Coloquem para tocar: http://www.youtube.com/watch?v=bNumQfxkZZs (I Miss you -Avril Lavrigne)

O Amor é algo engraçado de se sentir, quando você menos percebe, esta amando e o pior, às vezes, ou sempre, é por alguém pela qual você nunca pensou que se sentiria assim. Foi o que aconteceu comigo, eu me apaixonei por ele, me apaixonei pelo meu maior inimigo, pela pessoa pela qual eu jamais pensei que fosse a que mais me apoiaria e me impediria de cair quando eu precisei. Ele era perfeitamente imperfeito, era malvado, era um idiota, era chato, irritante, palhaço e adorava me deixar irritada e magoada, porém ele me fez me apaixonar pelo lado que eu não conhecia, o seu lado gentil, carinhoso, fofo, e por trás da faixada de Bad boy, morava um menino doce, com problemas e mais problemas.

E agora estou eu, aqui, no meu quarto, me lembrando do dia em que eu o perdi, fitando a janela de meu quarto, ainda na esperança de ver ele jogando pedras nela, a fim de me chamar atenção. Eu sei, parece loucura, mas eu não sou louca, mas ainda o sinto comigo, ainda sinto a sua presença. Chorar se tornou algo desconhecido, o vazio se tornou permanente e a dor se tornou parte de mim.

Era sábado a noite, estávamos saindo de uma festa, nós éramos vizinhos, morávamos um de frente para o outro. Assim que chegamos a rua em que morávamos, ele me puxou e me beijou, murmurou um adeus e eu estranhei. Ele nunca fazia isso.

–Erick, porque disse adeus? -Eu perguntei e ele me fitou sorrindo.

–Porque, sei lá, me deu vontade de dizer, não sei porque. -Ele respondeu dando de ombros. -Boa noite Katherine. -Ele completou e eu me irritei, odeio ser chamada assim.

–Boa noite Erick Moneé. -Eu disse e ele se virou e me agarrou, me beijando novamente.

–Eu mereci essa. -Ele disse e nós rimos. Ele se virou e adentrou em sua casa, mas antes me deu um tchau. Procurei as minhas chaves na bolsa e assim que as achei, fui abrir a minha porta, o problema é que ela estava aberta. O Meu irmão Seth deve estar em casa.

–SETH? -Eu gritei esperando uma resposta. Fui entrando receosa em casa, já que não obtive resposta, cheguei a cozinha em me deparei com o meu irmão, completamente ensanguentado, no chão. Ao seu lado estava um menino sujo de sangue, ele tinha uma arma nas mão. Abafei o grito e fui me retirando da casa, precisava sair dali. Mas tropecei, fazendo o abajur cair. Fez um barulho alto e eu escutei o menino gritar um: droga. Fui correndo até a porta, mas de repente sinto o meu cabelo ser puxado com força.

–Ora, ora. Olha quem está aqui Mike. A Bonequinha do Erick. -Disse um outro garoto. Me assustei quando reconheci a voz. Era o Brad, o melhor amigo do Seth.

–Veio nos agraciar com a sua beleza, Katherine? -O Mike me perguntou maliciosamente e eu estremeci de medo.

–E...E...E...Eu não vi nada, eu juro. Me deixem ir, eu não conto a ninguém que os vi aqui. -Eu disse já com lágrimas nos olhos.

–Oh minha querida e doce Katherine, quem disse que a gente vai te deixar ir, tolinha. -Disse o Brad.

–O que a gente vai fazer com ela? -Perguntou o Mike passando a arma no meu rosto. As Lágrimas começaram a rolar pelo meu rosto.

–Eu tenho uma ideia. -Disse o Brad. E em um momento rápido, ele rasgou a minha blusa e me jogou no chão. -Que tal isto? -Ele perguntou maliciosamente.

–Adorei. -O Mike disse com um sorriso malicioso.

–ERICK, ERICK, SOCORRO. -Eu comecei a gritar o seu nome, eu precisava de ajuda, eu precisava dele. Esse foi o meu erro.

–Cala a boca, vadia. -Disse o Mike de batendo com a arma, senti o sangue escorrer pelo meu rosto. Eles arrancaram a minha calça com uma violência absurda. Senti a porta da minha casa ser aberta violentamente e em seguida vi o Mike sento jogado no chão, Erick tinha ido me salvar.

–Dessa vez não Bad boy. -Disse o Brad, foi tudo muito rápido, de repente o Erick estava completamente ensanguentado e o Brad segurava os seus braços.

–Larguem ele. Façam o que quiser comigo, mas deixem ele ir. -Eu dizia chorando e implorando para que o soltassem. Eles riram e dispararam as arma. Comecei a chorar.

–Droga é a polícia. -Disse o Mike. -Dessa vez você escapa Katherine. -Ele completou e saiu correndo pelos fundos.

–Erick, Erick. Acorda. -Eu dizia para o amor da minha, ele levou um tiro no peito e sangrava muito. Eu estava desesperada.

–Eu estou acordado, minha magrelinha. -Ele disse sorrindo fraco e eu já chorava muito. -Agora eu sei, porque eu tive vontade de te dizer adeus. -Ele disse e deu um risinho fraco.

–Não diga isso, você vai sobreviver. É minha culpa. -Eu disse enquanto chorava.

–Shhhhi. Não diga nada. Eu te amo minha linda, nuca se esqueça disso. - Ele disse e eu sorri.

–Também te amo. -Eu disse e ele acariciou o meu rosto. Havia lágrimas em seus olhos.

–Você foi a melhor coisa que já me aconteceu. -Ele disse e em seguida seus olhos foram se fechando.

–Erick, não morra, por favor. -Eu disse e ele abriu novamente os olhos.

–O que aconteceu aqui? -Disse o policial Jones, vindo dos fundos da minha casa.

–Erick, abre os olhos. Por favor. -Eu disse desesperada, seu coração havia parado de bater. Comecei a chorar. Fui retirada brutalmente de cima dele. -Me solta. -Eu disse e me soltei dos braços do ser que me prendia, corri até ele, ainda na esperança de que ele voltasse a vida, comecei a fazer movimentos de primeiros socorros, mas não deram resultado. Me ajoelhei ao seu lado e comecei a chora.

–Volta Erick, volta, por favor eu preciso de você. -Eu dizia chorando. Me aproximei de seu corpo e beijei os seus lábios pela última vez. Me sentei novamente ao seu lado e comecei a chorar, enquanto uma enfermeira tentava reanimar o meu Erick, em uma tentativa frustrada...

Eu perdi naquele dia o amor da minha vida, o meu mundo e o pior, a culpa foi completamente minha. Eu devia ter morrido em seu lugar, devia ter deixado eles me estuprarem, devia ter ido no lugar dele. Eu não chorava mais, as lágrimas haviam se esgotado e todas as noites vinha os pesadelos, eu sonhava sempre com a sua morte, eu sofria todas as noites.

Eu o amava e só isso importava, eu sentia a sua falta, mas de uma maneira inexplicável, eu ainda o sentia aqui, perto de mim, me protegendo, ainda me salvando.

Vou contar a minha história, o meu não conto de fadas, as vezes é melhor parar de procurar o príncipe encantado, talvez ele seja o seu lobo mal, o meu era e eu sei que o meu anjo ainda está comigo. Eu sei que ele nunca me abandonou, eu sei que ele sabe que eu preciso dele, as vezes eu sinto isso.