A Dama Quase De Ferro escrita por Nicolle Bello


Capítulo 1
Capítulo 1 - Tsuki, a Dama de Ferro


Notas iniciais do capítulo

Oi leitores! Esse é a minha primeira Fanfic então tomara que gostem! Não sei se ficou muito legal, mas fiz com muito amor ! Boa leitura



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Creio que ninguém me conheça, por isso irei me apresentar. Chamo-me Tsuki, tenho 15 anos, e tenho uma vida muito diferente das outras meninas. Nunca me apaixonei por ninguém e não sou uma garota fácil de lidar, por isso apelidaram-me de “Dama de Ferro”.

Dizem que sou uma das garotas mais bonitas da sala 101 na minha escola, mas não ligo muito, na verdade, não gosto de atenção, prefiro ser transparente a ser olhada. Ultimamente, começaram com os boatos de que eu estaria gostando da minha melhor e única amiga, Kori, uma garota que nunca está sozinha, ou seja, sempre consegue arranjar um namorado. Apesar de ela achar idiota o fato de eu nunca ter namorado alguém e ter esse meu jeito frio com todos, no fundo é uma garota muito legal e que posso confiar.

Todo dia é a mesma coisa, e hoje não seria diferente. Saí da minha casa, onde moro com a minha mãe, peguei o ônibus para ir ao colégio. Chegando ao portão, avisto Kori parada com um sorriso radiante, e como sempre, esperando-me para entrar na sala. Vou até ela, e com um a minha cara emburrada e cansada de sempre disse:

– Oi *Kori-chan... Por que tínhamos que ter aula tão cedo? Estou exausta!

– Oi Tsuki-chaaaaaaaaaan! – disse ela com sua simpatia de sempre – Você já deveria estar acostumada com o horário né? Você não pode falar nada de estar cansada, já que só dorme a partir da uma da manhã!

– Você sabe muito bem que eu trabalho para ajudar a minha mãe enquanto ela não encontra um trabalho– bocejei – Mas voltando ao assunto aula... O que tem de aula nesse período?

– Tsuki, como você é distraída! Agora tem prova de história, não lembra?

– SÉRIO? Eu não estudei nada, mas tenho uma noção da matéria... Vamos logo Kori, temos que escolher logo o lugar para sentar!

A prova estava fácil, apesar de algumas dúvidas na hora. Acredito que fui bem. Eu e Kori estávamos saindo da sala quando fomos avistadas pelo grupinho idiota que está sempre nos incomodando. Chegaram pertos de nós e já começaram:

– Olha quem está por aqui, a Dama de Ferro e sua namoradinha Kori. Não pega ninguém por quê? Será que é porque ninguém gosta de uma magricela e mal educada?

Olhei para ela com uma cara de desprezo, e puxei a Kori para o corredor.Começamos a andar pelo colégio.

Quem falou foi a Suzuko, uma garota insuportável. Está sempre me humilhando na frente de todos, mas não ligo muito. Nunca me importei com essas garotas que falam de mim sem ao menos me conhecer, não brigo e nem me estresso, iria chamar a atenção. Sempre penso que eu não posso me rebaixar, já que eu tenho meu futuro garantido. Irei me tornar uma design. Desde pequena pensava em trabalhar em algo que eu pudesse ligar-me com o mundo e a criatividade, e no final, cheguei nessa solução.

Enquanto ia conversando com a Kori sobre seu novo namorado, que é mais velho, eu ia olhando ao redor vendo os outros nos olharem e começar a cochichar. Odiava isso, me deixava muito nervosa. Quando fico assim, começo a enrolar desesperadamente meus cachos loiros na parte de baixo do cabelo, encolhendo-me.

– Kori-chan – sussurrei – é impressão minha, ou está todo mundo nos olhando? O que estão cochichando?

– Calma Tsuki! Não deve ser nada, é só não olhar. E por que está se importando tanto? Não é você que está sempre dizendo “não me importo” para tudo?

– É diferente, - suspirei - não me importo quando estão falando de mim, mas quando ficam me olhando é angustiante! Mas não me importo – empinei meu nariz e andei mais rápido – Hoje ainda não chegou seu *stalker para te perseguir, não?

– Não fala assim, ele não fica me perseguindo! Só é meio tímido para vir falar comigo, só isso, entendeu?

Soltei uma gargalhada. Sr. Stalker é um garoto quieto da nossa sala, tem cabelos curtos e pretos e tem 1,80. Por ser o mais alto e inteligente da turma, dizem que é o Nerdoso, mas ninguém lembra seu nome. Tem um rosto de 18, mas tem apenas 15. Recentemente ele declarou-se a Kori, mas não foi correspondido e agora vive perseguindo-a. Todos da nossa classe têm medo dele. Eu, claro, não tenho. Apesar de nós termos 13 centímetros de diferença. Nunca fui de sentir medo, apesar dessa mania de odiar gente me olhando. Na verdade, odeio pessoas, elas são muito egocêntricas e só pensam no exterior da outra. Por isso acabo só tendo a Kori como amiga, pois mesmo parecendo que ela só liga para meninos bonitos, ela no fundo se importa muito com o que os outros sentem. E isso me deixa muito impressionada.

– Ta bom então, nem vou dizer nada Sra. Beijoqueira – ri e ela acabou se entregando e rindo junto.

Soou o sinal, nos olhamos e corremos para chegar a tempo na sala, onde teríamos Artes, a minha matéria preferida. Estou sempre quieta nas aulas, concentrada no que irei fazer e no que o professor diz. Sempre gostei de trabalhar esse meu lado criativo, não sou muito de falar, mas na hora de criar, eu expresso tudo que está preso dentro de mim com apenas uma escultura, mas ninguém consegue entender. Idiotas.

Tivemos outras aulas, chatas como sempre. Despedi-me de Kori, que foi para casa a pé. Fui até minha parada e fiquei apoiada num poste. Estava muito cansada. Quando entrei no ônibus fui direto para a janela. Olhei por um instante a paisagem nebulosa da rua. Virei para a minha mochila, que estava sob as minhas pernas, peguei meu livro e comecei a ler até chegar a minha casa.

Estava na rua da minha casa, quando, sem querer, bato em alguma coisa que parecia ser uma parede. Nem olho para cima, pois já estou acostumada a bater em paredes quando leio na rua. Quando vou me distanciando, ouvi uma voz masculina...

– Olhe para onde anda pirralha!

Odeio que me chamem de apelidos que me lembrem algo pequeno. Fechei meu livro. Virei para onde a voz tinha vindo, e com a raiva subindo, disse:

– Pirralha? – corri o mais rápido que podia e dei um soco na cabeça dele – Quem você chamou de pirralha, seu gigante?

Vi ele com a cabeça baixa resmungando alguma coisa. Depois de alguns minutos, o homem levanta...

– Eu já vi você em algum lugar, você não é o tal Nerd da minha turma?

– T-Tsuki... p-por que está aqui?

– Só para te informar, a Kori-chan não veio para a minha casa, então... ME DEIXE EM PAZ!

– Mas eu estou indo para a minha casa. É logo ali – o Nerdoso aponta para um prédio gigante, que fica na frente da minha casa

– C-como assim? Você me persegue desde quando?

– Persigo?

– SIM! Para morar justamente na frente da minha casa

– Eu sempre morei aqui

Virei de costas para ele e segui em frente. Só me faltava essa, o stalker da minha amiga ser meu vizinho!

– E só para avisar à senhorita nervosa... Meu nome é Hiroíto e não Nerdoso!

Dei uma olha de canto para ele e segui sem falar nada. Entrei em casa irritada. Com quem ele acha que estava falando? Que garoto estúpido.

Depois de me acalmar, pensei “É a primeira vez que ouço a voz dele”.



















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Notas finais do capítulo

*Stalker = perseguidor

*Chan = formas de tratamento informal japonês