Paulo escrita por Camila Marcelaa
Notas iniciais do capítulo
Bom, eu escrevi esse texto pra mim e depois dei uma cópia pra minha amiga que gostava desse cara. É meio diferente do que costumo escreve kk
Antes de Paulo, os episódios de Friends na Warner eram sagrados pra mim. Agora, não consigo mais rir das piadas sem graça. Humor leve. Ele me ensinou a gostar de outro tipo de comédia. Músicas sem solos. Me ensinou a gostar do errado. Ele é simplesmente o menino mais querido e mais engraçado que já conheci. Com ele, posso falar de coisas que não podia com minhas antigas amigas. E ele sempre tem assunto. Desde á greve dos médicos até suas aventuras na rua. Me ensinou a gostar de rap e a roubar caixas eletrônicos. O Pinóquio na árvore lhe encarando. O olho roxo, os chupões no pescoço. Aqueles olhos tão claros. Ontem estavam do mesmo tom de verda da camiseta. Era lindo. É lindo. Cabelos loiros, não platinados, mais acastanhados. Aquela franjinha caindo no rosto, o sorriso mais perfeito que já vi.
E eu o encontrei no Shopping. Ele já tinah fumado cinco. Chapado. Falava tão baixo que quase não o entendia. Os olhos pesados. Ele me olhava e ria.
Ele montou em cima do cara e desceu o punho. Uma, duas, três vezes. Sim, eu maliciei o "montei". Se é verdade, eu não sei. Mas não duvido. As pessoas com que ele anda... Aquele dia na rua, me deu medo. Começaram a gritar para mim e minha amiga. Coisas não muito amigáveis. E ele não fez nada, Porque tava chapado.
Ele levou uma garrafa de vinho para a escola. Ele me chamou para o canto e me ofereceu. Eu tomei. Cabernet, 12,5% de teor alcoolico. Bem na aula de matemática, e a professora não viu.
Meu pai nem liga pra mim, ele disse. Mágoa e raiva na voz. Ele não gosta do padrasto e a mãe não parece ser muito presente. Todos sabem o que ele faz. Marlboro, maconha, lança-perfume, xelocaína, ecstasy, LSD, álcool e cocaína. Todos sabem, mas não se importam. Não o suficiente. Talvez esteja falando como uma psicóloga, mas acho que é por isso que ele quer chamar tanta atenção. Ele quer atenção. Alguém que cuide dele. Se importe.
E ele colocou fogo no desodorante. Um desodorante spray e um Bic. Senti tudo esquentando. Na aula de matemática e com a professora na sala. Me assustei tanto. Caí no chão. Ele me olhou e riu. Aquele sorriso bobo e despreocupado. Eu já havia me apaixonado por ele há muito tempo.
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Booom, gente, o que acharam?