Acordei e não vi Kevin,desci e o procurei por toda a casa.Meu telefone tocou.

Alô ?

Liza,sou,eu.Disse chorando.

Kevin ! O que houve ? Cadê você ? Porque está chorando ?

Liza ,só me escuta,me encontra no hospital Monte Sinaí ,só vem pra cá.O quarto é o 277.Vou desligar.

Mas Kevin!Falei e ele desligou.

Subi correndo e me troquei peguei minha bolsa e o carro deixei um bilhete e fui em direção ao hospital.Cheguei lá e subi,Kevin estava sentado no chão chorando com a cabeça entre suas pernas.

KEVIN ! Gritei correndo.

Liza ! Ele me abraçou ainda chorando.

O que houve ? Pelo amor de deus !

É o Daniel !

O que houve Kevin ? Perguntei chorando.

Ele estava vindo para cá te visitar e ia fazer uma surpresa para você ,mas no trânsito um caminhão bateu no carro e caiu dentro de um rio.Disse chorando descontroladamente.

Sentei ao seu lado e desabei.

Eu não estou acreditando nisso ! Disse colocando as mãos na cabeça e balançando negativamente,

Como ele está ?

Em coma ,isso é culpa minha,deveria ter esperado ele !

Ei,não é não.Não se culpe ,por favor.

Minutos depois o médico apareceu e perguntou quem estava com ele , eu e Kevin levantamos e recebemos a notícia de que o caso dele era grave e cirúrgico,ele havia fraturado vários ossos,e havia pedido muito sangue.Kevin chorou ainda mais e eu o acompanhei.O médico iria encaminhá-lo para a sala de cirurgia.Kevin já havia avisado Anne e o pessoal da banda,inclusive Marcos,em pouco tempo todos já estavam na sala de espera chorando desesperadamente,principalmente Anne.Ficamos mais de doze horas revesando turnos e esperando notícias,até que o médico voltou com uma ficha na mão.

—Acompanhante de Kevin ?

—Eu !

Anne levantou imediatamente enxugando suas lágrimas e deixando seu rosto inchado a mostra.O médico disse que a cirurgia foi bem,mas ele não teve nenhuma reação a não ser uma parada cardíaca,Anne começou a chorar novamente,o médico disse que não sabia mais o que fazer.Ele tentava acalmar Anne,como todos também,até qu eu me manifestei.

Doutor ?

Sim querida.

Posso ve-lo ?

Me desculpe,mas é só para assistentes no momento.

Por favor,eu sou médica,ou quase,mas por favor !

Tá tudo bem.E saiu.

Pegue e se vista e de preferência prenda o cabelo !

Claro.

Fui até o banheiro,me troquei fiz um coque e coloquei a mascara e a touca.

Estou pronta!

O acompanhei até a sala de cirurgia ,vi Daniel sendo higienizado por algumas assistentes,o médico me deixou lá e disse que já voltava.

O que está fazendo aqui ? Perguntou uma delas com um tom um tanto arrogante na voz.

Vim vê-lo ! Falei cabisbaixa segurando as lágrimas.

Não pode ! É só para assistentes.

Mas eu sou estudante de medicina e o médico me permitiu.Falei mais alto.

Hum.Outra olhou para mim.

Cheguei mais perto ,não demorou muito e o médico cujo nome Cássio já estava de volta.Fiquei olhando Daniel li deitado sem nenhuma reação ,aquilo me matava por dentro,até que me deu um estalo.

Doutor?

Sim.

Posso fazer uma coisa ?

O que ?

Eu sei como posso ajuda-lo !

O que ? Não ,não pode !

Sim , eu posso , por favor.

Daniel estava com seus ossos no lugar,mas estava totalmente enfaixado.Coloquei uma luva e comecei a observar por dentro de seu corpo,sua fisionomia estava apagada,ele estava mais pálido ao passar dos minutos,ele estava com um quadro de anemia não tão avançado,o soro o mantinha,mas ele estava perdendo muito sangue a cada hora que passava.Tentei o ajudar da melhor forma que conseguia e lembrava do que havia aprendido até agora na faculdade,já estava coberta de sangue,e ele não reagia,comecei a chorar em cima dele,alguns enfermeiros me tiraram de lá e o médico veio em minha direção,ele dizia que sentia muito,mas não havia mais o que fazer.Via sinceridade em seus olhos com o pouco que me restava de minha visão ,antes de ficar totalmente tomada pelas lágrimas que escorriam pelo meu rosto.Eu chorava cada vez mais,sai da sala em direção a sala de espera.Quando cheguei lá todos me olhavam com esperança,mas a única coisa que fiz foi um sinal negativo com a cabeça ,me ajoelhei no chão e chorei cada vez mais desesperadamente,meus pais já haviam chegado no hospital e vieram me abraçar como todos.Tentavam me consolar,mas a única coisa que fazia era pensar que aquilo era tudo culpa minha,se não fosse tão orgulhosa talvez ele não estivesse aqui.Isso me feria cada vez mais.Fiquei sentada no chão encostada na parede .todos estavam chorando ainda,mas sentados juntos no sofá e em poltronas,sempre vinham me perguntar se eu queria comer ou algo do tipo,apenas negava.Ainda estava com a roupa cheia de sangue,eu não queria tirá-la apesar de ser estranho era a única coisa que eu teria dele depois da corrente que me deu.

ELIZA ! O médico gritou meu nome e correu para me abraçar.

Fiquei sem reação.

O que houve ?

Ele , ele ,reagiu !

Naquele instante meu mundo parou ! Todos nos olhavam surpresos.