Fairy Glitter escrita por Anny Taisho


Capítulo 2
Drip, drip, drop...


Notas iniciais do capítulo

Esse cap não ficou do jeito que eu queria, mas não me matem por favor. Kisskiss



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Cap. II – Drip, drip, drop...

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Juvia LoxarXGray Fullbuster

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Uma chuva fina caía sobre Magnólia pela terceira semana seguida e as pessoas já estavam particularmente cansadas com tantos dias sem o astro-rei. Dentro da guilda, muitos começavam a olhar de maneira repreensiva para a Juvia Loxar, a mulher chuva. Pelo menos era assim que ela era conhecida até perder a luta e o coração para Gray alguns anos atrás.

A maga azul só podia fingir que não estava notando ou então responder que ‘não’ quando alguém tinha coragem para de fato lhe perguntar. Ela admitia que talvez seu estado de espírito abatido fornecesse um incentivo a natureza, entretanto, seu humor e magia não eram suficientes para manter o tempo fechado por quase um mês.

Juvia estava sentada no batente de uma das janelas da guilda que estavam fechadas, com o rosto encostado no vidro e uma expressão vazia no rosto. A maga podia ouvir o som que a precipitação fazia ao bater no vidro, ora mais forte, ora mais fraco, tudo dependia da intensidade do vento. Entretanto, notava claramente o padrão que se repetia, independente da força. O mesmo padrão que ouviu desde o dia em que nasceu até os dezessete anos:

Drip, drip, drop.

E sinceramente, a Loxar não conseguia entender porque as pessoas se incomodavam tanto com a chuva. Tudo bem que ela tornava mais, digamos, molhado todas as coisas que você pensasse em fazer fora de um ambiente fechado, mas isso não impedia nada. Era só chuva, só água.

Quando menina, antes da tia mandá-la para o colégio interno, na pequena ilha em que vivia, sempre ouviu a mesma coisa de todas as pessoas: Onde houver um Loxar, haverá chuva. E de fato, sempre foi assim. Uma espécie de traço familiar que se manifestava mesmo naqueles que não desenvolviam sua magia de fato, pelo que soube, afinal, quando nasceu, a família já se resumia a apenas ela e a tia.

Sendo assim, nunca se incomodou com a chuva e seu ciclo repetitivo, afinal, a chuva e dias nublados foi tudo o que sempre conheceu. O sol com seus raios dourados foi algo que só veio a conhecer no final da adolescência. Gostava dele, de fato, era muito agradável sentir seu calor, mas mesmo assim por vezes sentia falta da chuva, da sua chuva e seu som.

Drip, drip, drop.

- Drip, drip, drop... – resmungou baixinho somente para si mesma ouvir –

Estava tão triste naqueles últimos dias, era como se todos os seus pequenos problemas tivessem se maximizado de uma hora para outra. Um vestido favorito que sumiu, um inimigo que conseguiu escapar na última missão, sua última receita que não deu certo e seu eterno amor por Gray que nunca deixava de ser unilateral. Às vezes, sentia falta dos tempos quando carregava sua chuva para todos os lados, não tinha amigos, nem amor, mas também não tinha aquele sentimento de impotência dentro de si. E também, nunca tivera amigos, então não podia sentir falta de algo que nunca tivera.

A mesma chuva que tantas vezes afastou as pessoas, era a mesma chuva que sempre embalou seu sono e lhe protegeu de sentir-se assim: amando tanto e sendo tão impotente. A maioria das pessoas não era capaz de entender seu amor por Gray, mas isso era porque eles não sabiam como era viver uma vida inteira no escuro e um dia uma pessoa lhe mostrar a luz. Podia ter perdido a batalha, mas havia ganhado algo muito maior... Uma nova extensão para seu mundo tão limitado e vicioso de drip, drip, drop...

Só que tudo tem dois lados, a mesma pessoa que lhe retirou de seu mundo úmido e solitário, lhe mostrou um novo mundo seco e com outro tipo de solidão. Um novo tipo de vício. Um novo círculo de repetição.

A chuva continuava caindo e ela lhe parecia tão atraente, tão nostálgica, tão familiar...

- Juvia vai andar na chuva. – sussurrou levantando-se com seu guarda-chuva rosa de corações em punho –

Saiu da guilda que seguia seu ritmo comum de loucura e bagunça e não notou sua figura caminhando, hipnotizada em direção a sua boa e velha companheira de guerra. Bem, talvez uma só pessoa tenha notado, mas ela não viu isso. Gray vinha notando que nos últimos dias a maga azul estava estranha, pelo menos estranha dentro dos padrões dela, ou seja, ela não estava ao seu redor sendo prestativa ou simplesmente vigiando cada ação sua. Já havia se habituado com a presença dela, na verdade, muita vezes Juvia terminava por se juntar a ele e os amigos na mesa onde ficavam, mas naquelas últimas semanas ela tinha sumido.

E hoje estava mais estranha do que tudo. Quando a viu sair as guilda sozinha, o mago do gelo a seguiu discretamente, tinha um pressentimento de que ela não estava bem para sair sozinha. A seguiu a uma distância razoável, notando que a mulher seguia para a ponte no centro da cidade. Como se estivesse sendo atraída por alguma força oculta, o que reforçava sua preocupação.

Alguns metros a frente, a apaixonada por Gray seguia o rumo que suas pernas queriam tomar e logo pôde ouvir o som de água correndo forte, muita água correndo, mas isso era óbvio já que vinha chovendo muito e todas as galerias pluviais no subsolo da cidade deveriam estar abarrotas seguindo rumo ao rio...

Toda aquela água correndo rumo ao mar, rumo a liberdade. Juvia sentiu inveja dessa água livre que correria o mundo enquanto ela continuava presa a sua rotina, presa a sua impotência...

- Juvia também queria ser livre...

Sussurrou para o vento enquanto sentia-se puxada em direção a toda aquela água que corria sob seus pés. A mulher-chuva quase podia sentir a pressão, a intensidade, a pressa e o frescor da água. Não se importaria nem um pouco em misturar-se a ela e desembocar em alto-mar e quem sabe num novo país.

Quando aproximou-se da ponte, podia ouvir claramente o som da água desembocando no rio furiosa, talvez Magnólia jamais tivesse visto o rio tão cheio e alto, um volume de líquido tão furioso. Uma queda ali era fatal, bem, pelo menos para qualquer humano comum, não para ela que era feita de água.

Atrás dela, Gray estava ficando seriamente preocupado. Toda aquela situação estava bizarra demais e isso até para os padrões Juvia de bizarrice. Por que ela seguia tão obstinadamente para a beirada do rio? Aquele lugar não havia sido interditado para evitar acidentes?

Quando ela soltou sua sombrinha rosa que voou para longe devido uma rajada de vento o mago quase desesperou-se, deixou de andar rápido para correr. Quando Juvia entrou na ponte, caminhou até o meio e subiu no parapeito o coração de Gray quase congelou. Corria contra a garoa e aparentemente sua camisa e casaco haviam se perdido em algum lugar do caminho sem que notasse.

Um pé deixou o parapeito e ela fechou os olhos...

Já podia sentir a fúria abaixo de si e imaginava-se misturando a ela, seguindo para um lugar novo, deixando de ser limitada. Fechou os olhos e jogou o corpo para frente...

...Só que a maga não caiu. Por uma fração de segundo um braço e depois um corpo juntou-se ao seu puxando para trás, ela lembra de ter ouvido um grito com seu nome e depois o tombo no chão molhado.

- Ficou louca, Juvia? Quer se matar?

Ainda perdida em um mundo paralelo, a mulher virou o rosto para o mago que ainda a segurava.

- Água não machuca Juvia, Juvia só queria se misturar a ela.

Havia algo estranho nos olhos dela, estava opacos e nebulosos como o céu acima da cabeça de Gray.

- Oe Juvia, o que está acontecendo?

- Juvia só queria ser livre, Gray-sama... Juvia só queria conhecer algo novo, algo além. – foi quase um sussurro –

- Além do que?

- Além do Drip, drip, drop...

E antes que Gray pudesse perguntar qualquer coisa, ela perdeu os sentidos, sem dar tempo nem para ser levada dali o corpo dela foi derretendo, se misturando a água que caia e escorria pela ponte e caindo no rio...

A vida dela sempre seguiu o círculo vicioso do drip, drip, drop quando tudo o que ela queria era ser livre. Mas Gray não sabia disso, não sabia de nada sobre ela e só pôde ficar olhando enquanto ela escorria junto com a chuva.

Owari...

Olá pessoinhas que leram isso, em primeiro lugar, esse cap ficou muito diferente do que imaginei para ele, eu não sei se consegui ser coesa, mas se vocês não entenderam nada pelo menos fiquem tranquilos, a Juvia não morreu. Essa fic será formada por ones aleatórias de casais aleatórios com uma sequência cronológica, então bem, daqui alguns caps gray e juvia vão voltar e eu vou explicar essa loucura que fiz ai em cima... Por que vocês devem ter  notado que a Ju tava meio fora de si.

Enfim, espero que gostem e desculpe as repetições, eu notei que repeti muitas palavras. Esperando suas opiniões,

Kisskiss, Anny Taisho.


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Notas finais do capítulo

Próximo cap: Porque dividir é coisa de homem!
Adivinha quem eh o casal??



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