Dilemas escrita por nana_cullen


Capítulo 19
Capítulo 15: O aniversário de Jasper: MUCHO MACHO




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CAPÍTULO 15: O ANIVERSÁRIO DE JASPER: MUCHO MACHO MAN!

 

 

 

BELLA SWAN #

 

 

Durante todo o resto do dia não falei com ele. Insultos, brigas, palavrões. Nada.

 

 

O máximo que eu fiz foi encará-lo assim que ele passou pela porta da casa, mas como uma reação espontânea ao rangido abafado dela. Nossos olhares se cruzaram, sendo eu a desviar primeiro. O que sentia agora era um misto raiva e frustração, em outras palavras: totalmente indescritível.

 

 

Mas pelo menos dei um fim na putinha, era isso o mais importante. A prioridade. Agora eu só teria que cuidar para que ele não cace outra, mantendo-o na linha. Tinha que admitir, seria bem mais complicado!

 

 

Ele também tentou conversar comigo diversas vezes, nada com que eu não desse um jeito de escapar. Que parte do: “Por favor, não fale comigo.” Será que ele não entendeu? Eu ainda pedi com educação! Era pra eu ter mandando ele pra merda e mostrando um belo de um cotoco!

 

 

O problema de tudo era o fato de que eu teria que ser pelo menos educada com ele, o que logicamente ele não merecia. Ai minha Virgem! O que agente não faz por uma amiga-quase-irmã?

 

 

Já estava mais do que na hora de levantar dessa cama! Por Deus, desde quando fiquei tão preguiçosa assim? Isso é o que dar ter um mordomo idoso “faz-tudo”, o sedentarismo chega de uma maneira horrível!

 

Finalmente arranjei coragem e fiquei de pé, tomando cuidado para não acordar as outras. Andei lentamente até a gaveta e peguei uma roupa, trocando ali mesmo. Não estava com saco para dobrar meu pijama, então embolei ele fazer algo parecido com uma bola e a arremessei direto na minha cama, atingindo o alvo.

 

Abri a porta em uma pequena brecha, saindo sem muito problema. Ser magrela tem um ponto positivo afinal!

 

 

 

Mal tinha saído do quarto e já estava escutando barulhos estranhos vindos do térreo. Parece que não sou a única acordada por essas bandas, espero que a companhia seja boa!

 

Curiosa, desci as escadas e sorri ao ver o lesado do Emmett. Ele estava em cima de um banquinho branco, pregando um jogo de luzes na parede.

 

 

‘Hey Emmett!’ – Exclamei, chamando a atenção dele. – ‘O que você está aprontando?’

 

 

‘Oi Bell... ’ – Ele se virou e alargou um sorriso, acenando pra mim de modo exagerado. O lesado se desequilibrou, fazendo um barulho estrondoso quando foi ao chão. MEU DEEEUS! SÓ FALTA TER FEITO UM BURACO AGORA!

 

 

‘Emmett!’ – Me agachei do lado dele e bati de leve em seu rosto. – ‘Você ta bem? Me diz, quantos dedos você vê?’

 

 

‘Bellinha... ’ – Era impressão minha ou ele estava ficando vesgo? Muito medo. –‘ ‘Cê é mutante! Desde quando uma pessoa normal tem 27 dedos em uma mão? Fala pro ET me levar num passeio de bicicleta?’

 

 

Ta legal, eu só tinha levantado meus três primeiros dedos da mão direita. Não achei nada demais, deve ser coisa de lesado mesmo! Então endureci a palma e dei um tapa em cheio na cara dele, fazendo-o ficar sentando rapidamente.

 

 

‘UUUUOOOOOOOOOOOU!’ – Não entendi muito bem o que ele disse, mas deixa pra lá. – ‘Essa foi SUPIMPA!’

 

 

‘Cala a boca Emmett. ’ – Eu disse, revirando os olhos e ficando de pé junto com ele.

 

 

‘Valeu Bella! Acho que eu estava precisando disso mesmo. – ‘ – Emmett coçava a cabeça, sorriso abobalhado. – ‘Tem marca?’

 

 

‘Ainda bem que não. ’ – Respirei aliviada. Um desenho de mão vermelha na bochecha dele não ia ser bom!

 

 

‘Aaaah droga!’ – Ele cruzou os braços e fez bico. Medo crescendo. – ‘Você bate que nem mulher Bellinha!’

 

 

‘Será porque eu sou uma?’ – Eu ri da cara dele.

 

 

‘É verdade né?’ – Ele riu e voltou a subir no banco, com mais um conjunto de luzes nos braços. – ‘Era só pra testar você! Ahm... Pega pra mim a fita durex?’

 

 

‘Vou fingir que acredito okay?’ – Olhei para onde apontou e dei o que pedia. Sentia pena do jogo que luzes quando Emmett os socava levemente para grudá-los na parede. Ainda bem que não sou homem pra lutar com ele! – ‘Pra quê tudo isso?’

 

‘Pro aniversário do Jaspinho. Dãã!’ – Ele falou como se fosse a coisa mais obvia do planeta. Nossa! Me desculpa então senhor eu-sou-sabidinho-lesadinho!

 

 

‘Mas ele disse que não queria muito exagero e...’

 

 

‘Ele não tem que querer! Eu, meu pai e meus irmãos fizemos o sorteio anual para preparar as festas! E esse ano é do Emmett! MUAHAHAHAHAHAHAHA!’ – A risada dele me fez recuar um pouco para trás, aumentando ainda mais o meu medo pessoal. Como é que Carlile não percebia que o lesado tinha problemas mentais sérios? – Vai ser uma coisa DO BALACOBACO MERMÃO! ESSA CASA VAI BOMBAR!’

 

 

Por que eu tinha a sensação que esse “balacobaco” todo vai me dar uma enorme dor de cabeça?

 

‘Você não vai ficar aí parada!’ – Emmett desceu do banco e ergueu uma caixa de papelão, largando-a em minhas mãos. Quase caí junto com ela!- ‘Pendura a outra parte do jogo no outro lado!’

 

 

‘Jasper por acaso sabe dessa “festinha”?’ – Pelo sorriso de Emmett, com certeza não. – ‘Ele não parece ser dos tipos que amam uma balada!’

 

 

‘Meu irmão é broxa cara, isso é fato puro!’ – Coitado do Jasper, nem aqui ele está pra se defender! Esses irmãos são os mais amorosos que eu já vi. – ‘Não se preocupa, vai ser tarde demais. A festa já terá começado!’

 

 

‘Ele saiu?’ – Perguntei, colocando aquelas coisas esquisitas na parede. Com a ajudinha de uma cadeira bem firme, claro!

 

 

‘Uhum!’ – A animação de Emmett estava começando a me contagiar! – ‘Com papai e Esme. ’

 

Eu ainda ia pegar Esme para uma longa conversa! Ela anda bastante íntima do doutor bonitão hein? Na verdade acho que até seria bom para Esme se ela deixasse se envolver de novo, amar alguém nunca é ruim. Quem sabe, não é? Deixei esse assunto de lado e me foquei nas luzes, se elas estivessem fora do lugar Emmett ia me esmagar. Estremeci com a ideia, tomando muito cuidado para fazer isso direito.

 

 

 

As brincadeiras e asneiras de Emmett me entreteram o bastante para não sentir tanto o cansaço de carregar caixas ou decorar a enorme sala principal. Ele era meu melhor amigo por aqui, um lesado muito bondoso. Ainda faltava bastante para acabar tudo, pelo menos era isso que ele dizia! Ai Deus, é só uma festa de aniversário NÃO UM EMBALO DE SÁBADO A NOITE!

 

 

‘Bellinha!’ – Emmett tinha acabado de arrastar o imenso sofá e nem suando estava! – ‘Esqueci umas coisas no meu Jipe, põe essas poltronas ali no canto?’

 

 

‘Você só pode estar querendo me matar né?’ – Exclamei, limpando um litro de suor da testa. – ‘Eu não consigo mudar essas coisas de lugar sozinha!’

 

 

‘Ah Bella!’ – Ele falou antes de sair pela porta. – ‘Não seja modesta! Ponha a mão na massa garota, pois você não vai se arrepender!’

 

 

Maravilha! Eu não sou nenhuma mulher-macho! Não está vendo meu tamanho não? Muito obrigada pela consideração, também gosto pra caramba de você Emmett!

 

Deixei minhas reclamações internas de lado e segui para a poltrona, tentando inutilmente empurrá-la para o final da sala. Ela só saiu um pouco do lugar, mas nada de muito impressionante. Como uma coisa tão bonita e confortável pode ser tão pesada?

 

 

‘Problemas com peso?’ – A voz que eu menos queria ouvir hoje. O safado estava ali, do outro lado da poltrona e de braços cruzados, com um sorriso torto no rosto. – ‘Quer ajuda?’

 

 

‘É uma proposta muito tentadora, mas vou ter que recusar sabe?’ – Tentei ser a mais ácida possível, mas isso só fez o maldito sorriso dele se alargar. – ‘Eu ODEIO pessoas que não cumprem tratos que prometeram. Elas costumam não prestar. ’

 

 

‘Ainda bem que não sou uma delas. ’ – Ele riu um pouco, passando a mão nos cabelos semi-molhados.

 

 

‘Será que você não entende o conceito da frase “não quero que fale comigo”? – Voltei a empurrar a maldita da poltrona. Concentração Bella, você consegue tirar essa porcaria do lugar!

 

 

‘Entender eu até que entendo. ’ – A coisa começou a se movimentar, e só não pulei de alegria por causa da companhia mais que desagradável. Pelo menos ela chegou ao canto! – ‘Mas isso não quer dizer que vou fazer. ’

 

 

O encarei novamente e percebi que suas mãos estavam apoiadas no braço da poltrona. FILHO DA PULÍCIA MILITAAAAR! ELE ME AJUDOOOOU! SEU &%*%¨$%$*%¨$%¨$*¨$&%&$%¨! Calma Bella, calma. Respira...

 

 

‘Por que você simplesmente não sai da minha frente e me deixa em paz?’ – Perguntei rude. Que merda! DÁ PRA SAIR DAQUI? – ‘Eu tenho mais quatro dessas belezinhas para arrastar. ’

 

‘Não sei se você tomou consciência deste fato super interessante mas...’ – Ele pigarreou, indo em direção a outra poltrona e arrastando-a. – ‘Jasper é meu irmão, e Emmett não vai conseguir aprontar o que pretende sozinho. Carlile foi entreter o caçula enquanto eu e o mais velho preparamos e resto. Essa é a regra. ’

 

 

‘Felizmente eu já estou ajudando Emmett, então não precisa ficar gastando seu tempo aqui tudo bem?’ – Tentei arrastar o outro móvel, mas parecia que ele era pior do que o primeiro. – ‘Pode ir fazer qualquer coisa, menos se agarrar com outra garota que não seja Rose. ’

 

 

‘Pegar outra garota pra você me beijar de novo?’ – Ele estava na minha frente novamente, ajudando-me a movimentar a poltrona. O comentário tinha me pego de surpresa, me fazendo ficar corada. – ‘Não, obrigado!’

 

 

‘Você por acaso está insinuando que fiz aquilo porque EU QUIS?!’ – Bufei, fazendo força no móvel e prensando o safado com ele na parede.

 

 

‘Não falei nada!’ – Ele disse, rindo levemente. Isso só fez minha raiva aumentar mais. – ‘Mas se a carapuça serviu, então... ’

 

 

‘Eu não tive escolha!’ – Falei entredentes, me segurando para não voar em cima dele. – ‘Você disse que iria acabar tudo com ela na MINHA PRESENÇA! Eu ouvi bem claro o seu “prometo” na varanda! Você realmente não presta Edmundo!’

 

 

‘Olha só quem fala!’ – Ele cuspiu as palavras, querendo comprar briga. – ‘A pessoa que justamente diz para não me envolver com outras, teve coragem de me beijar! Que irônico, não é?’

 

 

‘A culpa é minha se você não tem palavra?’ – Disse curta e grossa, e ele finalmente pareceu um pouco abalado.

 

 

‘Você não tem direito de falar assim comigo. ’ – Ele saiu da parede e andou, só parando na minha frente. – ‘Você não passa de uma garotinha estérica que adora se meter onde não é chamada. ’

 

 

‘Até parece que o safado aqui tem algum direito sobre mim também!’ – Eu ri com os “elogios” dele, e logo voltei a ficar séria. – ‘Enquanto você não começar a dar valor às pessoas ao seu redor, vai continuar a ser essa coisa nojenta e baixa que é!’

 

 

‘Que fique uma coisa bem clara aqui. ’ – Ele se aproximou mais de mim, franzindo o cenho. – ‘Querendo ou não, você também traiu sua amiga. Precisamente desde o momento que sua boca tocou a minha, que por sinal não tem experiência nenhuma!’

 

 

‘ORA SEU...!’ – Eu estava prontíssima para arrancar a cabeça dele quando a porta da casa se abriu.

 

 

‘Cara, eu preciso consertar aquela trava! Dá um trabalhão danado pra fechar!’ – Foi quando ele percebeu que não estava sozinha. Ele deu aquele sorriso monstruoso de novo. – ‘Heey Ed, Bem na hora cara! Nós estávamos precisando de uma mãozinha extra!’

 

 

‘É, eu já tinha notado isso. ’ – Ele me olhou rápido e sorriu, se dirigindo até a outra poltrona. - ‘Então Isabella, vai ficar parada aí ou ajudar?’

 

 

Se ele tivesse citado matá-lo no meio das opções, teria respondido com muito prazer. Mordi meu lábio inferior, as coisas ditas por aquele safado batendo no meu cérebro repetidas vezes, causando-me até aquela dorzinha chata que nem remédio resolve. “Querendo ou não, você também traiu sua amiga. Precisamente no momento em que sua boca tocou a minha...”. Essas eram as que mais voltavam.

 

 

 

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EDWARD CULLEN #

 

 

Tudo ficou bem mais fácil depois que Alice e Rosalie acordaram. Até que para mulheres elas eram bastante fortes, tive que tirar o chapéu para as duas. Em compensação, sobrou para eu ajudar a maluca, carregando a mesa da sala e até arrastar o sofá para um outro lugar. Nossa discursão quase não me deixou incomodado, pois isso já estava virando um hábito. Brigávamos praticamente todo o tempo, sem ninguém ver, claro. Mas isso não me impediu de ficar um pouco abatido com a última conversa, o “quase”.

 

 

Era incrível como uma fala, com o tom e o modo exato para me atingir, latejava na minha cabeça, a fazendo parecer que ia estourar a qualquer momento. “Enquanto você não começar a dar valor às pessoas ao seu redor, vai continuar a ser essa coisa nojenta e baixa que é!”. Então é assim que as pessoas me vêem? Um cara repulsivo e ruim? Não, ela está enganada. Ela tinha que estar.

 

 

‘Tenho que agradecer a Alphonse esse almoço maravilhoso!’ – Ouvi Rosalie ao meu lado, apertando meu braço direito para mais perto dela. – ‘Como é que ele consegue fazer?’

 

‘Ele pode ser até velhote, mas sabe muito bem como encher meu tanque!’ – Emmett falou, dando tapas em sua barriga e dando um arroto estrondoso. Bella, que estava do lado dele, morreu de rir. Não sei por que, mas quando a olhei também caí na gargalhada.

 

 

‘Qual é a graça de uma coisa nojenta dessas?’ – Rosalie perguntou desgostosa. Alice também parecia concordar com ela. – ‘Que falta de educação Emmett!’

 

 

‘ Peraí! Vai sair um melhor!’ – E saiu! O segundo foi tão alto que por um segundo achei que estava surdo! – ‘Gostou bambina?’

 

 

‘AAAI QUE NOOOJO!’ – Rosalie se levantou enquanto todos nós riamos. Ela estava com a expressão estressada. – ‘Eu vou tomar banho! É melhor do que ficar aqui e ouvir toda essa porcaria!’

 

 

‘Vou com você também Rose. ’ – A maluca disse, saindo logo atrás dela. Suspirei alto assim que as duas sumiram, restando somente eu, Alice e Emmett.

 

 

‘Ed! Você nem sabe o que eu encomendei pra festinha do Jaspinho!’ – Apoiei minha cabeça com a mão direita, sem dar muita atenção a “surpresinha” dele. – ’55 litros geladinhos de URINA DO CAPETA!

 

 

‘Urina do quê?’ – Alice arqueou a sobrancelha, não entendo nada. Sinceramente, eu também não sabia! Fiquei calado, esperando que Emmett respondesse. Por um milagre ele captou a minha reação, revirando os olhos e logo voltando a falar.

 

 

‘Não acredito que você NÃO TEM IDEIA do que a urina do capeta seja!’ – Continuei com a mesma expressão, o que o fez bufar.

 

 

‘Uma bebida?’ – Isso era obvio de se adivinhar, mas falei só para acalmar Emmett.

 

 

‘Não é uma bebida. ’ – Ele disse seriamente, como se eu tivesse insultado algo muito importante. – ‘É “A” bebida! Te deixa doidão no primeiro gole. É TOTALMENTE DEMAIS!’

 

 

‘Espera um pouco!’ – Alice interveio na conversa, claramente aflita com algo. – ‘Vai ter bebida alcoólica na festa?’

 

 

‘Lógico Alicinha! ’ – Tive a estranha impressão de que a anãzinha não era lá muito fã de álcool. – ‘Festa não é festa sem as biritas!’

 

‘A-ah...’ – Ela engoliu seco, confirmando minha dúvida interna. – ‘E-está bem então!’

 

 

‘Convidei todo o povão conhecido daqui de Roma!’ – Era de se esperar. Emmett não sabia a diferença entre festa de aniversário e festa beber-cair-e-levantar! – ‘E também contratei o Barata! Essa vai ser a melhor farra de todas!’

 

 

‘Emmett, quem é esse Barata?’ - O nome não me era estranho, mas não conseguia lembrar muito bem.

 

 

‘MUAHAHAHAHAHA!’ – Eu e Alice nos encolhemos um pouco com a risada medonha de Emmett. Meu irmão realmente precisa de terapia! – ‘Você vai descobrir a noite meu bom homem!’

 

 

‘BARAAATA?!’ – Alice berrou, levantando-se da cadeira num salto. – ‘VOCÊ VAI BOTAAAR BARATAS AQUI EMMETT?! ENDOIDOU DE VEEEZ FOI?! QUER QUE EU MORRA É?! POR TUDO O QUE É MAIS CARO E LINDO NO MUNDO, NÃO FAZ ISSO COMIGO! POR FAVOOOOOOOOOOOOOOR!’

 

 

‘Alice... ’ – Eu suspirei, botando a mão na testa e automaticamente passando-a pelo meu cabelo. – ‘”Barata” é uma pessoa. ’

 

 

‘Aah... É mesmo é?’ – Ela sentou-se, dando risadinhas envergonhadas. – ‘Obrigada Edward!’

 

 

‘Disponha. ’ – Respondi, ficando de pé da mesa. – ‘Vou ver como Rosalie está. É melhor vocês voltarem ao trabalho de novo. ’

 

Os dois concordaram com a cabeça e eu sorri, saindo do local.

 

 

 

Abri a porta do quarto devagar, entrando com a maior sutileza possível. Maravilha, ela ainda estava no chuveiro! Sempre gostei de pegá-la no meio do banho, era nossa brincadeirinha particular. Tenho certeza que ela sentia saudades disso, e, pra falar a verdade, eu também.

 

 

A do banheiro estava encostada, o que facilita bem mais o meu trabalho. Brotei um sorriso maroto nos lábios. Será que ela deixou tudo fácil de propósito? Hmm. Isso é bom. Empurrei a porta levemente para frente, agradecendo muito por Alphonse ter passado óleo nas partes de metal, evitando-as de rangerem. Meu sorriso aumentou mais com a imagem.

 

 

O vidro do box era embaçado, mas ainda podia ver as suas curvas sinuosas e perfeitas. Tirei minhas roupas, colocando-as em cima da extensa pia de mármore. Andando lentamente, botei meus dedos na brecha do box e empurrei-o para o lado, ficando meio cego com o vapor da água quente. Ainda não podia vê-la nitidamente, mas a agarrei com força contra meu corpo.

 

 

‘Sentiu saudade?’ – Beijei seu pescoço e subi, roçando minha boca nele até chegar à orelha, mordiscando o lóbulo leve. Ela se arrepiou, mas não moveu nenhum músculo.

 

Foi então que, com o desaparecimento da névoa da água quente, notei que algo estava bastante diferente em Rosalie. Ela tinha escurecido o cabelo? Tratei logo de respirar fundo, confirmando nenhum cheiro químico em seu couro cabeludo. A virei o que julguei ser de frente para mim, ainda tentando compreender o que estava acontecendo aqui. O vapor desapareceu totalmente, um par de olhos chocolate arregalados e uma expressão petrificada entraram no meu campo de visão.

 

 

Lógico que Rosalie não havia pintado o cabelo. Não era nem ela que estava ali! Eu e Bella. Abraçados no banheiro. Totalmente sem roupas. Droga.

 

 

‘AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAHHH!’ - Nós dois gritamos juntos, totalmente desesperados. DAVA PARA FICAR PIOR?

 

 

Sim. Dava para ficar pior.

 

 

Ela se afastou e começou a jogar as coisas do banheiro em cima de mim. Shampoo, condicionador, esponja, hidratante, touca de banho. Não tinha percebido o sabonete no chão, pisando-o nele e, para meu completo azar, levando uma bela queda. É incrível como caindo totalmente pelado as coisas doem muito mais!

 

 

‘TAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAARADO!’ – Ela berrou enquanto se enfiava no box, pegando a toalha estendida. Com minhas roupas nas mãos, saí em disparada para fora do banheiro.

 

 

No meio do grande quarto, senti algo duro acertar em cheio minha cabeça, fazendo-me cair de cara no chão. O objeto pousou mais a frente, e só de vê-lo  fez minha cabeça latejar mais. Uma escova para coçar as costas, que maravilha!

 

 

‘EDMUUUUUUUUUUUUUUUUUNDOOOOOOO!’ – Olhei para trás, vendo um touro bufante em forma de maluca. Me preparei para levantar de novo, mas foi tarde. O touro já estava em cima de mim, engoli seco.

 

 

‘CAAAAANALHA! SAAAAAAAFADO! TAAAAAAAAARADO! CAAAAFAJESTE! PERVERTIDO!’

 

Cada xingamento dela doía mais que o outro. Não porque eles me deixavam triste, mas sim por causa dos PULOS NA MINHA COSTA! Xingou, pulou, doeu! Então seria assim que eu ia morrer? Quebrado em duas partes por uma louca?

 

 

‘MEEEEEEEEEEU DEEEEEEEEUS!’ – Não tinha mais forças para erguer a cabeça, mas reconheci a voz de Rosalie. – ‘O QUE ESTÁ ACONTECENDO AQUI?! BELLA, SAAAAAI DE CIMA DELE!’

 

 

Eu ainda sentia minha costa querendo partir, ou seja, ela não deu ouvidos. Vi mais dois pares de pés no quarto, certamente Emmett e Alice.

 

 

‘TIIIIIREM ESSA PESTE DAQUI!’ – Bufei entredentes, crente que uma fratura exposta estava chegando. Meu irmão se aproximou, agarrando a maluca com os braços. Desisti de ver o resto, estava acabado demais pra me manter de olhos abertos.

 

 

 

 

 

 

‘Ed?’

 

 

Será que eu morri? Bem, depois do jeito que fui massacrado por aquela desgraçada, esse é o mais provável! Ela vai me pagar, eu não vou deixar ela ter paz! NUNCA!

 

 

‘Eu sei que você ta acordado Ed, eu vi sua pálpebra mexer!’ – É, eu realmente morri. Emmett jamais conseguiria falar pálpebras, é muito complicado para ele.

 

 

Mesmo assim abri os olhos, bastante curioso para saber como seria a visão do céu. Não foi nada agradável, já que me deparei com Emmett sentado em uma cadeira, me olhando desconfiado.

 

‘O negócio foi feito mano!’ – Ta legal, essa história de morte foi um pouco de exagero da minha parte. Olhei em volta, percebendo que estava na minha cama. Botei o travesseiro na vertical, encostando-me nele enquanto sentava. Minhas costas ainda estavam um pouco doloridas. – ‘Você está todo roxo aí atrás!’

 

 

‘Eu... Apaguei?’ – Bati levemente no meu rosto, recuperando aos poucos meu foco.

 

 

‘Acho que sim. ’ – Meu irmão deu de ombros, indiferente. – ‘Você nem sentiu quando eu te vesti e depois coloquei na cama!’

 

‘Valeu Emmett. ’ – Eu disse, passando a mão nos cabelos e sorrindo de leve. Ele retribuiu com um riso divertido. – ‘Onde estão Alice e Rosalie?’

 

 

‘Conversando com a Bellinha no quarto delas. ’ – Ele abafou uma gargalhada com a mão. – ‘Deixa eu te explicar tudo: Bella disse que queria tomar banho primeiro e como Rosalie não tem paciência pra esperar, veio aqui no seu. ’

 

 

‘Droga!’ – Cuspi, vítima da mais pura má sorte já conhecida no mundo. Emmett não se conteve mais, deixando sua gargalhada alta fazer eco no quarto. – ‘Qual é a graça?’

 

 

‘Você ainda pergunta?’ – Ele quase caiu da cadeira de tanto rir. Respirei fundo, tentando parecer não estar incomodado com isso. – ‘SE DEU MAL PRA AFOGAR O GANÇO HEIN?’

 

 

‘CALA A BOCA EMMETT!’ – Peguei outro travesseiro e arremessei no meu irmão. A força que eu usei foi tanta que, pra minha felicidade total, derrubei Emmett. Foi a minha vez de gargalhar alto.

 

 

‘Haha. Engraçadinho!’ – Meu irmão se levantou, cerrando os olhos para mim. – ‘Vê se você não demora muito! A farra já vai começar!’

 

 

‘Já?’

 

 

‘São 21h00min cara! Eu disse que você apagou legal!’ – Ele riu, saindo pela porta.

 

 

 

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BELLA SWAN #

 

 

 

Pra falar a verdade, eu não estou nada afim de sair do quarto e encarar aquela multidão de gente fazendo barulho lá embaixo.

 

A musica estava tão alta que até o TUNSTUNS fazia o chão do segundo andar tremer sob meus pés. Poxa, era só o aniversário de Jasper! Não podia ser uma coisa só para os íntimos não? Como eu fui capaz de ajudar ele nessa coisa toda?

 

 

‘Bella?’ – Rosalie entrou no quarto, usando uma calça jeans colada e uma blusa vermelha que mostrava toda a sua costa. Bem, ela gosta de se sentir bem livre né? – ‘Vamos descer! Daqui a pouco Jasper aparece e temos que estar lá para dar os parabéns. ’

 

 

‘Eu sei, eu sei. ’ – Revirei os olhos, sentindo a mão de Rose pegar a minha. – ‘Mas, você se importa se eu for depois?’

 

 

‘Olha, nós já conversamos sobre a história de hoje a tarde. ’ – Não era por esse motivo que eu não queria descer! Bem, só um pouco. – ‘Foi só um engano! Edward está lá, acho que ele não vai te incomodar. ’

 

 

‘Ele me agarra completamente nu e você fica nessa tranquilidade toda?’ – Minha surpresa ficou muito evidente, fazendo Rosalie rir. – ‘Não estou te reconhecendo sabia?’

 

 

‘Ele se confundiu, só isso!’ – Ela realmente estava conseguindo me assustar, fato comprovado! – ‘Vamos?’

 

 

‘Tudo bem. ’ – Suspirei, sem muita vontade. Minha amiga sorriu alegremente, me puxando para fora do cômodo.

 

 

 

 

Fiquei totalmente besta com a quantidade de pessoas ali naquela sala. Noventa ou quem sabe até cem! Aquilo não parecia uma casa de família, e sim uma festa de suruba! Com certeza ela mal tinha começado, mas dava para ver casais de enroscando na parede, quase se engolindo. Deus do céu, onde eu fui parar?

 

 

‘Bellinha! Rose!’ – Emmett estava mais feliz que o normal, ofegando com a língua para fora. – ‘GOSTANDO DA FARRA?’

 

 

‘Ta bem animadinha mesmo né?’ – Dois caras caíram no chão bem do meu lado. Me encolhi um pouco.

 

 

‘É A URINA DO CAPETA CARA! ELA É PORRETA POR DEMAAAAAAAAAAIS!’ – Ele gritou, rebolando na nossa frente. Meu Deus, que M-E-D-O! Derrepente, um mugido de vaca soou no lugar, mais alto que a batida do DJ. – ‘UHUUUUUL! É A CAMPANHINHA! DEVE SER BEM O VIADÃO DO JASPER!’

 

 

Eu e Rose nos encaramos enquanto Emmett corria lesadamente até a porta. Sem pensar muito, também fomos atrás dele. Chegamos bem na hora em qua o doidão abriu a porta, dando de cara com Esme, Jasper e Carlile. Pra variar, os três arregalaram os olhos, totalmente surpresos com a “festinha”.

 

 

‘PAREEEENTINHOS QUEEEEEERIDOS!’ – Emmett falou, abraçando os coitados. Eles quase caíram para trás com o peso do lesado. – ‘ENTREEEM CAMBADA! A FARRA É DE VOCÊS! PENSANDO BEM É DO JASPINHO, MAS TANTO FAZ!’

 

 

‘Emmett. ’ – Carlile começou, fazendo o filho louco larga-lo do aperto de urso. – ‘O que você fez?’

 

 

‘Papito lindo!’ – Ele passou o braço pelo pescoço do pai, fazendo-o entrar junto com ele. - ‘Não reclama, nós sorteamos lembra? ÔH BARATAAAAAAA, VEEEM CÁ!’

 

 

Do nada um homem apareceu do nosso lado. Ele usava um chapéu de mexicano tamanho família, sem falar no seu bigode cheio e a arrepiado! O cara também tinha um botijão enorme nas costas, ligados a duas mangueiras que segurava, uma em cada mão. Alguma coisa me dizia que precisava manter distância dele.

 

 

‘ÔH BARATA! TAAAAACA A URINA NO PAPIIIITO! MAAAAAAAAAANDA VER NESSA BUDEGA!’ – Emmett berrou, pegando a mangueira da mão do mexicano e botando na boca do pai. No mesmo instante, o bigodudo apertou em um botão e o som de líquido fluindo saiu de lá, passando direto para a boca de Carlile. Os olhos dele reviraram, parecendo um louco. O homem apertou de novo no botão e Emmett tirou a mangueira de lá, fazendo o pai dar um berro.

 

 

‘MAMMA MIA! QUE COISA MALUCA É ESSA?’ – Carlile ria, quase botando os bofes pra fora. Pronto, envenenaram o doutor! – ‘É GOSTOSA DEMAAAAAAAAAAAAAAAAAAAIS!’

 

 

‘RELAXA E GOZA PAI! QUE A VIDA É COOOOR DE ROOOOSA MANOW!’ – Ta aí uma coisa nunca pensei que sairia da boca de Emmett! Olha o que uma birita faz com a pessoa! – ‘TAAAAACA EM TODO MUUUUUUNDO BARAAAATA!’

 

 

‘ÍH SOMBRERO!’ – Os três se abraçaram, entrando no meio da multidão. Eu, Rose, Esme e Jasper ficamos ali, embascapados com aquilo. É uma boa hora para voltar pro quarto não?’

 

 

‘Feliz aniversário Jasper!’ – Rosalie abraçou Jasper, quebrando o silêncio. – ‘Meu presente está no seu quarto ta? Vou atrás de Edward. Vejo vocês por aí!’

 

 

‘Não acredito que Emmett foi capaz de uma coisa dessas comigo!’ – Bufou Jasper no meio da batida alta.

 

 

‘Calma Jasper. ’ – Esme disse, afagando-o pelo ombro. – ‘Aproveite a festa!’

 

 

‘Alguém lo disse “aproveitar la fiesta”? – Peguei um susto com o chapéu monstruoso do meu lado. – ‘Yo soy lo Batata, hermano de lo Barata!’

 

 

Ele era idêntico ao outro, tirando que no lugar do bigode havia uma barba horrenda no queixo dele! Me afastei um pouco dele quando percebi que também carregava o mesmo equipamento do “irmão”.

 

 

‘Muito prazer!’ – Esme sorriu, estendendo a mão para ele. Ele não falou nada, só enfiou o tubo em sua boca e apertou o botão, envenenando a pobre também! Jasper escondeu-se atrás de mim. Esme deu uma risada maligna, e eu me encolhi também.

 

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‘Aprovecha la fiesta mi chiquita!’ – O carinha foi embora, nos deixando com uma Esme que rebolava até o chão. Suas bochechas ficaram vermelhas e ela soluçou, acenando para nós dois e depois se mandando para a pista.

 

 

‘Eu não vou ficar aqui vendo essas coisas acontecerem. ’ – Jasper falou, saindo de trás de mim. – ‘Qualquer coisa eu estou ali no canto... ’

 

 

E lá foi ele, sumindo também na multidão dançando. Suspirei alto, sendo empurrada por um gordão e pisada no pé por um salto agulha. QUE MA-RA-VI-LHA!

 

 

Contornei o imenso círculo de pessoas na “pista de dança”, vendo de longe as poltronas que tínhamos arrastado mais cedo. Mesmo com as luzes coloridas quase me cegando, consegui ver Alice mais a frente e em pé, conversando com... Edmundo? O que ele estava fazendo ali, e com ela? Não resisti, avancei lentamente na direção deles, a conversa ficando cada vez mais audível.

 

 

 

 

 

‘Esquece Edward, eu já me decidi e pronto!’ – Alice disse, olhando para o chão. O safado passou a mão nos cabelos, torcendo os lábios um pouco para o lado.

 

 

‘Alice, você não vai saber se não tentar!’ – Ele pegou em seu ombro, tentando incentiva-la. Percebi que ela balançava nervosamente uma sacola arrumada, que pelo o que eu lembrava, era onde estavam os presentes de Jasper. Então em um segundo entendi o que acontecia. Ele queria convencê-la a falar seu irmão? E SEM A MINHA AJUDA?! QUE CANALHA, NÓS TINHAMOS FEITO UM TRATO! AAAAAAH DEIXA PRA LÁ! VOU METER MINHA CARA MESMO, TÕ NEM AÍ!

 

 

‘E-eu CONCORDO COM ELE!’ – Detestava admitir, mas o safado tinha razão. Vou me lembrar de me jogar num poço depois daqui.– ‘Vá falar com ele. AGORA!’

 

 

‘Como voc...’

 

 

‘Hey! Sexto sentido feminino funciona em mim ta?’ – Sorri para ela, que soltou um risinho abafado. – ‘Mas o que te impede tanto de atravessar essa pista ir atrás dele?’

 

 

‘Não Bella, ele não gosta de mim. ’ – Se eu não tivesse prometido a Jasper para não abrir a boca, já teria falado aos quatro ventos aqui! – ‘Tenho certeza!’

 

 

‘Alice, ele não é g... ’ – Eu já estava fula da vida com essa historia de ela pensar que o Jasper era homossexual. Quando ia botar pra fora, a mão do safado se ergueu, querendo que eu parasse. Ele virou um pouco a cabeça de lado, piscando discretamente pra mim. Ele por acaso queria que eu não dissesse nada?

 

 

‘Alice. ’ – Ele começou, brotando um sorriso terno nos lábios. – ‘Se você não for agora, mais tarde se arrependerá. Mesmo se a resposta não seja a que gostaria, você poderá ainda ser amiga dele. Porém, tenho a estranha impressão que tudo vai dar certo. Então se você realmente o ama, melhor não perder mais tempo. ’

 

 

Era muito difícil acreditar que o safado havia dito aquelas palavras, deixando minha visão fora de foco por alguns míseros segundos. Alice respirou fundo e balançou a cabeça num positivo sim, apertando a sacola contra o peito. Sem dizer nada, afastou-se de nós seguindo para o lugar menos movimentado da sala que por sorte, era onde tinha visto Jasper pela última vez.

 

 

‘Belo trabalho de equipe. ’ – O safado me olhou, ainda com o sorriso no rosto. – ‘Não é?’

 

 

‘Acho que não. ’ – Dei de ombros, o fazendo rir um pouco. Tenho cara de palhaça por acaso meu filho? – ‘Foi você que fez todo aquele discurso de “não perder mais tempo”.

 

 

‘Não sei se percebeu, mas... ’ – Ele comentou com voz divertida. Fingi coçar minha testa para ver se tinha alguma coisa nela. – ‘Com aquele papo de “sexto sentido feminino funciona em mim”, você acabou a acalmando. ’

 

 

‘Tenho meus métodos né?’ – Nós rimos juntos, e consequentemente mexemos no cabelo ao mesmo tempo. Rimos de novo.

 

‘Me desculpe por mais cedo... ’ – Ele passou os dedos pela gola da camisa, pigarreando de leve. – ‘O lance do banheiro... Eu pensei que... ’

 

 

‘Por favor, não me lembre disso!’ – Seria terrível esmagar o crânio dele na frente de toda essa gente.

 

 

‘Eu creio que você também está me devendo desculpa. ’ – Falou, fingindo olhar para cima. – ‘Sabe como é, eu quase morri pisoteado hoje!’

 

 

‘Mereceu. ’ – Eu cruzei os braços, indiferente. Ouvi ele grunhir, mas fiz de conta que não percebi. – ‘A culpa não é minha se você é cego!’

 

 

 

‘Finalmente eu te achei amor!’ – Rosalie apareceu atrás de mim, pulando nos braços do Edmundo. Ainda bem que ela estava ali! Não sei se aguentaria um xingamento daquele safado. – ‘Vamos! Quero falar com você!’

 

 

Ele me fuzilou com os olhos enquanto era puxado por Rosalie, eu dei um sorriso sínico e um tchauzinho, o fazendo ficar mais irritado. HAHA, que meda!

 

 

 

 

 

-                                  x                                  -

 

 

 

ALICE HALE #

 

 

 

Eu estava com os nervos à flor da pele, tremendo mais que vara verde perto do Katrina! Ou será Karina? AAAH DANE-SE O NOME DA MERDA DO FURACÃO! EU VOOOOOU MORRER ASSIM!

 

 

Vasculhei de um lado para outro e nada dele. Se eu não estivesse de unhas feitas, ia começar a roê-las aqui e agora! Ai minha Pradinha, dá uma luz pra sua devota fashion please?

 

 

Ta legal, ela me ajudou bastante encontrando meu anjo, mas também me deu mais uma pilha de nervos pra carregar nas costas. É mole isso? Ai G-ZUIS me abana muito que eu estou soando! S-O-A-N-D-O! SOS GENTE SOS!

 

Ele não havia me percebido ali, já que parecia estar muito entretido olhando a janela. Será que tinha um bofe de sunguinha preta correndo do lado de fora? AAAAAAAAH! VIRA ESSA BOCA PRA LÁ ALICE! CON-CEN-TRA!

 

Ajeitei meu vestido lilás umas duas vezes, ou será que foram quatro? Respirei fundo até o ar tocar no meu pâncreas e só então comecei a me aproximar lentamente, rezando pra tudo quanto era santinho para ele ainda não me notar.

 

O que, numa coisa obvia, não aconteceu.

 

 

A mais ou menos uns quatro passos de distância, o garoto me inventa de virar! QUASE CAÍ PRA TRÁS PÔ! QUE SAAACO! Respirei de novo, evitando olhar para seu rosto. Não queria ver o quanto ele me achava doida agora.

 

 

‘Alice? ’ – O som era baixo onde estávamos, então pude ouvir meu nome ser dito pela voz mais linda do universo! CHUPA ESSA MANGA DARLING! – ‘Tudo bem?’

 

 

‘T-t-t-t-t-tudo ótimo!’ – Puts, quase que isso não sai! Tenho que melhorar! – ‘Melhor impossível! E você?’

 

 

‘Se bem quer dizer estar odiando a própria festa de aniversário... ’ – Ele falou, encostando-se na janela de novo. – ‘Sim, eu estou bem!’

 

 

‘Despulpa.’ – Eu disse andando até ficar do lado dele, encostando-me também na janela. – ‘Eu ajudei Emmett nessa preparação toda, se eu soubesse que não queria essa coisa toda, eu poderia... ’

 

 

‘Shhh. ’ – JASPER CULLEN FEZ SHHHH PRA MIM?! Beijocas enormes. Morri. – ‘Não precisa se sentir culpada, afinal, você não sabia. ’

 

 

‘Eu sei, mas ainda assim eu... ’ - Olhei para o chão e depois para ele, derretendo com aquele sorriso lindo. Morri de novo.

 

 

‘Já disse que não precisa falar nada.’ – Com certeza eu estava mais vermelha que um tomate agora. AAAAAAAH MINHA SAAANTA! – ‘Se você estiver gostando da festa, eu posso suportar.’

 

 

OOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOWN MEU DEEEEEEEUS! ESSA FOI A COISA MAIS PERFEITA QUE UM GAROTO FALOU PRA MIM NA VIIIDA! Bem, ele foi o único né?

 

Agora Alice! Bota a boca no trombone e diz tudo!

 

‘Eu queria... ’ – Acabamos falando ao mesmo tempo. Eu ri meio sem graça, e ele também. Ai, ele me deixou mais nervosa agora!

 

 

‘Bem... ’ – Jasper pigarreou e passou a mão na testa, bastante nervoso. Ele não estava mais que eu, fato cientificamente comprovado! – ‘Eu não sei por onde começar isso, é muito embaraçoso pra mim. Mas eu preciso te contar tudo, mesmo achando que você já saiba... ’

 

 

É nesse momento que ele confessa ser gay e eu saio correndo pro meu quarto, chorando mais que vaca leiteira. Não. Eu vou falar primeiro e ficar depressiva depois!

 

‘Olha Jasper... ’ – Dane-se se a minha voz saiu horrível por causa do nó na minha garganta! Ele VAI me ouvir! – ‘Eu confesso, eu sei da verdade. ’

 

 

‘Voc... ’

 

 

‘Espera que eu ainda não acabei!’ – Disse, botando meu dedo indicador suavemente em sua boca. – ‘E por mais que me doa eu tenho que aceitar, porque essa é a escolha que te faz feliz! Então não vou ser preconceituosa com você okay? Palavra de escoteira!’

 

 

‘Alic... ’

 

 

‘E tem mais!’ – Pressionei meu dedo em seus lábios, o fazendo se calar de novo. – ‘Eu faria de tudo pra mudar você, pra assim ser capaz de... Ficar... Comigo. Sinto muito Jasper, mas eu estou apaixonada por você!’

 

 

Até que não foi tão ruim assim! As palavras saíram normalmente e tudo o que estava guardado ele já sabe. O pior vem agora! A parte que ele fala que eu sou uma pessoa legal, mas não ia dar certo e blá.

 

 

http://www.youtube.com/watch?v=jKoGOkOSpq0
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AAAAAAAAAAH! MINHA MÚSICA TA TOCAANDO! QUE FELIZ! Além disso, outra coisa me chamou a atenção. Em vez de Jasper estar tentando me consolar, ele... Estava... Rindo?

 

 

E não era qualquer riso não! Ele tinha entrado em crise, a ponto de até chorar! Fiquei a cara num bico, fula da vida por meu anjinho tratar meus sentimentos dessa maneira. Me desencostei da janela, mas fui impedida de andar. Jasper segurava meu braço.

 

 

‘E-ei!’ – Ele ainda tentava parar de rir, o que fazia meu coração doer mais. – ‘Você entendeu errado!’

 

 

‘Eu me abri pra você e é isso que eu ganho?’ – Puxei meu braço e me virei para encará-lo. – ‘Você não tem coração!’

 

‘Realmente, eu não tenho coração!’ – Ele se aproximou de mim, pegando minha mão direita e a colocando em seu peito. – ‘Porque ele já é seu. ’

 

Vou resumir o que eu senti: Babei, bambeei, amoleci e morri. Legal né?

 

 

‘Eu também estou apaixonado por você Alice. ’ – Com sua outra mão afagou meu rosto, fazendo meus olhos perderem o foco.

 

 

Quer dizer que...’ – Era mais que claro, mas eu tinha que ouvir da boca dele. – ‘Você não é... Gay?’

 

 

Ele colou sua testa na minha, balançando-a levemente em um “não”.

 

‘AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAH!’ – Gritei, me jogando em cima dele. Sorte que eu era levinha, isso poupou uma bela queda! Ele me girou e depois colocou chão, aproximando seu rosto do meu. Fechei os olhos devagar, sentindo sua respiração me invadir.

 

 

 

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BELLA SWAN #

 

 

 

Me segurei muito pra não gritar de alegria ao ver a cena.

 

 

Os dois se beijando era a coisa mais linda de se ver, porque dava para perceber que o sentimento deles era mútuo e verdadeiro. Além do mais, MINHA AMIGA TIROU O PÉ DA LAMA! SOLTEM OS FOGUETES QUE ALICE DESENCANOOOU!

 

 

‘Que merda é essa?!’ – Meu coração quase saiu pela boca quando vi Emmett aparecer do nada, com um copo que mais parecia um vaso de planta na mão. O cheiro forte daquela bebida invadiu minhas narinas, fazendo meu nariz se contrair. – ‘AQUELE ALI É O MEU IRMÃO BROXA?!’

 

 

‘É sim Emmett. ’ – Respondi orgulhosa. Agora ele vai ter que morder a língua para falar com Jasper! Depois dessa, era melhor ele se retirar! – ‘Jasper conseguiu pegar um avião hein?’

 

 

‘EEEEEEEEEEEEEEEEEEEI! Eu quero participar do papo também!’ – Edmundo cambaleou até nós, fedendo com aquela bebida horrenda. – ‘Eu ouvi Emmett dizer BROXA! O que tem o Jasper?’

 

‘Saca só mano!’ – O lesado apoiou-se no irmão, apontando o como para os dois pombinhos. – ‘Jasper ta pegando GE-RAL! Ele fez gol cara!’

 

 

‘GOL?!’ – O safado gritou, caindo na gargalhada.

 

 

‘GOL!’ – Emmett agarrou o pescoço de Edmundo, berrando em seu ouvido.

 

 

É GOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOL!’ – Os dois gritaram, pulando juntos e totalmente bêbados. EU TÔ NO MANICÔMIO E NÃO SABIA! – ‘ÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉ DO JAAAAAAASPINHÔÔÔÔÔÔ!’

 

 

Emmett saiu puxando Edmundo, atravessando a pista de dança e subindo no palco improvisado bem no centro da sala. Ele pegou um microfone (não sei de onde!) e ligou, fazendo aquele chiado horrível.

 

 

‘1, 2, 3 testando. 1, 2, 3 testando!’ – Ele batia no objeto, não se dando conta que todos estavam escutando. – ‘ESSA PORRA TA LIGADA?’

 

 

‘CALA A BOOOOOCA EMMETT!’ – Todos gritaram e eu me espoquei de rir. O lesado fez um bico do tamanho de uma tromba de elefante.

 

 

‘VENHAM CALAR ENTÃO!’ – Ele gritou, sendo vaiado pelas pessoas. – ‘SHHHHHHHH! TODO MUNDO QUIIIEEETO NESSA MERDA AAAAQUI! TENHO UMA DECLARAÇÃO A FAZER!’

 

 

Todos se calaram aos poucos, dando liberdade total a Emmett.

 

 

‘O ANIVERSARIANTE PEGOOOU UMA TREMENDA GAAAAAAAATA GALERA!’ – Ele disse apontando para Jasper e Alice, que pararam de se agarrar e encararam a multidão curiosa. – ‘É GOOOOOOL DE PLAAAAACA DO JASPINHOOOO! BAAAARATA E BATATAAA: TAAAAACA URINA NELE!’

 

 

Os gêmeos correram em direção a Jasper, puxando-o para longe de Alice e cada um tacando a mangueira na boca do coitado. Não passou nem um segundo e o mauricinho batia no peito mais que macaco, urrando alto. Ele disparou para o palco, sendo abraçado por Emmett e Edmundo.

 

 

‘EEEEEI! EEEEEI!’ – Emmett berrou ao microfone enquanto agarrava os irmãos. – ‘FALTA O ALFA DA FAMÍLIA! PAAAAAAAAAAIZINHÔ, CADÊ VOCÊ?’

 

Um círculo de pessoas abriu um caminho, destacando-o na lateral da pista. Não acreditava no que via: CARLILE simplesmente estava aos amassos com... ESME?! OH MEU DEEEEEUS! O QUE FOI QUE EU PERDI?!’

 

 

‘É GOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOL DO PAPITO TAAAMBÉM!’ – Os três gritaram, levando todos à loucura. Um dos mexicanos puxou Carlile e fez a mesma coisa com Jasper, aproveitando a deixa para levá-lo até o palco.

 

 

‘SOOOOOOM NA CAAAAAAIXA DJ!’ – Emmett falou, o microfone logo sendo roubado por Jasper.

 

 

‘BORAAA LÁ GALERAAAA!’ – Enquanto tentava raciocinar no meio da gritaria das pessoas, era empurrada para frente do palco. Por Alice. – ‘EU TE AMO ALICE! DEMAAAAAAAAAAAAAAAAAAIS!’

 

 

http://www.youtube.com/watch?v=AO43p2Wqc08
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MACHO MAN, DO VILLAGE PEOPLE?! É... Realmente bem Emmett! O pessoal gritou mais alto, e Jasper tomou a frente dos irmãos e pai, rasgando sua camisa. RASGANDO?!

 

 

Os outros três se entreolharam riram, fazendo o mesmo que Jasper. Pedaços de tecido caíram nas laterais e na frente do palco, as garotas brigando por eles. Puts, até minhas amigas estavam na luta!

 

Do nada os dois mexicanos apareceram lá em cima, com vários chapéus nas mãos. Eles botaram na cabeça de cada um dos Cullen, e eu me mijando de tanto rir. Emmett estava com o de índio, Jasper com o capacete de motoqueiro (a frente dos outros), Carlile como cowboy e por fim Edmundo de pedreiro.

 

Pensou que os mexicanos ficariam de fora? HAHA, quem me dera! Eles também rasgaram suas partes de cima, dando lugar a panças enormes. DEUS DO CÉU! COOOOBRE ISSO AAAÍ! Um pegou o chapéu de soldado e outro ficou com o de policial. Já com o grupo completo, começaram a dançar pra valer.

 

 

Macho, macho man (macho man)
I've got to be, a macho man
Macho, macho man
I've got to be a macho!

 

 

Eles rebolavam e mostravam os músculos, conseguindo tirar até gritos meus. Bem, odiava admitir, mas os corpos da família Cullen eram... Uau. É melhor ficar só no Uau mesmo!

 

Macho, macho man (macho man)
I've got to be, a macho man
Macho, macho man
I've got to be a macho!

 

 

Eu só ouvia gritos femininos naquele lugar, praticamente me deixando surda. Sem querer ser pervertida agora, mas estava valendo muito à pena. Retiro o que disse sobre Emmett tomar bomba, LÓGICO QUE AQUILO TUDO ERA SÓ ACADEMIA! Jasper também não era de se jogar fora, Alice tirou a sorte grande hein? Carlile podia ser mais velho até que Esme, mas nem isso o impedia de ter um corpo sarado! E Edmundo então? Tinha as medidas perfeitas, nem muito musculoso, nem magricelo. Eu babava por ele, e muito!

 

EU PENSEI MESMO ISSO?!

 

 

Eles passavam a mão lentamente pelo peitoral, rebolando junto. MEU DEEEEUS! TIRA ESSES CARAS DAÍ ANTES QUE EU VIRE PICOLÉ! Os mexicanos ficaram nas laterais, fazendo chover aquela bebida fedorenta. As mulheres abriam a boca, lambendo os beiços quando o líquido caía nelas. Eca, totalmente nojento!

 

 

‘EU TE AAAAAMO LIIIIIIINDO!’ – Alice gritava do meu lado, balançando a cabeça que nem louca.

 

 

‘VAI LÁ EEEM CASA GOSTOSO!’ – Uma nariguda endoidava perto de mim, segurando uma nota de 100 euros na mão. Hey! Eles estão bêbados, não fazendo show de strip-tease!

 

 

‘PAAAAAANÇUDO DOS INFEEEERNOS! VOCÊ ME DEEEEEEIXA COM UM FOGOOO DANADO!’ – Berrava uma girafona atrás, jogando os braços de um lado para outro. Ela tinha que estar doidona mesmo, já que ela fazia escândalo para um daqueles barangões.

 

 

No final cada um deles ficava no centro do palco, fazendo pose e endurecendo os músculos. Emmett esbanjava aquele peitoral de Balboa, seguido dos braços definidos de Carlile. Suspiros e mais suspiros com o muque de Jasper e depois gritarias altas com Edmundo, mostrando aquele abdômen. Agarrei Alice, berrando e pulando junto com ela.

 

 

A música havia acabado, dando espaço somente para os gritos. Tudo voava: dinheiro, copos, brincos, sutiãs, calcinhas, tanguinhas (?), enfim, qualquer coisa. Os homens deram-se as mãos, agradecendo o “público”.

 

 

 

 

-                                   x                                     -

 

 

 ‘Muito obrigada por ter vindo!’ – Eu falei, me despedindo do último convidado da festa.

 

 

‘Não precisa agradecer!’ – Pra variar era uma mulher, babando plenamente pelos bebuns Cullens atrás de mim. – ‘Diz pro grandão ali me ligar. Anotei meu telefone no peito dele!’

 

 

‘Ahm... Pode deixar.’ – Eu disse, olhando Emmett se jogar no sofá. Ele tinha números escritos em seu tórax, embaixo deles também havia um “Kisses gato, me liga! Quero um show particular.” Embutido. Suspirei fundo, voltando a falar com a tarada. – ‘Tchau. ’

 

 

‘Tchau. ’ – Ela disse, mandando um beijinho para o lesado, que já estava roncando. Fechei a porta, dando uma olhada geral na situação daquele lugar. Até que não havia muita bagunça! Só varias e várias peças de roupa íntima no chão da sala. Nada de coisa quebrada pelo menos!

 

 

‘Foi a última?’ – Alice me perguntou, botando o braço de Rosalie envolta de seu pescoço.

 

 

Balancei a cabeça num sim, pegando Esme. Eu e Alice subimos as escadas e abrimos a porta do quarto, depositando-as em suas camas.

 

‘Por Deus! O que tinha naquela bebida?’ – Falei, recuperando o fôlego do esforço.

 

 

‘Não sei Bella. ’ – Nós descíamos as escadas, indo ao encontro dos garotos. – ‘Aquela coisa se chamava “Urina do Capeta”. Isso te lembra alguma coisa?’

 

 

URINA DO CAPETA?! Haha, está explicado o motivo de tanta loucura! Uma bebida alcoólica que tem o mesmo efeito do esctasy. Boa pedida Emmett! Vai acordar com uma bela dor de cabeça amanhã!

 

 

‘Nadinha!’ – Dei de ombros, apoiando Carlile em mim, rumando para os degraus.

 

 

 

 

 

Eu e Alice levamos todos para os devidos quartos, já que éramos as únicas que não tinham bebido aquela coisa horrível. Tivemos mais trabalho em carregar Emmett, é a mesma coisa que tentar levantar um urso bardo de 500 kilos! O último da nossa lista era o Edmundo, que tínhamos acabado de depositar na cama.

 

‘Pronto. ’ – Alice limpou uma gota de suor da testa, sorrindo. – ‘Trabalho resolvido!’

 

 

‘Tinha que sobrar pra nós né?’ – Eu disse, dando de ombros. Até em Forks isso acontecia! Rosalie e Esme bebem até cair, Alice e Bella as levam pra casa e bláblá. – ‘Isso já está virando marcação!’

 

 

‘Concordo totalmente!’ – Ela coçou a cabeça, rindo um pouco. – ‘Já vou pro quarto! Você pode cobrir ele pra mim?’

 

 

Pensei por um momento, olhando para o desmaiado na cama e depois para Alice. Bem, ele estava dormindo! Então, acho que não teria problema.

 

 

‘Tudo bem.’ – Concordei, indo logo atrás de um cobertor. – ‘Boa noite Alice!’

 

 

‘Boa noite darling!’ – Ela acenou pra mim antes de sair pela porta. Quando ela vai parar com essa mania de “darling” hein?

 

 

Já com o lençol na mão, voltei para a beirada da cama. Abri o pano com cuidado, rezando para não acordar o safado. Que estranho, para quem bebeu a urina, até que ele não estava fedendo!

 

 

Eu joguei o cobertor por cima dele, caindo levemente em seu corpo. A janela estava meio aberta, o que permitia a passagem da luz da lua. Ela o iluminava, fazendo sua pele brilhar um pouco em resposta. Aquela imagem me fisgou, e eu instintivamente me agachei, de modo que ficasse mais próxima da luz. Queria ver em detalhes o jeito que ela fazia seu pescoço e rosto brilharem. Minha mão estendeu-se sozinha, ansiosa para tocá-lo.

 

 

Derrepente senti uma pressão repentina no meu pulso, algo o estava segurando. Olhei para frente, dando de encontro com um par de olhos dourados fixados nos meus.

 

 

‘D-desculpa e-eu...’ – Gaguejei, pensando nas palavras certas para me salvar. Por que eu só não o cobri e fui embora? Porcaria! – ‘E-eu já estou de s-saída!’

 

 

Ele continuava com a mesma expressão, sem tirar os olhos de mim. Minha barriga começou a revirar e com isso um nó na minha garganta apareceu, impedindo-me de continuar a falar. O luar batia nele, fazendo sua íris brilhar mais ainda. Eu podia me ver lá dentro.

 

 

Tinha que sair dali, mas meu corpo não obedecia. Meu sistema nervoso tentava fortemente me levantar, fracassando na mesma hora. Mordi os lábios na esperança de que a dor me fizesse reagir, e também foi em vão.

Pra piorar minha situação, o safado começou a aproximar seu rosto do meu. Meu coração acelerou de 8 para 100 batidas e questão de segundos! Senti um pingo escorrer por toda a lateral do meu rosto. Maravilha! Estou suando agora!

 

 

Edmundo ainda tinha os olhos fixos em mim, a intensidade dele chegando a ser incômoda. Engoli seco, deixando a boca um pouco aberta no fim do processo. Ele estava a centímetros de distância, nossas respirações se misturando naquele pequeno espaço. Fechou os olhos, encostando sua testa na minha.

 

 

A mão dele soltou meu pulso, pousando como uma pluma em meu rosto. Meus instintos reagiram, fazendo minhas pálpebras cessarem a vista. Agora eu não via mais nada, só sentia.

 

 

Foi então que seus lábios mornos tocaram os meus, me trazendo a mais agradável das sensações. Ele os pressionava contra mim enquanto segurava meu rosto, parecendo mais uma carícia. Minha mão trêmula pousou na cama, e eu não queria que ela saísse de lá.

 

 

O beijo estava começando a ficar mais intenso, sua língua pedindo passagem para explorar minha boca. Não consegui resistir, permitindo a invasão. Sua mão agora estava em minha nuca, puxando-me contra ele. Suspirei alto à medida que o momento se intensificava, e eu me peguei pedindo por mais.

 

 

Sua boca tinha um gosto único. Nem o doce mais gostoso da face da Terra se comparava aquilo, e pensando assim acabei mordendo sua língua de leve, puxando-a de volta para mim. Era saboroso demais.

 

 

Minha mão, a mesma que estava em cima da cama, bagunçava seu cabelo. Os dedos rodavam por aqueles fios macios, torcendo-os carinhosamente. Os movimentos de sua língua sobre a minha causaram-me milhões de arrepios, fazendo meus pêlos eriçarem.

 

 

O rosto de Rosalie invadiu minha cabeça, trazendo meu raciocínio de volta.

 

 

Empurrei o safado para longe, saindo em disparada para a porta do quarto. Meu coração quase saía pela boca, com os soluços tomando conta da minha garganta involuntariamente. Tentei segurar ao máximo, porém as lágrimas jorravam pelo meu rosto.

 

 

Por Deus, o que foi que eu fiz?


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Notas finais do capítulo

AHAAAAAAAAAAAAAA! CAP NOVO *O*