Minha Aurora Boreal escrita por Trevor Boots


Capítulo 8
Capítulo 8


Notas iniciais do capítulo

Agradeço a Anah Paula, que me ajudou em algumas partes do capítulo 8.



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Dia dezenove de Dezembro de 2012

De: Eduardo A.

Para: Leitor

No dia após aquela “festa” da helena, acordei empolgado e com preguiça, não consigo entender como uma pessoa pode sentir os dois ao mesmo tempo, enfim, pensei na Vivian, por um bom tempo, assumo, então decidi levantar e fui ao banheiro lavar meu rosto, não sei se citei, no meio do mês de julho tive que ir ao dermatologista, e ele me disse pra lavar meu rosto com um sabonete especial três vezes ao dia, mas isso não importa, então ouvi minha mãe me chamar pra tomar café da manhã, não estava com nenhuma fome, mas ela tinha feito as panquecas e eu não podia negar, então desci e comi, depois voltei ao meu quarto, e fui pro computador, a Vivian estava online então fui falar com ela, conversamos um bom tempo, nenhum dos dois nem se quer tocou no assunto da noite passada, então depois de conversarmos muito, resolvi chamar ela pra sair, sim, assim do nada, ela aceitou, perguntou pra onde, eu tava meio que sem idéia, então disse pra qualquer lugar, então deu a hora do encontro e eu fui para onde combinamos de se encontrar, numa praça perto da casa do Nicolas, então quando cheguei ela já estava lá, me sentei no banco do lado dela e a abracei, ela ficou surpresa, perguntei o por quê da surpresa e ela me respondeu :


– Pensei que aquilo de ontem não tinha sido nada, você tava meio bêbado, então pensei que fosse o efeito da bebida, não que tenha sido você mesmo – me disse ela

– Hm, então... – tentei puxar assunto – como foi pra você, sabe... o beijo – perguntei

– Nunca tinha sentido alguma coisa igual, foi o meu primeiro... sabe – me disse ela e as maçãs do seu rosto coravam novamente

– Queria saber... se você... quem sabe... – fui falando pausadamente, mas desisti, decidi que deveria ser direto – então quero namorar comigo, talvez? – perguntei e ela deu seu sorrisinho mais uma vez, se ela soubesse como eu gostava desse sorriso. Depois ela me respondeu que sim, e nos beijamos mais uma vez. A abracei novamente, e nossa tarde foi resumida nisso, mais tarde quando já escurecia, a levei pra casa, e a porta da mesma ela me pediu pra esperar, e eu esperei, depois ela reapareceu trazendo consigo um livro, então ela me deu, e me disse pra ler, e que era meu agora, o livro era The last song ou como é conhecido A última música, do Nicholas Sparks, não sei se ela sabia que eu gostava do escritor ou me deu porque gostou do livro e queria compartilhar, abri o livro e na contracapa, tinha escrito de caneta preta, “ Desconfio que a única pessoa livre, realmente livre, é aquela que não tem medo do ridículo.” de Luís F. Veríssimo, perguntei quem tinha escrito, ela disse que ela mesma, pois tinha adorado aquela frase, tinha visto em um outro livro, então agradeci a mesma, a beijei não só uma, mas três vezes, não queria ir pra casa, mas eu realmente tinha que ir, então me despedi, e fui, ao chegar na esquina mais uma vez olhei pra trás, e ela estava no mesmo lugar e novamente sorriu.

Então cheguei em casa, e fui direto pro meu quarto, me deitei, e fui começar a ler meu livro, em cada frase me vinha um pensamento sobre ela, não sei quantas vezes eu tinha lido aquela frase do Luis F. Veríssimo, mas sei que foram muitas, então terminei de ler, não estava com vontade de ir pro computador aquela noite, estava realmente pensando na Vivian, pensando na minha namorada, é muito engraçado dizer “ minha namorada”, sei lá, acho que pelo fato dela ser minha primeira, então depois de ler quase metade do livro deixei ele do lado da minha máquina de escrever, então antes de dormir, recebi um telefonema, era o Oliver mais uma vez, será que ia dar outra festa?, acho que não porque já tava quase no final das férias e ninguém queria ir com ressaca pro colégio, pelo menos eu não queria, não queria atender, mas depois de muita insistência do toque chato do meu telefone, atendi, então o Oliver me contou que ia passar 4 meses fora, porque tinha ganhado uma bolsa de estudos temporária numa escola na Alemanha, ele tinha se preparado pra aquela prova um tempão, era realmente o sonho dele, ele me contou aquilo todo animado, então dei parabéns a ele, e ele meio que me pediu pra ir com o resto do pessoal, deixar ele no aeroporto, então eu fui.

No dia seguinte o Oliver estaria embarcando pra Hamburgo e eu não queria que ele fosse, sem ao menos eu desejar boa sorte, então cheguei lá na hora marcada, uma hora antes do embarque, e todos estavam lá, o Rolf, a Helena, a mãe dele, e então acho que só faltava minha presença, então me aproximei deles e desejei ao Oliver uma boa viagem, e ele agradeceu pelo incrível que pareça, o Oliver agradeceu alguém, então enquanto esperávamos pela hora do embarque conversávamos, sobre tantas coisas, então resolvi contar que tava namorando, não contei tudo, mas apenas falei da Vivian, então a Helena tomou partido e disse “ Nossa, mal sai de uma e já vai pra outra”, depois de ter dito isso todos riram exceto eu mesmo, então depois de muitas conversas, chegou a hora do Oliver ir, perto da saída estava o grupo da companhia que ele ia fazer o intercâmbio, então se juntou ao grupo e todos demos um “ Até logo”, pra ele, exceto sua mãe, que não queria lhe soltar, depois que soltou-o vimos ele ir até o avião e depois vimos o avião levantar vôo, e então passamos um bom tempo sem ver o Oliver, exceto nas conversas de vídeo do Skype que tínhamos juntos, então depois que ele embarcou, sai do aeroporto e fui pegar um ônibus pra ir pra casa, então encontrei a Lucy na mesma, ela estava completamente diferente de uns tempos atrás, estava com o visual completamente mudado, estava usando uma meia-calça preta rasgada, com um short jeans escuro, com uma blusa branca, que eu não sei bem como se da o nome, e nem sei como descrever, e com um coturno meio esfarrapado, então cheguei perto dela, mas ela não percebeu minha presença, dei “oi”, mas ela não ouviu, pois estava ouvindo uma música em seus fones de ouvido, e a mesma estava altíssima, então toquei nos ombros dela, e ela me percebeu, então me deu “oi”, e me perguntou o que eu estaria fazendo ali naquele momento, então eu falei do Oliver viajar e etc..., ela me olhou com um sorriso meio choroso, então perguntei se ela queria conversar, então ela disse que sim:


– Me desculpe por ontem, não queria ter te tratado assim, não tive intenção além do mais com o Oliver, como você percebeu eu gosto dele, mas agora está tudo acabado – e depois disso começou a chorar, então sentei do lado dela, falei para parar de chorar, e depois continuei:

– eu te desculpo, sei o que você sente, ou pelo menos eu acho que sei, mas você devia pedir desculpas também pro Rolf, você não sabe que ele gosta de você de verdade? – depois que disse isso, ela riu e falou um “Você acha mesmo que ele gosta de mim?”, e eu respondi “ Claro” e depois ela sorriu mais uma vez e me disse:

– Ele é louco pela Helena, acho que eles deviam ficar juntos mesmo, pois eu não o mereço como ele me merece – e dizendo isso ela me pediu para segui-la e foi o que eu fiz, depois de andarmos um pouco chegamos a um parquinho público, mas abandonado, mas o mesmo estava suficiente iluminado, para eu poder distinguir cada brinquedo e conseguir ver a Lucy, então perguntei por que ela tinha me levado até lá, e ela mais aliviada me respondeu, que quando era menor costumava visitar aquele parque com os pais, e ele era lindo e bem cuidado, tinha plantas vivas, que hoje estavam secas, e os brinquedos não estavam enferrujados, e que ela teve ótimas lembranças naquele lugar, até uma criança se acidentar em um dos brinquedos e a prefeitura local interditar-lo, mas ela adorava ali de qualquer modo, todo acabado ou não, e completou com um “Sempre que estou triste, venho aqui”, depois de um tempo, a questionei :

– Então... por que disse aquilo do Rolf ?

– Quando era novata na escola... – deu uma pausa, suspirou e continuou – conheci um garoto muito legal, ele me mostrou a escola, era um menino inteligente e bonito, logo quis falar com ele, e ele era muito gentil, e assim começamos a nossa amizade, naquela época não conhecia o Oliver e nem gostava dele – me assegurou ela – Oliver roubou a namorada do menino, então ele tava meio que, não sei como te dizer, talvez depressivo, então com ele eu conheci o Rolf, então esse Rolf também era muito legal e eu tinha começado a gostar dele – depois ela me contou que se o Rolf tinha conhecido ela naquele dia era porque ele tinha vergonha do passado. Porque se vocês se lembram o Rolf tinha me dito que tinha conhecido a Lucy na festa do Oliver, mas eles eram amigos de infância, então perguntei de quem ela gostava realmente, do Oliver ou do Rolf, e ela me disse que o amor que ela tem pelo Rolf, ela não tinha pelo Oliver, mas gostava dos dois, então eu perguntei por que ela não ficava com o Rolf, e ela me disse que tinha vergonha de dizer pra ele que gostava dele depois de ter beijado o Oliver, então eu aconselhei pra ela parar de fazer o que faz com o mesmo, e dar ao Rolf uma “chance”, e ela não soube mais o que dizer, depois disso, ficou ali olhando pros brinquedos enferrujados, depois ela me explicou :

– Depois de um tempinho, resolvi fazer uma visita ao Rolf, e quando cheguei a casa dele, o Oliver estava lá, e eles estavam discutindo justamente sobre a menina que o Oliver tinha pegado, comecei a conversar com ele, então nos falamos por muito tempo, não sei como te digo, mas meio que deixei o Rolf de lado, então depois de muita conversa com o Oliver mudei meu conceito sobre ele, e depois desse dia não sei de qual gosto mais. – me explicou ela, e eu perguntei a ela, se já que ela tinha me dito que agora considerava o Rolf como a pessoa que ela mais gosta, por que ela não esquecia toda essa história, e ficava logo com ele, e ela me disse que não era fácil, então estava ficando tarde e me despedi dela, pois tinha que voltar pra casa, então acompanhei-a até o ponto de ônibus e ela pegou o primeiro ônibus que apareceu, e eu peguei outro logo depois do dela, e ao chegar em casa me deparo com minha mãe aos berros, porque eu não tinha ligado pra avisar que chegava tarde, e nem tinha avisado que ia sair, então me lembrei que tinha esquecido de dizer que ia levar meu amigo no aeroporto, contei tudo a ela e mesmo assim ela não parou de gritar, ela disse me pra nunca mais fazer isso porque ela ficou preocupada.

Fui pro meu quarto e então me deitei e meu telefone tocou, era a Vivian, ela disse que tinha me ligado a tarde toda mas eu não atendi, eu também tinha esquecido o telefone no modo silencioso, expliquei tudo a ela e conversamos por muito tempo, então depois ela me deu boa noite e foi dormir, e eu fiz o mesmo, porque esse dia foi muito cansativo pra mim, fiquei feliz pelo Oliver, finalmente entendi a Lucy e eu acho que precisava dormir.

No outro dia, tinha marcado de ir pra praia com a Helena e o Rolf, então perguntei a Helena se podia levar a Vivian e ela assentiu, então nós quatro fomos pra praia, mas não pela manhã, a Helena me disse que a praia é muito melhor de tarde, pois segundo ela não tem “pirralhos” chorando, ou “vadias” de fio dental, nem “favelados” que ficam ouvindo funk, então assim fomos as três e meia da tarde para praia, dessa vez não esqueci de contar a minha mãe, então fui pegar a Vivian de taxi e fomos diretamente pra lá, pois o Rolf e a Helena iam nos encontrar lá, marcamos um local especifico pra não demorar pra nos encontrarmos, então nos encontramos lá e nos sentamos na areia mesmo, ficamos conversando, e a Helena tinha levado o violão, a propósito não sabia que ela tocava violão, então começou a tocar umas músicas e foi tudo perfeito, não tinha ninguém na área da praia onde nós ficamos, então chegou um casal de longe de mãos dadas e eu disse que não éramos os únicos a termos boas idéias, então quando foram se aproximando e vimos a Gabriela com um menino de blusa preta, e eu apontei pra mesma e a Helena viu, quando ela se virou os dois congelaram, não tinha entendido nada, então a Helena se levantou e foi até eles aos gritos:

– ENTÃO É ELA, A MENINA QUE VOCÊ DISSE QUE ERA MELHOR QUE EU ANDRÉ? – comecei a entender as coisas, aquele era o ex da Helena, e a Gabriela estava namorando ele, até hoje me pergunto, até onde vai a traição, então o tal André retrucou, mas não se exaltou, falou calmamente.

– Oi pra você também Helena, e não foi dela que eu tava me referindo naquele dia, comecei a namorar a Gabriela a pouco tempo – falou ele, parecia uma pessoa educada

– E QUANDO VOCÊS IAM ME CONTAR?

– CALMA HELENA, EU IA TE CONTAR NA HORA CERTA – dessa vez era a Gabriela falando, a mesma estava com uma saia e uma blusa branca.

– CALMA? VOCÊ TA ME PEDINDO PRA FICAR CALMA GABRIELA? EU PENSEI QUE VOCÊ FOSSE MINHA AMIGA SUA DUAS CARAS – disse a Helena

– NÃO ME CHAMA DE DUAS CARAS, SUA CACHORRA – dessa vez gritou a Gabriela, a Helena não se deu por vencida, só que dessa vez não gritou nem fez nada, apenas deu um tapa no rosto da Gabriela, então o André gritou com a Helena, dessa vez realmente irritado:

– VOCÊ TA FICANDO LOUCA? VOCÊ NÃO PODE SAIR POR AI BATENDO EM TODO MUNDO HELENA, NÃO PRA DESCONTAR SUA RAIVA

– EU ACHO QUE EU POSSO SIM VIU ? – disse a Helena – E EU ACHO QUE EU TENHO RAZÃO, DESSA VEZ EU TENHO – disse ela e deu uma risada irônica – MINHA EX MELHOR AMIGA, COM MEU EX NAMORADO AI QUE VINDA LINDA – continuou – AAAH GABRIELA EU TO ME SEGURANDO PRA NÃO TE AFOGAR DESGRAÇADA – e quando ela disse isso não esperei mais nada, me levantei e fui até a Helena, e disse pra ela se acalmar, que a gente tinha vindo pra cá pra se descontrair e eu disse pra elar deixar eles irem e voltar com a gente, ela voltou, mas antes de se aproximar de nós, ela chutou areia nos dois, então se sentou e começou a chorar, depois contou a história a todos, e todos finalmente entenderam, então a Vivian começou a dar forças pra Helena, e a mesma agradeceu, então acho que o clima tinha ido pelos ares, então resolvemos voltar pra casa, o Rolf acompanhou a Helena e eu peguei o taxi com a Vivian de volta, então ela me disse:

– Que tal você ir lá em casa amanhã, pros meus pais te conhecerem ?

– Pode ser – estava nervoso, não nego, mas não queria negar – então... de que horas? – ela me disse as horas e eu concordei, então depois de um tempinho chegamos a esquina da casa dela e ela me perguntou do livro, eu disse que estava achando ótimo, então repentinamente pensei que devia comprar algum presente e levar pra ela amanhã, e quando chegou a frente da casa dela nos beijamos nos despedindo e ela entrou, e fui pra casa, chegando em casa pensei no que eu poderia dar pra ela, então depois de ficar andando pelo quarto quase cavando um buraco, eu tive uma idéia fantástica, realmente decidi o que ia dar pra ela, pois eu queria que fosse um presente perfeito igual ao livro que ela me deu foi.




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