Minha Aurora Boreal escrita por Trevor Boots


Capítulo 15
Capítulo 15




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Dia vinte e seis de Dezembro de 2012

De: Eduardo 

Para: Leitor

Depois daquele natal maravilhoso, e daquela madrugada, onde só o que eu fiz foi te escrever e finalmente fui dormir, tive sonhos estranhos, estávamos eu e a Helena andando por uma rua esquisita, e depois encontrávamos o Oliver perto da mesma, não sozinho, mas com mais duas pessoas, um menino e uma menina, e por incrível que pareça eles estavam fumando, sonho tinha sido estranho por esse fato, o Oliver fumando, eu acho que era impossível, então acordei, e fui na varanda pois não consegui dormir, era quatro da manhã meus avós já estavam acordados, minha avó perguntou se eu queria tomar café, eu disse a ela que ia voltar a dormir, então assim dito, quando me deparei já estava em minha cama, e depois tive um sonho digamos que “normal”, eu estava no colégio, e no corredor havia muitas pessoas, e eu passava correndo entre elas, e empurrando as mesmas para deixarem espaço para eu passar, estava tudo em câmera lenta, tudo mesmo, não sei o que significava aquilo, e depois acordei novamente, eram dez horas da manhã, então tomei banho escovei os dentes e fui tomar café da manhã, encontrei minha mãe na cozinha então ela me disse que íamos voltar pra casa as três da tarde, depois do almoço, então concordei com a cabeça, não sabia o que queria, estava sendo legal ficar na casa da minha avó, mas eu estava com saudades da Lana e dos meus amigos, então não sabia o que eu realmente queria, se eu pudesse ficar, e se todos eles chegassem aqui ia ser perfeito, mas já que não é possível...

Depois que tomei café da manhã fiquei sentado numa cadeira no terraço olhando as crianças na piscina, então decidi entrar na mesma, fui ao banheiro, coloquei roupas de banho e peguei uma toalha, minha mãe ficou impressionada pelo fato de eu estar indo a piscina pela manhã depois de tanto tempo, meus avós ficaram felizes, e os meus primos também, então deixei a toalha numa cadeira me molhei no chuveiro, e entrei na piscina, a água estava meio gelada, meio quente, esta ótima, então mergulhei e quando mergulhei tive a mesma sensação da noite passada, tudo foi ficando muito gelado, mas dessa vez foi rápido, eu não me desloquei de um lugar para outro, eu estava ali embaixo da água quando um flash de luz verde veio até meu encontro, então fui até a superfície rapidamente, e meus primos perguntaram o que tinha acontecido, e eu disse simplesmente “Nada, eu tava vendo quanto tempo passo embaixo da água”, e eles apenas concordaram com a cabeça e voltaram a fazer o que faziam antes, então não mergulhei mais, com medo de que acontecesse de novo, você se pergunta, das outras vezes eu não fiz nada pra parar, e eu lhe respondo, porque eu não conseguia, mas era uma sensação horrível, frio, medo, tonturas, e quando a luz verde se aproximava de mim, parece que tudo isso passava, eu parava de sentir dores, parava de pensar em coisas ruins, só me vinha a minha cabeça digamos que coisas ótimas, mas não sei por que isso acontece comigo, será que outras pessoas também tem essas “crises”?, não sei e acho que você também não saberia me responder.

Depois de um tempinho saí da piscina, e me enrolei com a toalha, estava morrendo de frio, e então depois que me sequei voltei pra casa, troquei a roupa depois de um banho de água quente, e depois fui a varanda mais uma vez e tentei ligar pra Lana mas deu caixa postal, então liguei pra Helena mas ela tinha esquecido o telefone na casa da amiga, e então liguei pra Lucy, depois que ela atendeu ficou surpresa porque eu nunca ligava pra ela, então expliquei o por quê, pois não tinha área aonde eu estava e eu tinha conseguido área naquele momento, então conversei com ela, e me veio a cabeça compartilhar o que eu sentia, então disse pra ela que naquele mesmo dia voltava pra casa e marquei de me encontrar com ela e com o Rolf numa lanchonete, ela sugeriu Subway então eu disse apenas “Ok” e disse pra eles me esperarem lá as sete, e a ligação caiu, então voltei para o almoço, estava tudo mais calmo que no almoço do dia anterior, as crianças não gritavam, não havia nenhum sinal de barulho exceto pelos talheres quando batiam nos pratos, foi um almoço calmo, como um de despedida até janeiro pelo menos, pois em janeiro costumávamos voltar para o aniversário do meu avô, então depois do almoço descansamos, eu fui ver TV fui assistir filmes, meu avô ficou conversando com os homens na piscina e as mulheres ficaram conversando com minha avó enquanto ela fazia tricô, mas ela não fazia pra vender, ela fazia por passatempo, e depois dava pras filhas ou pras esposas dos netos, depois que o filme acabou era duas horas e cinquenta minutos, então minha mãe foi me chamar pra irmos embora, cumprimentamos todos, o que demorou um tempão porque a casa estava cheia, e depois partimos, mas não fomos só nós fomos nós e minha tia, mas minha tia só foi com o marido e a filha, os três filhos ficaram com as esposas pois ia ter uma festa na rua mais tarde, eles me chamaram pra ficar, mas decidi ir, então a viagem de volta pra mim sempre é melhor que a de ida, pois eu não fico enjoado, e nem com dores de cabeça, depois de uma hora e meia paramos num posto para lanchar e minha mãe ir no banheiro, eu comprei um salgadinho e um refrigerante, meu pai comeu um folheado e minha mãe só tomou um suco, depois continuamos a viagem, e dessa vez esqueci de lhe avisar que meu pai que dirigiu, e minha mãe que dormiu, pois ela não tinha dormido direito na noite anterior por causa do barulho na rua, os vizinhos com o som no volume máximo, e onde minha avó mora não tem essas regras pra desligar o som em tal hora como nas cidades grandes, e eu acho isso muita besteira, porque quando for na sua ocasião você vai querer deixar o som até a hora que der vontade, mas quando é a dos outros você liga pra policia pra avisar que está incomodando, isso pra mim é uma frescura, enfim, quando cheguei em casa era seis horas, então nem fiquei em casa, avisei a minha mãe que ia sair, só fui trocar a roupa e colocar um sapato, então eram seis e meia quando saí de casa para ir ao encontro da Lucy e do Rolf, peguei um taxi e cheguei lá na hora marcada, mas eles não tinham chegado, depois de vinte minutos eles entraram pela porta de vidro, não me viram então a Lucy ligou pra mim e eu disse que já estava lá, e eles olharam a todo canto e só depois me encontraram, sentaram a mesa, apertei a mão do Rolf e abracei a Lucy, e começamos a conversar e depois de um tempinho perguntei:

- Como foi o natal de vocês?

- Legal – respondeu o Rolf – mas eu queria ter ganhado mais presente mas...

- Foi perfeito – falou a Lucy – pra você não Rolf? – eu fiquei sem entender nada e a Lucy explicou – Passei meu natal com Rolf – e abriu um sorriso

- Ah – falei – queria ter passado meu natal com a Lana mas não deu, tive que viajar – falei meio incrédulo – então... preciso contar uma coisa pra vocês...

- Conte-nos – pediu o Rolf – estamos aqui para te ouvir

- É – concordou a Lucy, então tomei coragem e disse.

- Ultimamente vem acontecendo umas coisas estranhas comigo...

- Estranhas como? – Lucy me interrompeu

- Deixe-o terminar Lucy – falou o Rolf

- Então... ah.... – e contei a eles sobre o que acontecia comigo, o clima ia ficando frio, me via num lugar nevado, com exceção de quando aconteceu na piscina, então andava, andava, e via um flash de luz verde, e tudo ficava mais alegre ficava melhor, e então o Rolf falou:

- Nossa cara, que legal – e depois de um tempinho continuou – eu queria que acontecesse isso comigo pelo menos uma vez

- Não queira, a primeira sensação é horrível, tudo só fica melhor depois que eu “encontro” – e fiz sinal de aspas com os dedos – a aurora boreal

- Você já pensou em ir num terapeuta? – sugeriu a Lucy – quem sabe ele tenha uma resposta, quem sabe ele te deixe melhor

-  Não tinha pensado nisso antes, mas obrigado pela sugestão – e então pedimos nossos sanduiches e não demorou muito e eles chegaram, depois que comemos, fomos andando até o ponto de taxi onde me despedi deles, e então não fui pra casa, fui direto pra praia, então quando chegou no destino que eu queria, paguei o taxi e fui até a areia, me sentei, e fiquei admirando o horizonte, admirando o céu e o mar, admirando a noite, e sentindo a brisa, deixei-me levar por ela, então fechei os olhos e só confiei em meus sentidos, então depois que os abri vi ao longe andando em minha direção a Lana, ela andando pela areia com a amiga, então ela veio até mim e me deu um beijo, e perguntou:

- Quando você voltou?

- Hoje mesmo – respondi

- Nem me avisa...

- Eu ia te ligar pra perguntar se você queria vim pra cá, mas já que te vi...

- Ah – falou ela suspeitando de algo, percebi e falei “Se não acredita em mim vai ficar sem acreditar” num tom grosseiro, então ela perguntou – O que eu te fiz ?

- Desculpe, descontei em você tudo que eu estou sentindo, me desculpe

- Tá, ok

- Lana, vou andando, vou pra casa – falou a amiga dela, e a Lana pediu pra ela ficar, mas ela disse que estava cansada, então se foi, nos deixando a sós

- Como foi teu natal – me perguntou enquanto passava o braço sobre meu ombro

- Foi perfeito – respondi – queria ter passado ele contigo pra ele ser mais maravilhoso, mas tive que viajar, você entende não é?

- Entendo, claro, minha mãe diz que natal é pra se passar com a família – me falou ela

- Minha mãe também – e então rimos juntos, depois deu um tempinho levei ela até seu apartamento e ela perguntou se eu não queria ficar um pouco, então eu apenas respondi que tinha que descansar um pouquinho, que depois ligava pra ela, então nos beijamos mais uma vez, e eu peguei outro taxi, chegando em casa, vi a árvore de natal com vários presentes embaixo, então fui ver se tinha algum pra mim, e tinham quatro, entre eles eu vi o que eu tinha deixado pra minha mãe, e pro meu pai, então peguei os mesmos e fui até meu quarto, quando cheguei lá, vi na minha escrivaninha o presente que eu ia dar pra Lana, mas tinha esquecido, então me deu uma raiva repentina, que passou quando avistei o presente que ela tinha deixado lá em casa pra mim, então liguei pra ela na mesma hora, e expliquei, e ela entendeu e disse apenas “Amanhã você me dá” então se despediu, e desligou o celular, então abri primeiro o da minha mãe, era um livro Morte Súbita, já ouviu falar?, da escritora J.K Rowling, meu pai tinha me dado uma case pro meu iphone e um relógio, abri o presente da Lana e era uma camisa estampada com “I ♥ My Girlfriend” só que no lugar do coração era um cérebro e atrás dos dizeres tinha manchas de sangue, adorei a camisa que ela me deu, e então o quarto presente era do meu tio, era tinta pra minha máquina, mas eu nem tinha usado ela ainda, só usei uma vez pra escrever um bilhete, mas gostei do mesmo jeito, acho que por essa e por outras coisas que eu amo o natal.


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