P.O.V Dominick

Ninguém merece! Num dia chuvoso como esse, no fim do ano, eu fui obrigada a me mudar pra Manhattan com meus pais uma irmã pentelha e um bebê, e anda tenho que ir de a pé pra escola, com um mini guarda-chuva ridículo com estampa de zebra, e como se já não fosse o fim aquele guarda-chuva um idiota passa com um Porsche preto a toda velocidade por cima de uma possa ao meu lado, jogando água pra todo lado e me deixando toda suja e molhada, cerrei meus punhos com raiva.

– DESGRAÇADO! FILHO DA MÃE! SE EU TE PEGAR VOCÊ ESTÁ MORTO! – Gritei irritada, mas me calei porque de repente o carro para e da a ré por não haver ninguém na rua e logo parou ao meu lado e abriu o vidro lentamente e eu arregalei meus olhos ao ver um garoto de cabelo cor castanho meio claro, meio loiro, não sei definir, ele usava uma franja de lado bem bagunçada e em cima mais bagunçados ainda, seu rosto tinha linhas perfeitas e bem desenhadas, sua boca e bochechas tinha tom meio rosado, e ele tinha um piercing no nariz, e seus olhos eram um verde claro e seus olhos com cílios enormes, seus olhos contrastavam com sua pele branca, eu estava estática, muda, praticamente uma estatua viva.

– Err... Foi mal – Ele disse coçando a cabeça e com uma voz de bem garoto, então eu explodi.

– Foi mal? – O olhei incrédula – FOI MAL? FOI PÉSSIMA! VOCÊ TÁ LOCÃO PIRRALHO? OLHA A MERDA QUE VOCÊ FEZ IMBECIL! QUANTOS ANOS VOCÊ TEM? 15 NO MÁXIMO NÉ! VOU TE DENUNCIAR! MALDITOO! AAAH! – Terminei de “falar” e ele me olhava assustado.

– 17! – O olhei confusa com seu “17” – Tenho 17 anos, e me desculpe mesmo, er... Você está indo pro Hollister College? Eu posso te dar uma carona e... – Ele disse analisando meu uniforme, um blazer com o brasão do colégio e uma saia pregada e uma meia ¾.

– Prefiro pegar carona com o capeta! – Disse e joguei o cabelo pra trás e sai andando como se nada tivesse acontecido, mas borbulhando de raiva do garoto.

Depois de alguns minutos andando cheguei ao grande e chique colégio particular onde só se encontra riquinhos nojentos.

Andei um pouco pelos corredores e todos me olhavam estranho ou por eu ser a estranha aluna nova ou por estar toda molhada então de repente encontrei uma garota de cabelos ruivos e olhos castanhos e algumas sardas.

– Aluna nova não é mesmo? Eu sou Jéssica Parker, muito prazer! – Ela disse estendendo a mão pra mim.

– Dominick Roux. O prazer é todo meu! – Disse apertando a mão da garota simpática.

O sinal tocou e Jessie me levou até a sala de aula, entrei e o professor começou as apresentações.

– Essa é Dominick Roux, aluna nova e quero que vocês a tratem bem – Ele disse e senti olhares de todos da sala em mim – Dominick, sente-se ao lado do senhor Taylor Collins – Ele apontou pra um garoto no fundo da sala e eu o olhei bem e... CARALHO! ERA O GAROTO DO PORCSHE! LIGUEM PRA EMERGÊNCIA, POIS EU VOU TER UM AVC!

– Ok – Disse tímida e fui até a mesa do garoto e me sentei ao seu lado e continuei com o olhar fixo no professor, mas com meu olhar periférico pude ver que o tal garoto me encarava.

[...]

Depois da aula eu sai como um risco pra casa pensando no meu terrível dia, entre no condomínio em que estou morando agora e fui andando pela “rua” até minha casa, quando cheguei a mesma peguei na maçaneta pronta pra entrar, mas vi um porsche preto parar a casa ao lado, me desesperei mais ainda ao ver o garoto de mais cedo descer do carro, mas do que rápida entrei pra dentro e bati a porta então me encostei a mesma, sério esse tal de Taylor deve estar me perseguindo só pode.

– Que foi Domie? Viu um fantasma? – Helena a babá (porque meus pais trabalham o dia todo e não tem a capacidade de cuidar de seus filhos) disse com o pequeno Ian no colo, meu irmão de 1 ano.

– Pior... Vi um demônio! – Disse e subi a escada de 2 em 2 degraus e ouvindo Hele me mandando ir almoçar.

Cheguei até a porta do meu quarto que já na porta tinha um aviso de “não entre” e entrei bati a porta, meu quarto é bem rocker assim como eu gosto, fui até o banheiro e analisei o reflexo no espelho, eu tenho olhos azuis e grandes, cabelos bem compridos repicados e castanhos com uma franja de lado, pele extremamente branca e traços bonitos pelo menos, mas não sei porque quando tento sorrir sai uma careta estranha, não sei talvez eu não saiba sorrir apenas... Deixei meus devaneios arranquei minha roupa e entrei no chuveiro pois precisa de um verdadeiro banho!

[...]

– Hoje nossos vizinhos nos convidaram pra um “jantar de boas vindas” então quero todos arrumados inclusive você Dominick, nada de caveiras, taxas ou rasgos! – Minha mãe disse autoritária enquanto estávamos todos reunidos na sala.

– NÃÃÃÃOOOOOOO! – Gritei me lembrando exatamente quem é meu vizinho.

– Sim, você vai. Estejam prontos em 30 minutos e Dominick, é melhor ir logo se você quer poder ter internet, telefone, TV e tudo mais – Minha mãe disse dando uma piscadela e saiu... Que desgraça! Que desgraça!

Subi a escada totalmente relutante e fui até meu quarto, revirei o guarda roupa e achei um vestido azul bebê e um casaco preto uma meia calça e uma sapatilha preta, fiz uma maquiagem “leve” e pela primeira vez no dia penteei o cabelo. Desci novamente e todos me esperavam.

– Menos mal! – Meu pai disse analisando minha roupa e eu revirei os olhos.

Saímos em direção a porta, mas quando cheguei a mesma me dei conta de onde estávamos indo e me agarrei na porta.

– NÃÃÃÃOOO EU QUERO FICAAAR! – Gritei fingindo choro e desespero, bom o desespero era real.

– Pare de criancices Domie e vamos logo! – Meu pai disse me puxando até que eu, contragosto, soltei da porta e peguei Ian no colo, pois minha mãe odeia o pegar no colo... Nojenta mesmo.

Fomos até a casa dos nossos vizinhos e meu pai tocou a campainha sorridente, então logo uma mulher de cabelos loiríssimos e olhos verdes escuros, ai meu Deus do céu, entramos e lá estava ele Taylor sentado no sofá ao lado de um garotinho que aparentava ter a mesma idade de Anna (minha irmã pirralha chata de 9 anos). Meu olhar encontrou com o olhar surpreso de Taylor, então rapidamente olhei pros lados corada e observei a enorme e chique casa deles.

– Esses são Ian e Dominick, e Anna... E a gente já se conhece! – Minha mãe disse a senhora loira bonitona e então um homem da idade do meu pai chamou o mesmo pra conversar na cozinha.

– Ah olá Emma – A loira falou com minha mãe – Esses são Taylor e Dylan, e eu sou Vanessa! – Ela disse e todos deram um sorrisinho falso, menos eu é claro.

Depois dessa breve apresentação fomos todos jantar na sala de jantar, o jantar foi calmo a única coisa que eu comentava era “que absurdo” as conversas da Anna e do Dylan, e sentia Taylor me olhar, mas ignorei.

Depois do jantar tinha pudim e eu fui buscar o meu na cozinha, peguei o ultimo e uma colher.

– Era o ultimo? – Ouvi a voz de Taylor e tive um mini ataque cardíaco.

– Era sim – Me toquei então peguei uma colherada enorme de pudim e pus na boca, e depois de engolir soltei mais veneno – Awwn você não queria? Queria? – Disse cinicamente e ele pegou uma colher e sorriu se aproximou bruscamente de mim e começou a comer meu pudim, senti minha veias queimarem... Me molha toda! É abusado e ainda COME MEU PUDIM! ISSO É UM ABSURDO!

– Ai que absurdo – Resmunguei emburrada segurando o copinho enquanto ele comia, sim sou uma trouxa.

– Que bom que fizeram amizade! – Ouvi e vi Vanessa adentrar a cozinha e Taylor se afastou de mim. GRAÇAS A DEUS! ALELUIA!

– Ah é – Taylor disse estranho e sua mãe deu uma piscadinha e saiu – Olha aqui garota! Não é só porque eu fui gentil hoje quer dizer que eu seja seu amiguinho ok? Eu te pedi desculpas mais do que devia, e você foi muito mal-educada e não merece nem minha atenção pirralha! – Ele cuspiu as palavras do nada, e eu o encarei feroz, só penso algo sobre isso: CHEGA DE VIVEEEER!

– Eu posso não ter ouvido direito, mas acho que em momento algum pedi sua nojenta amizade, e você não merece nem ouvir minha voz bocó! – Disse irritada e ele bufou.

– Estou indo! – Ele disse derrotado e saiu andando, mas antes que ele saísse joguei uma praga.

– Cuidado que no caminho você pode quebrar uma perna... Ou duas! – Disse e logo que ele saiu bufei, como ele me irritada, o conheço há um dia e o odeio como se o conhece-se a um século.