Invisible Girl escrita por Edson Esperança


Capítulo 2
O primeiro vexame.




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Assim que eu acordo estou fraca demais para me levantar – Acho que nunca mais dormirei com fome -, saio do quarto, e sem pensar duas vezes, corro para a cozinha, procuro qualquer coisa comestível naquele ninho de cobra, faço um sanduiche com bem improvisado e sigo para a sala, assim que chego à sala me deparo com duas pessoas que nunca vi na minha vida, uma moça alta de cabelos escuros e outra loira muito parecida com a minha mãe sentadas no sofá ao lado dela, não sei exatamente sobre o que elas conversavam tanto, mas logo iria descobrir, pois elas me olhavam freneticamente enquanto eu comia.

Demorei quase 2 horas para descobrir que a moça de cabelos escuros era uma assistente social, e a moça de cabelos loiros era minha tia. Tudo o que eu consegui descobrir era que minha mãe tinha procurado a ajuda de uma assistente social enquanto eu dormia, pois, ela não aguentava mais me ver “acabada” por sua culpa, a moça loira era minha tia, que supostamente iria me acomodar na casa dela por um tempo, só por enquanto minha mãe seria internada, afinal, nem minha avó me queria por perto, e essa era a primeira noticia boa que foi me dita em anos, a única coisa que eu consegui fazer depois de receber a noticia foi correr aos braços de minha mãe como uma criança que quer colo.

Depois de todas aquelas ótimas noticias só foram piorando, minha mãe seria internada por mais ou menos 2 a 5 anos, e por esse tempo eu teria que ficar acomodada na casa dessa minha tia que nunca tive a oportunidade de conhecer, mas pelo menos minha mãe se curaria do vicio e eu poderia visitar ela de mês em mês.

A casa da minha “tia” não era muito longe de casa, o que era uma boa noticia, afinal, poderia voltar a qualquer hora que eu quisesse para o meu terraço. Assim que cruzo o portão vejo uma mansão enorme, essa minha tia aparentemente era muito rica, a casa dela era tão grande e deslumbrante que só tive a oportunidade de dizer:
- Uau! – o som saiu mais como um suspiro.
- É grande né? – Disse a minha tia.
- Isso é...  Simplesmente enorme, como a senhora conseguiu?
- Seu avô nos deixou uma herança enorme, mas você só vai conseguir a sua quando completar 18, vamos, venha conhecer seu quarto.

O quarto que eu passaria pelo menos 2 anos ou mais é enorme, com uma janela imensa,  aquele lugar era maior que todo o meu apartamento, eu parecia uma caipira naquele lugar tão sofisticado e moderno, fiquei ali parada observando o quarto enorme, quando reparo que já esta quase na hora que eu ir para a aula, quando saio correndo pro banheiro, quando acabo de tomar banho fico ali parada na frente do espelho, percebi que eu tinha ficado mais branca, umas sardas novas surgiram em meu rosto, meu cabelo estava mais loiro que nunca,  a única coisa que não mudou em mim foram os meus olhos, que continuavam com a mesma coloração cinza esverdeado.

Quando desço as escadas e sigo para a sala de jantar me deparo com uma mesa enorme, com todo tipo de comida imaginável, o que era um desperdício, afinal, só era eu e minha tia ali naquela casa e nenhuma das duas iria devorar tanta comida assim, naquela casa havia muitos domésticos, eles não eram muito de falar, mas dava para perceber que o que sobraria daquela refeição seria para eles, dava até para ver a felicidade nos olhos deles quando eu acabei de comer, pois comi pouco, mas aquela foi a melhor refeição da minha vida.
- Tia, obrigado por tudo o que você esta fazendo por mim, se não fosse você eu estaria naquela casa sem ninguém – Digo para ela agradecendo.
- Não tem problema, eu sempre quis ter uma filha. – Responde ela com um enorme sorriso no rosto.
- Desculpa, mas tenho que ir agora, se não chegarei atrasada.
- Você não vai andando né?!
- Vou, o colégio fica aqui perto. – Respondo-a
- Nem pensar, vou chamar meu motorista para leva-la.
- Você esta me mimando sabia disso?! – Digo-a sorrindo.

Quando chego no colégio quase todos me olham, mas não é pelo fato de eu ter chegado em uma limusine, e sim por eu estar completamente descabelada, com um velho all star, um jeans rasgado e uma camisa preta, pelo visto, sou a menina mais mal vestida daquele lugar, quando penso que nada pode piorar, ele vem e diz:
- O que você pensa que vai conseguir com essa roupa – Diz Lucas.
- Minha única meta aqui é estudar. – Dou de ombros e saio andando.
- Só um conselho: Cuidado você vai ser engolida viva aqui com esse tipo de roupa. – Diz ele agarrando meu braço.

Dou de ombros mais uma vez, dá para acreditar nisso?! Meu primeiro dia de aula e ele já vêm pisando em mim como seu eu fosse uma barata, quanto mais eu ando em direção a minha nova classe, vejo que eu sou a única vestida daquele jeito por ali, pelo menos eu não esbarrei com o Carlos o dia todo, isso quer dizer que provavelmente ele estuda em outro colégio, o que é uma noticia ótima, mas parece que eu falei muito cedo, quando o professor chega ele chega junto com ele, a minha primeira reação foi abaixar a cabeça imediatamente, mas mesmo assim ele me viu e veio em minha direção e disse:
- Olha quem está aqui, gostei do sapato. – Diz ele, mas não debochando, e sim elogiando
- Obrigado. – Digo isso ficando completamente vermelha e rezando para que não tenha uma mesa vazia atrás de mim.
- Por acaso tem alguém sentado atrás de você?
- Não, ninguém quer sentar atrás da menina mais esquisita da escola – Um sorriso besta se abra na minha boca.

Dá para acreditar!? Ele é tão gentil, simpático, bem humorado, não consigo descrever mais do que isso, ele simplesmente passou a aula inteira me passando bilhetinhos, parecia até que ele me conhecia há anos, e soubesse tudo o que eu gosto desde que eu sou uma criança.


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