Dilemas escrita por nana_cullen


Capítulo 24
(SEASON 2) Capítulo 1: Música




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/29673/chapter/24

 

ONDE PARAMOS?:

"Fiquei calada. Não estava em condições de fazer nenhuma ação, assustada com o jeito que falava comigo. Nem briga e muito menos irônico ou de deboche, mas sim de fúria. Eu sentia um frio na barriga, causando-me tanta dor que com certeza já estava em condições de chorar. Ele me dava medo, um medo que eu certamente merecia."

 


CONTINUANDO:

 

 

(SEASON 2) CAPÍTULO 1: MÚSICA

 

 

 

BELLA SWAN #

 

 

 

‘Olha, eu posso explicar!’ – Falei, pensando nas palavras certas enquanto finalmente conseguia desviar de seu olhar. – ‘Eu só vim deixar o kit de primeiros soc... ’

 

 

‘Não quero saber o porquê de você ter entrado no meu quarto. ’ – Disse frio, sem mudar a expressão franzida. – ‘Não era para você estar aqui dentro, NÃO AQUI!’

 

 

‘Mas pra quê esse escândalo todo?’ – Perguntei, arrumando coragem não sei de onde para tentar enfrentá-lo. – ‘Afinal, isso aqui é só um sótão empoeirado! Não tem nada de mais!’

 

 

‘Cale essa boca quando for falar desse lugar. ’ – Ele respondeu com os dentes trincados, se movimentando na minha direção.  – ‘Saia daqui, AGORA!’

 

 

‘Por que você esconde isso tudo? Seus pais sabem?’ – Eu queria respostas, não me importando com a pouca distância que estávamos um do outro. Meu medo não havia passado, mas estava decidida a arrancar alguma explicação.

 

 

Ele ficou calado, praticamente respondendo a minha segunda pergunta. Mesmo com a situação aquele mistério todo me corroia, e agora encarando seus olhos enfurecidos, tornava-se cada vez mais insuportável.

 

 

‘Esqueça! Você nunca entenderia... ’ – Edmundo falava baixo, sem tirar seus olhos dos meus. Via tristeza neles, mesmo se esforçando muito para esconder. – ‘Ninguém entende... ’

 

 

‘Edw... ’ – Suspirei, pensando duas vezes antes de tentar chamá-lo pelo nome certo. Não ia prestar, então suspirei, pulando o nome. Eu nunca gostava de ver alguém agoniado daquele jeito, e com ele esse desconforto era mais que insuportável. – ‘Quem é... aquela mulher? ’

 

 

‘Saia. ’ – Mais frio do que nunca, ele tomava distância de mim, passando do meu lado. Fiquei parada ali, nem tendo forças para voltar a encará-lo. – ‘Isso não te interessa. Você já fez estragos demais aqui!’

 

 

‘Eu já disse que não foi intenç...!’

 

 

‘NÃO QUERO SABER!’ – O tom alto me fez virar para vê-lo. Sua expressão estava mais alterada que antes. – ‘CHEGA DE VOCÊ ESTAR SEMPRE SE METENDO ONDE NEM É CHAMADA! JÁ NÃO BASTA TE TER AQUI DENTRO! SAIBA QUE VOCÊ ESTÁ NESSA CASA SÓ POR VONTADE DE ROSALIE, SE NÃO FOSSE POR ISSO, JÁ TERIA FEITO DE TUDO PRA TE TIRAR DAQUI! VOCÊ É UMA IRRITANTE! EU NÃO TE SUPORTO MAIS!’

 

 

 

 

 

 

EDWARD CULLEN #

 

 

Não tomei consciência das coisas que eu estava dizendo, e no momento que finalmente me toquei, era tarde. Já estávamos brigando, de novo.

 

 

‘CALA A BOCA!’ – Ela gritou, pronta para revidar. – ‘ACHA POR ACASO QUE EU ESTOU FELIZ POR ESTAR VIVENDO COM VOCÊ SOB ESSA MERDA DE CASA? SABE POR QUE EU AINDA TE ATURO? PRA GARANTIR QUE VOCÊ NÃO MAGOE ROSALIE, ELA MERECE O MELHOR! E EU TENHO QUE FAZER COM QUE VOCÊ SEJA O MELHOR! ENTÃO PARE DE RECLAMAR DA SUA VIDA! VOCÊ JÁ TEM TUDO O QUE QUER!’

 

 

‘VOCÊ NÃO SABE NADA SOBRE MIM!’ – Rebati, totalmente fora de controle. – ‘NADA!’

 

 

‘QUER SABER?! VOCÊ TEM TODA A RAZÃO, E QUE SE DANE ISSO!’ – Nenhum de nós abaixava a voz, isso estava me deixando mais tenso ainda. – ‘POUCO ME IMPORTA ESSE SEU SHOWZINHO BARATO SOBRE ESSA PORCARIA DE SÓTÃO! É PERDA DE TEMPO SE PREOCUPAR COM VOCÊ! SEU IDIOTA!’

 

 

Não disse mais nada, só a vendo sair pela porta correndo. Fiquei ali parado por mais alguns segundos, que pareciam horas. Meu primeiro movimento foi pegar o quadro, o qual era o bem mais valioso que eu tinha. Agachei no chão, olhando para os detalhes da tela, que estava de costas para cima.

DROGA! POR QUE TUDO ISSO ESTÁ ACONTECENDO?!

 

 

Era incrível como Bella sempre dava um jeito de descobrir todos os meus segredos. Primeiro meu lance com Megan, depois meu estúdio, agora esta sala? QUE DIABOS ELA TEM QUE SABER DE TUDO?!

 

(n/a: essa parte aí de cima eu  tirei de um comentário que eu li da fic, eu amo vocês, mesmo!)

 

Sem cabeça para nada, peguei a tela e a ajeitei novamente em seu devido lugar, pendurada cuidadosamente por um fio em um prego na parede localizada no centro da sala. Fiquei um pouco mais calmo com o fato de ela não ter tido maiores danos.

 

 

É a coisa mais especial que eu tenho. O quadro de minha mãe, pintado por mim.

 

 

Prezava esse lugar de corpo e alma, tomando qualquer medida para evitar entrarem aqui. Nem meu pai e irmãos sabiam da existência dessa sala, pois se soubessem, acabariam com ela.

 

 

Depois da terrível morte de minha mãe, todos se comprometeram a falar o mínimo possível do assunto, praticamente o esquecendo. Eu não estava pronto pra isso, como talvez nunca estivesse. Então combinei com meu pai de me livrar das coisas dela, o que logicamente não fiz. Construí eu mesmo esta sala, lutando para manter viva a memória de minha mãe.

 

 

Não que minha família não a amasse incondicionalmente, mas a perda dela os afetou muito, não sendo capazes de tocar no assunto sem ser realmente necessário. Isso também me acertou, muito mais do que os outros. Pois foi dela que me veio à vontade de querer ser músico, pelo menos perto do que ela foi.

 

 

Mas agora era só uma questão de tempo para ela abrir a boca para meu pai, assim tudo iria para os ares. Não existia nenhuma possibilidade de ela não contar, pois isso nem sequer lhe interessava. E depois de toda a nossa gritaria, agora ela com certeza estava mais decidida do que nunca, o que era um problema para mim.

 

 

Sentei no sofá, encarando a pintura a alguns passos de mim. Fingir para eles que eu não me sentia mais incomodado com a morte dela não chegava perto da dor que é dizer pra si mesmo...

 

Mãe, eu sinto sua falta.

 

 

Suspirei fundo, saindo dos meus pensamentos internos e logo tendo que voltar a raciocinar. Precisava consertar o armário que a bendita maluca com certeza havia quebrado, mais do que nunca não posso descuidar daqui.

 

 

O problema é que só Emmett sabia onde estavam as malditas ferramentas! Lá vou eu ter que procurar o leso! Sem vontade nenhuma, dei uma última olhada na tela, direcionando-me para fora da sala.

 

 

 

-                                 x                                    -

 

 

 

BELLA SWAN #

 

 

 

Mesmo não tendo motivo nenhum, saí do quarto totalmente raivosa, talvez até faiscando fogo pelos cantos!

 

Ta legal, eu tinha motivo sim! O jeito que ele falou comigo não foi nada agradável! Ele vai ver só! Aquilo realmente me irritou!

 

 

Desci as escadas, por sorte não escorregando dos últimos degraus. Passei rapidamente pelos corredores, querendo logo sair ficar o mais longe possível do quarto dele. Andei pela sala, atravessando o sofá. O problema todo é que não tinha me tocado que um PAR DE PERNAS estava no meio do caminho! Resultado certo: caí direto no chão.

 

 

‘AIAIAI!’ – Juro que senti meu nariz achatar na queda. Pronto! Lá vai fazer cirurgia no nariz! Será que eu fico que nem o Michael? QUE SOOONHO! Ta, parei. – ‘QUE MERDA!’

 

 

‘Oh Bellinha!’ – Ouvi a conhecida voz de Emmett, parecendo estar surpreso em me ver. – ‘Caraca, você perdeu alguma coisa no chão? Quer ajuda?’

 

 

‘ORA SEU...!’ – Lá estava ele, esparramando no bendito sofá com uma revista da playboy nas mãos (novidade, hunf!), as pernas totalmente esticadas. TÁ EXPLICADO PORQUE EU CAÍ! Aquilo não eram pernas, e sim DOIS PEDAÇOS ENORMES E GROSSOS DE TORA! – ‘Esquece! Onde estão todos?’

 

‘Bem... deixa eu ver se me lembro... ahm...’ – Sentei no espaço ao lado dele, me aconchegando mais no móvel. Suspirei alto, já esperando que a resposta iria demorar muito pra sair. – ‘AAAH TA! Esme, Alice e Rosalie trocaram de roupa e estão malhando lá atrás! Papai e Jasper estão acompanhando elas no circuito. Coisa muito chata!’

 

 

‘Parece que você tem um passatempo muiiiiiiito mais legal... ’ – Disse irônica enquanto apontava para a revista, fazendo-o inclinar a cabeça pra trás. Pessoas lesas me irritam, sério! – ‘Essa coisa parece ser bastante educativa né?’

 

 

‘Aaaaah ta!’ – Exclamou, finalmente entendendo o que eu quis dizer. Respira Bella, respira! Se controla pra não sentar o cacete nesse cara! – ‘Não venha falar das minhas belezinhas! Elas são raríssimas, DIRETAS DO BRASIL!’

 

 

‘Brasil?’ – Arqueei as sobrancelhas, assustando-me um pouco com a resposta. – ‘VOCÊ COMPRA REVISTAS DE MULHERES PELADAS DO BRASIL?!’

 

 

‘LÓGICO!’ – Odiava quando a coisa mais doida do mundo era a mais obvia pra ele. Meu Deus, de onde esse leso veio? – ‘Elas são as MELHORES! Essa aqui é a edição de aniversário de lá! INCRÍVEL! Olha ESSA FOTO!’

 

 

Ele folheou a revista por algum tempo, inclinando-se depois para me mostrar a garota. Não era uma foto, e sim UM PÔSTER! MEEEEEEEEU DEEEEUS DO CÉU! AQUILO É UM PIERCING?! NAQUEEEELE LUGAAAR?!

 

 

‘É isso mesmo!’ – Ele deu um sorriso safado e sinalizou com a cabeça, parecendo ter entendido meu espanto. – ‘Muito boa né?’

 

 

‘TIRA ISSO DA MINHA FREEENTE SEU TARADO!’ – Praticamente gritei, amassando toda a revista nas mãos dele.

 

 

‘Ta bom, ta bom!’ – Ele revirou os olhos, pousando a pornografia sobre a mesa. Respirei fundo, me sentindo aliviada por não estar mais encarando aquela coisinha de metal nos lugares MAIS QUE ERRADOS! Emmett acariciava a revista, parecendo um retardado mental. – ‘Ah Pricilinha linda! Não fica assim não, Bellinha não entende o seu piercing!’

 

 

‘Cala a boca Emmett!’ – Bati em sua cabeça, automaticamente o fazendo gemer um pouco de dor enquanto massageava sua cabeça. – ‘Como é que Carlisle deixa você andar com essa coisa na mão? Isso traumatiza sabia?’

 

 

‘Só se for pra você!’ – Respondeu, todo bufante. – ‘Papai é MACHO, eu também sou MACHO! Todos dessa família são MACHOS! Bem... não sei o Jasper mas... eu sou MAAAACHO!’

 

 

‘É nessas horas que a mãe entra!’ – Revirei os olhos, rindo um pouco. – ‘Onde está ela pra te botar juízo hein Emmett?’

 

 

‘Minha mãe faleceu há quatro anos... ’ – Surpresa com o que disse, virei-me para ele, vendo a besteira que eu tinha falado. Ele estava cabisbaixo, com um sorriso bem fraco no rosto.

 

 

‘Ah... me desculpa eu...’ – Mordi meu lábio inferior, desesperada para tentar consertar a merda que fiz. – ‘Eu não... sabia. ’

 

 

‘Tudo bem... ’ – Suspirou, ainda com a mesma expressão.

 

 

‘Sinto muito mesmo Emmett... ‘ – Pousei uma mão em seu ombro, ele me encarou. – ‘Pense que ela está em um lugar melhor, e que com certeza olha vocês todos de lá, duvido que ela também não esteja torcendo pra vocês serem felizes!  ’

 

 

‘Obrigada Bella... ’ – Ele falou, colocando uma de suas mãos sobre a minha, sorrindo um pouco.

 

 

Derrepente um estalo rápido veio na minha cabeça, mostrando a pintura que eu havia encontrado no quarto de Edmundo. Analisei a tela com Emmett, percebendo certa semelhança. Loiros de olhos dourados... Meu Deus...

 

 

‘Emmett... ’ – Engoli um pouco de saliva, me prevenindo de travar na pergunta, mesmo sendo praticamente involuntária. – ‘Sua mãe se chama... por acaso... Elizabeth Cullen? ’

 

 

‘Por favor, Bella... ’ – Ele baixou a cabeça de novo, o que me deu mais um aperto no peito. – ‘Não gosto de falar sobre isso...’

 

 

‘Só me responde isso... ‘ – O incentivei, não conseguindo ser capaz de parar. Ele começou a alisar suas mãos de jeito frenético, até me deixando nervosa também. Sua boca se abriu, fiquei ansiosa por sua resposta. – ‘Por favor?’

 

 

 

 

‘Atrapalho alguma coisa? ’ – Dei um salto ao ver o safado parado bem ali, com a testa levemente franzida. DROGA! SEMPRE ALGUÉM TEM QUE ATRAPALHAR! E É JUSTAMENTE ELE TODA A VEZ! AAAAAAAAAAAAAH! – ‘Espero que não. ’

 

 

‘Só estávamos conversando sobre minha revistinha!’ – Ergueu aquela coisa nojenta como um troféu, beijando a capa. URGH! FIQUEI COM TRAUMA! – ‘Ainda não vou te dar! Não acabei de ver!’

 

 

‘Cala a boca Emmett!’ – Não tive como não rir dele. Ele até tentou disfarçar, mas foi bem engraçado! Edmundo coçou a cabeça, fingindo-se de indiferente. – ‘Quero saber onde você colocou a caixa de ferramentas. Preciso muito dela!’

 

 

‘Depois o descuidado da família sou eu!’ – Emmett revirou os olhos, arrancando um suspiro impaciente do safado. Ri mais um pouco. – ‘Xiii... o pior é que eu nem sei onde eu deixei! Foi mal mano!’

 

 

‘Está esperando o que pra começar a procurar? ’ – Edmundo sorriu, puxando o irmão pelo braço e o levantando de lá. Eles trocaram alguns tapas, mais como uma brincadeira. Era impressão minha ou o safado estava me ignorando? – ‘Do jeito que você é leso, vou ter que te ajudar também!’

 

 

‘Bellinha também vai!’ – Me assustei um pouco ao ouvir meu apelidinho carinhoso, fitando os dois irmãos na minha frente. O safado mantinha uma cara séria, que eu não consegui entender. – ‘Quanto mais mãos melhor! Né?’

 

 

‘Acho que vou ver se Alice já acordou! ’ – Queria muito ajudar Emmett com isso, mas não sei se aguentaria Edmundo me encarando do jeito que estava agora, então resolvi inventar uma desculpa básica. – ‘Ela até queria falar comigo! Ahm... Até loguinho!’

 

 

Saí de lá com uma pressa exagerada, escorregando em alguns degraus e quase me estabecando no chão quando cheguei ao segundo andar. Respirei umas três vezes antes de começar a caminhar pelo corredor, passando pelo meu quarto. Tenho certeza que Alice ainda estava dormindo, então nem tentei bater na porta.

 

Quando estava bem na frente da porta de vidro ligada à varanda, senti algo vibrar no meu bolso. Peguei o telefone, vendo o número da tela. Jacob Black. Engraçado, não era pra eu estar dando pulos de alegria e atender ao telefone no mesmo instante? Finalmente me toquei que se não apertasse logo naquele botão verde, perderia a porcaria da ligação.

 

 

‘Alô.’ – Respondi, nem dando conta do meu tom. Olhei para trás, certificando-me se estava sozinha no corredor.

 

 

‘Nossa, que recepção calorosa essa sua hein?’ – Jacob riu um pouco, e eu também. – ‘Também te amo!’

 

 

‘Por que só agora você ta me ligando?’ – Perguntei, esperando pela resposta dele. Estava bem chateada e precisando de um apoio dele, mesmo que não pudesse saber de nada do que está acontecendo aqui. Entrei na varanda, encostando-me na sacada de mármore. – ‘Faz dias que não nos falamos. ’

 

 

‘Ah Bella! Por favor!’ – Ele exclamou, e eu mal o reconheci. – ‘Você pode estar curtindo aí com as meninas, mas eu tenho coisas aqui pra fazer! Sinto muito, não estou tendo muito tempo esses dias. ’

 

 

‘Tudo bem... eu entendo...’ – Respondi sem vontade. Estava cansada de ser tratada mal tanto no mesmo dia. – ‘Só não precisava falar assim. ’

 

 

‘Amor... me desculpa.’ – Ouvi seu suspiro na linha, então ficamos calados por um tempo. Ele continuou a falar. – ‘Eu tenho que ir, só liguei pra saber como você estava. Seus pais mandaram lembranças, o telefone ainda não foi consertado, por isso ainda não te ligaram. ’

 

 

‘Tudo bem então. ’ – E antes de qualquer “tchau” de nós dois, o telefone já estava mudo.

 

 

 

‘Ai... Por que isso tudo acontece comigo?’ – Suspirei, deslizando meus braços pelo mármore morno, olhando o horizonte.

 

 

‘Acredite... também me faço essa mesma pergunta.’ – MAS QUE ¨$@%¨$@%¨$%¨$@%¨$%¨@$%¨$@%¨$@%¨$$¨ QUANTAS VEZES MAIS EU AINDA VOU TER QUE ME ASSUSTAR COM ESSE SAFADO APARECENDO DO NADA DO MEU LADO?! PUTAMERDA, NINGUÉM MERECE! – ‘Que foi?’

 

 

‘VOCÊ POR ACASO TEM ALGUM DISTÚRBIO DE PERSONALIDADE?!’ – Gritei mesmo, soltando os bofes pra fora, mas o safado não pareceu se importar. – ‘QUE SACO! PÁRA DE ME ASSUSTAR DESSE JEITO!’

 

 

‘Pára de agir feito maluca! Não foi nada de mais!’ – Ele riu da minha cara, eu a virei emburrada para olhar o horizonte de novo.

 

 

‘Por que você veio aqui me perturbar?’ – Perguntei, sem olhá-lo e muito menos entendendo o que se passava na cabeça dele. – ‘Já não basta o que aconteceu no seu quarto?’

 

 

‘Esqueça o que aconteceu por um minuto ta?’ – Finalmente tive coragem de encará-lo. Aquelas piscinas líquidas brilhando com a luz do pôr-do-sol... – ‘Só quero que... você venha comigo agora.’

 

 

‘H-hã?’ – Tarde demais. Já estava sendo puxada por ele, saindo da sacada pela mesma porta de vidro.

 

 

 

 

-                            x                                -

 

 

 

Ainda estava confusa com a estranha mudança dele. Será que ele se drogou e agora ficou todo manso comigo? Credo! Odeio homem drogadinho!

 

Olhei para baixo, involuntariamente meus olhos caindo sobre nossas mãos. Acho que ele não tinha percebido que estávamos com elas dadas. Meu primeiro pensamento foi tirá-las de lá, mas não estava com coragem o suficiente. Me deixei levar pela temperatura de sua mão, morna e confortável. DEUS DO CÉU BELLA! ACOOOORDA MENINA!

 

 

Finalmente paramos e eu olhei para frente. Estávamos no quarto dele de novo.

 

 

‘Se quer brigar comigo de novo pode vir! EU NÃO TENHO MEDO DE VOCÊ TA?’ – Eu disse, me preparando para dar uma de Balboa quando estivesse na hora. Em vez disso o safado me olhava com uma das sobrancelhas erguidas, parecendo não estar entendendo nada. QUE FOI? QUER DAR UMA DE BURRÃO PRA CIMA DE MIM AGORA? NÃO ROOOOLA MESMO!

 

‘DÁ PRA PARAR COM ISSO?!’ – Ele me respondeu no mesmo tom de voz. Já ia abrindo a boca pra falar, mas o maldito me interrompeu! – ‘É TÃO DIFÍCIL ASSIM ENTENDER QUE NÃO QUERO BRIGAR COM VOCÊ?!’

 

 

Cruzes os braços e virei a cara, nem querendo saber dele. Por que eu ainda estou aqui? Bella, você é uma anta mesmo! O ouvi suspirar, mas nem isso me fez encará-lo de novo.  

 

 

‘Você estava certa. ’ – Nesse momento o encarei de novo, meus olhos arregalados com a confissão. – ‘Elizabeth Cullen é o nome da... nossa mãe. E é ela que está pintada naquela tela... ’

 

 

‘Estava certa?’ – Me lembrei rapidamente de minha curta conversa com Emmett, ficando surpresa com a minha conclusão. – ‘Você estava ESCUTANDO?!’

 

 

‘Foi só uma pura coincidência, nada de mais!’ – Explicou ele, sorrindo levemente. – ‘Achei melhor intervir, já que... bem... ele estava se sentindo desconfortável com o assunto.’

 

 

‘ah... ‘ – Suspirei ao lembrar da expressão de Emmett, uma pontadinha de culpa me invadiu. – ‘Tenho certeza que você também não quer falar sobre isso, ficou bem claro pra mim depois de estarmos lá dentro daquela sala. Então... Por que você está me contando agora?’

 

 

Ele ficou em silêncio, esbanjando um sorriso torto. Ele virou de costas, rindo baixo. Fiquei ali parada e sem entender nada, ansiosa por uma resposta dele.

 

 

‘Você acreditaria se eu dissesse que... ao ver você conversando com meu irmão sobre nossa mãe... ’ – Ele riu de novo, o que me fez engolir seco. – ‘Me fez ter... necessidade de... falar com você sobre isso?’

 

 

Senti me faltar o ar, aquelas palavras me pegaram um pouco desprevenida. Ele ainda não me encarava, só rindo baixo novamente.

 

 

‘Vem. ’ – Ele disse, começando a andar para a estante de livros. – ‘Quero te contar o resto de tudo...’

 

 

Mesmo sem ele me olhar, sinalizei com a cabeça, o seguindo lentamente enquanto ele tirava o “Morro dos Ventos Uivantes” do lugar onde cuidadosamente estava encaixado.

 

 

 

 

 

Não tinha me dado conta de quão grande era aquela sala, até tirava meu fôlego andar por lá! Edmundo me mostrou cada uma das fotos espalhadas pelo local, todas com uma história diferente. Apoiei minhas mãos no grande armário de madeira, onde em cima dele estava pendurado a pintura. Fixei meu olhar nela, ficando embasbacada com a beleza dela. A mulher parecia um anjo.

 

 

‘Linda, não é?’ – Ouvi o safado falar, sua voz fazendo um fino eco no lugar. Me arrepiei um pouco ao escutar o som. – ‘Quando as pessoas a viam, não conseguiam mais tirar os olhos dela. Ela sempre teve essa força sobre os outros. ‘

 

 

‘Ela é realmente muito bonita... ’ – Concordei com ele, sorrindo sem perceber. Olhei para a parte de cima do armário, vendo fotos que ainda não tinha notado ali. Eram de pequenos shows e palcos, onde ela sempre estava cantando. Não resisti à curiosidade. – ‘Sua mãe cantava? ‘

 

 

‘Sim. ’ – Olhei para trás, o vendo sentado no sofá a alguns metros de mim. Estava apoiando seus braços nas pernas, me fitando com um sorriso terno que me fez ficar corada. – ‘Ela tinha uma voz incrível, todos amavam quando ela cantava. Principalmente eu e meus irmãos. ‘

 

 

Ele falava da mãe com orgulho, o que me deixava mais mal ainda. Estava claro que a pessoa que mais sofreu com a perda dela foi ele. Mordi o lábio, pensando como seriam se tivesse perdido Renée. Tremi só de imaginar isso.

 

 

‘Ela finalmente iria realizar seu sonho... ‘ – Agora ele não olhava mais para mim, e sim para a pintura atrás. A cada palavra dele meu coração doía, era horrível. – ‘Estava indo ao encontro de um produtor musical muito famoso daqui, foi nesse dia que tudo aconteceu... ‘

 

 

Fiquei calada, só com os olhos nele. Seu foco estava longe, como se estivesse lembrando de cada detalhe para si mesmo em vez de contar para mim. Passeava minhas mãos freneticamente pelo móvel atrás de mim, nervosa por escutar a história.

 

 

‘Foi de tarde, mais ou menos umas 17:00 hrs. O céu estava nublado, mas isso não a impediu de ir para o estúdio. Eu insisti muito para ir com ela, porém meu pai não me deixou sair de casa naquele dia. A chuva passou e nada dela voltar, então nosso telefone tocou... ’ – Ele respirou fundo e nós baixamos o olhar ao mesmo tempo. Sentia que pelo menos tinha uma noção do que ele havia sentido. – ‘Meu pai participou da cirurgia dela, mas era tarde demais. Morreu de traumatismo craniano, há quatro anos atrás... ‘

 

 

‘Eu... sinto muito mesmo... ‘ – Mordi o lábio de novo, ficando meio triste com aquilo. O tanto que eles devem ter sofrido, com certeza foi horrível. – ‘Eu não sab... ‘

 

 

Minha mão deslizou em um pequeno pedaço de papel que chamou minha atenção. Peguei para vê-lo mais de perto, estava bem embrulhado. O abri tranquilamente, certamente chamando a atenção do safado pra mim. Era uma espécie de letra com algumas cifras em cima. Uma... música?

 

 

‘O que foi?’ – Olhei para ele, que me encarava confuso.

 

 

‘Não é nada! Eu só... ‘ – Pensei em inventar alguma coisa, mas ele já tinha visto o papel na minha mão, do jeito que ele percebe tudo! Meio receosa, respondi o que ele queria. – ‘Eu só encontrei uma coisa... ’

 

 

Ele estendeu a mão para mim, e eu caminhei até onde estava. Entreguei o papel para o safado, esperando por alguma briga ou algo do gênero, mas ele só analisava o papel que eu havia lhe dado. Esbanjou um sorriso nos lábios, e eu respirei aliviada. Uma briga a menos, por enquanto!

 

 

‘Minha mãe escreveu essa música. Uma vez ela a mostrou para mim. ‘ – Ele ainda olhava para a letra, alargando o sorriso um pouco mais. – ‘Disse que a fez com base numa carta que ela escreveu para meu pai. ‘

 

‘A letra é linda. ’ – Acrescentei, meus olhos pousando no violão ao lado do sofá. Era preto e marrom, muito bonito. – ‘Você pode mostrar? ‘

 

 

Ele me encarou, fazendo uma careta que não tive como não rir. Me estiquei um pouco e peguei o violão,erguendo-o para ele.

 

 

‘Me mostra a música!’ – Eu falei ainda rindo um pouco, deixando o violão encostar na perna dele. – ‘Quero ver como ela é! ‘

Ele pegou o instrumento, mas ainda ficou me encarando. Sentei do seu lado, dando um sorriso de deboche.

 

 

‘Vou tentar não ligar pra sua voz horrível ta?’ – Comentei, arrancando uma risada dele. – ‘Prometo!’

 

 

‘Voz horrível é a última coisa da minha lista que eu teria. ’ – Ele retribuiu com um sorriso torto, ajeitando o violão em seu colo. – ‘Tente não ficar hipnotizada por mim okay? ‘

 

 

‘Haha! Metido!’ – Nós dois rimos, foi então que ele começou a tocar.

 

 

MÚSICA:
http://www.youtube.com/watch?v=lTwXB-cixMM

 

 

 

O instrumento tinha uma aparência meio velha, me impressionando um pouco por ele estar afinado. Como a sala em que estávamos era um compartimento oco, o eco das cordas era muito bem escutado. Ele passava de corda em corda rapidamente, com certeza nem precisando da letra para saber as notas.

 

 

If I give up on you I give up on me
If we fight what's true, will we ever be
Even if God himself and the faith I knew
Shouldn't hold me back, shouldn't keep me from you
 

 

 

Um súbito choque passou por mim assim que ele começou a cantar. Estava concentrado, não deixando a música sair do ritmo de sua voz, pelo menos era assim que parecia pra mim! Agora o choque teimava em me arrepiar, fazendo meus pêlos eriçarem.

 

 

Tease me, by holding out your hand
Then leave me, or take me as I am
And live our lives, stigmatized

 

 

Só agora havia percebido minha boca escancarada ali. Baixei o olhar e mordi o lábio para fechá-la, voltando a encarar o safado de novo. Nossos olhares se encontraram no momento exato, corei um pouco. Ele esbanjou seu sorriso torto, tirando o meu fôlego na hora enquanto cantava. Aquela voz ecoava na sala e em minha mente, deixando-me cada vez mais encantada por ela.

 

 

I can feel the blood rushing through my veins
When I hear your voice, driving me insane
Hour after hour day after day
Every lonely night that I sit and pray

 

 

Fiquei impressionada que mesmo ele me encarando, continuava a tocar com perfeição. Era totalmente diferente das coisas que eu sou acostumada a escutar! Não conseguia descrever aquilo! Era simplesmente lindo...  e praticamente perfeito.

 

 

Tease me, by holding out your hand
Then leave me, or take me as I am
And live our lives, stigmatized

 

 

Foi então que comecei a ver a situação com outros olhos. Edmundo não era uma pessoa ruim, só incompreendido. Não queria sentir pena dele, mas era quase impossível. Perder a mãe já é demais, não poder desabafar essa dor com certeza era pior ainda. Eu havia parado de piscar desde o momento em que ele começou a cantar. Mas, pensando bem, pra quê eu tinha necessidade disso? Estava totalmente hipnotizada por ele!

 

 

We live our lives on different sides,
But we keep together you and I
Just live our lives, stigmatized

 

 

MEU DEUS! ONDE É QUE MINHA CABEÇA SE METEU PRA FICAR FALANDO ESSAS BESTEIRAS?! Não, não! Hipnotizada não era a palavra certa! Eu estava... estava... admirada pelo talento dele, só isso! Nem havia notado a intensidade do olhar dele sobre mim, aqueles olhos dourados brilhantes, lindos e maravilhosos...

 

 

PELA MORDE DEUS! ALGUÉM ME BATE, POR FAVOR? EU ESTOU SIMPLESMENTE ENCHENDO ESSE CARA DE ELOGIOS! ESTOU LOUCA! SÓ PODE SER ISSO! NÃO DÁ PRA ESQUECER O QUE ELE FEZ COM ROSE! NÃO POSSO E NÃO VOU!

 

 

We'll live our lives, we'll take the punches every day
We'll live our lives I know we're gonna find our way

 

 

Mas isso também não impedia de ter uma relação amigável com ele, lógico, pelo bem de Rosalie é claro! Finalmente tive chance de respirar de novo, já que agora ele encarava o violão, aumentando mais e mais a intensidade das notas. Prestei atenção em cada movimento seu, sentindo minha boca abrir lentamente outra vez.

 

I believe in you
Even if no one understands
I believe in you, and I don't really give a damn
If we're stigmatized

 

 

Como uma pessoa que eu mal suporto ver no dia pode ser tão... linda? O sorriso torto, o rosto, o cabelo, o corpo... os olhos. Lá estávamos nós, nos encarando de novo sem nem um pingo de discrição. O mais estranho era que eu não me incomodava como antes, agora eu até achava bom. Uma sensação confortável...

 

 

We live our lives on different sides
But we keep together you and I
We live our lives on different sides

 

 

Tenho que confessar, ele realmente tinha vocação para cantar. Não importava o quanto ele aumentava ou baixava o tom de voz nas notas, continuava linda. Meus olhos não se moviam para canto algum, totalmente fixados nele. Eu não me entendia porque estava fazendo isso, só não conseguia parar.

 

 

We're gonna live our lives
Gotta live our lives
We're gonna live our lives
We're gonna live our lives, Gonna live our lives,

 Stigmatized

 

 

Uma coisa era certa, ele gostava muito do que fazia. Estava praticamente escrito no seu rosto, sorrindo enquanto continuava a música. Não segurei o sorriso também, sentindo uma alegria exagerada dentro de mim. Gostava de vê-lo feliz, talvez até muito mais do que eu deveria. As notas do violão ficaram cada vez mais lentas, sinalizando que a melodia estava acabando. A última nota foi tocada, a música havia acabado.

 

 

Eu respirava com dificuldade, meio que não acreditando no que eu tinha presenciado ali. Tantas perguntas que queria fazer, mas o medo de deixá-lo mal falava mais alto, bem mais alto.

 

Não sei por quanto tempo mais ficamos nos encarando, o primeiro movimento foi dele. Tirou o violão do colo, posicionando-o ao lado do braço do sofá. Ele suspirou e passou a mão pelos cabelos, finalmente me botando em consciência de novo.

 

 

‘Já procurei essa carta por todo o lugar, mas acho que foi a única coisa que não consegui salvar de minha mãe. ’ – Ele disse, baixando a cabeça, mas logo me fitando novamente. – ‘Não sou tão bom quanto ela, mas... ‘

 

‘Não...’ – Praticamente sussurrei, nem tendo consciência do que dizia. – ‘Foi perfeito... você é... perfeito... ‘

 

 

 

EDWARD CULLEN #

 

 

Taí uma coisa que pensei nunca escutar na vida: Bella Swan, a maluca histérica que nutre um ódio mortal por mim, me chamar de PERFEITO! Talvez seja o efeito da poeira do lugar, preciso limpá-lo outra vez urgentemente!

 

Ela saltou um pouco, passando a mão pelo pescoço e deixando o olhar vagar pela sala, parecendo estar nervosa. Segurei o riso.

 

 

‘Bem... ahm... quer dizer... ‘ – Pigarreou, mordendo o lábio inferior. Só agora ela havia se dado conta do que tinha dito! Ela é maluca mesmo! – ‘V-você é bom! M-muito bom mesmo! Devia tentar a sorte numa carreira... ‘

 

 

‘Acredite, quero muito tentar... pelo menos isso. Mas, meu pai... ‘ – Ela já sabia demais, tinha que parar por ali mesmo. Porém, alguma coisa nela, naqueles olhos chocolate, diziam que eu podia cegamente confiar meus segredos a ela. Fui contra a minha razão, disposto a falar. – ‘Ele sempre culpa a música pela morte de minha mãe, proibindo tudo haver com isso se possível. Não tenho escolha senão seguir os passos dele, para evitar uma decepção maior ainda. ‘

 

 

Um longo silêncio surgiu entre nós, só mantínhamos contato visual um com o outro. Acho que ninguém poderia entender o estranho alívio que sentia após ter falado tudo a ela, até mesmo eu nem compreendia!

 

 

Foi então que subitamente fui tirado dos pensamentos pelo leve toque de Bella, sua mão pousada na minha, sempre a temperatura dela um pouco mais elevada. Fiquei meio surpreso com a ação da maluca, mais ainda quando mexia seus dedos sobre a costa de minha mão, como uma carícia.

 

 

‘Posso não entender muito dessas coisas, mas... ‘ – Ela mordeu os lábios, olhando para o lado e logo voltando a me encarar. – ‘Você tem um talento enorme, e não pode desperdiçá-lo assim. Entendo que esteja preocupado com seu pai e que quer fazê-lo feliz, mas não é justo com você. Você devia tentar, você TEM que tentar! ‘

 

 

O jeito com qual ela me olhava deixava-me intrigado. Talvez nossa convivência não fosse a mais pacífica possível, mas podia ver que realmente aquilo lhe preocupava, e o mais importante, pelo menos pra mim, é que ela também entendia.

 

 

Nem um segundo havia se passado quando vi nossa proximidade. Estávamos a centímetros de distância um do outro, prestes a cometer o mesmo erro imbecil da última vez. Tinha a sensação de perigo e outra que não conseguia distinguir, talvez atração ou até mesmo... desejo?

 

 

Mas antes de qualquer coisa ela já havia levantado, praticamente dando a entender que não queria ficar ali para ver o que aconteceria. ESPERE UM POUCO! IA ACONTECER ALGUMA COISA?! NÃÃÃO! LÓGICO QUE NÃO!

 

 

‘Bem... eu... ‘ – Ela gaguejava, com uma mão atrás da nuca. Eu realmente devia agradecer por essa ação dela, mas então... por que eu me sentia tão estranho? – ‘Acho que... sumi por tempo de-demais! Preciso ir ao quarto tomar um banho né? ‘

 

 

‘Claro. ‘ – Sem querer ser abusado, mas ela estava mesmo precisando. Bella suava nervosamente, sem nem estar fazendo calor no lugar. Achei aquilo bem interessante. – ‘Eu entendo. ‘

 

 

‘Ahm... então... tchau? ‘ – Ela não passava muito tempo com os olhos em mim, sempre procurando lugares diversos para pousar a vista.

 

 

‘Acho que um até logo seria melhor. ‘ – Completei, e, em um ato de educação, estendi minha mão para ela. – ‘Não é? ‘

 

 

‘Oh! ’ – O sorriso dela saiu de um jeito bem estranho, mais parecendo como uma careta. Sua mão estava estendida, apertando receosamente a minha. Não liguei para a quantidade de água em suas mãos, só encarando seu rosto. – ‘É mesmo! ‘

 

 

‘Até Bella. ‘ – Eu disse, sorrindo para ela. Em segundos seu rosto estava vermelho, e eu segurei o riso, claro! – ‘Te vejo depois. ‘

 

 

‘A-a-até! ‘ – Ela fez pressão para que eu soltasse sua mão, o fiz sem reclamar. Nos encaramos pela última vez, eu alargando mais meus lábios num sorriso. Bella coçou a cabeça e passou por mim, andando sem olhar para trás.

 

 

Segui seus passos com os olhos, só virando-me para vê-la se afastando até que sumisse de vista.

 

 

Mal Bella sabia, mas eu estava totalmente agradecido por ela ter tido a paciência e compreensão para me escutar. Não sentia mais peso nenhum na consciência, e tudo graças à pessoa que mais me odiava. Irônico, não?

 

 

 

-                                x                                  -

 

 

 

ROSALIE HALE #

 

 

Rosalie, você é linda, loira, esbelta, elegante e legal. Não precisa ficar se preocupando com nada! Isso é uma coisa boa, se eles estão se dando bem, você devia estar com as mãos voltadas para o céu e cantando ALELUIA alegremente pela casa!

 

 

Grrr. Odeio sentir essa coisa horrível. Mais brutamente falando, ciúmes. HAHA, eu, com ciúmes? NUNCA!

 

 

 ‘E esse daqui, ficou lindo né? ‘ – Lá vinha Alice pentelha na minha direção, com o vigésimo vestido para pedir opinião. Se eu estivesse com uma arma na mão, já teria dado um tiro nela há séculos! – ‘Esse não tem do que reclamar! Ele aperta nos lugares certos e... ‘

 

 

‘Ta Alice! Esse está MAGNÍFICO! ‘ – Disse, tentando esbanjar alegria. – ‘Como  todos os outros dezenove vestidos lindos que você já provou! ‘

 

 

‘AAAI MANA! ‘ – Ela começou a bater o pé e fazer seu biquinho clássico, revirei os olhos. – ‘Já basta UMA Bella na minha vida, POR FAVOR! ‘

 

 

‘Alice, minha irmãzinha linda! ‘ – Forcei um sorriso, sendo a mais “simpática” possível. – ‘Tudo fica bom em você! Perfeito! Precisa mesmo PEDIR OPINÃO DE CINCO EM CINCO MINUTOS DE ALGUÉM?! ‘

 

 

‘Ai! Esquece! Ficar com você não está dando certo! Não HOJE! ‘ – Não hoje? Será que minha TPM ta chegando? Oh caara, QUE MERDA! – ‘Eu vou atrás do Jasper, ele sim vai me ajudar! ‘

 

 

Ela virou a cara para mim, enfiando seu par de havaianas nos pés e andando arrebitada até a porta, abrindo-a em seguida. Mal havia encostado no travesseiro, só ouvi um estrondo mais a frente de mim.

 

 

‘AAAI MINHA CABEÇA! ‘ – Ouvi Alice reclamar em voz alta, sentei-me na cama para ver melhor o que tinha acontecido. OMG! Lá estavam Bella e minha irmã, ambas com a mão na cabeça e com caras de dor. Eu ri, já tendo uma ideia do que tinha acontecido. ENCONTRÃO! TAVA NA CARA! – ‘DOOOOI, COMO DÓI! ‘

 

 

‘Pára de reclamar! ‘ – Bella disse, se levantando meio bamba. – ‘Sua cabeça não é um puf da vida okay? ‘

 

 

‘Ai, não to com paciência pra isso! ‘ – Se Alice não saísse realmente dali, explodiria fácil, fácil. Cabeça e altura eram coisas que não se podiam falar na frente dela. – ‘Vou encontrar Jasper. Espere só Bella, VOCÊ ESTÁ FERRADA! MUITO FERRADA! MUAHAHAHAHAHA! ‘

 

 

‘AAAAH! SAI DAQUI VAI! ‘ – Minha amiga empurrou Alice para fora, batendo a porta em seguida com força, nós duas rimos. – ‘ ÔH MEU DEUS! ESSE SIM É MEIO ENCOSTO ETERNO! ‘

 

 

‘Ela também te ama. ‘ Eu disse, tentando ficar indiferente. – ‘Onde você estava esse tempo todo? Não te vi desde que chegamos do parque! ‘

 

 

‘Bem... eu... ‘ – Ela coçou a nuca, logo depois tirando o moletom ridículo de monstro. – ‘Ah, eu só estava andando pela casa! Sabe como é, gravando o território! Aqui se eu não prestar atenção, me perco na hora. Hehe! ‘

 

 

‘Entendo. ‘ – Ergui a sobrancelha desconfiada enquanto Bella virava-se de costas para mim, começando a tirar a blusa rasgada. – ‘Vai tomar banho? ‘

 

 

‘É incrível como você sabe das coisas hein? ‘ – Sorri, ficando grata pelo reconhecimento. – ‘Vou sim! Acho que o cheiro dessa porcaria de moletom ficou em mim, saco! ‘

 

 

‘Ôh coisa boa! ‘ – Acrescentei, divertindo-a. Ela pegou o celular do bolso e o jogou na cama, sem muitas preocupações. – ‘A toalha já está no banheiro, nem se preocupe com isso! ‘

 

 

‘Rosalie... eu te adoro! ‘ – Foi meio estranho o modo que ela me disse isso, mas acabei por deixar passar. Ela estava na porta do banheiro, ainda me olhando. – ‘Por favor, dá um fim nessa coisa pra mim? ‘

 

 

‘Claaro, claaro! ‘ – Ri ao ver que ela apontava para o monstro. Ela sorriu e entrou no banheiro, me deixando sozinha no quarto.

 

 

Se ela estivesse mesmo andando pela casa, eu a teria visto. Nisso ela não havia pensado. Bem, talvez estivesse com Emmett, já que também não o havia visto desde que chegamos. Edward estava no seu quarto, descansando. Pelo menos foi o que me disse.

 

 

É, a possibilidade de ela estar com Emmett aquele tempo todo era a mais provável. Nunca que ela pisaria no quarto de Edward. SÓ EU TINHA ESSE DIREITO!

 

 

Mas mesmo assim, a proximidade deles me incomodava. Parecia que meu namorado estava mais disposto a ficar na companhia DELA do que COMIGO! Que coisa é essa?

 

 

Precisava fazer alguma coisa, mas... o quê?

 

 

Despertei-me de meus pensamentos com um toque de um celular. Olhei para os lados, tentando achar a fonte do som. Depois de uma procura besta, meus olhos pousaram na cama de Bella, vendo seu celular mexendo-se no colchão.

 

 

Levantei depressa e pulei para sua cama, pegando o telefone para ver o número. Fiquei meio receosa, pensando se atendia ou não. Jacob Black, sim ou não?

 

 

Quer saber? Ah, que se DANE!

 

 

‘Alô?’ – Atendi, falhando um pouco na voz.

 

 

‘Bella? É você?’ – Ele havia percebido que não, dei um riso, esperançosa com a possibilidade de ser reconhecida. – ‘Alô?’

 

 

‘Não é ela bestão!’ – Eu disse, e nós rimos juntos. – ‘Ela está no banho, sinto te desapontar!’

 

 

‘Olá pra você também Rose!’ – Pigarreou um pouco, respirando para abafar o riso. – ‘Como estão as coisas aí?’

 

 

‘Ótimas!  Melhores impossível!’ – Respondi, deixando de lado as pequenas coisas que me perturbavam constantemente. – ‘Bem, não vou nem perguntar sobre você! Já sei a resposta mesmo!’

 

 

‘Haha, engraçadinha. ’ – Ele disse com tom irônico, suspirando depois. – ‘Tudo bem então, eu ligo pra ela depois. Foi bom falar com você Rose! Até log... ’

 

 

‘Espera Jacob!’ – Quase gritei, mas me contive por causa de Bella no banheiro. – ‘Realmente precisava conversar com você sobre uma coisa... ’

 

 

‘Qual é o assunto?’

 

 

‘Bom... é melhor você se sentar em algum lugar e também ficar sozinho.’ – Aconselhei, ajeitando-me na cama. – ‘Quero te fazer uma proposta... ’

 

 

‘Ta legal.’ – Ouvi alguns passos e por fim uma batida de porta, confirmando que realmente ele havia feito o que eu havia pedido. – ‘Sou todo ouvidos agora.’

 

 

‘Ta certo Black, é o seguinte...’ – Comecei, cruzando os dedos para que essa ideia não passasse de uma simples loucura. Acho que nem era loucura, já que se desse tudo certo, Bella iria me agradecer bastante por isso! Muito mesmo!

 

 

 

 

CONTINUA...

 

Stigmatized - Traduzida

Se eu desistir de você eu desisto de mim
Se lutarmos pela verdade, ficaremos juntos
Mesmo se Deus e a fé que eu conhecia
Não deveriam me prender aqui, não deveriam me manter longe de voce

Chorus:
Me provoque, estendendo sua mão
Depois me deixe, ou me aceite como eu sou
E viveremos nossas vidas,estigmatizadas
Eu posso sentir o sangue correndo em minhas veias
Quando ouço sua voz, me deixando louco
Hora após hora dia após dia
Toda noite solitária que eu sento e rezo

Vivemos nossas vidas de maneiras diferentes
Mas continuaremos juntos, você e eu
Apenas viva nossas vidas, estigmatizadas
Viveremos nossas vidas, levaremos socos todos os dias
Viveremos nossas vidas eu sei que acharemos um jeito
Eu acredito em você
Mesmo que ninguém entenda
Eu acredito em você, e não dou a mínima
Se estamos estigmatizados
Vivemos nossas vidas de maneiras diferentes
Mas continuaremos juntos, você e eu
Vivemos nossos amores de maneiras diferentes
Vamos viver nossas vidas
Temos que viver nossas vidas
Vamos viver nossas vidas
Vamos viver nossas vidas, Temos que viver nossas vidas, Estigmatizados 

 fonte: www.vagalume.com.br

 

 

 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

OI MEU POVÃO GATÃO *-*

Ta legal, ta legal. Eu mereço as várias sapatadas que levo nos comentários de vocês, realmente acabei virando uma pessoa malvada para os leitores né? POR FAVOR GENTE, NAO FAÇO ISSO POR MAL! SÉÉÉÉRIO! :(

gosto pacas de vocês, sorry pela demora com o cap! Faço de tudo pra escrever o mais rápido possivel, nao quero ter suicidios nas minhas costas okay? eiusioeuosuieusouio ÊÊÊÊ (L)

DEUS DO CÉU, DE ONDE VEIO TANTOS COMENTS ASSIM?! G-ZUIS! CHOQUEEEI AGORA! VOCÊS SAO DEMAIS! AMO DE VERDADE TODOS OS RECADOS (L

por isso que agora queria uma opinião e vcs, já que essa fic nao anda sem seus leitores né? (h) eosiueuiosoeuio POR FAVOR, ME FALEM UM JEITO DE RESPONDER OS COMENTS DE VCS, QUERO MUITO FAZER ISSO, MAS REALMENTE É BEM COMPLICADO!

eu tava pensando em responder pelas páginas dos comentários mesmo, como resposta do autor, mas nao sei se a maioria vai ler as respostas...
SE TIVEREM UMA SOLUÇÃO, AGRADEÇO MUITO! TUDO PRA FICAR MAIS PERTINHO DE VCS *o*

Bem, é só isso mesmo! Não deixem de ler a fic hein?
AMO VOCÊS,
natasha.