eu amava Finn.

Ele me fazia sentir coisas como nenhuma outra pessoa nunca conseguiu, nem mesmo Jesse.

Por que ele tinha tomado uma atitude numa situação tão delicada? Numa situação onde eu não tinha como realmente saber suas intenções? Numa situação onde eu não tinha a menor noção da veracidade de suas palavras? A vida era uma droga de vez em quando.

Eu achava que o momento não poderia ficar mais incrível, mas ele se superou, é claro. Ele beijou minha cabeça e acomodou a sua no meu pescoço.

Senti que era capaz de passar a noite descrevendo sobre como aquilo era maravilhoso, mas eu queria dormir daquele jeito e acordar de manhã da mesma forma. Não demorei muito para cair no inconsciente nos braços de Finn.

. . . . . .

Acordei quase com um sorriso no rosto me lembrando da noite anterior e como tinha dormido e... Minha felicidade quase se esvaiu. Finn não estava mais na barraca. Eu estava deitada sozinha. Mas eu ainda conseguia sentir seu cheiro no meu cabelo.

Me sentei devagar, me espreguiçando e esfregando os olhos. Ah, a parte ruim. Eu de manhã. Eu era um monstro logo depois de acordar. Com certeza Finn sairia correndo ou alguma coisa do tipo. Me obriguei a sair da barraca. Eu teria que sair de lá mais cedo ou mais tarde, de qualquer forma.

Apenas fiquei mais decepcionada ainda. Finn não estava ali. Apenas eu, a barraca e muitas árvores em volta.

Senti meu rosto se encher de lágrimas. É claro que era tudo uma grande enganação. É claro que era tudo algo para zoar com a minha cara. Rachel Berry, a garota iludida que realmente achou que Finn Hudson realmente sentia alguma coisa por ela. Rachel Berry, a idiota. Ótimo. Eles deviam estar morrendo de rir naquele exato momento.

Com o rosto cheio de lágrimas, saí do local onde a barraca estava escondida e fui para a trilha. Quase fui em direção ao acampamento das meninas, mas percebi que todas ainda estavam dormindo. Ainda devia ser muito cedo, mas a julgar pela posição do sol, a qualquer momento a música para acordar explodiria nos alto-falantes. Resolvi ir para o banheiro dar um jeito na minha cara.

Chegando lá, vi que eu estava numa situação precária. Meu rosto estava inchado por causa do choro, o que me surpreendeu. Não achei que tivesse chorado tanto assim. Meu cabelo estava desgrenhado e muito embaraçado. Meus olhos sujos e marcas de lágrimas descendo pelas minhas bochechas. Eu estava terrível e boa parte daquilo era culpa de Finn.

Quando consegui me deixar aceitável, meu celular começou a apitar feito louco com mensagens. Uma, duas, três, quarenta, quarenta e sete. Quarenta e seis de Kurt e uma de Santana. Depois vinte notificações de chamadas perdidas. Por eu ter ficado sem sinal, todas as notificações chegaram naquele momento porque eu estava parada em frente à cozinha. Resolvi ler todas as mensagens.

Ai, meu Deus. Não podia ser. Não tinha como ser verdade.

Blaine Anderson, o cara mais popular da escola, o mais galinha de todos, também, havia beijado Kurt ontem à noite. Tipo, o que?

Blaine era o cara que conhecia todo mundo e que era mais conhecido que todos os caras do time de futebol juntos e multiplicados. Blaine era o cara mais desejado, mais desejado que todos do time de futebol. Ele ia para festas todos os dias, bebia feito louco e beijava dez meninas na mesma noite.

Kurt era louco por ele. Não como eu era por Finn, mas tinha um forte desejo por ele. Mas ele nunca teve muitas esperanças porque Blaine era o cara mais hétero da escola, isso ninguém tinha dúvidas. Mas isso não impedia Kurt de sonhar, é claro. Ele havia passado noites em claro me narrando seu futuro e como seriam seus futuros filhos com Blaine. Era lindo, mas ao mesmo tempo muito triste, porque eu não achava que Kurt algum dia teria alguma chance.

Porém, de acordo com o que ele havia me explicado, ele estava dentro da barraca dele, lendo alguma revista com sua lanterna, quando alguém abriu sua barraca. Ele disse que inicialmente ficou morrendo de medo, mas então viu que era Blaine e ficou mais tenso ainda. Sem dizer nada, o garoto se aproximou dele e o beijou com ferocidade (sim, foi essa palavra que Kurt usou). Depois, ainda sem dizer nada, saiu, deixando um Kurt mudo com a boca bastante vermelha com um sorriso bobo no rosto.

É claro que isso confirmava muitas coisas, a principal delas que Blaine era gay.

Eu estava quase começando a ficar elétrica, mas então lembrei da situação em que eu me encontrava e voltei para a minha nuvem negra de antes.

A mensagem de Santana era ela perguntando onde eu estava. Nem me dei ao trabalho de responder. Guardei meu celular e ouvi a música nos alto-falantes e rapidamente voltei para o banheiro para fingir que também havia acabado de acordar. Quando as primeiras meninas chegaram ao local resolvi que já havia passado tempo suficiente lá dentro e saí para tomar café da manhã e vi que Santana já estava na área da fogueira.

Rachel Berry, em que merda de lugar você se meteu a noite toda?”, gritou Santana, com a voz rouca por ter acabado de despertar.

Will e Sue olharam na minha direção, concentrados. Revirei os olhos para Santana. “Sua idiota, tem como falar mais baixo?!”, retruquei. “Eu passei a noite na barraca de uma amiga minha, conversando. Nada de mais.”, completei baixinho, já sentada do lado dela.

Ela virou a cara, sem dizer mais nada. Resolvi procurar por Kurt. Pessoas com sono passavam, mas nenhuma delas era Kurt. Meninos, um monitor, mais meninos, muitos meninos...

“Kurt!”, gritei aliviada, vendo-o aparecer na trilha. Ele estava com um sorriso de canto estampado no rosto, provavelmente ainda por causa da noite anterior.

Um sorriso de orelha a orelha surgiu no rosto dele. “Rachel!”. Ele correu na minha direção, me abraçando com força quando me alcançou. “Rachel, eu tô tãaaaao feliz, você não tem ideia!”

Eu ri. “Você tem que estar, Kurt! Eu juro pra você que fiquei de queixo caído quando recebi as mensagens!”

“Querida, até eu fiquei de queixo caído quando ele entrou na minha barraca...”, ele sussurrou. Nós dois nos sentamos embaixo de uma árvore a uma distância segura de todo mundo. “Imagina só, eu estava deitado na minha barraca tranquilo, lendo uma matéria de “Os Três Tipos De Colete Que Você Nunca Deve Usar” quando ele entrou. Eu havia aberto a boca para perguntar o que diabos ele estava fazendo ali dentro, mas ele estava me olhando de um jeito tão incrível, Rachel, como se eu fosse o cara mais lindo que ele já tivesse visto, que eu fiquei quieto. Três segundos depois ele esticou aos mãos, segurando meu rosto, e me beijou. Não um beijinho ou um beijo qualquer, um beijão, do tipo que deixa seu lábio inchado por minutos e você sem ar por horas. Tudo estava perfeito, parecia que não tinha como ficar melhor, até que ele me empurrou pra trás, me deitando.”

“Você não me disse isso nas mensagens!”, eu exclamei, sorrindo feito idiota.

“Eu quis deixar a melhor parte pra te contar pessoalmente, bobinha. Enfim, ele me deitou e ficou me beijando, e beijando, e beijando, e beijando, e-”

“Ok, Kurt, eu já entendi.”

“Ele ficou me beijando por muito tempo. Ele ficava passando a mão por debaixo da minha camisa e pelo meu cabelo, até que, do nada, ele parou e saiu, sem dizer nenhuma palavra.”

Ai, meu Deus...”, falei, com a mão na boca.

“Eu sei!”, ele gritou, sorrindo.

“Kurt, como vocês são tarados... Fazer isso no meio de todos os meninos da escola? Perigoso.”, falei, sem conseguir deixar de sorrir.

Ele continuava tagarelando quando vi Finn Hudson aparecer na trilha. Fiquei encarando cada movimento seu, esperando que ele acenasse ou qualquer coisa do tipo. Quando ele finalmente olhou na minha direção, segurou o olhar por um segundo e depois desviou, me ignorando completamente.

Então era isso. A noite anterior nunca havia acontecido, era pra ser ignorada, eram águas passadas. Lembrei da sensação de dormir em seus braços e do calor do seu corpo e imaginei que nunca mais haveria um momento como aquele. Aparentemente Finn não queria que nada mais acontecesse entre nós dois. A preocupação dele por mim ou foi passageira ou era enganação.

Bom, se era isso que ele queria, eu agiria da mesma forma. Ignorá-lo o dia inteiro, nem ao menos olhar em sua direção. Eu conseguiria fazer isso.

Eu acho.


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Notas finais do capítulo

Aw, coitada da Rach :( jsoieuhrfose então, o que acharam? Reviews = ♥