POSSÍVEIS PASSADOS PARALELOS escrita por JMFlamel


Capítulo 32
Bastogne


Notas iniciais do capítulo

Um reforço secreto para melhorar as condições de resistência das tropas em Bastogne, desferindo um duro golpe nas Waffen-SS. Harry elabora um plano para minimizar uma das maiores crueldades cometidas durante a Ofensiva das Ardenas.



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CAPÍTULO 31

 BASTOGNE

—Sim, é bem possível que o maldito Grindelwald já esteja calculando como prolongar o mau tempo e manter a vantagem, neutralizando a superioridade aérea dos Aliados. _ comentou Rommel.

—Para isso, será necessário executar fortíssimos feitiços climáticos. E eu creio que ele precisará de ajuda. _ disse Voldemort.

—Sem contar que a logística para a operação já deve estar em andamento, senhores. _ disse Harry _ Pelo que me lembro, os deslocamentos eram à noite, o silêncio de rádio era praticamente imperativo e as operações de distração, sabotagem, espionagem e assassinatos eram importantes, visando semear medo, desconfiança, confusão e desinformação entre as tropas estacionadas na região.

—E há um homem que parece ter sido moldado exatamente para coordenar essas operações. _ disse Voldemort.

—Otto Skorzeny. _ disse Harry _ “O Homem Mais Perigoso da Europa”.

—Eu o conheci. _ disse Rommel _ Foi o responsável pelo resgate de Mussolini da prisão em Gran Sasso. Isso também aconteceu na realidade de vocês?

—Aconteceu, Herr Rommel. _ disse Voldemort _ Ele levou a cabo a “Operação Carvalho” e assim aumentou o seu prestígio junto ao Führer.

—Com isso, foi a escolha lógica para o comando da “Operação Long Jump”, na qual seu grupo assassinaria os líderes Aliados, no decorrer do período da Conferência de Teerã. _ disse Harry.

—Mas as operações “Carvalho” e “Long Jump” também ocorreram aqui. Vocês não poderiam ter alterado algo? _ perguntou Rommel.

—O risco de comprometer o “continuum” espaço-temporal seria muito grande, Herr Rommel. _ disse Dumbledore _ Era importante que a “Operação Carvalho” fosse bem sucedida, para que ele fosse escolhido para a “Operação Long Jump” e que ela malograsse. Assim, quando Hitler resolvesse colocar em prática essa loucura da ofensiva nas Ardenas, a ação de Skorzeny seria necessária, a fim de levar a cabo a “Operação Greif”, essa série de ações diversionistas.

—Mas, como já temos esse conhecimento, poderemos neutralizar suas ações, minimizando os danos. _ disse Harry.

—Mesmo assim, ainda será uma campanha bastante dura, principalmente para as tropas estacionadas em Bastogne. _ disse Voldemort, pensativo, servindo-se de um copo de café _ A não ser que...

—... Que seja proporcionado um aumento do apoio logístico às tropas em Bastogne, aumentando suas condições de resistência. _ disse Dumbledore.

—Outra coisa que não só pode, mas deve ser feita, é solicitar que Ike aumente os efetivos na região das Ardenas. _ disse Patton _ Ele acha que é uma região pouco visada, portanto está sendo priorizada como área de treinamento e descanso. Eu já o havia alertado, mas meus argumentos não foram muito levados em consideração.

—Talvez dois Tenentes e um velho bruxo possam obter um resultado mais positivo, George. _ disse Dumbledore _ O que você acha?

—Se você puder convencê-lo, eu não me oponho, Alvo. _ disse Patton, com um sorriso _ Você tem um jeito todo especial com as palavras.

—Obrigado, George. _ Dumbledore agradeceu _ Ah, sim, eu estava esquecendo. Herr Rommel, estávamos conversando sobre os riscos em relação ao “continuum” espaço-temporal. Bem, vale mencionar que o seu resgate foi realizado após muitos estudos e um cuidadoso planejamento, a fim de forjar sua morte da maneira mais convincente possível. Todos aqueles que tiveram conhecimento de sua identidade tiveram as memórias apagadas.

—Ou estão prestando contas a Der Teufel. _ Rommel lembrou-se da batalha no campo de pouso _ Aliás, Herr Dumbledore, há algo que todos devem saber, se é que já não sabem. Há tempos que Hitler não está mais no seu juízo perfeito e isso não tem relação com alguma forma de demência própria ou relacionada ao Parkinson, que ele tenta esconder, mas que alguns sabem que ele é portador.

—Já fazemos alguma ideia do que o senhor está falando, Herr Rommel. Hitler já possuía um “Complexo de Messias” e o atentado fracassado de von Stauffenberg só contribuiu para aumentá-lo. _ disse Voldemort _ Além disso, seu raciocínio está embotado pelo coquetel de drogas que seu médico particular, o Dr. Theodor Morell, administra diariamente a ele. E esse coquetel inclui uma significativa quantidade de cocaína.

—O que explica seus delírios de grandeza. _ disse Harry.

—Bem, devemos considerar que os Nazistas já devem estar pelo menos executando as preliminares da ofensiva. _ disse Patton.

—Isso significa que Skorzeny e seus comandos já devem estar no mínimo prestes a levar a cabo a “Operação Greif”. _ comentou Harry _ Ou seja, será imperativo que falemos com o General Eisenhower, em Paris.

—Então é melhor que o façamos agora, antes que seja tarde demais para neutralizarmos os planos Nazistas. _ disse Dumbledore _ Começaremos nos vestindo adequadamente. “Indumentaria cambio”.

No mesmo instante, as vestes bruxas de Dumbledore se transfiguraram em um uniforme de General do Exército Escocês, com direito até mesmo a um kilt.

—Ficou excelente, Prof. Dumbledore. _ disse Harry.

—Não costumo utilizar kilt com frequência, sempre achei minhas pernas muito finas. _ disse Dumbledore, enquanto todos riam.

—Bem, agora chegou a nossa vez. “Indumentaria cambio”. _ e o uniforme de combate de Harry se transfigurou no seu uniforme de passeio de Tenente, logo seguido pelo de Voldemort.

—Certo. _ disse Dumbledore _ Tenentes Riddle e Potter, vamos agora mesmo a Paris.

—Boa sorte. _ disse Greta Riedner, segurando as mãos de Harry e demorando para soltá-las (“Ainda bem que Pat Savage não está aqui. Se ela estivesse, Greta estaria em má situação, mesmo sendo bruxa”, pensou Voldemort ao ver aquilo).

Aparataram em Paris, numa rua um pouco mais vazia, perto do QG de Eisenhower. Caminharam até a entrada e apresentaram suas identidades à sentinela, logo sendo conduzidos ao gabinete, onde Eisenhower estava em uma reunião especial, à qual estavam presentes Montgomery e de Gaulle. Ao ver quem estava entrando, Montgomery logo os reconheceu.

—Os jovens Ajudantes de Ordens do General Patton! O que os traz a Paris? E quem é esse imponente General escocês... ora, mas se não é Alvo Dumbledore! A coisa deve ser importante.

—Sem dúvida, Marechal. _ disse Harry _ Temos conhecimento de algo que pode virar a vantagem de volta para os chucrutes ou, no mínimo, causar grandes danos às nossas tropas que estão lotadas na região das Ardenas.

—Como assim? _ perguntou Eisenhower _ As Ardenas são uma região que não parece ter grande importância estratégica, tanto que o lugar é utilizado para repouso e treinamento dos contingentes.

—Na verdade, General, é justamente com isso que Hitler está contando, a fim de desfechar um ataque para abrir caminho até Antuérpia. E as preliminares já devem estar sendo executadas. _ disse Voldemort _ Manobras de espionagem, confusão, desinformação, assassinatos, tudo para minar o moral das tropas e fomentar o clima de insegurança.

—Mas nem mesmo Hitler seria louco o suficiente para desfechar um ataque em uma região acidentada e de trânsito tão difícil, principalmente no início do inverno, com condições climáticas tão desfavoráveis. _ disse Eisenhower.

—É justamente com o clima que Hitler está contando, Ike. _ disse Dumbledore, movendo a varinha e conjurando um bule de chá e algumas xícaras, que logo foram servidas _ Ele deposita sua confiança no mau tempo, achando que irá neutralizar a nossa superioridade aérea.

—Mas é algo muito incerto para se confiar. _ disse Eisenhower.

—O problema, General, é que Hitler tem um trunfo, ele confia nos poderes de Grindelwald para prolongar o mau tempo. _ disse Harry _ Assim, de forma diferente da que aconteceu em nossa realidade, o mau tempo poderá se prolongar o suficiente para consolidar a vantagem das tropas alemãs.

—Sim, eu havia me esquecido do conselheiro bruxo de Hitler. Pelo que sei, ele é bastante poderoso para conseguir lograr êxito. _ comentou Eisenhower.

—Sem dúvida. E Hitler ainda conta com Skorzeny, para levar a cabo todas as operações atrás das linhas aliadas. _ disse Dumbledore.

—Eu sei o quanto esse desgraçado desse Skorzeny é perigoso. Foi somente graças às suas informações que conseguimos evitar que ele tivesse sucesso em Teerã, com aquela tentativa de assassinato. _ disse Eisenhower _ O fato de os acontecimentos atuais serem parte da História de sua realidade é muito importante e é por isso que esse conhecimento deve permanecer restrito a poucas pessoas.

—Acreditamos que Skorzeny e seus homens já devem estar nas Ardenas ou, pelo menos, nas proximidades. _ disse Harry _ A finalidade da “Operação Greif” é preparar o terreno para o avanço alemão.

—E como poderemos detê-los? _ perguntou Eisenhower.

—O principal é garantir que o mau tempo não se prolongue, para que a supremacia aérea Aliada esteja garantida. _ disse Voldemort _ Também temos bruxos bastante poderosos do nosso lado...

—... Dois dos quais estão nesta sala. _ disse Harry.

—Creio que três, contando com você, Harry. _ disse Dumbledore e Voldemort concordou _ Ninguém obtém os resultados que você alcançou, se não for bastante poderoso.

—Infelizmente, para preservar a História e não comprometer o continuum espaço-temporal, será necessário que as tropas estacionadas em Bastogne sejam submetidas ao cerco dos alemães. _ disse Harry _ Porém elas deverão receber, secretamente, um significativo apoio logístico, tanto de pessoal, quanto de suprimentos. Gostaria de participar disso, prestar uma ajuda ao contingente de Bastogne antes que os chucrutes deem início à ofensiva. Assim eles terão maiores condições de resistir aos sete dias de cerco e poderão até já ter derrotado os Nazistas, quando o General Patton chegar com os reforços.

—Nem vou perguntar como é que você sabe que pensei recentemente em mandar George e o III Exército para lá. E agora, parece que vou ter que mandar mesmo.

—Pelo que sei, eles podem já estar se movimentando, a fim de executar a “Operação Greif”, tentativa de capturar pontes ao longo do Rio Mosa e criar confusão, com comandos disfarçados com uniformes americanos. _ disse Voldemort.

—Bem, Tenente Riddle, se eles fizerem isso e forem pegos, será caso de fuzilamento sumário. _ disse Eisenhower _ Mas como chegar aos pontos de interesse sem despertar suspeitas?

—Do mesmo modo que eles. Deslocamento noturno, desinformação, o máximo possível de silêncio de rádio e meios mágicos. _ disse Dumbledore _ Então, a supervisão do lançamento de suprimentos a Bastogne poderá ficar a seu cargo, Harry.

—Sim, senhor. Se o General Eisenhower autorizar, iniciarei as providências agora mesmo. _ disse Harry.

—Já estou assinando o ofício, Tenente Potter. O senhor poderá levá-lo pessoalmente ao Batalhão de Suprimentos e logo tudo estará nos aviões.

Harry prestou continência a Eisenhower e se retirou da sala, levando a ordem. Em seguida, desaparatou para o Batalhão de Suprimentos, aparatando no gabinete do Comandante, Coronel Stevens.

—Mas que m... aah, eu ainda não me acostumei com as habilidades bruxas. Um café, Tenente...?

—... Tenente Potter, senhor. _ Harry apresentou-se e prestou continência ao Coronel _ Sou Ajudante de Ordens do General Patton e vim entregar um despacho do General Eisenhower.

O Coronel Stevens leu o documento e acendeu um charuto, dando uma pequena baforada, sem se importar muito com a careta de Harry.

Bastogne, hein? Isso significa que o bigodinho vai mesmo tentar recuperar Antuérpia. Mas é uma loucura, mesmo que a região das Ardenas não tenha um contingente muito poderoso. Ele crê que vai conseguir contornar a superioridade aérea Aliada?

—Está contando com o mau tempo, Coronel. As previsões são de tempo bem ruim, na época que ele pretende invadir.

—Mas ele está alucinado. Basear sua ofensiva na hipótese de que o mau tempo irá se prolongar é uma temeridade.

—Acontece, Coronel, que Hitler tem um conselheiro bruxo muito poderoso.

—O maldito Grindelwald e seu braço direito de cara branca. Já sei da existência daqueles dois malditos. Acha que ele tem poder para interferir no clima?

—Talvez até não tenha como fazer isso sozinho, Coronel. Mas há bruxos bastante poderosos na Drachenwache. Se eles conseguirem prolongar o mau tempo, a situação nas Ardenas poderá ficar bem complicada. _ disse Harry.

—Entendo, Tenente Potter. Vamos nós dois até Orly, supervisionar o carregamento do avião.

—Com prazer, Coronel. _ disse Harry _ Só que antes, eu queria dizer... “ESTUPEFAÇA!!!

O Coronel Stevens caiu aos pés de Harry Potter.

—Potter, você está louco? _ perguntou o Capitão Colbert, encarregado dos depósitos, fazendo menção de sacar sua Colt.

—Não, Capitão. Eu sei muito bem o que estou fazendo. E agora, vocês também vão saber. _ disse Harry _ “VERA VERTO, VERA FORMA!

A aparência do Coronel Stevens começou a mudar e logo ele estava loiro e com um bigode. Uma cicatriz atravessava o lado esquerdo do seu rosto, certamente um ferimento de esgrima.

—Maldito chucrute! Eu o conheço, dos arquivos das Waffen-SS. Seu nome é...

—Kurt Neuhaus. Capitão Kurt Neuhaus. Trouxa, mas submetido a Feitiços de Transfiguração bem executados. _ disse Harry _ Uma integrante da Resistência Holandesa me informou que ele havia deixado a Holanda e vindo para a França. Se o Coronel Stevens ainda estiver vivo, deve estar sendo mantido prisioneiro. Talvez até mesmo nesta unidade. Mas temos como pegar quem renova o seu feitiço. Vamos fazer o seguinte...

Dali a uns trinta minutos, um Sargento do Cassino de Oficiais chegou com uma bandeja de café e alguns biscoitos. Como estavam somente ele e o Coronel na sala, ele falou em Alemão, bem preocupado.

Kurt, was ist passiert? Mir wurde gesagt, du wärst ein bisschen Anders. Du musst deinen Verwandlungszauber aufladen (“Kurt, o que houve? Me disseram que você estava um pouco diferente. Precisa recarregar seu Feitiço de Transfiguração?”)?

Nichts mehr (“Nada de mais”).INMOBULUS! ” Rápido, abram a boca dele, agora! _ disse Harry _ “VENEFICOR REVELIO!

Um dos dentes brilhou e Harry o removeu, com um “Dens Extracto”.

—Menos um dente falso com Cianeto de Potássio no mundo. _ disse Harry, quebrando o dente _ E agora, meu caro, é melhor que me diga o que quero saber ou eu te devolvo para Grindelwald, com os agradecimentos de “Batman” e “Robin”. Com o humor que ele tem estado ultimamente, ele vai te transformar em um Schnitzel e te jogar para os Dobermanns que eu sei que ele cria.

—Está blefando, Tenente Potter. _ disse o Sargento.

—Não estou com a menor disposição para discutir com você, sem contar que me pegou em um dia meio ruim. Cheguei de uma viagem meio longa e o meu humor também não está dos melhores. _ Harry abriu a boca do Sargento, pegou um frasco do bolso da túnica e pingou três gotas, tampando seu nariz para forçá-lo a engolir.

Em poucos instantes, o Veritaserum fazia seu efeito e o falso Sargento cantou a ópera toda, revelando todos os infiltrados na base, dos quais tinha conhecimento. Checando as informações, após prendê-los, Harry constatou que vários faziam parte dos homens de Skorzeny.

—O maldito Otto Skorzeny recebia todas as informações de logística, graças à rede que mantinha no Batalhão. Bem, esta ele não receberá, com certeza. Ora, aí está o verdadeiro Coronel Stevens. Como o senhor está?

—Meio tonto, os espiões chucrutes me mantinham sob Maldição Imperius, trancado em um depósito, sempre vigiado. Você é o Ajudante de Ordens do General Patton?

—Sim, senhor. Sou o Tenente Potter _ disse Harry, prestando continência ao Comandante do Batalhão _ Esses suprimentos precisam chegar a Bastogne o mais rápido possível, ordens do General Eisenhower.

—Se foi uma ordem de Ike, pode considerá-los lá, Potter. Você irá junto?

—Sim, senhor. É absolutamente necessário e urgente. Assim que Grindelwald ou Skorzeny souberem que a rede de espionagem foi desmantelada, é provável que até mesmo adiantem o ataque, a não ser que... _ e Harry Potter sorriu, após pensar um pouco _ ... que os mantenhamos na ignorância. Eles precisam pensar que nada mudou e que o senhor ainda está cativo e sob o efeito da Maldição Imperius. Mas, na verdade...

—... Eles é que estarão em nossas mãos. _ completou o Coronel, percebendo onde Harry queria chegar _ Tenho alguns bruxos no efetivo do Batalhão e creio que eles ficarão muito contentes em poderem enganar os chucrutes. Enquanto isso, vamos aos aviões.

Acompanhando o Coronel Stevens até o Aeroporto de Orly, Harry supervisionou o carregamento dos aviões. A fim de não alertar os Nazistas, o destino constante na ordem era falso. No momento certo, o bruxo mostraria a ordem do General Eisenhower, com o endosso do Coronel.

As três aeronaves Douglas C-47 Skytrain decolaram e seguiram sua rota, em direção a Gibraltar. Porém, depois que se afastaram o suficiente de Paris, mudaram de direção e baixaram até uma altitude que as ocultasse dos radares por tempo bastante para que os bruxos embarcados executassem Feitiços de Camuflagem e Embaralhamento, permitindo que pudessem voar sem que fossem detectadas. Então, corrigiram a rota e assumiram altitude de cruzeiro rumo à Bélgica, mais precisamente a Bastogne, onde os suprimentos seriam lançados, também protegidos dos radares trouxas e dos Sensores de Atividades Mágicas que os alemães pudessem ter. Além disso, também seriam lançados Harry e um pelotão de Rangers, que prestariam apoio à tropa estacionada em Bastogne. Em silêncio, Harry agradecia ao talento de Robert Alexander Watson-Watt que, em 1935, havia criado o primeiro sistema de detecção acessível com o uso de ondas de rádio, o qual logo foi lançado ao longo da costa britânica, permitindo que os militares britânicos tenham aviso prévio de qualquer bombardeiro inimigo, adiantando-se ao trabalho do físico alemão Christian Hülsmeyer, sobre a aplicação das descobertas que Heinrich Hertz fizera em 1886, sobre a reflexão das ondas de rádio em objetos sólidos.

Os “Screaming Eagles”, principalmente o General Anthony Clement McAuliffe, certamente iriam apreciar aquele inesperado apoio.

O mau tempo, em grande parte sendo mantido pelos feitiços dos bruxos de Grindelwald, não se constituía em um obstáculo intransponível, embora tivessem esquecido de dizer isso aos estômagos da tripulação e passageiros, que experimentavam a sensação de estarem em uma das montanhas-russas mais radicais que se pudesse imaginar. Dali a pouco, a luz vermelha se acendeu e então Harry e os Rangers ficaram de prontidão para o lançamento dos suprimentos e o salto da tropa. Por uma questão de mais segurança e mobilidade, Harry saltaria com sua vassoura “Silver Fairy” e acompanharia o lançamento dos suprimentos. Mesmo que a altitude não obrigasse o uso de oxigênio, todos levavam pequenos cilindros que lhes permitiriam respirar um ar não tão gelado, que poderia até mesmo interferir na circulação e na função pulmonar.

Com a tropa pronta, o Mestre de Salto observava os campos batidos pelas tempestades de vento e neve, procurando pelos sinais combinados, os quais substituiriam as letras-código. Então identificou o primeiro sinal, uma luz que piscou rapidamente por três vezes.

—Na rota. _ disse ele, continuando a observar, até que surgiu o segundo sinal. A luz piscou cinco vezes _ Levantar! Enganchar! Verificar equipamento!

Os Rangers seguiram as instruções do Mestre de Salto, que autorizou o lançamento dos Precursores (uma função bastante perigosa, pois eram os primeiros a saltar e confirmar a Zona de Lançamento) e, após o terceiro sinal, sete piscadas da luz de terra, apertou um botão. A luz da cabine mudou de vermelho para verde, ele autorizou o lançamento da carga e disse à tropa:

—À porta... JÁ!!

Os Rangers dirigiram-se à porta de salto e lançaram-se no vazio, enquanto Harry montava na vassoura e fazia o mesmo. A partir daí a turbulência deixou de incomodar, pois o bruxo encontrava-se no seu elemento e o tempo, por pior que estivesse, não diferia muito do de um jogo de Quadribol como aquele que havia encarado no seu terceiro ano (“Ainda prefiro todo este vento e neve do que aqueles Dementadores asquerosos”, pensou ele).

Enquanto circulava à volta dos paraquedas da carga, Harry também não tirava os olhos da tropa de Rangers que descia, corrigindo sua posição para compensar o desvio provocado pelo vento. O bruxo utilizava óculos especiais, nos quais aplicara um feitiço que havia desenvolvido juntamente com Dumbledore e Voldemort, que os tornava mais eficazes que os aparelhos de visão noturna dos Nazistas, que haviam batizado de “Infrarubra Thermosensora”, capaz de magnificar a luminosidade ambiente e captar a emissão de calor dos objetos, por menores que fossem. Certificando-se de que todos estavam bem, foi descendo e tratou de fazer com que a aterragem dos suprimentos ocorresse sem danos.

— “Aresto momentum”! _ com o Feitiço Desacelerador, o contato dos caixotes com o solo foi o mais suave possível. Logo em seguida, os Rangers iam aterrando um a um.

Aquele lançamento ocorrera sem incidentes por vários motivos: os Feitiços de Ocultamento e Embaralhamento de Radar, o soberbo adestramento dos Rangers, os sentidos aguçados de Harry Potter, desenvolvidos pelo treinamento Ninja de Togakure, ministrado por Renata Wigder e, principalmente, pela arrogância e megalomania dos Nazistas, os quais ignoravam que os Aliados já tinham conhecimento de toda a operação que iria se desenvolver nas Ardenas e que também não esperavam por aquele lançamento de tropas e suprimentos, portanto todos aterraram sem terem levado um tiro sequer.

Com o feitiço dos seus óculos, Harry pôde localizar todos os elementos da tropa, bem como os efetivos da 101ª Divisão Aerotransportada, os “Screaming Eagles”, que aguardavam para transportar tudo até os depósitos secretos no subsolo de diversas construções em Bastogne.

Tendo concluído o transporte dos suprimentos e seu posterior acondicionamento, foram todos para uma das casas, que já havia sido preparada para servir de alojamento e Centro de Operações da tropa de reforço (“É nestes momentos que nós reconhecemos o valor de uma boa lareira e de comida quente”, pensou Harry). Depois de estarem todos devidamente alimentados, relaxavam um pouco em frente à lareira, saboreando não um Brandy, mas um legítimo Cognac Hennessy, cujo bouquet e sabor justificavam o bairrismo dos franceses quanto à bebida.

Dali a pouco, a porta se abriu, dando passagem a um militar de alta patente, acompanhado por um Ajudante de Ordens, rapidamente reconhecido por Harry, que se levantou e anunciou:

Atenção! Oficial-General no recinto!— disse o bruxo.

—À vontade, senhores. _ disse o General _ Eu não podia deixar de vir conhecer pessoalmente os valorosos paraquedistas que vieram nos trazer os suprimentos e reforçar nossos efetivos. E também o jovem Tenente bruxo Potter, Ajudante de Ordens de George Patton. Sejam bem-vindos e recuperem as energias, pois se vocês vieram, significa que teremos dias difíceis pela frente.

—O senhor não imagina o quanto, General. _ disse Harry, perfilando-se e prestando continência _ Eu fiz questão de vir porque tenho ordens diretas do General Eisenhower para o senhor e, além disso, queria ter a honra de conhecê-lo pessoalmente, General Anthony Clement McAuliffe.

O General McAuliffe sentou-se à mesa e convidou Harry a fazer o mesmo.

—Então vocês vieram trazer suprimentos e pessoal para que possamos resistir com melhores condições. _ disse o General _ Excelente, pois parece que eles estão se aproximando.

—Estão mais adiantados do que deveriam. _ disse Harry _ A ofensiva somente deveria ter início em 16 de dezembro.

—Bem, ainda não chegaram. Mas soubemos que estão se mobilizando e que contam com o mau tempo. Loucura. É uma loucura sustentar uma operação contando que as condições climáticas vão se manter.

—Na verdade os chucrutes contam com Grindelwald e seus bruxos da Drachenwache, para prolongar o mau tempo. Mas, como sabemos quando irão iniciar a ofensiva, teremos como planejar a defesa e encontrar meios de reduzir o estrago deles. Só não poderemos evitar uma coisa.

—E o que seria? _ perguntou o General McAuliffe.

—O massacre de Malmedy. _ respondeu Harry _ Durante a ofensiva as tropas alemãs irão executar 84 prisioneiros de guerra, no cruzamento de Baugnez.

—O Cruzamento dos Cinco Pontos? Bem, é um local importante, um nó de cinco estradas. Mas qual será o objetivo dos chucrutes?

—Capturar uma ponte sobre o Rio Meuse. A tropa estará sob o comando do Obersturmbahnführer Joachim Peiper.

—Já ouvi falar dele. _ disse o General _ Um sanguinário que não se importa nem mesmo com as baixas em suas tropas e as estimula a cometerem atos que podemos considerar como crimes de guerra. Você disse que não há como evitar que esse massacre ocorra, Tenente Potter?

—Sim, senhor. A não ser que... _ e Harry sorriu _ General, quantos bruxos há em seus efetivos?

—Tenho cinquenta bruxos na guarnição de Bastogne. O que é que você está planejando, Potter?

—Bem, na minha realidade, os 84 mortos foram identificados pelos seus objetos pessoais, pois as “Dog-Tags” foram retiradas. Bem, ninguém disse que aqui precisam ser os mesmos militares. _ disse Harry _ Precisarei falar com os bruxos da guarnição, a fim de que executem uma pequena missão. Creio que uns vinte bruxos poderão levá-la a cabo, comigo. Mas poderá ficar para amanhã, pois o ataque alemão ocorrerá no dia 16 e o massacre no dia 17. Teremos algum tempo.

—Certo, Tenente Potter. Descanse e fale com nossos militares bruxos pela manhã. Boa noite. _ o General McAuliffe levantou-se para sair do salão.

—Boa noite, General. _ Harry prestou continência, o General retribuiu e retirou-se.

O jovem bruxo já estava traçando um plano que pouparia vidas e que também serviria para expor ao mundo a crueldade das Waffen-SS e, principalmente, da tropa sob o comando de Peiper.

A arrogância e a presunção de impunidade dos Nazistas, que se julgavam os senhores do mundo, acima de qualquer poder da justiça dos homens, estava para sofrer um enorme golpe.

E o que era melhor, eles seriam os últimos a saber que haviam sido enganados.


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