Quase Que Impossível escrita por Gabriela Martinez


Capítulo 7
Última noite no campo


Notas iniciais do capítulo

Olha mais um capítulo pronto já faz tempo só que não conseguia postar KKKKKKKKKKKK



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De manhã acordamos com Érica batendo em nossa porta. Eu estava sinceramente sentindo ódio dessa mulher. Primeiro estraga minha noite perfeita, depois me acorda muito mais do que cedo, e ainda passa o dia todo em cima do Fê. Ela estava mesmo pedindo para morrer.
                Assim que levantamos e fomos para a sala vimos que o café já estava pronto, e ela estava somente chamando Leandro e Karina para que se juntassem a nós. Ainda estávamos de pijamas então continuei abraçada ao Fê. Estávamos sentados no sofá conversando quando ela sentou ao lado dele e começou a puxar conversa.

                “Mas então, vocês são namorados há muito tempo?”
             
   “Queria poder dizer que sim, mas descobri que a amava faz pouco tempo” – Fê disse me olhando, e logo sorri.
                “Entendi... Boa sorte no namoro então, que nada estrague.” – Disse se dirigindo à cozinha e sorrindo sinicamente.
                “Não gostei dela” – Disse – “Fala sério, quem acreditaria no que ela acabou de dizer?” – Ri
                “Eu acreditei Jú” – Ele disse a olhando – “Não seja tão boba, ela só está sendo gentil”

                Fê se levantou e foi ajudá-la no café enquanto eu ficava cada vez mais perplexa. Como ele havia acreditado nisso? Como ele pode achá-la bonita? Como ele pôde me deixar sozinha e ir ajudá-la? Não sabia responder nenhuma dessas perguntas, mas a raiva que surgiu foi tão grande que eu logo entendi que o que eu sentia era ciúme.
                Eu tinha certeza que não iria conseguir ficar no mesmo recinto que ela então me dirigi ao meu quarto. Coloquei uma bermuda jeans e uma camiseta laranja clara, peguei minha sapatilha e meu celular e sai pelos fundos.
                Quando andei com Felipe por aqui, vi uma trilha ao longe, mas não tinha comentado com ele. Fui em direção às pedrinhas brancas que mostravam o início da trilha, fui seguindo até que encontrei uma pequena cachoeira que se transformava em um pequeno rio que desaguava no lago perto da piscina. Sentei em uma pedra ali perto e fiquei observando aquela linda paisagem e acabei tirando uma foto para deixar em meu celular.
                Olhei em meu relógio e vi que já haviam se passado uma hora desde que tinha saído de casa. Comecei a andar novamente pela trilha, para mim, andar pela natureza é o que há de mais tranqüilizante. Quando estava chegando perto do fim, ouvi o que parecia uma conversa entre o Fê e o Leandro. Eles estavam se divertindo e foi aí que eu pensei em como eu devo ser tão dispensável para ninguém ter sentido minha falta.
                Senti meu celular vibrar em minha mão, e tinha certeza de que não demoraria mais do que 2 segundos para que aquela música alta tocasse e eles percebessem que eu estava ali os espionando. Sai correndo tentando esconder o telefone em algum lugar onde abafasse o som e acabei tropeçando em uma pedra qualquer. Meu celular voou longe e eu fui atrás. Quando o agarrei corri para trás de uma árvore e atendi depressa.

                “Alô” – Cochichei
                “Alô, Jú? É a Gabi, estou te atrapalhando?”
                “Não amiga, só fala mais baixo, estou meio que escondida” – Disse me sentando no tronco da árvore – “Tudo bem com você?”
                “Tudo Jú, e com você?”
                “Estou bem Gabi, quais as novidades ai na cidade?”
                “Nenhuma, e aí no campo?”
                “Nenhuma” – Tentei rir
                “E por que você está cochichando?” – Perguntou aflita
                “Não sei amiga, eu estou confusa. Pensei que eu fosse importante para o Fê, mas parece que ele nem sente minha falta.” – Senti uma lágrima cair de meus olhos
                “Ele é importante para você, Jú?”
                “Sim Gabi, ele é mais do que importante. Ele é meu futuro, desde que eu o conheci eu entendi o que era viver, mesmo já estando viva. Entendi que os nossos planos mudam e se direcionam em outra direção. Ele significa o meu futuro porque é assim que eu o vejo, o meu futuro é com ele, eu tenho certeza disso. Eu quero ele na minha vida hoje e sempre Gabi” – Não consegui segurar, comecei a chorar, e muito.
                “Jú, calma, não chore. Ele deve estar sentindo sua falta, você que não deve ter visto.”
                “Eu não sei Gabi, mas eu não estou muito bem, acho que vou me deitar. Mais tarde eu te ligo, pode ser?” – Disse em meio dos soluços
                “Claro que pode, se cuida. Beijos, linda.”
                “Beijos”

                Desliguei o celular e mergulhei meu rosto nos joelhos. Não conseguia parar de chorar e eu não queria ir para casa então senti alguém me abraçando. Não queria levantar minha cabeça então só a encaixei em seu ombro e chorei. Sentia aquele perfume e sabia que era o Felipe, mas nem para ele eu teria coragem de mostrar que eu estava chorando.
                Estávamos ali abraçados quando começou a chover e tivemos que sair correndo, entramos correndo na casa e todos nos olharam assustados, sorrimos e eu me retirei para tomar um banho. Indo para o quarto, percebi que havia alguém me seguindo, e sendo o Fê ou não, eu não queria ver ninguém. Apertei o passo e tranquei a porta. Tomei um banho e peguei uma bolacha que estava em cima da cômoda. Deitei na cama e peguei no sono.
                Sonhei com a Érica nadando na piscina fazendo o Fê babar por ela, enquanto eu andava na beira da mesma e caia, e ao invés do Fê me ajudar ele preferiu passar protetor solar nas costas dela. Por mais que eu esperneasse, gritasse ou me debatesse, ele não iria me notar. Nem ele nem ninguém. Acordei gritando e percebi que era só um sonho, ou melhor, um pesadelo. Levantei-me e olhei pela janela, já estava escuro então decidi ir à cozinha.
                Estava pegando um copo de água quando percebi que todos estavam lá fora. Karina estava abraçada em Leandro e para minha surpresa, Felipe estava abraçado com Érica. Deixei o copo cair no chão e me assustei. Abaixei depressa e comecei a recolher os cacos de vidro que havia ali. Na minha cabeça só passava a idéia de que em um minuto todos estariam ali me perguntando o que aconteceu, então permaneci em silêncio.
                Ninguém apareceu, e de certo modo me senti aliviada. A porta dos fundos que ficava na cozinha tinha um vidro que ia do chão até o fim da mesma, me inclinei um pouco e observei aquela cena que não parecia incomodar ninguém que estava por ali, muito menos Felipe.
                Sai correndo meio que sem jeito e acabei por derrubar o abajur da sala, e isso fez com que Felipe visse que eu estava lá. Percebi que ele estava correndo para dentro de casa e eu só pensava em sair correndo para meu quarto. Corri o mais rápido que pude e entrei no quarto, não consegui fechar a porta porque Fê colocou o pé.

                “Jú, o que aconteceu meu amor? Por que não quer falar comigo?”
                “Felipe, sai daqui.”
                “Não antes de você me dar uma explicação Júlia.”
                “Não devo explicação nenhuma. Volta pra sua amiguinha e me deixa em paz!” – Disse empurrando a porta com toda minha força. Seu pé saiu e eu consegui trancá-la
                “Júlia, isso tudo é ciúmes? Por que você não pode ser alguém normal que entende que ela estava mal?”
                “Se você acha que ela é tão perfeita por que não vai lá ficar com ela?” – Disse gritando
                “Porque você é mais importante do que qualquer coisa para mim, meu anjo”
                “É? Não parece.” – Comecei a chorar
                “Então para você, tudo que eu fiz até agora não foi o suficiente, não te agradou?” – Sua voz estava triste
                “Eu só...” – Respirei – “Quero ficar sozinha hoje a noite, talvez seja melhor para nós não nos vermos até irmos para casa. Pode voltar para seus amigos.”

                Fiquei pensando naquelas minhas palavras. Talvez eu tenha sido muito dura, não precisava daquilo. Não importava o que eu falava para ele, ele era fofo comigo e mesmo assim eu o destratava. Deitei na cama e ouvi-o chamar meu nome pedindo para que eu destrancasse a porta. Após uns vinte minutos ele parou, mas eu ainda ouvia sua respiração. Olhei pelo buraco debaixo da porta e vi que ele ainda estava lá, mas sentado.
                Fiquei o observando, pensando em como eu queria que ele estivesse em meus braços. Ouvi passos e alguém se aproximando dele. Essa sombra sentou-se ao seu lado e perguntou se estava tudo bem. Pela voz eu sabia que era a tal mulher que eu não gostava. Felipe disse que não, e ela tentou se aproximar.
                Olhar por debaixo de uma porta não é tão fácil então não sabia se ela estava tentando o beijar ou se estava apenas o abraçando. Queria abrir aquela porta e falar umas poucas e boas para aquela mulher, mas Felipe o fez. Ele levantou depressa e a empurrou, ouvi-o dizer que se afastasse dele, e que seria melhor a moça ir passar a noite em outro lugar.
                Ouvi Érica chorar e depois a sombra saiu correndo. Queria abrir a porta, mas Fê também foi embora, sorte dele que no sentido contrário. Levantei-me e recolhi o pacote de bolacha e o copo que eu havia deixado perto da cama. Sai do quarto e deixei o copo na pia, quando olhei para o sofá, Fê estava lá deitado.
                Aproximei-me devagar e vi que ele não estava dormindo, só estava com os olhos fechados escutando música. Não havia ninguém acordado e eu não queria o deixar lá sozinho. Puxei-o pelo braço e ele acordou na hora.

                “Vem dormir comigo?” – Perguntei sorrindo
                “Mudou de ideia?” – Perguntou se sentando
                “Por favor” – Implorei
                “Você acha que é fácil assim?” – Me olhou sério – “Você briga comigo por um motivo besta, não quer nem que eu fique no mesmo cômodo, e ainda acha que eu volto fácil pra lá?”
                “Isso é um não?” – Disse me levantando
                “Não” – Ele sorriu – “Você sabe que eu não gosto de brigar com você, mas precisamos conversas, Jú”
                “Ok” – Nos dirigimos ao quarto. Não gostava daquelas palavras, mas tínhamos que conversar
                “Jú, você tem que confiar mais em mim. Você acha que eu te trocaria por uma total desconhecida?” – Já estávamos no quarto e eu sabia que iria escutar – “Eu ouvi o que você disse no telefone. Com quem você estava conversando?”
                “No telefone?” – Disse surpresa – “Hoje só conversei com a Gabriela”
                “Por que não disse tudo aquilo para mim?” – Me abraçou
                “O que você ouviu Fê?”
                “Acho que tudo... Ouvi a parte que você dizia que achava que eu não ligava mais para você, e tudo sobre eu representar seu futuro.” – Ele abaixou a cabeça – “Eu queria que você tivesse vindo a mim conversar. Prometemos um ao outro ser sempre sinceros. Você sumiu a manhã toda e eu pensei que você queria um tempo para você, não fui atrás. Você voltou e eu te peguei chorando. O que está acontecendo Jú?”
                “Nada” – O abracei – “Só quero você, para sempre, assim como você ouviu. Não tem nada nem ninguém que eu queira mais”

                Tentei o beijar, mas ele se afastou e se dirigiu à porta. Não sabia o que pensar. Ele poderia ir embora, poderia não ter gostado, ter se assustado. Eu disse que o queria para sempre, e se não for isso que ele queria. E se ele quisesse viver mais do que isso.
                Por dentro estava entrando em desespero quando o vi trancando a porta e voltando ao meu lado, ele me abraçou e começou a me beijar. Deitamos na cama e ficamos ali abraçados conversando a noite toda.

                “Sabe Jú, esse fim de semana serviu para nos dizer uma coisa.”
                “Dizer o que? Que quando eu quiser passar um tempo com você, vamos ter que ficar sozinhos em algum lugar?” – Rimos
                “Não, sua boba. Descobrimos que nos gostamos mais do que pensávamos” – Sorrimos e dormimos. Afinal, tínhamos que acordar cedo no dia seguinte.


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Notas finais do capítulo

DEIXEM AS REVIEEEEEEWS! SE NÃO VOU COMEÇAR A CONTAR MINHAS PIADINHAS IDIOTAS



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